PARÓQUIAS DE NISA
Terça, 23 de novembro de 2021
Terça-feira da XXXIV semana do tempo comum
LITURGIA
Terça-feira
da semana XXXIV
S. Clemente I, papa e mártir – MF
S. Columbano, abade – MF
Verde, verm. ou br. – Ofício à escolha.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Dan 2, 31-45; Sal Dan 3, 57. 58. 59. 60. 61
Ev Lc 21, 5-11
* Na Diocese de Beja – Aniversário da Ordenação episcopal de D. José João dos
Santos Marcos (2014).
* Na Ordem de Cister – S. Columbano, eremita – MF
* Na Companhia de Jesus – B. Miguel Agostinho Pró, presbítero e mártir – MF
* Na Diocese de Vila Real (Sé) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da Igreja
Catedral.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
84, 9
O Senhor fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a todos os que a Ele se convertem de coração sincero.
ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, a vontade dos vossos fiéis,
para que, correspondendo mais generosamente
à acção da graça divina,
recebamos maiores auxílios da vossa bondade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da palavra: páginas seguintes
LEITURA I (anos ímpares) Dan 2, 31-45
«Deus fará surgir um reino que jamais será destruído
e reduzirá a nada todos os reinos»
Leitura da
Profecia de Daniel
Naqueles dias, Daniel disse ao rei Nabucodonosor: «Tu, ó rei, tiveste esta
visão: apareceu uma grande estátua, uma estátua gigantesca e de extraordinário
esplendor: erguia-se diante de ti e o seu aspecto era terrível. A cabeça da
estátua era de ouro fino, o peito e os braços eram de prata, o ventre e as
coxas eram de bronze, as pernas eram de ferro e os pés eram em parte de ferro e
em parte de barro. Estavas a olhar para ela, quando uma pedra se deslocou sem
intervenção de mão alguma e foi bater nos pés da estátua, que eram de ferro e
de barro, e reduziu-os a pó. Então pulverizaram-se ao mesmo tempo o ferro, o
barro, o bronze, a prata e o ouro, e ficaram como a moinha das eiras no verão:
levou-os o vento e não ficou rasto deles. A pedra que tinha batido na estátua
tornou-se uma grande montanha e encheu toda a terra. Foi esse o sonho; e
daremos a sua interpretação diante do rei: Tu, ó rei, és o rei dos reis, a quem
o Deus do Céu deu a realeza, o poder, a força e a glória. Ele entregou-te nas
mãos os filhos dos homens, os animais dos campos e as aves do céu, onde quer
que eles habitem, e fez-te senhor de todos eles. És tu a cabeça de ouro. Depois
de ti surgirá outro reino, inferior ao teu; a seguir, um terceiro reino, um
reino de bronze, que dominará toda a terra. E haverá um quarto reino, duro como
o ferro. Assim como o ferro tudo esmaga e despedaça, esse reino esmagará e
despedaçará todos os outros. Os pés e os dedos que viste, em parte de barro de
oleiro e em parte de ferro, significam um reino dividido. Terá a solidez do
ferro e por isso viste o ferro misturado com o barro mole. Mas se os dedos dos
pés eram em parte de ferro e em parte de barro, é porque o reino será em parte
forte e em parte frágil. Viste o ferro misturado com a argila: assim também as
duas partes se hão-de ligar por geração humana; mas não se hão-de unir
solidamente, como o ferro não pode misturar-se com o barro. No tempo desses
reis, o Deus do Céu fará surgir um reino que jamais será destruído e cuja
soberania nunca passará a outro povo. Esmagará e reduzirá a nada todos esses
reinos, mas ele permanecerá para sempre. É o que significa a pedra que viste
desprender-se da montanha sem intervenção de mão alguma e pulverizar o ferro, o
bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que vai
acontecer em seguida. O sonho é verdadeiro e fidedigna a sua explicação».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Dan 3, 57.58.59.60.61 (R. 59b)
Refrão: Louvai o Senhor, exaltai-O para
sempre. Repete-se
Obras do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Anjos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Poderes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
ALELUIA Ap 2, 10c
Refrão: Aleluia. Repete-se
Sê fiel até à morte, diz o Senhor,
e dar-te-ei a coroa da vida. Refrão
EVANGELHO Lc 21, 5-11
«Não ficará pedra sobre pedra»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas
ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não
ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre,
quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus
respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu
nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando
ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas
coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de
erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e,
em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes
sinais no céu».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, estes dons sagrados
que nos mandastes oferecer em honra do vosso nome
e fazei que, obedecendo sempre aos vossos mandamentos,
nos tornemos também nós
uma oblação agradável aos vossos olhos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 116, 1-2
Louvai o Senhor, povos de toda a terra,
porque é eterna a sua misericórdia.
Ou Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso e eterno,
não permitais que se separem de Vós
aqueles a quem destes a graça
de participar neste divino sacramento.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS
- Dan 2, 31-45: Ao fazer a interpretação do sonho do rei, Daniel anuncia a
sucessão dos reinos terrenos e a sua destruição até ao aparecimento do reino do
Messias, o qual jamais passará, porque é definitivo e eterno. De novo, a
palavra de Deus, hoje por meio do profeta Daniel, nos revela o mistério da
história, que é algo de muito mais profundo do que a simples enumeração dos
acontecimentos ou até a sua interpretação puramente racional. A história
encerra realmente um mistério: nela se vai revelando o desígnio de Deus sobre o
mundo, que só a própria palavra de Deus nos pode fazer compreender.
Lc 21, 5-11: Jesus anuncia a ruína de Jerusalém, a partir da observação
que alguns fazem, chamando-Lhe a atenção para a beleza do templo. De facto, o
templo e a cidade foram destruídos, pisados pelos pagãos, e o culto de Deus
substituído, pelo menos durante algum tempo, pelo culto de ídolos. É que, antes
de os lugares terem sido profanados, já o coração dos homens o tinha sido.
AGENDA
DO DIA:
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão
21.00
horas; Reunião dos Cursos de Cristandade.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
UM JOVEM DETERMINADO QUE MUDA DE RUMO
Vamos celebrar a Jornada Mundial da Juventude
2021, em comunhão com jovens de todo o mundo. A personagem central da Mensagem
para este dia é Paulo de Tarso, constituído testemunha do que viu e ouviu (cf.
At 26,16). Foi um jovem de causas e corajoso. Manifestara ser um jovem culto,
decidido, disponível, comprometido com o bem e as tradições do seu povo, um
jovem de cara lavada e sonhador. No entanto, de costa voltadas às novidades da
história e às surpresas de Deus, fechou-se na sua verdade, tornou-se sectário e
perseguidor. Neste seu modo de ser e estar, respirando ameaças de morte contra
os cristãos, ofereceu-se generosamente para ir, os perseguir e prender nas
sinagogas de Damasco e os trazer para Jerusalém. Quando para lá se dirigia,
sente-se envolvido por uma luz «mais brilhante do que o Sol» e ouve uma voz que
o chama pelo nome: «Saulo, Saulo!” (cf. At 26,13).
Surpreendido pela estranha luz e voz, cai por
terra e pergunta: «Quem és tu, Senhor?». «Eu sou Jesus a quem tu persegues».
Jesus identifica-se com os cristãos a quem ele perseguia. Paulo “estava
convencido da justeza da sua posição. Mas, quando o Senhor se lhe revela, é
«lançado por terra» e fica cego. De repente, descobre que não é capaz, física e
espiritualmente, de ver. As suas certezas vacilam. No íntimo, sente que aquilo
que o animava com tanta paixão, ou seja, o zelo de eliminar os cristãos, estava
completamente errado. Dá-se conta de não ser o detentor absoluto da verdade;
antes pelo contrário, está bem longe dela. E, juntamente com as suas certezas,
cai também a sua «grandeza». De repente, descobre-se perdido, frágil,
«pequeno». Esta humildade – consciência da própria limitação – é fundamental.
Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades
religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo. Tendo ficado cego, Saulo
perdeu os seus pontos de referência. Ficando sozinho na escuridão, para ele as
únicas coisas claras são a luz que viu e a voz que ouviu. Que paradoxo!
Precisamente quando uma pessoa reconhece estar cega, começa a ver…”.
A sua vida transforma-se completamente.
Reconhece quão longe estava da verdade e quão frágeis eram as suas certezas e
ideais. De inimigo e perseguidor dos cristãos, transforma-se num apaixonado
seguidor de Jesus Cristo. Não se cansa de contar a sua história pessoal do
encontro com Jesus a caminho de Damasco. Lança-se nesta aventura de anunciar a
pessoa e a mensagem de Jesus, sem medo e sem se retrair a sacrifícios e sem
deixar de se enfrentar quem queria fazê-lo calar. E tudo vive com muito mais
empenho que qualquer outro, “muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas
prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte. Cinco
vezes recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui flagelado
com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite
e um dia no alto mar. Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de
salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos
pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte
dos falsos irmãos. Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e
sede, frequentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha
preocupação quotidiana, a solicitude por todas as igrejas! (...). Em Damasco, o
etnarca do rei Aretas mandou guardar a cidade dos damascenos para me prender.
Mas fui descido num cesto, por uma janela, ao longo da muralha, e assim escapei
das suas mãos” (2Cor 11,22-31).
Ao olhar para Paulo, o Papa Francisco,
afirmando que a atitude de Paulo, antes do encontro com Jesus ressuscitado, não
nos é muito estranha, escreve aos jovens a dizer-lhes que “se a escuridão ao
vosso redor e dentro de vós mesmos vos impedir de ver corretamente, correis o
risco de perder-vos em batalhas sem sentido, e até de vos tornardes violentos.
E, infelizmente, as primeiras vítimas sereis vós mesmos e aqueles que estão
mais próximo de vós. Há também o perigo de lutar por causas que, originalmente,
defendem valores justos, mas, levadas ao extremo, tornam-se ideologias
destrutivas. Quantos jovens hoje, talvez impelidos pelas suas próprias
convicções políticas ou religiosas, acabam por se tornar instrumentos de
violência e destruição na vida de muitos! Alguns, que já nasceram rodeados dos
meios digitais, encontram o novo campo de batalha no ambiente virtual e nas
redes sociais, recorrendo sem escrúpulos à arma de falsas notícias para
espalhar venenos e demolir os seus adversários. Quando o Senhor irrompe na vida
de Paulo, não anula a sua personalidade, não cancela o seu zelo e paixão, mas
usa os seus dotes para fazer dele o grande evangelizador até aos confins da
terra”. E acrescenta: “Hoje, o convite de Cristo a Paulo é dirigido a cada um e
cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes ficar por terra a «lamentar-te
com pena de ti mesmo»; há uma missão que te espera! Também tu podes ser
testemunha das obras que Jesus começou a realizar em ti. Por isso, em nome de
Cristo, eu te digo (...), levanta-te e testemunha com alegria que Cristo vive!
Espalha a sua mensagem de amor e salvação entre os teus coetâneos, na escola,
na universidade, no trabalho, no mundo digital, por todo o lado”.
Força, jovem, coragem, o Senhor chama-te pelo
nome, confia em ti. Se reivindicas uma Igreja jovem, a Igreja será jovem quando
tu fores Igreja!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 19-11-2021.
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