quarta-feira, 27 de abril de 2022

 

 

Quinta, 28 de abril de 2022

 

Quinta-feira da II semana de Páscoa

   

 

LITURGIA

 

 

Quinta-feira da semana II

S. Pedro Chanel, presbítero e mártir – MF
S. Luís Maria Grignion de Montfort, presbítero – MF
Branco ou verm. – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.

L1: At 5, 27-33; Sal 33 (34), 2 e 9. 17-18. 19-20
Ev: Jo 3, 31-36

* Na Ordem Franciscana (III Ordem) – B. Luquésio, da III Ordem – MF
* Na Congregação dos Irmãos Maristas – S. Pedro Chanel, presbítero e mártir – MO
* Na Congregação dos Missionários Monfortinos – S. Luís Maria Grignion de Montfort, Fundador da Congregação – SOLENIDADE
* Na Congregação das Irmãs Dominicanas de S. Catarina de Sena – I Vésp. de S. Catarina de Sena.

 

Missa

 

Antífona de entrada Cf. Sl 67, 8-9
Quando saístes, Senhor, à frente do vosso povo,
abrindo-lhe o caminho e habitando no meio dele,
estremeceu a terra e abriram-se as fontes do céu.
Aleluia.

Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que instituístes o sacrifício pascal para a salvação do mundo,
ouvi benignamente as súplicas do vosso povo
e fazei que, intercedendo por nós Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote,
a sua natureza humana nos reconcilie convosco
e a sua natureza divina nos absolva do pecado.
Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Atos 5, 27-33
«Somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo»


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, o comandante do templo e os guardas trouxeram os Apóstolos e fizeram-nos comparecer diante do Sinédrio. O sumo sacerdote interpelou-os, dizendo: «Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem». Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro. Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados. E nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem». Exasperados com esta resposta, decidiram dar-lhes a morte.


Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Sal. 33 (34), 2.9.17-18.19-20
(R. cf. 7a ou Aleluia)
Refrão: O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
escutem e alegrem-se os humildes. Refrão

A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias. Refrão

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor. Refrão

ALELUIA Jo 20, 29
Refrão: Aleluia. Repete-se

Disse o Senhor a Tomé:
«Porque Me viste, acreditaste;
felizes os que acreditam sem terem visto. Refrão

EVANGELHO Jo 3, 31-36
«O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Aquele que vem do alto está acima de todos; quem é da terra, à terra pertence e da terra fala. Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; mas ninguém recebe o seu testemunho. Quem recebe o seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro. De facto, Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus, porque Deus dá o Espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos. Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele».

Palavra da salvação.

Oração sobre as oblatas
Subam à vossa presença, Senhor,
as nossas orações e as nossas ofertas,
de modo que, purificados pela vossa graça,
possamos participar dignamente
nos sacramentos da vossa misericórdia.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio Pascal I-V.

Antífona da comunhão Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos. Aleluia.

Oração depois da comunhão
Deus todo-poderoso e eterno,
que, em Cristo ressuscitado, nos renovais para a vida eterna,
multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal
e infundi em nossos corações a força do alimento que nos salva.
Por Cristo nosso Senhor.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Atos 5, 27-33: A pregação basilar dos Apóstolos é sempre o anúncio do Mistério Pascal: «Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador», que morreu e ressuscitou. Este será também o pregão fundamental da pregação da Igreja. Todo o desenvolvimento que a catequese depois irá fazer partirá deste acontecimento central. O testemunho que os Apóstolos dão deste acontecimento pascal e que a Igreja agora continua a dar é, ao mesmo tempo, dado pelo próprio Espírito Santo. É, por isso, testemunho do próprio Deus.

Jo 3, 31-36: Esta passagem faz continuação à conversa de Jesus com Nicodemos, começada a ler-se ontem. São verdadeiras catequeses sobre o mistério da pessoa de Jesus, a sua origem, a sua relação com o Pai, a sua missão. A terra é o mundo dos homens com as suas limitações, as suas carências, até a sua cegueira que os impede de ver a luz de Deus; o Céu é o mundo de Deus, donde nos vem Jesus, o Filho, para tornar os homens participantes da sua vida divina e os conduzir ao Pai. Mas quem aceitará o seu testemunho?

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

14.00 horas: Funeral em Gáfete

18.00 horas: Missa em Nisa

21.00 horas: Reunião de catequistas em Nisa.

 

 

IGREJAS NO CONCELHO DE NISA

 

 


Capela do Espírito Santo - Santa Casa - Gáfete

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

MAIS COMPROMISSO QUE TEORIA DA MISERICÓRDIA

 

Celebramos o Domingo da Misericórdia. Há festas litúrgicas na Igreja que devem a sua origem e implementação mais rápida a revelações particulares. Mas sempre sem grande pressa da Igreja em assumir tais revelações já que, para ela, o tempo tem sentido de eternidade. Assim como vai distinguindo os carismas das manias, mesmo no meio da impaciência dos mais devotos e voluntariosos, também põe à prova por longo tempo estas novidades que lhe chegam bem como as formas como elas se apresentam e os conteúdos que propõem. Mas procura agir sempre respeitosamente com todos, pois sabe que não tem o monopólio do Espírito Santo e que Este sopra onde quer, quando quer, como quer, em quem quer e ninguém tem nada com isso. Costuma dizer-se que o seguro morreu de velho e a prudência foi-lhe ao enterro!...

É o caso, por exemplo, das Solenidades do Corpo de Deus e do Sagrado Coração de Jesus. Aliás, no seu comentário teológico sobre a mensagem de Fátima, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI, escreveu que “frequentemente as revelações privadas provêm da piedade popular e nela se refletem, dando-lhe novo impulso e suscitando formas novas. Isto não exclui que aquelas tenham influência também na própria liturgia, como o demonstram por exemplo a festa do Corpo de Deus e a do Sagrado Coração de Jesus”.

Foi pelo ano de 1263 que um Padre de Praga, perante as dúvidas que o assaltavam sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, se sentiu agraciado com a evidência do facto quando a hóstia começou a gotejar sangue na presença de todos os fiéis presentes. Este fenómeno que teve lugar em Bolsena, na região de Lácio, por onde o sacerdote passeava, foi devidamente estudado. Diz a tradição que, além do Papa Urbano IV, faziam parte dessa comissão de avaliação São Tomás de Aquino e São Boaventura, e que dois!... Também, neste tempo, já era sobejamente conhecido o famoso milagre eucarístico de Lanciano do século VIII, um dos mais célebres do mundo, cientificamente estudado. O Papa Urbano IV, que antes de ser Papa era arcediago de Liége, foi a pessoa a quem, Juliana de Liège, mais conhecida por Santa Juliana de Mont Cornillon, em 1230 confidenciou as visões que tinha, recebendo dos Céus a incumbência de transmitir à Igreja o desejo divino de se incluir no Calendário Litúrgico uma festa em honra da Santíssima Eucaristia. A festa logo começou a ser celebrada em Liège. Só em 11 de agosto de 1264, Urbano IV instituiu a Festa de Corpus Christi, estendendo a toda a Igreja o culto público à Sagrada Eucaristia que apenas era celebrado em algumas dioceses por influência de Santa Juliana. Clemente V, cinquenta anos mais tarde, tornou obrigatória a celebração dessa Festa da Eucaristia. E o Concílio de Trento, em meados do século XVI, oficializou as procissões eucarísticas, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública de fé na presença real de Cristo na Hóstia Sagrada. Como afirmava São João Paulo II, a Eucaristia é o “tesouro mais precioso herdado de Cristo, o Sacramento de sua própria Presença” em que o povo de Deus “O louva, canta e leva em procissão pelas ruas da cidade” (14/6/2001).

Igualmente a Festa ao Sagrado Coração de Jesus. A sua devoção já existe desde tempos imemoriais, mas a sua maior difusão e implementação deve-se sobretudo a Santa Maria de Alacoque (1601-1680), uma monja do mosteiro de Paray-le-Monial, em França. Durante anos teve aparições de Jesus que lhe pedia uma particular devoção ao seu coração. Pedia-lhe que comungasse em cada primeira sexta-feira do mês – foi em sexta-feira que Jesus foi crucificado - e que a sexta-feira a seguir à oitava da Festa do Corpo de Deus fosse dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Foi o papa Pio IX, em 1856, quem estendeu a festa do Sagrado Coração de Jesus a toda a Igreja, celebrando-se o coração como órgão humano unido à divindade de Cristo e o amor de Deus pelos homens.

Vamos celebrar o Domingo da Divina Misericórdia, o segundo Domingo da Páscoa. Também se fundamenta em revelações feitas por Jesus a Santa Faustina Kowalska, em Plock, Polónia. Desde o ano 2000, por vontade do Papa São João Paulo II, faz parte do calendário litúrgico da Igreja. Nesse ano, em 30 de abril, o Papa, na homilia da celebração de canonização de Santa Faustina, afirmava ser importante “que acolhamos inteiramente a mensagem que nos vem da palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa que de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de ‘Domingo da Divina Misericórdia”.

A imagem divulgada do Senhor da Divina Misericórdia representa Jesus no momento em que aparece aos discípulos no Cenáculo, após a ressurreição (Jo 20,19-31), quando lhes dá o poder de perdoar os pecados. O perdão é o sinal mais visível do amor do Pai que Jesus quis revelar em toda a sua vida até ao alto do Calvário. Nestas revelações privadas, Jesus dá muita importância à sua Segunda Vinda, como referem os capítulos 13 e 25 de São Mateus. E os apelos de Jesus são que se fale ao mundo da sua misericórdia, que toda a humanidade conheça a sua misericórdia (cf. Diário 848), pois “Quem não queira passar pela porta de Minha misericórdia, tem que passar pela porta de Minha justiça” (Diário, 1146). O Senhor deixou-nos o sacramento da sua misericórdia, o sacramento da reconciliação com Deus e com os irmãos, o sacramento que faz experimentar a força libertadora do perdão. É a ação da Divina Misericórdia até o fim dos tempos, não podendo deixar de ter o seu lugar central na vida cristã. E a Igreja convida a celebrar a Divina Misericórdia de várias formas, enriquecendo o Domingo da Misericórdia com a Indulgência Plenária “para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos” (Decreto da P. Apostólica, 2002). A interpretação da própria imagem do Senhor da Divina Misericórdia sugerida a Santa Faustina e explicada por Jesus, é um símbolo da caridade, do perdão e do amor de Deus, fonte da Misericórdia. Fazem ainda parte desta devoção o terço próprio da Divina Misericórdia, sendo rezado, se possível, pelas 15 horas, o momento da morte de Jesus. Inicia-se rezando o Pai Nosso, a Ave Maria e o Credo. Nas contas do ‘Pai Nosso’, diz-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro”. Nas contas das ‘Ave Maria’, reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”. No final das dezenas, reza-se três vezes: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

“A cultura da misericórdia forma-se na oração assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos Santos e na solidariedade concreta para com os pobres. É um convite premente para não se equivocar onde é determinante comprometer-se” (MeM20).

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 22-04-2022.

 

 

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