PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 16 de abril de 2022
Sábado Santo
LITURGIA
SÁBADO SANTO
Ofício próprio.
* Hoje, antes da Vigília Pascal, a sagrada comunhão só pode ser levada como
Viático.
* 95.º aniversário natalício de Bento XVI, Papa emérito (1927).
* As Completas são omitidas por aqueles que participam na Vigília Pascal.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
AGENDA DO DIA:
10.00 horas: Funeral na Falagueira
15.00 horas: Funeral em Arez
22.00 horas: Vigília Pascal em Nisa
22.00 horas: Vigília Pascal em Alpalhão,
Cruzes exteriores
NA ZONA PASTORAL DE NISA
A IMORTÂNCIA DA CRUZ COMO SINAL NAS NOSSAS ALDEIAS |
A VOZ DO PASTOR
MEU POVO, QUE TE FIZ EU? EM QUE TE CONTRISTEI?
Aproxima-se a celebração do momento central da
plenitude dos tempos. É a ‘Hora’ para a qual vinha a convergir tudo quanto
estava predito e dito e os próprios gestos salvíficos de Cristo preconizavam e
até provocaram. É a hora da cruz, a hora do despojamento total do Filho muito
amado do Pai, a hora da vitória da vida sobre a morte, a hora da ressurreição
do Senhor. “Não está aqui, ressuscitou!” (Lc 24, 5-6). E Jesus faz-se
encontrado, deixa-se ver e tocar pelos seus discípulos que o reconhecem e
correm de alegria levando por toda a parte a notícia da maior história de amor
que o mundo jamais conheceu. É o mistério da Páscoa, a fonte da vida, a Festa
das festas, a Festa da Igreja no coração do mundo a renovar o coração dos
homens. É o auge do projeto de Deus em favor da humanidade. A paixão e a
ressurreição de Jesus manifestam a coerência da vida de Jesus com a sua
mensagem, confirmam Jesus como Filho de Deus, são a expressão máxima do seu
amor para com a humanidade, constituem o sacrifício único pelo qual todos os
pecados são perdoados, encorajam a fé dos seus discípulos enviados a anunciar o
que tinham tocado, visto e ouvido.
Tudo quanto ao longo da História da Salvação, na sua
condescendência e pedagogia infinitas, Deus fez acontecer, tudo quanto prometeu
que haveria de advir eram apenas sombra das surpresas com que Deus nos haveria,
de facto, de presentear na plenitude dos tempos em seu Filho. Uma nova
primavera de esperança desponta a fazer florir uma humanidade nova baseada na
fraternidade universal, no amor e na paz. Infelizmente, por se querer ignorar
esta história de amor incomparável, ainda há quem, dois mil anos depois!, pela
dureza do seu coração soberbo e arrogante, teime em se endeusar e prefira viver
num inverno existencial triste, tenebroso e destruidor, alimentando ódios
impensáveis e interesses mesquinhos a destruir vidas, a promover o terror.
Se desde sempre o homem procurou e procura sentido
para a vida e para as perguntas da vida, se nunca faltaram nem faltam na
história humana heróis da justiça e do amor aos outros, há uma questão
fundamental que sempre permanece e atormenta o homem. O homem não tem solução
para a morte, quando muito tenta esquecê-la ou dizer que ela é o fim de tudo!
No entanto, Deus fez-se homem, Deus entrou no seio da morte. Não porque fosse
mortal, não porque tivesse caído nas ciladas do pecado. Entrou nela por amor,
fez-se mortal por graça e por verdade. Bebeu o cálice da nossa morte e
convidou-nos a tomar parte, desde já, na sua vida imortal, incorruptível. Se
aceitarmos entrar na sua morte por amor, ela é a única que destrói a nossa
morte. Jesus venceu a morte com a sua própria morte para nos dar a sua vida e
vida em abundância (cf. Jean Corbon, a fonte da liturgia, cap. III). Pela sua
cruz e ressurreição tornou-se o único acontecimento da história com
repercussões salvadoras para toda humanidade, mesmo que a cruz continue a ser
escândalo para uns e loucura para outros. Jesus, livre e soberanamente, entra
na morte e enfrenta-a sozinho num combate invulgar em favor de todos. “Ninguém
Me tira a vida, sou Eu que a dou espontaneamente (Jo 10,18).
Vamos entrar num tempo sagrado para viver e celebrar
estes mistérios da salvação, é a Semana Santa, a Semana Maior. Vai do Domingo
de Ramos, dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ao Domingo da
Ressurreição do Senhor. Dentro da Semana Santa temos o Tríduo Pascal em que
Cristo sofreu, descansou e ressuscitou segundo a palavra que Ele disse: destruí
este templo e Eu em três dias o levantarei. Começa na Quinta-Feira Santa, com a
celebração da Ceia do Senhor, o dia da instituição da Eucaristia e do
Sacerdócio. Jesus e os seus apóstolos celebraram a Páscoa judaica, na qual
Jesus lavou os pés aos seus discípulos, um gesto simbólico que os seus
discípulos deveriam traduzir em atitudes de vida quotidiana, amando como Ele
amou. Naquela noite, Jesus saiu para o monte das oliveiras, é traído, entregue
e preso para ser julgado, flagelado e morto. É a Sexta-Feira da Paixão em que
se recordam os momentos mais difíceis dos últimos dias de Cristo dos quais
fazem parte o caminho para o Calvário, a Crucificação e Morte, o maior gesto do
amor incondicional de Jesus por cada um de nós. É dia de oração, jejum e
abstinência, de adoração da Santa Cruz. Desde o pôr-do-sol da sexta-feira ao
pôr-do-sol do sábado, não há celebrações. O Sábado Santo é um dia dedicado ao
silêncio, à oração e à reflexão, na esperança da Ressurreição do Senhor. É o
Sábado de Aleluia, o dia em que Jesus Cristo permanece no túmulo. A Vigília
Pascal é a Vigília cristã por excelência. A bênção do lume novo, a procissão da
luz, o Precónio Pascal, a Liturgia da Palavra, a celebração do Batismo e a
Eucaristia Pascal preenchem o tempo da Vigília. Embora aconteça na noite de
sábado, a Vigília pertence ao dia seguinte, é já uma celebração do Domingo de
Páscoa, do Domingo da Ressurreição do Senhor, um dia inesquecível e de grande
alegria para toda a humanidade. Foi no Domingo, o primeiro dia da semana, que
Jesus ressuscitou, se fez encontrado por várias pessoas e grupos de pessoas. A
alegria da ressurreição de Cristo é de tal grandeza que tem um oitavário de
celebração festiva como se de um só dia se tratasse. Segue-se depois o tempo
pascal, um oitavário de Domingos, uma semana de semanas, cinquenta dias, um
tempo para anunciar que Cristo ressuscitou e para vivermos como ressuscitados,
agora e sempre, anunciando que Ele está vivo em nós, entre nós, caminha
connosco.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 08-04-2022.
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