PARÓQUIAS DE NISA
Terça, 16 de novembro de 2021
Terça-feira da XXXIII semana do tempo comum
LITURGIA
Terça-feira da semana XXXIII
S.
Margarida da Escócia – MF
S. Gertrudes, virgem – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
L 1 2 Mac 6, 18-31; Sal 3, 2-3. 4-5. 6-7
Ev Lc 19, 1-10
* Na Diocese de Bragança-Miranda (Concatedral) – Aniversário da dedicação da
Concatedral em Miranda do Douro – SOLENIDADE
* Na Diocese de Coimbra – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé –
SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA
* Na Ordem Beneditina – S. Gertrudes – MO
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S.
Gertrudes, virgem e monja – FESTA
* Na Companhia de Jesus – SS. Roque Gonzalez, Afonso Rodríguez e João del
Castillo presbíteros e mártires – MO
* Na Congregação das Filhas de São Camilo – Nossa Senhora da Saúde – FESTA
* Na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus – S. Gertrudes, virgem – MO
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Jer 29, 11.12.14
Os meus pensamentos são de paz
e não de desgraça, diz o Senhor.
Invocar-Me-eis e atenderei o vosso clamor,
e farei regressar os vossos cativos de todos os lugares da terra.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça
de encontrar sempre a alegria no vosso serviço,
porque é uma felicidade duradoira e profunda
ser fiel ao autor de todos os bens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) 2 Mac 6, 18-31
«Deixarei aos jovens o nobre exemplo de
morrer com beleza,
espontânea e gloriosamente, pelas veneráveis e santas leis»
Leitura do
Segundo Livro dos Macabeus
Naqueles dias, Eleazar, um dos
principais doutores da Lei, homem de idade avançada e de aspeto muito distinto,
era forçado a abrir a boca para comer carne de porco. Mas ele, preferindo a
morte gloriosa à vida desonrada, caminhou espontaneamente para o instrumento de
suplício, depois de ter cuspido fora a carne, como devem proceder os que têm a
coragem de repelir o que não é lícito comer, nem sequer por amor à própria
vida. Então os encarregados dessa iníqua refeição ritual, que conheciam aquele
homem de velha data, chamaram-no à parte e tentaram persuadi-lo a trazer carne
da que lhe fosse lícito servir-se, preparada por ele próprio, e assim fingisse
comer a carne prescrita pelo rei, isto é, proveniente do sacrifício. Procedendo
assim, escaparia à morte, aproveitando a benevolência com que o tratavam em
consideração da amizade entre eles. Mas ele optou por uma nobre decisão, digna
da sua idade, do prestígio da sua velhice, dos seus cabelos tão ilustremente
embranquecidos, do seu excelente modo de proceder desde a infância e, o que é
mais, da santa Lei estabelecida por Deus. Com toda a coerência, respondeu
prontamente: «Prefiro que me envieis para a morada dos mortos. Na nossa idade
não é conveniente fingir; aliás muitos jovens ficariam persuadidos de que
Eleazar, aos noventa anos, se tinha passado para os costumes pagãos; e com esta
dissimulação, por causa do pouco tempo de vida que me resta, viriam a
transviar-se também por minha culpa e eu ficaria com a minha velhice manchada e
desonrada. Além disso, ainda que eu me furtasse de momento à tortura dos
homens, não fugiria, contudo, nem vivo nem morto, às mãos do Omnipotente. Por
isso, renunciando agora corajosamente a esta vida, mostrar-me-ei digno da minha
velhice e deixarei aos jovens o nobre exemplo de morrer com beleza, espontânea
e gloriosamente, pelas veneráveis e santas leis». Dito isto, Eleazar dirigiu-se
logo para o instrumento de suplício. Aqueles que o conduziam mudaram em aversão
a benevolência que pouco antes mostraram para com ele, por causa das palavras
que acabava de dizer e que eles consideravam uma loucura. Prestes a morrer sob
os golpes, exclamou entre suspiros: «Para o Senhor, que possui a santa ciência,
é bem claro que, podendo escapar à morte, estou a sofrer cruéis tormentos no
meu corpo; mas na alma suporto-os com alegria, porque temo o Senhor». Foi assim
que Eleazar perdeu a vida, deixando, com a sua morte, não só aos jovens, mas
também à maioria do seu povo, um exemplo de coragem e um memorial de virtude.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 3, 2-3.4-5.6-7 (R. 6b)
Refrão: O Senhor me sustenta e ampara.
Repete-se
Senhor, são tantos os meus inimigos,
tão numerosos os que se levantam contra mim!
Muitos são os que dizem a meu respeito:
«Deus não o vai salvar». Refrão
Vós, porém, Senhor, sois o meu protetor,
a minha glória e Aquele que me sustenta.
Em altos brados clamei ao Senhor,
Ele respondeu-me da sua montanha sagrada. Refrão
Deito-me e adormeço, e me levanto:
sempre o Senhor me ampara.
Não temo a multidão,
que de todos os lados me cerca. Refrão
ALELUIA 1 Jo 4, 10b
Refrão: Aleluia Repete-se
Deus amou-nos e enviou o seu Filho,
como vítima de expiação pelos nossos pecados. Refrão
EVANGELHO Lc 19, 1-10
«O Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade. Vivia
ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver
quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena
estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que
havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e
disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele
desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam,
dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto, Zaqueu
apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus
bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais».
Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é
filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que
estava perdido».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei-nos, Senhor,
que os dons oferecidos para glória do vosso nome
nos obtenham a graça de Vos servirmos fielmente
e nos alcancem a posse da felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 72, 28
A minha alegria é estar junto de Deus,
buscar no Senhor o meu refúgio.
Ou Mc 11, 23.24
Tudo o que pedirdes na oração
vos será concedido, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados,
humildemente Vos pedimos, Senhor:
o sacramento que o vosso Filho
nos mandou celebrar em sua memória
aumente sempre a nossa caridade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: 2 Mac 6, 18-31
O Segundo Livro dos Macabeus não é a continuação do primeiro; é antes uma série
de episódios da primeira parte da luta narrada no livro anterior, apresentados
de maneira empolgante, própria para comover o leitor. Hoje lemos o martírio de
Eleazar, que preferiu morrer a tomar uma atitude fingida e equívoca.
Lc 19, 1-10 É constante em S. Lucas o
apelo à conversão. Este apelo é, só por si, a afirmação da misericórdia do
Senhor e da necessidade que todo o homem tem de a aceitar, oferecendo a Deus o
seu coração, generosamente disposto a converter-se a Ele, como Zaqueu. Ao apelo
há-de corresponder a resposta da conversão, e a conversão, que já é dom de
Deus, abre a porta à salvação celebrada na alegria.
AGENDA
DO DIA:
09.00
horas: Missa de Funeral em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Alpalhão
18.00
horas: Missa em Ntsa,
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
NOVAS ARMADILHAS DA MISÉRIA E DA EXCLUSÃO
A pobreza e a exclusão social em Portugal têm
muitos e variados rostos, desde a falta de recursos e de rendimentos para uma
subsistência digna e sustentável, até ao não acesso a serviços básicos e à não
participação em tomada de decisões. Uma coisa, porém, os pobres têm, além de
outras, e ninguém lha pode tirar: é a dignidade de filhos de Deus. A Agenda
global 2030 promete acabar com a pobreza em todas as suas vertentes sem
esquecer quem quer que seja. Tal tarefa reclama verdadeiro sentido do bem
comum, com pressa, competência, coragem e políticas acertivas em todos os
setores da atividade humana.
Neste V Dia Mundial dos Pobres, o Papa, como
sempre, não fala só para dentro da Igreja, fala para todas as pessoas de boa
vontade e para quem tem a responsabilidade de promover o bem comum dos povos.
Abordar a pobreza de forma nova e diferente é, segundo Francisco, “um desafio
que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo
social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem
o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são
colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio
conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política social.
Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não passamos de
incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se pelas
estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário”. E até parece
“ganhar terreno a conceção segundo a qual os pobres não só são responsáveis
pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para um sistema
económico que coloca no centro o interesse dalgumas categorias privilegiadas.
Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições
desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias.
Deste modo assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da miséria e da
exclusão, produzidas por agentes económicos e financeiros sem escrúpulos, desprovidos
de sentido humanitário e responsabilidade social”.
Francisco não deixa de acentuar a necessidade
de processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, e a
complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um
recurso comum de participação. “Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser
curadas pela riqueza dos «pobres», bastando para isso encontrarem-se e
conhecerem-se. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si na
reciprocidade. Os pobres não podem ser aqueles que apenas recebem; devem ser
colocados em condição de poderem dar, porque sabem bem como corresponder.
Quantos exemplos de partilha diante dos nossos olhos! Os pobres ensinam-nos
frequentemente a solidariedade e a partilha”.
A afirmação que São Marcos coloca na boca de
Jesus: “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), serviu de mote a Francisco
para o desenvolvimento do tema deste ano. Judas, indignado, achou um
desperdício escandaloso o derrame dum vaso de perfume caro que uma mulher derramara
sobre a cabeça de Jesus. Ripostou que melhor seria vendê-lo e dar o dinheiro
aos pobres. Não porque fosse amigo dos pobres, mas porque, encarregado de
guardar o dinheiro que davam para os pobres, o tirava para uso próprio. E o
Papa torna presente a afirmação de Orígenes: “Se, agora, ainda houver alguém
que tem a bolsa da Igreja e fala a favor dos pobres como Judas, mas depois tira
o que metem lá dentro, então tenha parte juntamente com Judas”.
Quem mais pobre do que aquele que é
perseguido, preso, torturado e condenado à morte pela prepotência e injustiça
do poder, sem qualquer razão para o fazer, a não ser a sua própria razão, isto
é, a razão sem razão de se sentir incomodado pela palavra e presença dos pobres
que reclamam atenção e justiça?
Próximo da morte, Jesus elogia o gesto
daquela mulher. Ao fazê-lo, Jesus vem-nos recordar ”que Ele é o primeiro pobre,
o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome
dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho
de Deus aceita o gesto daquela mulher. Esta, com a sua sensibilidade feminina,
demonstra ser a única que compreendeu o estado de espírito do Senhor. Esta
mulher anónima – talvez por isso destinada a representar todo o universo
feminino que, no decurso dos séculos, não terá voz e sofrerá violências –,
inaugura a significativa presença de mulheres que participam no momento
culminante da vida de Cristo: a sua crucifixão, morte e sepultura e a sua
aparição como Ressuscitado. As mulheres, tantas vezes discriminadas e mantidas
ao largo dos postos de responsabilidade, nas páginas do Evangelho são, pelo
contrário, protagonistas na história da revelação. E é eloquente a frase
conclusiva de Jesus, que associa esta mulher à grande missão evangelizadora: «Em
verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho,
há de contar-se também, em sua memória, o que ela fez» (Mc 14, 9).
Jesus pobre está do lado dos pobres, partilha
a mesma sorte, identifica-se com eles, é o rosto deles. A presença dos pobres
“não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa
partilha de vida que não prevê delegações”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 12-11-2021.
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