PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 08 de novembro de 2021
Segunda-feira da XXXII semana do tempo comum
LITURGIA
Segunda-feira
da semana XXXII
Verde – Ofício da
féria.
L 1 Sab 1, 1-7; Sal 138 (139), 1-3. 4-6.
7-8. 9-10
Ev Lc 17, 1-6
* Na Diocese de Bragança-Miranda (Basílica de Santo Cristo de Outeiro) –
Aniversário da Basílica de Santo Cristo de Outeiro – SOLENIDADE
* Na Ordem Beneditina – Sufrágios pelos pais, parentes e benfeitores (Laudes e
Missa de defuntos).
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – S. Isabel da
Trindade, virgem – MF
* Na Ordem de São Domingos – Aniversário de todos os irmãos e irmãs defuntos da
Ordem dos Pregadores.
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Missa anual pelos benfeitores falecidos
da Congregação.
* Na Ordem Franciscana – B. João Duns Escoto, presbítero da I Ordem – MO
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 87, 3
Chegue até Vós, Senhor, a minha oração,
inclinai o ouvido ao meu clamor.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e misericordioso,
afastai de nós toda a adversidade,
para que, sem obstáculos do corpo ou do espírito,
possamos livremente cumprir a vossa vontade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Sab 1, 1-7
«A Sabedoria é um espírito amigo dos homens;
o Espírito do Senhor enche o universo»
Leitura do Livro
da Sabedoria
Amai a justiça, vós que governais a terra, pensai corretamente no Senhor e
procurai-O com simplicidade de coração. Porque Ele deixa-Se encontrar pelos que
não O tentam e revela-Se aos que n’Ele confiam. Os pensamentos tortuosos
afastam de Deus e o Omnipotente, posto à prova, confunde os insensatos. A
Sabedoria não entra na alma maliciosa, nem habita num corpo sujeito ao pecado.
Porque o Espírito sagrado, nosso educador, foge da hipocrisia, afasta-se dos
pensamentos insensatos e retira-se quando chega a iniquidade. A Sabedoria é um
espírito amigo dos homens, mas não deixa sem castigo as palavras do blasfemo.
Porque Deus é testemunha dos seus íntimos sentimentos, observa o seu coração
segundo a verdade e ouve as suas palavras. O Espírito do Senhor enche o
universo; ele, que abrange todas as coisas, sabe tudo o que se diz.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 138 (139), 1-3.4-6.7-8.9-10 (R. 24b)
Refrão: Conduzi-me, Senhor, pelo caminho
da eternidade. Repete-se
Senhor, Vós conheceis o íntimo do meu ser:
sabeis quando me sento e quando me levanto.
De longe penetrais o meu pensamento:
Vós me vedes quando caminho e quando descanso,
Vós observais todos os meus passos. Refrão
Ainda a palavra me não chegou à língua
e já, Senhor, a conheceis perfeitamente.
Por todos os lados me envolveis
e sobre mim pondes a vossa mão. Refrão
Prodigiosa ciência, que não posso compreender,
tão sublime que a não posso alcançar! Refrão
Onde poderei ocultar-me ao vosso espírito?
Onde evitarei a vossa presença?
Se subir ao céu, Vós lá estais;
se descer aos abismos, ali Vos encontrais. Refrão
Se voar nas asas da aurora,
se habitar nos confins do oceano,
mesmo ali a vossa mão me guiará
e a vossa direita me sustentará. Refrão
ALELUIA Filip 2, 15d.16a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vós brilhais como estrelas no mundo,
anunciando a palavra da vida. Refrão
EVANGELHO Lc 17, 1-6
«Se sete vezes vier ter contigo e te disser: ‘Estou arrependido’,
tu lhe perdoarás»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É inevitável que haja
escândalos; mas ai daquele que os provoca. Melhor seria para ele que lhe
atassem ao pescoço uma mó de moinho e o atirassem ao mar, do que ser ocasião de
pecado para um só destes pequeninos. Tende cuidado. Se teu irmão cometer uma ofensa,
repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes num
dia e sete vezes vier ter contigo e te disser: ‘Estou arrependido’, tu lhe
perdoarás». Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé». O Senhor
respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira:
‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela vos obedeceria».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, com benevolência
para o sacrifício que Vos apresentamos,
a fim de participarmos com sincera piedade
no memorial da paixão do vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 22, 1-2
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados.
Conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ou Lc 24, 35
Os discípulos reconheceram
o Senhor Jesus ao partir o pão.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos damos graças, Senhor,
pelo alimento celeste que recebemos
e imploramos da vossa misericórdia
que, pela ação do Espírito Santo,
perseverem na vossa graça
os que receberam a força do alto.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Sab 1, 1-7: Começa
a ler-se hoje o livro da Sabedoria, um dos mais recentes livros do Antigo
Testamento. É obra de alguém cheio de fé, fé que já vem dos seus antepassados,
e à luz da qual ele procura agora entender a existência, vivendo essa mesma fé
num meio diferente e novo, no meio pagão de Alexandria no Egipto.
Lc 17, 1-6: Esta
leitura é constituída por uma série de pensamentos sobre a vida da comunidade
dos cristãos, que há de ser vivida segundo o espírito de Jesus: evitar o
escândalo, perdoar as injúrias, viver da fé, precisamente o contrário do
espírito do mundo em que reina o pecado e a divisão.
AGENDA
DO DIA:
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
AS ALMINHAS
– UM PATRIMÓNIO A NÃO ESQUECER
Estamos em novembro, um mês que a tradição cristã
dedica, de forma muito especial, a uma mais viva comunhão com os que partiram.
Hoje vou tornar presente um património interessante, fruto dessa devoção do
povo. As pessoas dedicadas à investigação sempre querem saber qual a sua
origem. Assim, aventam-se várias hipóteses acerca das origens mais remotas das
Alminhas que salpicam grande parte do nosso território, não só, mas sobretudo a
norte do país. Embora todas as hipóteses sejam plausíveis e sejam de trazer à
baila, o seu adn não dá certezas, como é evidente. São hipóteses, embora,
algumas dessas hipóteses, possam ter ou tenham como fundamento o sentimento
religioso que o homem sempre teve e é incapaz de apagar dentro de si.
Deixando essas questões bem pertinentes para quem
gosta de investigar, há quem afirme que as Alminhas são uma criação bem
portuguesa. A sua multiplicação, bem como a multiplicação das Confrarias das
Almas e dos altares das almas em igrejas, deu-se sobretudo a partir do Concílio
de Trento. A Igreja crê e ensina que os eleitos são purificados das
consequências pessoais de todas as suas culpas antes de serem acolhidos
definitivamente na intimidade de Deus. A esse estado de purificação é que a
Igreja chama Purgatório. E a nós, os vivos, é-nos pedido o sentimento de
gratidão, de caridade e de justiça, de rezar pelos fiéis defuntos para que Deus
tenha misericórdia deles, os purifique na sua caridade e os introduza no seu
Reino de luz e vida.
A piedade popular, que, como sabemos, é “caraterizada
por uma grande variedade e riqueza de expressões corporais, gestuais e
simbólicas”, logo se manifestou também “muito atenta à memória dos defuntos e
solícita em sufragá-los com orações”. Expressões dessa forma de fazer memória e
de convidar à oração de sufrágio são, de facto, as Alminhas, que, embora aqui
ou ali estejam esquecidas e a perderem-se - o que é pena! -, constituem um
verdadeiro património de religiosidade popular, quer construídas por iniciativa
das comunidades cristãs locais quer pela devoção e imaginação de particulares.
Regra geral mostram-se em sítios de passagem para serem vistas e cumprirem a
sua função: levar os vivos a encontrarem-se com Deus e a rezar pelas benditas
almas do Purgatório, sem esquecerem que também são peregrinos a caminho dessa
eternidade em Deus.
E quem, do norte, não guarda essa feliz memória das
Alminhas, com flores ou sem flores, altaneiras ou encrustadas em paredes, no
meio de lugares ou nas encruzilhadas de caminhos, com lampadário ou vela acesa,
ou não, com figuras em painel de azulejos, em pequenos retábulos ou telas, mais
rústicas ou mais sofisticadas, mas sempre a lembrar ao transeunte a necessidade
delas se lembrar e por elas rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria ou o que a sua
devoção lhe pudesse ditar? E quem não conserva na memória aquela pessoa que
sempre parava para rezar, a outra que ao passar tirava a boina ou o chapéu, a
outra que fazia uma pausa, uma vénia ou até uma genuflexão? E aquela outra que
as cuidava como se de catedrais populares se tratasse e ficava triste como a
noite quando os amigos do alheio as arrombavam, profanavam e roubavam? E quem,
sendo criança e tudo isto presenciava e vivia, não assimilava a mensagem que
estas pessoas faziam passar com testemunho tão simples quão significativo?!...
Em paróquias por onde passei a paroquiar, havia
Alminhas e muita devoção às Almas do Purgatório promovida pelas respetivas
Confrarias, sendo uma boa oportunidade para congregar e evangelizar. Não raro,
porém, perante algumas incoerências no modo de estar e viver, embora seja um
santo e salutar pensamento rezar pelos mortos para que sejam perdoados de seus
pecados, havia necessidade de alertar para que não se reduzisse a vivência da
fé e a pertença à Igreja apenas a rezar pelos mortos, andando aos encontrões
aos vivos!...
Hoje digo o mesmo! Encontramos gente que só participa
na Eucaristia, mesmo ao Domingo, quando a intenção é rezar pelos mortos.
Sobretudo pelos seus mortos. E tantas vezes se esquece de rezar pelos vivos,
pelos seus inclusive. Não se sentem motivados para ajudar os seus a viverem
cristãmente, antes pelo contrário, desajudam-se mutuamente e faz-se da Igreja
uma espécie de instância fúnebre de encomendação das almas. Dá a impressão que
estão à espera que os seus familiares morram para depois rezar por eles.
Enquanto podem e devem fazer alguma coisa para os ajudar à conversão, a viver e
a morrer cristãmente, nada ou pouco fazem. Embora compreenda alguns argumentos,
até me parece pouco pedagógico a marcação de muitas intenções nas missas ao
Domingo só para ter mais gente nas igrejas...
A par das Alminhas, há outros pequenos nichos a quem,
por vezes, até se dá também o nome de Alminhas, embora tenham como titular um
Santo. São nichos, edículas, capelinhas em honra do Coração de Jesus, de Nossa
Senhora ou de Santos, são cruzeiros, são estações da Via Sacra, são quadros dos
Passos do Senhor, são padrões....
Muitas paróquias zelam muito bem este património,
cuidam-no e promovem o seu verdadeiro sentido e valor cristão.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 5-11-2021.
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