sexta-feira, 8 de abril de 2022

 




PARÓQUIAS DE NISA

Sábado, 09 de abril de 2022

Sábado da V semana da quaresma

   

 

LITURGIA

 

 

Sábado da semana V

Roxo – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. I da Paixão.

L1: Ez 37, 21-28; Sal Jer 31, 10. 11-12ab. 13
Ev: Jo 11, 45-56

* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Aniversário da tomada de posse de D. Ildo Augusto dos Santos Lopes Fortes.
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 21, 20.7
Senhor, não Vos afasteis de mim, socorrei-me e salvai-me,
porque sou verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de misericórdia, que em todo o momento realizais a salvação dos homens e agora alegrais o vosso povo com graças mais abundantes, olhai benignamente para os vossos eleitos e fortalecei, com o auxílio da vossa protecção, os que se preparam para o renascimento do Baptismo e aqueles que já o receberam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Ez 37, 21-28
«Farei deles um só povo»



Leitura da Profecia de Ezequiel


Assim fala o Senhor Deus: «Vou tirar os filhos de Israel do meio das nações para onde foram, vou reuni-los de toda a parte, para os reconduzir à sua terra. Farei deles um só povo, na sua terra, nas montanhas de Israel, e um só rei reinará sobre todos eles. Nunca mais tornarão a ser duas nações, nem ficarão divididos em dois reinos. Não voltarão a manchar-se com os seus ídolos, com todas as suas abominações e pecados. Hei de livrá-los de todas as infidelidades que cometeram e hei de purificá-los, para que sejam o meu povo e Eu seja o seu Deus. O meu servo David será o seu rei, o único pastor de todos eles. Caminharão segundo os meus mandamentos e obedecerão às minhas leis, pondo-as em prática. Habitarão na terra que dei ao meu servo Jacob, a terra em que moraram os vossos pais. Aí habitarão eles e os seus filhos e os filhos dos seus filhos para sempre; e o meu servo David será o seu soberano para sempre. Farei com eles uma aliança de paz, uma aliança eterna entre Mim e eles. Hei de estabelecê-los, hei de multiplicá-los e colocarei no meio deles o meu santuário para sempre. A minha morada será no meio deles: serei o seu Deus e eles serão o meu povo. As nações saberão que Eu sou o Senhor, que santifico Israel, quando o meu santuário estiver no meio deles para sempre».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Jer 31, 10.11-12ab.13 (R. cf. 10d)
Refrão: Como o pastor guarda o seu rebanho,
assim nos guarda o Senhor. Repete-se

Escutai, ó povos, a palavra do Senhor
e anunciai-as às ilhas distantes:
Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como um pastor ao seu rebanho. Refrão

O Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos do seu dominador.
Regressarão com brados de alegria ao monte Sião,
acorrendo às bênçãos do Senhor. Refrão

A virgem dançará alegremente,
exultarão os jovens e os velhos.
Converterei o seu luto em alegria
e a sua dor será mudada em consolação e júbilo. Refrão


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Ez 18, 31
Refrão: A salvação, a glória e o poder a Jesus Cristo,
Nosso Senhor.
Repete-se

Deixai todos os vossos pecados, diz o Senhor;
criai um coração novo e um espírito novo. Refrão


EVANGELHO Jo 11, 45-56
«Para congregar na unidade os filhos de Deus
que andavam dispersos»



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


Naquele tempo, muitos judeus que tinham vindo visitar Maria, para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele. Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram: «Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres? Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele; e virão os romanos destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação». Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada. Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que perecer a nação inteira?» Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus que andavam dispersos. A partir desse dia, decidiram matar Jesus. Por isso Jesus já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e aí permaneceu com os discípulos. Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a Jerusalém, para se purificarem, antes da Páscoa. Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele não virá à festa?»


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus eterno e omnipotente, que fazeis renascer para a vida eterna os que no sacramento do Batismo proclamam a fé no vosso nome, recebei as ofertas e as orações dos vossos servos, para que se confirme a esperança dos que em Vós confiam e sejam perdoados todos os seus pecados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio da Paixão do Senhor I


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 11, 52
Cristo foi entregue à morte
para reunir os filhos de Deus que andavam dispersos.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de infinita bondade, que nos alimentais com o Corpo e o Sangue do vosso Filho, tornai-nos também participantes da sua natureza divina. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS Ez 37, 21-28: O profeta anuncia o projeto de Deus em relação ao seu povo disperso e perdido no meio dos pagãos, por causa dos seus egoísmos e pecados. O anúncio referia-se diretamente à reunião das tribos do Antigo Testamento, unidade que chegou a ser realizada no reinado de David; mas este rei é figura, que antecipa o reinado de Jesus, o Filho de Deus, como vai ser solenemente anunciado até por um descrente no Evangelho.

Jo 11, 45-56: O que o profeta Ezequiel anteviu em relação ao povo da Antiga Aliança, será finalmente realizado em Jesus Cristo. E quem o anuncia profeticamente é o sumo sacerdote judaico, que, sem compreender o que dizia, - falava apenas como politico -, anunciava uma grande verdade, que o evangelista depois interpretou: “que Jesus havia de morrer para trazer à unidade os filhos de Deus que andavam dispersos”. E a leitura termina numa pergunta posta na boca do povo, em que fervilhava Jerusalém nas vésperas da Páscoa: “Ele não virá à festa?” Sim, virá, e será Ele, o Senhor, o próprio objeto da festa.

 

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

15.00 horas: Missa na Falagueira

16.00 horas: Missa no Monte Claro

16.00 horas: Missa no Pardo

18.00 horas: Missa em Nisa

18.00 horas: Missa em

 

igrejas NA  ZONA PASTORAL DE NISA

 

 


Igreja do Espírito Santo - Nisa

 

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

VERDADES PARA O DIA DAS MENTIRAS

Já que ninguém enxerga qualquer razão para o fazer, o Outro, à míngua de quem se chegue à frente e lhe faça esse jeito, passa ele mesmo o tempo a elogiar-se a si próprio. E o Outro é sempre alguém, masculino ou feminino. O que esse outro fez ou está a fazer é por si elevado à mais alta potência, com entusiasmo e resiliência. Desculpem por usar resiliência, mas é que esta palavra resiliência, hoje, está na moda, é ‘in’, salva o discurso do aprendiz e do menos aprendiz, é muitíssimo mais importante do que a descoberta do caminho marítimo para a Índia!

A experiência estudantil diz-nos que as potenciações matemáticas não são coisa fácil. Mas é interessante perceber também os meandros destas outras operações potenciais em busca de aplausos. Faz-se crer que nunca ninguém fez ou está a fazer o que eles fizeram ou fazem, nem jamais alguém será capaz de o vir a fazer. Acho que deve ser por isso mesmo que os cemitérios estão cheios de gente que se julgava insubstituível. Morreram, e nós cá vamos, a vida e o mundo continuam sem as hecatombes pelos mesmos imaginadas. Se é verdade que ninguém está a mais e todos temos o nosso lugar e somos necessários, ninguém é insubstituível. A sabedoria do povo tem um ditado inteligente que traduz este zelo humano: ‘Gaba-te cesta que vais à vindima’.

De facto, como diz o senso comum e mais não sei quem, é muito mais salutar que sejam os outros a reconhecer e a realçar o trabalho de alguém, se trabalho excecional houver, do que esse alguém se colocar em bicos de pés numa azáfama de se querer promover. Aliás, sob o sorriso irónico de uns e a adulação sarcástica de outros, pois todos os zombeteiros sabem tirar partido destas evidências.

O que se faz no cumprimento do próprio dever, dentro da atividade ou da responsabilidade humana para a qual se foi nomeado, eleito ou mandatado, é uma obrigação fazê-lo. Regra geral, quem serve com reta intenção e verdadeiro espírito de serviço em fidelidade à sua missão ou à responsabilidade do cargo, mesmo quando os outros reconhecem o seu trabalho e até lhe estão muito gratos, nunca julga que fez o suficiente. Pensa sempre que poderia ter feito mais e melhor e sente-se penalizado por, de facto, não ter ido mais além. E não é por fingimento ou falsa humildade. Na sua maneira de ser e estar, assentam-lhe bem as palavras de Jesus: “quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram fazer, dizei: Somos servos inúteis, só fizemos o que devíamos ter feito” (Lc 17, 7-10).

Não raro, àqueles que se exaltam o tiro sai-lhes pela culatra. A título de exemplo, e para libertar o leitor de qualquer tentação de querer enfiar a carapuça em alguém com essa habilidade, o que, aliás, seria mera coincidência, torno presente o que aconteceu a um outro em busca de elogios fáceis. Nas lonjuras dum tempo há muito ido, lá pelas montanhas daqueles sítios em guerra, uns arqueiros filisteus atingiram o rei Saúl e mataram os seus filhos.

Saúl, ferido e naquelas circunstâncias, receando que os inimigos o viessem a encontrar, ultrajar e humilhar ainda mais, pediu ao seu escudeiro que desembainhasse a sua espada e o matasse de vez. O escudeiro, porém, cheio de medo ou de lá o que fosse, negou fazer tal serviço ao seu rei, o rei de Israel, o ungido. Então, Saúl, pega ele próprio na sua espada, atira-se sobre ela e põe fim à vida. O escudeiro não resiste ao macabro espetáculo. Vendo-o morto, faz o mesmo. Atira-se sobre a sua espada e morre junto do rei. No dia seguinte, os filisteus vieram saquear os mortos e encontraram o rei Saúl naquele estado. Levaram-lhe a cabeça e as armas, espalharam a notícia da sua morte, espetaram o seu crânio para lá numa parede (cf. 1Cr 10, 1-14). Quando alguns israelitas souberam o que tinha acontecido ao seu rei e o que lhe tinham feito, puseram-se a caminho e foram buscar o seu cadáver e o cadáver dos seus filhos. Queimaram-nos e enterraram-nos debaixo duma tamareira (2 Sm 1, 1-16). Se a Bíblia, mais do que mostrar como o rei morreu, nos pretende dizer que tudo o que lhe aconteceu foi uma consequência da sua rebelião e afastamento de Deus (1Cr 10, 13-14), tudo isto não deixou de ser uma desgraça para uns, uma alegria para outros e uma possível oportunidade para o outro de que falamos.

David regressara duma peleja vitoriosa contra o povo amalecita, e estava nuns dias de descanso. Eis senão quando, aparece-lhe um homem andrajoso que afirmou vir do acampamento de Saúl. Prostrou-se por terra diante de David e desfez-se em salamaleques, com profunda reverência. David perguntou-lhe de onde é que ele vinha e ele, com certeza de resposta estudada, não se fez esperar: “Escapei do acampamento de Israel”. David, muito curioso, pergunta-lhe o que é que tinha acontecido por lá. E disse ele: “As tropas fugiram do campo de batalha, muitos tombaram, Saúl, assim como seu filho Jónatas, pereceram”. David insiste: “Como sabes que Saúl e o seu filho Jónatas morreram?”. Logo respondeu que, por mero acaso, estava por perto e viu Saúl atirar-se sobre a própria lança, enquanto os carros e os cavaleiros o perseguiam. Como Saúl o tivesse visto, afirmou que Saúl o chamou e lhe pediu que acabasse com ele porque estava em agonia e não podia sobreviver à derrota. Tendo aceitado o pedido e pensando que David iria ficar contente, apresentou-lhe o diadema que Saúl tinha na cabeça e o bracelete do seu braço (cf. 2 Sm 31, 1-13).

David, e todos os que estavam com ele, rasgaram as vestes, prantearam, choraram e jejuaram até à tarde, por amor a Saúl, a seu filho Jónatas, ao povo do Senhor e ao povo de Israel, porque tinham sido passados ao fio da espada. Mas David acabou por explodir: “Como é que tu não receaste levantar a mão para matar o ungido do Senhor?”. E acrescentou: “Só tu és o culpado da tua morte. A tua própria boca deu testemunho contra ti ao dizeres: 'Matei o ungido do Senhor'”. Sem meias medidas, David chamou um dos seus homens e deu-lhe ordem para acabar com ele. Mentindo, fabulando, pensando que seria uma boa notícia para David, quis passar por ter sido ele o herói, concretizado o que, de facto, não fez, isto é, quis fazer crer ter sido ele quem matou o rei. Com muita pena nossa, nem sequer conseguiu uma placazita lá no princípio da calçada, no coreto, no largo da terra ou no beco da esquina. Paciência, são sortes!

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 01-04-2022.

 

 

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