PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 18 de novembro de 2021
Quinta-feira da XXXIII semana do tempo comum
LITURGIA
Quinta-feira da semana XXXIII
Dedicação das Basílicas de S. Pedro e de S. Paulo, Apóstolos – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
L 1 1 Mac 2, 15-29; Sal 49 (50), 1-2. 5-6. 14-15
Ev Lc 19, 41-44
ou
L 1 At 28, 11-16. 30-31 (própria); Sal 97, 1. 2-3ab. 3cd-4. 5-6
Ev Mt 14, 22-33 (própria)
* Na Ordem Franciscana (II Ordem) – B. Salomé de Cracóvia, virgem, da II Ordem
– MF
* Na Ordem da Visitação de Santa Maria – B. Gabriela e Companheiras, virgens e
mártires – MO
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Jer 29,
11.12.14
Os meus pensamentos são de paz
e não de desgraça, diz o Senhor.
Invocar-Me-eis e atenderei o vosso clamor,
e farei regressar os vossos cativos de todos os lugares da terra.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça
de encontrar sempre a alegria no vosso serviço,
porque é uma felicidade duradoira e profunda
ser fiel ao autor de todos os bens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) 1 Mac 2, 15-29
«Seguiremos a aliança dos nossos pais»
Leitura do
Primeiro Livro dos Macabeus
Naqueles dias, os enviados do rei Antíoco, encarregados de impor a apostasia,
vieram à cidade de Modin para organizar sacrifícios. Muitos israelitas
obedeceram-lhes, mas Matatias e seus filhos ficaram reunidos à parte. Os
enviados do rei dirigiram-se a Matatias e disseram-lhe: «Tu és um homem
importante e ilustre nesta cidade e tens o apoio dos teus filhos e dos teus
irmãos. Sê também o primeiro a cumprir o decreto do rei, como já fizeram todas
as nações, os homens de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Assim tu e os teus
filhos sereis contados entre os amigos do rei e enriquecidos com prata, ouro e
muitos presentes». Matatias respondeu em alta voz: «Ainda que todos os povos do
império do rei lhe obedeçam, abandonando o culto dos seus pais e cumprindo as
vossas ordens, eu, os meus filhos e os meus irmãos seguiremos a aliança dos
nossos pais. Deus nos livre de abandonar a Lei e os seus preceitos. Não
acataremos as ordens do rei, desviando-nos do nosso culto, quer para a direita
quer para a esquerda». Quando ele acabou de falar, aproximou-se um judeu à
vista de todos, para oferecer um sacrifício no altar de Modin, segundo o
decreto real. À vista dele, Matatias inflamou-se de zelo, estremeceu-lhe o
coração e, num impulso de justa ira, lançou- se sobre ele e degolou-o sobre o
altar. Em seguida matou o enviado do rei, que obrigava a oferecer sacrifícios,
e demoliu o altar. Assim mostrou o seu zelo pela Lei, tal como fizera Fineias a
Zambri, filho de Salu. Depois Matatias percorreu a cidade, dizendo em altas
vozes: «Todo aquele que sentir zelo pela Lei e quiser manter a aliança
siga-me». Então ele e os seus filhos fugiram para os montes, deixando tudo
quanto possuiam na cidade. Muitos israelitas, que amavam a justiça e o direito,
desceram ao deserto e aí se estabeleceram.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 49 (50), 1-2.5-6.14-15 (R. 23b)
Refrão: A quem segue o caminho recto
darei a salvação de Deus. Repete-se
Falou o Senhor, Deus soberano,
e convocou a terra, do Oriente ao Ocidente.
De Sião, cheia de beleza, Deus refulgiu,
o nosso Deus vem e não Se calará. Refrão
«Reuni os meus fiéis,
que selaram a minha aliança com um sacrifício».
Os céus proclamam a sua justiça:
o próprio Deus vem julgar. Refrão
Oferece a Deus sacrifícios de louvor
e cumpre os votos feitos ao Altíssimo.
Invoca-Me no dia da tribulação:
Eu te livrarei e tu Me darás glória». Refrão
ALELUIA cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão
EVANGELHO Lc 19, 41-44
«Se conhecesses o que te pode dar a paz!»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou
sobre ela e disse: «Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas
não. Está escondido a teus olhos. Dias virão para ti, em que os teus inimigos
te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados. Esmagar-te-ão a ti
e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres
reconhecido o tempo em que foste visitada».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor,
que os dons oferecidos para glória do vosso nome
nos obtenham a graça de Vos servirmos fielmente
e nos alcancem a posse da felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 72, 28
A minha alegria é estar junto de Deus,
buscar no Senhor o meu refúgio.
Ou Mc 11, 23.24
Tudo o que pedirdes na oração
vos será concedido, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados,
humildemente Vos pedimos, Senhor:
o sacramento que o vosso Filho
nos mandou celebrar em sua memória
aumente sempre a nossa caridade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: 1 Mac 2, 15-29: A
revolta dos judeus contra os governantes estrangeiros pagãos, que tentavam
obrigá-los a renunciar à sua fé, começa com a resistência de Matatias. É ele
outro magnífico exemplo de fidelidade à lei de Deus. Matatias, o pai dos irmãos
Macabeus, levanta o grito de revolta contra esses perseguidores do seu povo e
assim dá novo vigor aos seus compatriotas, despertando neles o zelo e o amor
pela Lei do Senhor. Só gente de fé consegue despertar a fé.
Lc 19, 41-44: Depois de ter sido
aclamado pelo povo aquando da sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus chora
sobre a cidade, que, apesar de O ter aclamado, não entendia a sua mensagem de
paz! A cidade que Lhe abriu as portas para o triunfo do dia dos Ramos não teve
fé para Lhe abrir o coração! Jerusalém não soube acolher a visita de
misericórdia que lhe era feita em Jesus. Sofrerá então a visita de punição, com
as terríveis consequências, que, apesar de serem sempre graças, serão sentidas
como desgraças.
AGENDA
DO DIA:
18.00
horas: Missa em Nisa
21.00
horas: Adoração ao Santíssimo
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
NOVAS ARMADILHAS DA MISÉRIA E DA EXCLUSÃO
A pobreza e a exclusão social em Portugal têm
muitos e variados rostos, desde a falta de recursos e de rendimentos para uma
subsistência digna e sustentável, até ao não acesso a serviços básicos e à não
participação em tomada de decisões. Uma coisa, porém, os pobres têm, além de
outras, e ninguém lha pode tirar: é a dignidade de filhos de Deus. A Agenda
global 2030 promete acabar com a pobreza em todas as suas vertentes sem
esquecer quem quer que seja. Tal tarefa reclama verdadeiro sentido do bem
comum, com pressa, competência, coragem e políticas acertivas em todos os
setores da atividade humana.
Neste V Dia Mundial dos Pobres, o Papa, como
sempre, não fala só para dentro da Igreja, fala para todas as pessoas de boa
vontade e para quem tem a responsabilidade de promover o bem comum dos povos.
Abordar a pobreza de forma nova e diferente é, segundo Francisco, “um desafio
que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo
social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem
o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são
colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio
conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política
social. Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não passamos
de incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se
pelas estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário”. E até
parece “ganhar terreno a conceção segundo a qual os pobres não só são
responsáveis pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para
um sistema económico que coloca no centro o interesse dalgumas categorias
privilegiadas. Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria
condições desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições
precárias. Deste modo assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da
miséria e da exclusão, produzidas por agentes económicos e financeiros sem
escrúpulos, desprovidos de sentido humanitário e responsabilidade social”.
Francisco não deixa de acentuar a necessidade
de processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, e a
complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um
recurso comum de participação. “Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser
curadas pela riqueza dos «pobres», bastando para isso encontrarem-se e
conhecerem-se. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si na reciprocidade.
Os pobres não podem ser aqueles que apenas recebem; devem ser colocados em
condição de poderem dar, porque sabem bem como corresponder. Quantos exemplos
de partilha diante dos nossos olhos! Os pobres ensinam-nos frequentemente a
solidariedade e a partilha”.
A afirmação que São Marcos coloca na boca de
Jesus: “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), serviu de mote a Francisco
para o desenvolvimento do tema deste ano. Judas, indignado, achou um
desperdício escandaloso o derrame dum vaso de perfume caro que uma mulher
derramara sobre a cabeça de Jesus. Ripostou que melhor seria vendê-lo e dar o
dinheiro aos pobres. Não porque fosse amigo dos pobres, mas porque, encarregado
de guardar o dinheiro que davam para os pobres, o tirava para uso próprio. E o Papa
torna presente a afirmação de Orígenes: “Se, agora, ainda houver alguém que tem
a bolsa da Igreja e fala a favor dos pobres como Judas, mas depois tira o que
metem lá dentro, então tenha parte juntamente com Judas”.
Quem mais pobre do que aquele que é perseguido,
preso, torturado e condenado à morte pela prepotência e injustiça do poder, sem
qualquer razão para o fazer, a não ser a sua própria razão, isto é, a razão sem
razão de se sentir incomodado pela palavra e presença dos pobres que reclamam
atenção e justiça?
Próximo da morte, Jesus elogia o gesto
daquela mulher. Ao fazê-lo, Jesus vem-nos recordar ”que Ele é o primeiro pobre,
o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome
dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho
de Deus aceita o gesto daquela mulher. Esta, com a sua sensibilidade feminina,
demonstra ser a única que compreendeu o estado de espírito do Senhor. Esta
mulher anónima – talvez por isso destinada a representar todo o universo
feminino que, no decurso dos séculos, não terá voz e sofrerá violências –,
inaugura a significativa presença de mulheres que participam no momento
culminante da vida de Cristo: a sua crucifixão, morte e sepultura e a sua
aparição como Ressuscitado. As mulheres, tantas vezes discriminadas e mantidas
ao largo dos postos de responsabilidade, nas páginas do Evangelho são, pelo
contrário, protagonistas na história da revelação. E é eloquente a frase
conclusiva de Jesus, que associa esta mulher à grande missão evangelizadora:
«Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o
Evangelho, há de contar-se também, em sua memória, o que ela fez» (Mc 14, 9).
Jesus pobre está do lado dos pobres, partilha
a mesma sorte, identifica-se com eles, é o rosto deles. A presença dos pobres
“não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa
partilha de vida que não prevê delegações”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 12-11-2021.
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