terça-feira, 9 de novembro de 2021

 

PARÓQUIAS DE NISA 

 

Quarta, 10 de novembro de 2021

 

Quarta-feira da XXXII semana do tempo comum

 

 

LITURGIA

 

 

Quarta-feira da semana XXXII

 

S. Leão Magno, papa e doutor da Igreja – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Sab 6, 1-11; Sal 81 (82), 3-4. 6-7
Ev Lc 17, 11-19

* Na Congregação do Santíssimo Redentor – Sufrágio pelos congregados, familiares e benfeitores defuntos.

 

S. LEÃO MAGNO, papa e doutor da Igreja

 

Nota Histórica:

Nasceu na Toscana e no ano 440 foi elevado à Cátedra de Pedro, cargo que exerceu como verdadeiro pastor e pai das almas. Trabalhou intensamente pela integridade da fé, defendeu com ardor a unidade da Igreja, empenhou se por todos os meios possíveis em evitar as incursões dos bárbaros ou mitigar os seus efeitos. Por toda esta atividade extraordinária mereceu com toda a justiça ser apelidado «Magno». Morreu no ano 461.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Sir 45, 30
O Senhor firmou com ele uma aliança de paz,
fê-lo pastor do seu povo e escolheu-o para ser sacerdote eternamente.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que, ao fundar a vossa Igreja sobre a pedra inabalável dos Apóstolos, prometestes que as forças do mal jamais prevaleceriam contra ela, fazei que, por intercessão de São Leão Magno, o povo cristão permaneça firme na vossa verdade e goze sempre da verdadeira paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos ímpares) Sab 6, 1-11
«Escutai, ó reis, e aprendereis a Sabedoria»


Leitura do Livro da Sabedoria


Escutai, ó reis, e procurai compreender; aprendei, governantes de toda a terra. Prestai atenção, vós que dominais as multidões e vos orgulhais do número dos vossos povos: Do Senhor recebestes o poder e do Altíssimo a soberania; Ele examinará as vossas obras e sondará as vossas intenções. Sendo ministros do seu reino, não governastes com rectidão, não cumpristes a lei, nem seguistes a vontade de Deus. Ele virá sobre vós, terrível e repentino, porque julga severamente os que dominam. Ao mais pequeno perdoa-se por compaixão, mas os grandes serão examinados com rigor. O Senhor de todos não teme ninguém, nem Se impressiona com a grandeza. Ele criou o pequeno e o grande e a sua providência é igual para todos; mas aos poderosos reserva um exame severo. É a vós, soberanos, que se dirigem as minhas palavras, a fim de aprenderdes a Sabedoria e não cairdes em falta. Porque os que santamente tiverem guardado as leis santas serão declarados santos e os que nelas se tiverem instruído encontrarão segura defesa. Procurai ouvir as minhas palavras desejai-as ardentemente e sereis instruídos.


Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 81 (82), 3-4.6-7 (R. 8a)
Refrão: Levantai-Vos, Senhor, e julgai a terra.
Repete-se

Defendei o órfão e o desprotegido,
fazei justiça ao humilde e ao pobre.
Salvai o oprimido e o indigente,
libertai-o das mãos dos ímpios. Refrão

O Senhor disse: «Vós sois deuses,
todos vós sois filhos do Altíssimo.
Mas, como homens, morrereis,
como os príncipes, todos vós sucumbireis». Refrão

ALELUIA cf.1 Tes 5, 18
Refrão: Aleluia. Repete-se
Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,
porque esta é a sua vontade a vosso respeito
em Cristo Jesus. Refrão

EVANGELHO Lc 17, 11-19
«Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus
senão este estrangeiro»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».


Palavra da salvação.

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, as ofertas que Vos apresentamos e iluminai a Igreja com a vossa luz, para que o vosso rebanho cresça em toda a terra e os seus pastores, por Vós conduzidos, sejam agradáveis a vossos olhos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 10, 11
O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas, diz o Senhor.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guardai com bondade, Senhor, a vossa Igreja que alimentastes nesta mesa santa, para que, dirigida pela vossa mão poderosa, cresça em perfeita liberdade e permaneça firme na integridade da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

 

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

LEITURAS: Sab 6, 1-11: A Sabedoria é dom necessário sobretudo aos que governam, aos que têm poder sobre os outros. Só a sabedoria de Deus pode ensinar que é de Deus que vem todo o poder de governar e só ela pode levar o homem a compreender que quem está constituído em autoridade precisa, ainda mais do que os outros, da luz e do auxílio do Senhor.

 

Lc 17, 11-19: A fé leva a aceitar o poder e a bondade de Deus, manifestada em Jesus Cristo. Mas esta aceitação não pode ficar-se em atitude puramente intelectual, fria, que não chegaria a ser humana. A fé autêntica leva à caridade, a única que dá vida às atitudes verdadeiramente cristãs. A caridade informa a vida toda e inspira logo o louvor e a ação de graças, que são a expressão mais pura da oração.

 

 

AGENDA DO DIA:

 

 

17.00 horas: Missa em Gáfete

18.00 horas: Missa em Nisa

18.00 horas: Missa em Tolosa. 

 

 

PENSAMENTO DO DIA

 

 

«Buscai primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»

São João XXIII

 

A VOZ DO PASTOR

 

 

AS ALMINHAS – UM PATRIMÓNIO A NÃO ESQUECER

 

Estamos em novembro, um mês que a tradição cristã dedica, de forma muito especial, a uma mais viva comunhão com os que partiram. Hoje vou tornar presente um património interessante, fruto dessa devoção do povo. As pessoas dedicadas à investigação sempre querem saber qual a sua origem. Assim, aventam-se várias hipóteses acerca das origens mais remotas das Alminhas que salpicam grande parte do nosso território, não só, mas sobretudo a norte do país. Embora todas as hipóteses sejam plausíveis e sejam de trazer à baila, o seu adn não dá certezas, como é evidente. São hipóteses, embora, algumas dessas hipóteses, possam ter ou tenham como fundamento o sentimento religioso que o homem sempre teve e é incapaz de apagar dentro de si.

Deixando essas questões bem pertinentes para quem gosta de investigar, há quem afirme que as Alminhas são uma criação bem portuguesa. A sua multiplicação, bem como a multiplicação das Confrarias das Almas e dos altares das almas em igrejas, deu-se sobretudo a partir do Concílio de Trento. A Igreja crê e ensina que os eleitos são purificados das consequências pessoais de todas as suas culpas antes de serem acolhidos definitivamente na intimidade de Deus. A esse estado de purificação é que a Igreja chama Purgatório. E a nós, os vivos, é-nos pedido o sentimento de gratidão, de caridade e de justiça, de rezar pelos fiéis defuntos para que Deus tenha misericórdia deles, os purifique na sua caridade e os introduza no seu Reino de luz e vida.

A piedade popular, que, como sabemos, é “caraterizada por uma grande variedade e riqueza de expressões corporais, gestuais e simbólicas”, logo se manifestou também “muito atenta à memória dos defuntos e solícita em sufragá-los com orações”. Expressões dessa forma de fazer memória e de convidar à oração de sufrágio são, de facto, as Alminhas, que, embora aqui ou ali estejam esquecidas e a perderem-se - o que é pena! -, constituem um verdadeiro património de religiosidade popular, quer construídas por iniciativa das comunidades cristãs locais quer pela devoção e imaginação de particulares. Regra geral mostram-se em sítios de passagem para serem vistas e cumprirem a sua função: levar os vivos a encontrarem-se com Deus e a rezar pelas benditas almas do Purgatório, sem esquecerem que também são peregrinos a caminho dessa eternidade em Deus.

E quem, do norte, não guarda essa feliz memória das Alminhas, com flores ou sem flores, altaneiras ou encrustadas em paredes, no meio de lugares ou nas encruzilhadas de caminhos, com lampadário ou vela acesa, ou não, com figuras em painel de azulejos, em pequenos retábulos ou telas, mais rústicas ou mais sofisticadas, mas sempre a lembrar ao transeunte a necessidade delas se lembrar e por elas rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria ou o que a sua devoção lhe pudesse ditar? E quem não conserva na memória aquela pessoa que sempre parava para rezar, a outra que ao passar tirava a boina ou o chapéu, a outra que fazia uma pausa, uma vénia ou até uma genuflexão? E aquela outra que as cuidava como se de catedrais populares se tratasse e ficava triste como a noite quando os amigos do alheio as arrombavam, profanavam e roubavam? E quem, sendo criança e tudo isto presenciava e vivia, não assimilava a mensagem que estas pessoas faziam passar com testemunho tão simples quão significativo?!...

Em paróquias por onde passei a paroquiar, havia Alminhas e muita devoção às Almas do Purgatório promovida pelas respetivas Confrarias, sendo uma boa oportunidade para congregar e evangelizar. Não raro, porém, perante algumas incoerências no modo de estar e viver, embora seja um santo e salutar pensamento rezar pelos mortos para que sejam perdoados de seus pecados, havia necessidade de alertar para que não se reduzisse a vivência da fé e a pertença à Igreja apenas a rezar pelos mortos, andando aos encontrões aos vivos!...

Hoje digo o mesmo! Encontramos gente que só participa na Eucaristia, mesmo ao Domingo, quando a intenção é rezar pelos mortos. Sobretudo pelos seus mortos. E tantas vezes se esquece de rezar pelos vivos, pelos seus inclusive. Não se sentem motivados para ajudar os seus a viverem cristãmente, antes pelo contrário, desajudam-se mutuamente e faz-se da Igreja uma espécie de instância fúnebre de encomendação das almas. Dá a impressão que estão à espera que os seus familiares morram para depois rezar por eles. Enquanto podem e devem fazer alguma coisa para os ajudar à conversão, a viver e a morrer cristãmente, nada ou pouco fazem. Embora compreenda alguns argumentos, até me parece pouco pedagógico a marcação de muitas intenções nas missas ao Domingo só para ter mais gente nas igrejas...

A par das Alminhas, há outros pequenos nichos a quem, por vezes, até se dá também o nome de Alminhas, embora tenham como titular um Santo. São nichos, edículas, capelinhas em honra do Coração de Jesus, de Nossa Senhora ou de Santos, são cruzeiros, são estações da Via Sacra, são quadros dos Passos do Senhor, são padrões....

Muitas paróquias zelam muito bem este património, cuidam-no e promovem o seu verdadeiro sentido e valor cristão.

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 5-11-2021.

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