PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 17 de novembro de 2021
Quarta-feira da XXXIII semana do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira da semana XXXIII
S. Isabel da Hungria, religiosa – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 2 Mac 7, 1. 20-31; Sal 16 (17), 1. 5-6. 8b-9a e 15
Ev Lc 19, 11-28
* Na Ordem Beneditina – S. Margarida da Escócia – MF; S. Isabel da Hungria,
religiosa – MF
* Na Ordem de Cister – S. Isabel de Hungria – MF; S. Margarida da Escócia – MF
* Na Ordem Franciscana – S. Isabel da Hungria, religiosa, Padroeira da III
Ordem – FESTA
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Isabel da Hungria, religiosa,
Padroeira da III Ordem – FESTA
S.
ISABEL DA HUNGRIA
Nota
Histórica:
Era filha de
André II, rei da Hungria, e nasceu no ano 1207. Ainda muito jovem foi dada em
matrimónio a Luís IV, landgrave da Turíngia, e teve três filhos. Dedicou se a
uma vida de intensa meditação das realidades celestes e de caridade para com o
próximo. Depois da morte de seu marido, renunciou aos seus títulos e bens e
construiu um hospital onde ela mesma servia os enfermos. Morreu em Marburgo no
ano 1231.
MISSA
ORAÇÃO
Senhor, que destes a Santa Isabel da Hungria o dom de conhecer e venerar a
Cristo nos pobres, concedei nos, por sua intercessão, a graça de servirmos com
caridade sem limites os pobres e os atribulados. Por Nosso Senhor.
LEITURA I (anos ímpares) 2 Mac 7, 1.20-31
«O Criador do mundo vos restituirá o espírito e a vida»
Leitura do
Segundo Livro dos Macabeus
Naqueles
dias, foram presos sete irmãos, juntamente com a mãe, e o rei da Síria quis
obrigá-los, à força de azorragues e nervos de boi, a comer carne de porco,
proibida pela Lei. Eminentemente admirável e digna de memória foi a mãe, que,
vendo morrer num só dia os seus sete filhos, tudo suportou com firme
serenidade, pela esperança que tinha no Senhor. Exortava cada um deles na sua
língua pátria e, cheia de nobres sentimentos, juntava uma coragem varonil à
ternura de mulher. Ela dizia-lhes: «Não sei como aparecestes no meu seio,
porque não fui eu que vos dei o espírito e a vida, nem fui eu que ordenei os
elementos de cada um de vós. Por isso, o Criador do mundo, que é o autor do
nascimento e origem de todas as coisas, vos restituirá, pela sua misericórdia,
o espírito e a vida, porque vos desprezais agora a vós mesmos por amor das suas
leis». Então o rei Antíoco julgou-se insultado e suspeitou que aquelas palavras
o ultrajavam. Como o filho mais novo ainda estava vivo, não só começou a
exortá-lo com palavras, mas também lhe prometeu com juramento que o tornaria
rico e feliz, se ele abandonasse as tradições dos seus antepassados. Faria dele
seu amigo, confiando-lhe altas funções. Como o jovem não lhe deu a menor
atenção, o rei chamou a mãe à sua presença e exortou-a a aconselhar o jovem
para lhe salvar a vida. Depois de muita insistência do rei, ela consentiu em
persuadir o filho. Inclinou-se para ele e, ludibriando o tirano, assim lhe
falou na língua pátria: «Filho, tem compaixão de mim, que te trouxe nove meses
no meu seio, te amamentei durante três anos, te criei e eduquei até esta idade,
provendo sempre ao teu sustento. Peço-te, meu filho, olha para o Céu e para a
terra, contempla tudo o que neles existe e reconhece que Deus os criou do nada,
assim como a todo o género humano. Não temas este carrasco, mas sê digno dos
teus irmãos e aceita a morte, para que eu te possa encontrar com eles no dia da
misericórdia divina». Apenas ela acabou de falar, o jovem exclamou: «Por que
esperais? Eu não obedeço às ordens do rei. Obedeço aos mandamentos da Lei que
foi dada por Moisés aos nossos antepassados. E tu, inventor de todos os males
contra os hebreus, não escaparás às mãos de Deus».
Palavra
do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 16 (17), 1.5-6.8b-9a e 15 (R. 15b)
Refrão: Senhor, ficarei saciado,
quando surgir a vossa glória. Repete-se
Ouvi, Senhor, uma causa justa,
atendei a minha súplica.
Escutai a minha oração,
feita com sinceridade. Refrão
Firmai os meus passos nas vossas veredas,
para que não vacilem os meus pés.
Eu Vos invoco, ó Deus, respondei-me,
ouvi e escutai as minhas palavras. Refrão
Protegei-me à sombra das vossas asas,
longe dos ímpios que me fazem violência.
Senhor, mereça eu contemplar a vossa face
e ao despertar saciar-me com a vossa imagem. Refrão
ALELUIA cf. Jo 15, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Lc 19, 11-28
«Porque não entregaste ao banco o meu dinheiro?»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele
tempo, disse Jesus uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles
pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente. Então Jesus disse:
«Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois
voltar. Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas,
dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’. Ora os seus concidadãos
detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que
ele reine sobre nós’. Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à
sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um
tinha lucrado. Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez
minas’. Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco,
receberás o governo de dez cidades’. Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua
mina rendeu cinco minas’. A este respondeu igualmente: ‘Tu também, ficarás à
frente de cinco cidades’. Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a
tua mina, que eu guardei num lenço, pois tive medo de ti, que és homem severo:
levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’. Disse-lhe o
senhor: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que
levanto o que não depositei e colho o que não semeei. Então, porque não
entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com
juros’. Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’.
Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’. O rei respondeu: ‘Eu vos
digo: A todo aquele que tem se dará mais, mas àquele que não tem, até o que tem
lhe será tirado. Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei,
trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’». Dito isto, Jesus seguiu, à
frente do povo, para Jerusalém.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os
dons que colocamos sobre o vosso altar na memória de Santa Isabel da Hungria e
fazei que, libertos das coisas da terra, encontremos em Vós a nossa única riqueza.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
ANTÍFONA
DA COMUNHÃO (SL
33,9)
Saboreai e vede como o Senhor é bom: feliz o homem que n'Ele se refugia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Pela virtude redentora deste sacramento, conduzi-nos sempre,
Senhor,
pelos
caminhos do vosso amor, a exemplo de Santa Isabel da Hungria, e completai até ao dia de Cristo Jesus a boa obra que em
nós começastes. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus
que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: 2 Mac 7, 1.20-31: Uma
das mais belas páginas deste livro é o martírio dos sete irmãos e de sua mãe,
nada inferiores às Atas dos futuros mártires cristãos. É notável neste
episódio, como em toda a tradição do povo judeu, a força e o poder da tradição
vivida na família e na comunidade. Só essa comunhão de vida, bebida com o leite
materno e alimentada com a experiência de uma fé diariamente vivida em comum,
era capaz de levar aos heroísmos do martírio a que esta mãe conduziu os seus
filhos.
Lc 19, 11-28: O tempo que medeia
entre o regresso de Cristo para junto do Pai e a sua vinda no fim dos tempos é
o tempo em que os seus discípulos hão-de fazer frutificar os dons que o Senhor
confia à sua Igreja e a cada um dos seus membros. É o tempo de acreditar, de
trabalhar, de merecer, com perseverança e caridade. Além disso, esta parábola
vem muito a propósito ao chegarmos ao termo do ciclo do tempo litúrgico anual.
A perspetiva das contas que todos havemos de dar a Deus do uso que fizemos dos
dons que Ele nos confiou não pode desaparecer da frente dos nossos olhos, não
para nos aterrar, mas para nos orientar no caminho, sempre iluminado pela
esperança e pelo desejo da vida eterna em Deus.
AGENDA
DO DIA:
17.00
horas: Missa em Gáfete
18.00
horas: Missa em Tolosa
18.00
horas: Missa em Nisa
21.00
horas: Reunião de Catequistas em Nisa
21.00
horas: Reunião do Conselho económico paroquial em Gáfete
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
NOVAS ARMADILHAS DA MISÉRIA E DA EXCLUSÃO
A pobreza e a exclusão social em Portugal têm
muitos e variados rostos, desde a falta de recursos e de rendimentos para uma
subsistência digna e sustentável, até ao não acesso a serviços básicos e à não
participação em tomada de decisões. Uma coisa, porém, os pobres têm, além de
outras, e ninguém lha pode tirar: é a dignidade de filhos de Deus. A Agenda
global 2030 promete acabar com a pobreza em todas as suas vertentes sem
esquecer quem quer que seja. Tal tarefa reclama verdadeiro sentido do bem
comum, com pressa, competência, coragem e políticas acertivas em todos os
setores da atividade humana.
Neste V Dia Mundial dos Pobres, o Papa, como
sempre, não fala só para dentro da Igreja, fala para todas as pessoas de boa
vontade e para quem tem a responsabilidade de promover o bem comum dos povos.
Abordar a pobreza de forma nova e diferente é, segundo Francisco, “um desafio
que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo
social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem
o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são
colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio
conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política
social. Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não passamos
de incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se
pelas estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário”. E até
parece “ganhar terreno a conceção segundo a qual os pobres não só são responsáveis
pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para um sistema
económico que coloca no centro o interesse dalgumas categorias privilegiadas.
Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições
desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias.
Deste modo assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da miséria e da
exclusão, produzidas por agentes económicos e financeiros sem escrúpulos,
desprovidos de sentido humanitário e responsabilidade social”.
Francisco não deixa de acentuar a necessidade
de processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, e a
complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um
recurso comum de participação. “Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser
curadas pela riqueza dos «pobres», bastando para isso encontrarem-se e
conhecerem-se. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si na
reciprocidade. Os pobres não podem ser aqueles que apenas recebem; devem ser colocados
em condição de poderem dar, porque sabem bem como corresponder. Quantos
exemplos de partilha diante dos nossos olhos! Os pobres ensinam-nos
frequentemente a solidariedade e a partilha”.
A afirmação que São Marcos coloca na boca de
Jesus: “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), serviu de mote a Francisco
para o desenvolvimento do tema deste ano. Judas, indignado, achou um
desperdício escandaloso o derrame dum vaso de perfume caro que uma mulher
derramara sobre a cabeça de Jesus. Ripostou que melhor seria vendê-lo e dar o
dinheiro aos pobres. Não porque fosse amigo dos pobres, mas porque, encarregado
de guardar o dinheiro que davam para os pobres, o tirava para uso próprio. E o
Papa torna presente a afirmação de Orígenes: “Se, agora, ainda houver alguém
que tem a bolsa da Igreja e fala a favor dos pobres como Judas, mas depois tira
o que metem lá dentro, então tenha parte juntamente com Judas”.
Quem mais pobre do que aquele que é
perseguido, preso, torturado e condenado à morte pela prepotência e injustiça
do poder, sem qualquer razão para o fazer, a não ser a sua própria razão, isto
é, a razão sem razão de se sentir incomodado pela palavra e presença dos pobres
que reclamam atenção e justiça?
Próximo da morte, Jesus elogia o gesto
daquela mulher. Ao fazê-lo, Jesus vem-nos recordar ”que Ele é o primeiro pobre,
o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome
dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho
de Deus aceita o gesto daquela mulher. Esta, com a sua sensibilidade feminina,
demonstra ser a única que compreendeu o estado de espírito do Senhor. Esta
mulher anónima – talvez por isso destinada a representar todo o universo
feminino que, no decurso dos séculos, não terá voz e sofrerá violências –,
inaugura a significativa presença de mulheres que participam no momento
culminante da vida de Cristo: a sua crucifixão, morte e sepultura e a sua
aparição como Ressuscitado. As mulheres, tantas vezes discriminadas e mantidas
ao largo dos postos de responsabilidade, nas páginas do Evangelho são, pelo
contrário, protagonistas na história da revelação. E é eloquente a frase
conclusiva de Jesus, que associa esta mulher à grande missão evangelizadora:
«Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o
Evangelho, há de contar-se também, em sua memória, o que ela fez» (Mc 14, 9).
Jesus pobre está do lado dos pobres, partilha
a mesma sorte, identifica-se com eles, é o rosto deles. A presença dos pobres
“não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa
partilha de vida que não prevê delegações”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 12-11-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário