PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 10 de novembro de 2021
Quarta-feira da XXXII semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira
da semana XXXII
S. Leão Magno, papa e
doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Sab 6, 1-11; Sal 81 (82), 3-4. 6-7
Ev Lc 17, 11-19
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – Sufrágio pelos congregados,
familiares e benfeitores defuntos.
S. LEÃO MAGNO, papa e doutor da
Igreja
Nota
Histórica:
Nasceu na
Toscana e no ano 440 foi elevado à Cátedra de Pedro, cargo que exerceu como
verdadeiro pastor e pai das almas. Trabalhou intensamente pela integridade da
fé, defendeu com ardor a unidade da Igreja, empenhou se por todos os meios
possíveis em evitar as incursões dos bárbaros ou mitigar os seus efeitos. Por
toda esta atividade extraordinária mereceu com toda a justiça ser apelidado
«Magno». Morreu no ano 461.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Sir 45,
30
O Senhor firmou com ele uma aliança de paz,
fê-lo pastor do seu povo e escolheu-o para ser sacerdote eternamente.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, ao fundar a vossa Igreja sobre a pedra inabalável dos Apóstolos,
prometestes que as forças do mal jamais prevaleceriam contra ela, fazei que,
por intercessão de São Leão Magno, o povo cristão permaneça firme na vossa
verdade e goze sempre da verdadeira paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Sab 6, 1-11
«Escutai, ó reis, e aprendereis a Sabedoria»
Leitura do Livro
da Sabedoria
Escutai, ó reis, e procurai compreender; aprendei, governantes de toda a terra.
Prestai atenção, vós que dominais as multidões e vos orgulhais do número dos
vossos povos: Do Senhor recebestes o poder e do Altíssimo a soberania; Ele
examinará as vossas obras e sondará as vossas intenções. Sendo ministros do seu
reino, não governastes com rectidão, não cumpristes a lei, nem seguistes a
vontade de Deus. Ele virá sobre vós, terrível e repentino, porque julga
severamente os que dominam. Ao mais pequeno perdoa-se por compaixão, mas os
grandes serão examinados com rigor. O Senhor de todos não teme ninguém, nem Se
impressiona com a grandeza. Ele criou o pequeno e o grande e a sua providência
é igual para todos; mas aos poderosos reserva um exame severo. É a vós,
soberanos, que se dirigem as minhas palavras, a fim de aprenderdes a Sabedoria
e não cairdes em falta. Porque os que santamente tiverem guardado as leis
santas serão declarados santos e os que nelas se tiverem instruído encontrarão
segura defesa. Procurai ouvir as minhas palavras desejai-as ardentemente e
sereis instruídos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 81 (82), 3-4.6-7 (R. 8a)
Refrão: Levantai-Vos, Senhor, e julgai a terra. Repete-se
Defendei o órfão e o desprotegido,
fazei justiça ao humilde e ao pobre.
Salvai o oprimido e o indigente,
libertai-o das mãos dos ímpios. Refrão
O Senhor disse: «Vós sois deuses,
todos vós sois filhos do Altíssimo.
Mas, como homens, morrereis,
como os príncipes, todos vós sucumbireis». Refrão
ALELUIA cf.1 Tes 5, 18
Refrão: Aleluia. Repete-se
Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,
porque esta é a sua vontade a vosso respeito
em Cristo Jesus. Refrão
EVANGELHO Lc 17, 11-19
«Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus
senão este estrangeiro»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a
Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos.
Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão
de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E
sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado,
voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra
aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a
palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros
nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este
estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te
salvou».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, as ofertas que Vos apresentamos e iluminai a Igreja com a
vossa luz, para que o vosso rebanho cresça em toda a terra e os seus pastores,
por Vós conduzidos, sejam agradáveis a vossos olhos. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 10, 11
O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guardai com bondade, Senhor, a vossa Igreja que alimentastes nesta mesa santa,
para que, dirigida pela vossa mão poderosa, cresça em perfeita liberdade e
permaneça firme na integridade da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Sab 6, 1-11: A
Sabedoria é dom necessário sobretudo aos que governam, aos que têm poder sobre
os outros. Só a sabedoria de Deus pode ensinar que é de Deus que vem todo o
poder de governar e só ela pode levar o homem a compreender que quem está
constituído em autoridade precisa, ainda mais do que os outros, da luz e do
auxílio do Senhor.
Lc 17, 11-19: A
fé leva a aceitar o poder e a bondade de Deus, manifestada em Jesus Cristo. Mas
esta aceitação não pode ficar-se em atitude puramente intelectual, fria, que
não chegaria a ser humana. A fé autêntica leva à caridade, a única que dá vida
às atitudes verdadeiramente cristãs. A caridade informa a vida toda e inspira
logo o louvor e a ação de graças, que são a expressão mais pura da oração.
AGENDA
DO DIA:
17.00 horas: Missa em Gáfete
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Tolosa.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
AS ALMINHAS
– UM PATRIMÓNIO A NÃO ESQUECER
Estamos em novembro, um mês que a tradição cristã dedica,
de forma muito especial, a uma mais viva comunhão com os que partiram. Hoje vou
tornar presente um património interessante, fruto dessa devoção do povo. As
pessoas dedicadas à investigação sempre querem saber qual a sua origem. Assim,
aventam-se várias hipóteses acerca das origens mais remotas das Alminhas que
salpicam grande parte do nosso território, não só, mas sobretudo a norte do
país. Embora todas as hipóteses sejam plausíveis e sejam de trazer à baila, o
seu adn não dá certezas, como é evidente. São hipóteses, embora, algumas dessas
hipóteses, possam ter ou tenham como fundamento o sentimento religioso que o
homem sempre teve e é incapaz de apagar dentro de si.
Deixando essas questões bem pertinentes para quem
gosta de investigar, há quem afirme que as Alminhas são uma criação bem
portuguesa. A sua multiplicação, bem como a multiplicação das Confrarias das
Almas e dos altares das almas em igrejas, deu-se sobretudo a partir do Concílio
de Trento. A Igreja crê e ensina que os eleitos são purificados das
consequências pessoais de todas as suas culpas antes de serem acolhidos
definitivamente na intimidade de Deus. A esse estado de purificação é que a
Igreja chama Purgatório. E a nós, os vivos, é-nos pedido o sentimento de
gratidão, de caridade e de justiça, de rezar pelos fiéis defuntos para que Deus
tenha misericórdia deles, os purifique na sua caridade e os introduza no seu
Reino de luz e vida.
A piedade popular, que, como sabemos, é “caraterizada
por uma grande variedade e riqueza de expressões corporais, gestuais e
simbólicas”, logo se manifestou também “muito atenta à memória dos defuntos e
solícita em sufragá-los com orações”. Expressões dessa forma de fazer memória e
de convidar à oração de sufrágio são, de facto, as Alminhas, que, embora aqui
ou ali estejam esquecidas e a perderem-se - o que é pena! -, constituem um
verdadeiro património de religiosidade popular, quer construídas por iniciativa
das comunidades cristãs locais quer pela devoção e imaginação de particulares.
Regra geral mostram-se em sítios de passagem para serem vistas e cumprirem a
sua função: levar os vivos a encontrarem-se com Deus e a rezar pelas benditas
almas do Purgatório, sem esquecerem que também são peregrinos a caminho dessa
eternidade em Deus.
E quem, do norte, não guarda essa feliz memória das
Alminhas, com flores ou sem flores, altaneiras ou encrustadas em paredes, no
meio de lugares ou nas encruzilhadas de caminhos, com lampadário ou vela acesa,
ou não, com figuras em painel de azulejos, em pequenos retábulos ou telas, mais
rústicas ou mais sofisticadas, mas sempre a lembrar ao transeunte a necessidade
delas se lembrar e por elas rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria ou o que a sua
devoção lhe pudesse ditar? E quem não conserva na memória aquela pessoa que
sempre parava para rezar, a outra que ao passar tirava a boina ou o chapéu, a
outra que fazia uma pausa, uma vénia ou até uma genuflexão? E aquela outra que
as cuidava como se de catedrais populares se tratasse e ficava triste como a
noite quando os amigos do alheio as arrombavam, profanavam e roubavam? E quem,
sendo criança e tudo isto presenciava e vivia, não assimilava a mensagem que
estas pessoas faziam passar com testemunho tão simples quão significativo?!...
Em paróquias por onde passei a paroquiar, havia
Alminhas e muita devoção às Almas do Purgatório promovida pelas respetivas
Confrarias, sendo uma boa oportunidade para congregar e evangelizar. Não raro,
porém, perante algumas incoerências no modo de estar e viver, embora seja um
santo e salutar pensamento rezar pelos mortos para que sejam perdoados de seus
pecados, havia necessidade de alertar para que não se reduzisse a vivência da
fé e a pertença à Igreja apenas a rezar pelos mortos, andando aos encontrões
aos vivos!...
Hoje digo o mesmo! Encontramos gente que só participa
na Eucaristia, mesmo ao Domingo, quando a intenção é rezar pelos mortos.
Sobretudo pelos seus mortos. E tantas vezes se esquece de rezar pelos vivos,
pelos seus inclusive. Não se sentem motivados para ajudar os seus a viverem
cristãmente, antes pelo contrário, desajudam-se mutuamente e faz-se da Igreja
uma espécie de instância fúnebre de encomendação das almas. Dá a impressão que
estão à espera que os seus familiares morram para depois rezar por eles.
Enquanto podem e devem fazer alguma coisa para os ajudar à conversão, a viver e
a morrer cristãmente, nada ou pouco fazem. Embora compreenda alguns argumentos,
até me parece pouco pedagógico a marcação de muitas intenções nas missas ao
Domingo só para ter mais gente nas igrejas...
A par das Alminhas, há outros pequenos nichos a quem,
por vezes, até se dá também o nome de Alminhas, embora tenham como titular um
Santo. São nichos, edículas, capelinhas em honra do Coração de Jesus, de Nossa
Senhora ou de Santos, são cruzeiros, são estações da Via Sacra, são quadros dos
Passos do Senhor, são padrões....
Muitas paróquias zelam muito bem este património,
cuidam-no e promovem o seu verdadeiro sentido e valor cristão.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 5-11-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário