PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 28 de novembro de 2021
I domingo do Advento
LITURGIA
DOMINGO
I DO ADVENTO
Roxo – Ofício próprio (Semana I do
Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Credo, pf. I do Advento.
Toma-se o Lecionário dominical do Ano C
L 1 Jer 33, 14, 16; Sal 24 (25), 4bc-5ab. 8-9. 10 e 14
L2 1 Tes 3, 12 – 4, 2
Ev Lc 21, 25-28. 34-36
* As Missas deste Tempo Litúrgico não têm Glória.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Arquidiocese de Évora – Ofertório para a Pastoral Diocesana.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 24, 1-3
Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.
Meu Deus, em Vós confio.
Não seja confundido nem de mim escarneçam os inimigos.
Não serão confundidos os que esperam em Vós.
ORAÇÃO COLECTA
Despertai, Senhor, nos vossos fiéis
a vontade firme de se prepararem,
pela prática das boas obras,
para ir ao encontro de Cristo,
de modo que, chamados um dia à sua direita,
mereçam alcançar o reino dos Céus.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Jer 33, 14-16
«Farei germinar para David um rebento de justiça»
Leitura do Livro
de Jeremias
Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa
de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para
David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra.
Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este
é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 24 (25), 4bc-5ab.8-9.10.14 (R.1b)
Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a minha
alma. Repete-se
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador. Refrão
O Senhor é bom e reto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos. Refrão
Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade
para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O temem
e dá-lhes a conhecer a sua aliança. Refrão
LEITURA II 1 Tes 3, 12 – 4, 2
«O Senhor confirme os vossos corações no dia de Cristo»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na
caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido
para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa santidade
irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso
Senhor, pcom todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e
recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como
deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis
progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor
Jesus.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Salmo 84, 8
Refrão: Aleluia. Repete-se
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação. Refrão
EVANGELHO Lc 21, 25-28.34-36
«A vossa libertação está próxima»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e
nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a
agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder
ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão de ver o Filho
do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas
começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos
corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da
vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá
todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo,
para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do
Filho do homem».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estes dons
que recebemos da vossa bondade
e fazei que os sagrados mistérios
que celebramos no tempo presente
sejam para nós penhor de salvação eterna.
Por Nosso Senhor.
Prefácio do Advento I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 84, 13
O Senhor nos dará todos os bens
e a nossa terra produzirá o seu fruto.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei frutificar em nós, Senhor,
os mistérios que celebramos,
pelos quais, durante a nossa vida na terra,
nos ensinais a amar os bens do Céu
e a viver para os valores eternos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Jer 33, 14-16 Toda
a história da salvação é testemunho da fidelidade de Deus à Aliança, que, em
sua misericórdia, Ele quis fazer com os homens, para os levar até à
participação da sua vida divina. Essa Aliança tem o seu momento culminante em
Jesus Cristo; mas a promessa de Deus vem de longe. Os profetas, como aquele
donde é tirada hoje esta leitura, anunciam o futuro Messias com os nomes de
“Rebento”, “Gérmen”, nomes que apontam para Alguém que irá aparecer como
rebento novo saído de um tronco já envelhecido. Esse “Rebento” viria a ser
Jesus, descendente do tronco real de David. É também com esta promessa diante
dos olhos que damos entrada no Tempo do Advento, na expectativa do Senhor que
vem.
1 Tes 3, 12 – 4, 2: A Igreja vive na
expectativa da vinda do Senhor. “Eu vou preparar-vos um lugar”, disse Jesus ao
sair deste mundo. E de novo Ele um dia virá, e vem já na presença constante com
que está no meio de nós. A espiritualidade da vida cristã nasce toda da
consciência desta presença e dessa expectativa, e manifesta-se na esperança com
que, todos os dias, caminhamos ao seu encontro. Viver na expectativa da vinda
do Senhor é caminhar constantemente ao encontro do Senhor.
Lc 21, 25-28.34-36: A vinda do
Senhor, a sua última vinda, ou talvez melhor, o último momento da vinda que Ele
inaugurou quando Se fez homem e veio habitar no meio de nós, é, de novo,
proclamada nesta leitura. E com que solenidade! E com que exigências! Mas, no
fundo, será esse o momento supremo da nossa libertação, porque o Senhor, que
vem, vem como Salvador. O Advento é o tempo particularmente consagrado a viver
nesta expectativa.
AGENDA
DO DIA:
09.30
horas: Missa em Amieira do Tejo.
10.00
horas: Missa em Arez
10.45
horas: Missa em Tolosa
11.00
horas: Missa em Nisa
12.00
horas: Missa em Alpalhão
12.00
horas: Missa em Gáfete
15.30
horas: Missa em Montalvão
15.30
horas: Missa em Arneiro.
16.30
horas: Funeral em Salavessa.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
ADVENTO
- ESPERAR É FAZER ACONTECER
Fazer
esperar é uma prerrogativa do poder mal entendido ou da pessoa egocêntrica.
Ninguém gosta de esperar. Ninguém tem o direito de fazer esperar. Fazer esperar
só porque sim não é bonito, é falta de respeito e de caridade para com quem tem
de esperar. Ninguém gosta de esperar no multibanco, na farmácia, no hospital,
na fila dos serviços públicos ou privados, aqui ou acolá onde precisamos de ser
atendidos. Impacienta-nos esperar o transporte que se atrasa, o trânsito interrompido
que nos testa a paciência, a longínqua consulta médica que tínhamos como
urgente e acaba por não chegar, a falta de alguém a um compromisso que,
atrasando-se, também nos atrasa e faz desesperar. Enfim, mesmo quando não há
que fazer, aborrece-nos ver o tempo correr e nada se resolver. Ficar à espera é
vivido como uma prisão sofrida, uma espécie de martírio.
Ora,
estamos habituados a falar do Advento como tempo de fazer esperar. Esperamos o
Salvador, é verdade! No entanto, não podemos confundir este ‘fazer esperar’ com
a passividade de ‘ficar à espera’ de alguém que chega atrasado, ou de outros
que não se despacham e nos impacientam na fila. Na permanente aprendizagem do
Mistério de Cristo, o Advento, este tempo de espera é um tempo útil. É uma
experiência de vida, é uma proposta de discernimento, é um tempo para redescobrir
a identidade de Cristo cada vez com mais profundidade e em crescente
identificação com Ele. Não para aprofundar uma identidade de Cristo meramente teórica,
abstrata, inconsequente, apenas para entreter. Mas para redescobrir a
identidade relacional de Cristo que, fazendo-se próximo e irmão, nos cativa e
compromete, partilha connosco o dom do seu Espírito filial e nos convida a ser discípulos
ao seu jeito, de forma simples, pobre, humilde, próxima, fraterna e salvadora. E
se nos cansamos de esperar, não é Ele que chega atrasado. São as opções e os
dinamismos da nossa vida que podem retardar esse feliz encontro, já que Ele,
mesmo que se faça encontrado, não se impõe, não força, não arromba portas, o
amor é paciente. O verdadeiro Advento coloca-nos assim, de forma sincera e
convicta, em atitude de espera, mas uma espera ativa, atenta, alegre e confiante.
Não é uma espera vã e enervante. É uma espera que queremos preencher com
dinâmicas de transformação, purificação e crescimento. Essa é a atitude própria
do Advento. É juntar a essa espera a memória, a expectativa, a aprendizagem, a
fé, a fidelidade, a criatividade, a capacidade de nos deixarmos surpreender e
abrir às provocações do amor de Deus manifestadas em Jesus Menino. É nesta
forma de saber esperar que surge sempre a verdadeira esperança. E surge com uma
densidade muito diferente a influenciar a vida pessoal, familiar e coletiva. O
Advento sempre foi, é e será o tempo favorável da caminhada histórica da Igreja
até ao fim dos tempos.
Nesta
esperança de que o encontro de Jesus com todos e cada um aconteça, continuamos
a esperar, do fundo do coração, que a humanidade inteira possa convergir num
caminho que, salvaguardando as legítimas diferenças, comungue valores e possa
fazer caminho. Esperamos, a cada instante, poder estabelecer relações de
confiança mútua, de maior verdade, com tudo aquilo que isso exige de
transparência, de equilíbrio, de autenticidade. Esperamos que a sociedade sinta
a necessidade duma justiça social mais abrangente possível, de ajuda aos mais
expostos e fragilizados, aos menos acompanhados e mais esquecidos. Esperamos,
para além de todas as imperfeições ou mesmo traições, esperamos que haja uma
verdade superior como porto comum de chegada que a todos eleve e se revele.
Esperamos que a diversidade de povos, saberes e tradições, seja uma riqueza e
não origem constante de guerras fratricidas. Esperamos que a dignidade de cada
ser humano seja reconhecida e salvaguardada, que a paz possa ser uma realidade
e não apenas um discurso. Esperamos que as instituições nacionais e
internacionais não sejam apenas uma cosmética açucarada, que as nações sejam
capazes de perceber a necessidade de cuidar da casa comum, que a economia
ultrapasse os frios números sem se tornar em défice desgovernado, que a vida
política seja funcional em relação à cidadania com os seus direitos e deveres.
Esperamos …
A
nível eclesial, porém, esperamos uma Igreja cada vez mais comunhão, uma Igreja
que escute mais a Palavra de Deus e as palavras dos homens, uma Igreja mais
sinodal onde o batismo ilumine todas as vocações e promova fraternidade, uma
Igreja onde o ministério seja colegial, a autoridade não seja apenas poder, a verdade
impere e não se arrogue da sua propriedade. Esperamos uma Igreja com vida
espiritual densa e dinâmica, uma Igreja santa e a santificar-se, uma Igreja que
ultrapasse a cristandade mas não esqueça o entusiasmo da primeira hora.
Esperamos! Esperamos uma Igreja que defenda sempre a proteção dos mais fracos e
vulneráveis, que integre os pobres que passam a vida a esperar sem pressa de
ninguém, que promova o diálogo interior até ao debate e à correção evangélica.
Esperamos uma Igreja que respeite sempre o verdadeiro primado da consciência,
que caminhe com os que procuram, que acompanhe os que duvidam, que ajude a
reconstruir os que erram, que estenda a mão aos desanimados. Esperamos uma
Igreja missionária que cuide da transmissão da fé, que celebre com alegria, que
tenha rosto e essência jovem. Esperamos! …
Esperamos
mas “não ficamos passivamente à espera”. Esperamos e fazemos acontecer. É a
dinâmica própria da esperança cristã, uma esperança que compromete, conjuga a
expectativa com o ideal cristão, purifica, fortalece o desejo, faz o
discernimento, empenha a colaborar com a Salvação que nos é dada.
O
Advento é sempre tempo de esperança. O nascimento histórico de Jesus já
aconteceu, da sua vinda no final dos tempos não sabemos a data e ocasião. Mas
cada dia, cada vida, cada história, cada processo é o momento favorável para
deixar Cristo nascer e para nascermos para Cristo. Esperar é fazer acontecer.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 26-11-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário