PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 24 de novembro de 2021
Quarta-feira da XXXIV semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira
da semana XXXIV
SS.
André Dung-Lac, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Dan 5, 1-6. 13-14. 16-17. 23-28; Sal Dan 3,62.63.64.65.66.67
Ev Lc 21, 12-19
* Na Diocese de Vila Real – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé
– SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA
* Na Ordem Beneditina – S. Columbano, abade – MF
* Na Ordem Franciscana – Comemoração de todos os defuntos da Ordem Franciscana.
* Na Ordem de São Domingos – Ss. Inácio Delgado, bispo, Vicente Liem,
presbítero, Domingos Na-Kham, leigo, e Companheiros, mártires do Vietname – MO
SS. ANDRÉ DUNG-LAC,
presbítero, e Companheiros, mártires
Nota Histórica
Nas regiões do Extremo
Oriente, antigamente chamadas Tonquim, Annam e Cochinchina, agora integradas na
república do Vietnam, foi anunciado o Evangelho desde o séc. XVI, por
intermédio de numerosos missionários, que ali fizeram florescer uma fervorosa
cristandade.
Entre os séculos XVII e XIX, frequentes perseguições se levantaram contra os
cristãos, apenas intercaladas por breves períodos de paz e tolerância, e uma
incalculável multidão de mártires deu o supremo testemunho da fé com o
derramamento do seu sangue com os mais diversos géneros de suplícios.
Entre eles contam se os 117 mártires – 21 missionários europeus e 96
vietnamitas (37 sacerdotes e 59 leigos) – que foram canonizados por João Paulo
II a 19 de Julho de 1988.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Gal 6, 14a; 1
Cor 1, 18
Toda a nossa glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. A palavra da
cruz é poder de Deus para nós que fomos salvos.
ORAÇÃO COLECTA
Deus, fonte e origem de toda a paternidade, que fortalecestes os mártires Santo
André e seus Companheiros na fidelidade à cruz do vosso Filho até ao
derramamento de sangue, concedei-nos, por sua intercessão, que, manifestando o
vosso amor aos homens nossos irmãos, possamos chamar-nos e ser realmente vossos
filhos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Dan 5, 1-6.13-14.16-17.23-28
«Apareceram dedos de mão humana e escreveram»
Leitura da
Profecia de Daniel
Naqueles dias, o rei Baltasar ofereceu um grande banquete a um milhar dos seus
dignitários, na presença dos quais bebeu vinho. Sob a ação do vinho, Baltasar
mandou buscar os vasos de ouro e de prata que seu pai, Nabucodonosor, tinha
tirado do templo de Jerusalém, para beberem por eles o rei, os seus
dignitários, as suas mulheres e as suas concubinas. Trouxeram então os vasos de
ouro que tinham sido tirados do templo de Deus, em Jerusalém, e beberam por
eles o rei, os seus dignitários, as suas mulheres e as suas concubinas. Beberam
vinho e entoavam louvores aos seus deuses de ouro e de prata, de bronze e de
ferro, de madeira e de pedra. De repente, apareceram dedos de mão humana, que
escreveram em frente do candelabro, na cal da parede do palácio real. Ao ver
essa mão que escrevia, o rei mudou de cor e os seus pensamentos perturbaram-no;
cederam as articulações dos seus quadris e os joelhos batiam um contra o outro.
Daniel foi introduzido à presença do rei e o rei dirigiu-lhe estas palavras:
«És tu Daniel, um dos exilados de Judá, que o rei meu pai trouxe de Judá para
aqui? Ouvi dizer que está em ti o espírito divino e que tens uma luz, uma
inteligência e uma sabedoria superiores. Ouvi dizer também que podes interpretar
e decifrar os enigmas. Se conseguires ler esta escrita e dar-me a sua
interpretação, vestir-te-ás de púrpura, trarás ao pescoço o colar de ouro e
serás o terceiro no governo do reino». Então Daniel tomou a palavra e disse ao
rei: «Podes ficar com os teus dons e dar a outros os teus presentes. Contudo,
vou ler ao rei essa escrita e dar a sua interpretação. Foi contra o Senhor do
Céu que te ergueste, ao mandares buscar os vasos do seu templo, pelos quais
bebeste vinho, com os teus dignitários, as tuas mulheres e as tuas concubinas.
E entoaste louvores aos deuses de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de
madeira e de pedra, que não ouvem, não vêem nem entendem, mas não glorificaste
o Deus que domina a tua respiração e dirige os teus caminhos. Por isso Ele enviou
aquela mão que escreveu essas palavras. Eis a escrita que foi traçada: ‘Mené,
Téquel, Parsin’: e esta é a sua interpretação: ‘Mené’, quer dizer, ‘Contado’:
Deus contou o tempo do teu reinado e pôs-lhe termo; ‘Téquel’, quer dizer,
‘Pesado’: foste pesado na balança e achado sem peso; ‘Parsin’, quer dizer,
‘Dividido’: o teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Dan 3, 62.63.64.65.66.67 (R. 59b)
Refrão: Louvai o Senhor, exaltai-O para
sempre. Repete-se
Sol e lua, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Estrelas do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Todos os ventos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Fogo e calor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
Frio e geada, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre. Refrão
ALELUIA Ap 2, 10c
Refrão: Aleluia. Repete-se
Sê fiel até à morte, diz o Senhor,
e dar-te-ei a coroa da vida. Refrão
EVANGELHO Lc 21, 12-19
« Todos vos odiarão por causa do meu
nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão-de
perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à
presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de
dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a
vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos
adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos
pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos
odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Pai santo, os dons que Vos oferecemos, ao celebrar a memória dos
santos mártires vietnamitas, para que, em todas as adversidades da vida,
permaneçamos sempre fiéis no vosso amor e sejamos uma oblação agradável a
vossos olhos.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 5, 10
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais com o mesmo pão, ao celebrarmos a memória dos santos
mártires, fazei que, permanecendo sempre unidos no vosso amor, mereçamos
alcançar o prémio eterno prometido aos que sofrem pela fé. Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Dan 5,
1-6.13-14.16-17.23-28: A estranha aparição, que Daniel vai
interpretar para o rei, revela a justiça de Deus, que não deixa impune a ação
sacrílega da profanação do templo, anuncia o fim do império caldeu e manifesta
Deus como o Senhor da história dos homens.
Lc 21, 12-19: A
destruição do templo e da cidade será acompanhada da perseguição. O que
aconteceu aos habitantes de Jerusalém, como é descrito nesta leitura,
repetiu-se, algum tempo depois, em todo o império romano. Nesta passagem
anuncia-se um fim, fim que o foi para os perseguidores, não para os
perseguidos, que, a esses, o Nome do Senhor por quem sofriam os salvou. Deste
modo, o fim deste tempo litúrgico, que nos recorda o fim dos tempos,
anuncia-nos a vitória pascal do Senhor, que, depois de crucificado, ressuscitou
e vive para sempre.
AGENDA
DO DIA:
17.00
horas: Missa em Gáfete
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Tolosa.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
UM JOVEM DETERMINADO QUE MUDA DE RUMO
Vamos celebrar a Jornada Mundial da Juventude
2021, em comunhão com jovens de todo o mundo. A personagem central da Mensagem
para este dia é Paulo de Tarso, constituído testemunha do que viu e ouviu (cf.
At 26,16). Foi um jovem de causas e corajoso. Manifestara ser um jovem culto,
decidido, disponível, comprometido com o bem e as tradições do seu povo, um
jovem de cara lavada e sonhador. No entanto, de costa voltadas às novidades da
história e às surpresas de Deus, fechou-se na sua verdade, tornou-se sectário e
perseguidor. Neste seu modo de ser e estar, respirando ameaças de morte contra
os cristãos, ofereceu-se generosamente para ir, os perseguir e prender nas
sinagogas de Damasco e os trazer para Jerusalém. Quando para lá se dirigia,
sente-se envolvido por uma luz «mais brilhante do que o Sol» e ouve uma voz que
o chama pelo nome: «Saulo, Saulo!” (cf. At 26,13).
Surpreendido pela estranha luz e voz, cai por
terra e pergunta: «Quem és tu, Senhor?». «Eu sou Jesus a quem tu persegues».
Jesus identifica-se com os cristãos a quem ele perseguia. Paulo “estava
convencido da justeza da sua posição. Mas, quando o Senhor se lhe revela, é
«lançado por terra» e fica cego. De repente, descobre que não é capaz, física e
espiritualmente, de ver. As suas certezas vacilam. No íntimo, sente que aquilo
que o animava com tanta paixão, ou seja, o zelo de eliminar os cristãos, estava
completamente errado. Dá-se conta de não ser o detentor absoluto da verdade;
antes pelo contrário, está bem longe dela. E, juntamente com as suas certezas,
cai também a sua «grandeza». De repente, descobre-se perdido, frágil,
«pequeno». Esta humildade – consciência da própria limitação – é fundamental.
Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades
religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo. Tendo ficado cego, Saulo
perdeu os seus pontos de referência. Ficando sozinho na escuridão, para ele as
únicas coisas claras são a luz que viu e a voz que ouviu. Que paradoxo!
Precisamente quando uma pessoa reconhece estar cega, começa a ver…”.
A sua vida transforma-se completamente.
Reconhece quão longe estava da verdade e quão frágeis eram as suas certezas e
ideais. De inimigo e perseguidor dos cristãos, transforma-se num apaixonado
seguidor de Jesus Cristo. Não se cansa de contar a sua história pessoal do
encontro com Jesus a caminho de Damasco. Lança-se nesta aventura de anunciar a
pessoa e a mensagem de Jesus, sem medo e sem se retrair a sacrifícios e sem
deixar de se enfrentar quem queria fazê-lo calar. E tudo vive com muito mais
empenho que qualquer outro, “muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas
prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte. Cinco
vezes recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui flagelado
com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite
e um dia no alto mar. Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de
salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos
pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte
dos falsos irmãos. Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e
sede, frequentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha
preocupação quotidiana, a solicitude por todas as igrejas! (...). Em Damasco, o
etnarca do rei Aretas mandou guardar a cidade dos damascenos para me prender.
Mas fui descido num cesto, por uma janela, ao longo da muralha, e assim escapei
das suas mãos” (2Cor 11,22-31).
Ao olhar para Paulo, o Papa Francisco,
afirmando que a atitude de Paulo, antes do encontro com Jesus ressuscitado, não
nos é muito estranha, escreve aos jovens a dizer-lhes que “se a escuridão ao
vosso redor e dentro de vós mesmos vos impedir de ver corretamente, correis o
risco de perder-vos em batalhas sem sentido, e até de vos tornardes violentos.
E, infelizmente, as primeiras vítimas sereis vós mesmos e aqueles que estão
mais próximo de vós. Há também o perigo de lutar por causas que, originalmente,
defendem valores justos, mas, levadas ao extremo, tornam-se ideologias
destrutivas. Quantos jovens hoje, talvez impelidos pelas suas próprias
convicções políticas ou religiosas, acabam por se tornar instrumentos de
violência e destruição na vida de muitos! Alguns, que já nasceram rodeados dos
meios digitais, encontram o novo campo de batalha no ambiente virtual e nas
redes sociais, recorrendo sem escrúpulos à arma de falsas notícias para
espalhar venenos e demolir os seus adversários. Quando o Senhor irrompe na vida
de Paulo, não anula a sua personalidade, não cancela o seu zelo e paixão, mas
usa os seus dotes para fazer dele o grande evangelizador até aos confins da
terra”. E acrescenta: “Hoje, o convite de Cristo a Paulo é dirigido a cada um e
cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes ficar por terra a «lamentar-te
com pena de ti mesmo»; há uma missão que te espera! Também tu podes ser
testemunha das obras que Jesus começou a realizar em ti. Por isso, em nome de
Cristo, eu te digo (...), levanta-te e testemunha com alegria que Cristo vive!
Espalha a sua mensagem de amor e salvação entre os teus coetâneos, na escola,
na universidade, no trabalho, no mundo digital, por todo o lado”.
Força, jovem, coragem, o Senhor chama-te pelo
nome, confia em ti. Se reivindicas uma Igreja jovem, a Igreja será jovem quando
tu fores Igreja!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 19-11-2021.
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