PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 29 de novembro de 2021
Segunda-feira da I semana do Advento
LITURGIA
Segunda-feira
da semana I
Roxo – Ofício da féria
Missa da féria, pf. I do Advento.
Toma-se o Lecionário ferial (Advento – IV).
L 1 Is 2, 1-5;Sal 121
(122),1-2.3-4ab.4cd-5.6-7.8-9
Ev Mt 8, 5-11
* Na Diocese de Viana do Castelo – B. Redento da Cruz, religioso e mártir – MF
* Na Ordem Agostiniana – B. Avelino Rodríguez, presbítero, e 97 Companheiros,
mártires – MO; B. Frederico de Ratisbona, religioso – MF
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – Bb. Dionísio da
Natividade e Redento da Cruz, religiosos e mártires – MF e MO
* Na Ordem Franciscana – Todos os Santos da Ordem Franciscana – FESTA
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – Todos os Santos da Família
Franciscana – FESTA
* Na Companhia das Filhas da Caridade – Aniversário da fundação da Companhia
das Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Jer
31, 10; Is 35, 4
Ouvi, ó povos, a palavra do Senhor e proclamai-a até
aos confins da terra. Não temais. Deus vem salvar-nos.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, fazei-nos esperar ansiosamente a vinda do vosso Filho, para
que, quando Ele bater à nossa porta, nos encontre vigilantes na oração e
alegres no seu louvor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 2, 1-5
O Senhor chama todos os povos à paz eterna do reino de Deus
Leitura do Livro
de Isaías
Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e de Jerusalém: Sucederá, nos
dias que hão de vir, que o monte do templo do Senhor se há de erguer no cimo
das montanhas e se elevará no alto das colinas. Ali afluirão todas as nações e
muitos povos acorrerão, dizendo: «Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao templo
do Deus de Jacob. Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos pelas suas
veredas. De Sião há de vir a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor». Ele será
juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão as espadas
em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra
nação, nem mais se hão de preparar para a guerra. Vinde, ó casa de Jacob,
caminhemos à luz do Senhor.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 121 (122), 1-4a.(4b-7).8-9 (R. cf. 1)
Refrão: Vamos com alegria para a casa do Senhor. Repete-se
(As estrofes terceira e quarta são facultativas)
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém. Refrão
Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor. Refrão
Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David. Refrão
Pedi a paz para Jerusalém:
vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,
tranquilidade em teus palácios. Refrão
Por amor dos meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor nosso Deus,
pedirei para ti todos os bens. Refrão
ALELUIA cf. Salmo 79, 4
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vinde libertar-nos, Senhor, nosso Deus;
mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos. Refrão
EVANGELHO Mt 8, 5-11
«Do Oriente e do Ocidente virão muitos para o reino dos Céus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião,
que Lhe suplicou, dizendo: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre
horrivelmente». Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo». Mas o centurião respondeu-Lhe:
«Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e
o meu servo ficará curado. Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho
soldados sob as minhas ordens: digo a um ‘Vai’ e ele vai; a outro ‘Vem’ e ele
vem; e ao meu servo ‘Faz isto’ e ele faz». Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e
disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em
Israel com tão grande fé. Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão
muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os
sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de
salvação eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio do Advento I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 105, 4-5; Is 38, 3
Vinde visitar-nos, Senhor, e dai-nos a paz,
para que nos alegremos de todo o coração na vossa presença.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais,
durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver
para os valores eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Is 2, 1-5: O livro de Isaías vai
acompanhar-nos ao longo de todo o Advento. Embora todo o livro se chame de
Isaías, ele não é todo de um só autor; mas a sua mensagem é toda ela uma
mensagem de esperança voltada para o Messias, que virá da parte de Deus como
salvação, não só para o povo judeu, mas para todas as nações. O “monte do
Senhor” e o “templo” a que se refere a leitura antecipam a imagem da Igreja, a
comunidade dos discípulos de Jesus Cristo, que acolhe todos os que procuram o
Senhor e donde irradia para todos os homens a luz que lhes pode mostrar o
caminho.
Mt 8, 5-11: Desde o primeiro dia ferial do
Advento fica sublinhada a ideia do universalismo do reino de Deus; ele vem para
todos os homens. A primeira vinda do Filho de Deus foi resposta às promessas de
Deus a Abraão e à sua descendência, o povo de Israel, embora se destinasse já a
todos os homens. A última vinda, que o Advento também prepara, fará sentar à
mesa do reino de Deus, com Abraão e os seus descendentes, homens vindos de
todos os povos, desde que animados da fé do centurião, que era de origem pagã.
AGENDA
DO DIA:
11.30
horas: Funeral em Nisa
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
ADVENTO
- ESPERAR É FAZER ACONTECER
Fazer
esperar é uma prerrogativa do poder mal entendido ou da pessoa egocêntrica.
Ninguém gosta de esperar. Ninguém tem o direito de fazer esperar. Fazer esperar
só porque sim não é bonito, é falta de respeito e de caridade para com quem tem
de esperar. Ninguém gosta de esperar no multibanco, na farmácia, no hospital,
na fila dos serviços públicos ou privados, aqui ou acolá onde precisamos de ser
atendidos. Impacienta-nos esperar o transporte que se atrasa, o trânsito
interrompido que nos testa a paciência, a longínqua consulta médica que
tínhamos como urgente e acaba por não chegar, a falta de alguém a um
compromisso que, atrasando-se, também nos atrasa e faz desesperar. Enfim, mesmo
quando não há que fazer, aborrece-nos ver o tempo correr e nada se resolver.
Ficar à espera é vivido como uma prisão sofrida, uma espécie de martírio.
Ora,
estamos habituados a falar do Advento como tempo de fazer esperar. Esperamos o
Salvador, é verdade! No entanto, não podemos confundir este ‘fazer esperar’ com
a passividade de ‘ficar à espera’ de alguém que chega atrasado, ou de outros
que não se despacham e nos impacientam na fila. Na permanente aprendizagem do
Mistério de Cristo, o Advento, este tempo de espera é um tempo útil. É uma
experiência de vida, é uma proposta de discernimento, é um tempo para
redescobrir a identidade de Cristo cada vez com mais profundidade e em
crescente identificação com Ele. Não para aprofundar uma identidade de Cristo
meramente teórica, abstrata, inconsequente, apenas para entreter. Mas para
redescobrir a identidade relacional de Cristo que, fazendo-se próximo e irmão,
nos cativa e compromete, partilha connosco o dom do seu Espírito filial e nos
convida a ser discípulos ao seu jeito, de forma simples, pobre, humilde,
próxima, fraterna e salvadora. E se nos cansamos de esperar, não é Ele que
chega atrasado. São as opções e os dinamismos da nossa vida que podem retardar
esse feliz encontro, já que Ele, mesmo que se faça encontrado, não se impõe,
não força, não arromba portas, o amor é paciente. O verdadeiro Advento
coloca-nos assim, de forma sincera e convicta, em atitude de espera, mas uma
espera ativa, atenta, alegre e confiante. Não é uma espera vã e enervante. É
uma espera que queremos preencher com dinâmicas de transformação, purificação e
crescimento. Essa é a atitude própria do Advento. É juntar a essa espera a
memória, a expectativa, a aprendizagem, a fé, a fidelidade, a criatividade, a
capacidade de nos deixarmos surpreender e abrir às provocações do amor de Deus
manifestadas em Jesus Menino. É nesta forma de saber esperar que surge sempre a
verdadeira esperança. E surge com uma densidade muito diferente a influenciar a
vida pessoal, familiar e coletiva. O Advento sempre foi, é e será o tempo
favorável da caminhada histórica da Igreja até ao fim dos tempos.
Nesta
esperança de que o encontro de Jesus com todos e cada um aconteça, continuamos
a esperar, do fundo do coração, que a humanidade inteira possa convergir num
caminho que, salvaguardando as legítimas diferenças, comungue valores e possa
fazer caminho. Esperamos, a cada instante, poder estabelecer relações de
confiança mútua, de maior verdade, com tudo aquilo que isso exige de
transparência, de equilíbrio, de autenticidade. Esperamos que a sociedade sinta
a necessidade duma justiça social mais abrangente possível, de ajuda aos mais
expostos e fragilizados, aos menos acompanhados e mais esquecidos. Esperamos,
para além de todas as imperfeições ou mesmo traições, esperamos que haja uma
verdade superior como porto comum de chegada que a todos eleve e se revele.
Esperamos que a diversidade de povos, saberes e tradições, seja uma riqueza e
não origem constante de guerras fratricidas. Esperamos que a dignidade de cada
ser humano seja reconhecida e salvaguardada, que a paz possa ser uma realidade
e não apenas um discurso. Esperamos que as instituições nacionais e
internacionais não sejam apenas uma cosmética açucarada, que as nações sejam
capazes de perceber a necessidade de cuidar da casa comum, que a economia
ultrapasse os frios números sem se tornar em défice desgovernado, que a vida
política seja funcional em relação à cidadania com os seus direitos e deveres.
Esperamos …
A
nível eclesial, porém, esperamos uma Igreja cada vez mais comunhão, uma Igreja
que escute mais a Palavra de Deus e as palavras dos homens, uma Igreja mais
sinodal onde o batismo ilumine todas as vocações e promova fraternidade, uma
Igreja onde o ministério seja colegial, a autoridade não seja apenas poder, a
verdade impere e não se arrogue da sua propriedade. Esperamos uma Igreja com
vida espiritual densa e dinâmica, uma Igreja santa e a santificar-se, uma
Igreja que ultrapasse a cristandade mas não esqueça o entusiasmo da primeira
hora. Esperamos! Esperamos uma Igreja que defenda sempre a proteção dos mais
fracos e vulneráveis, que integre os pobres que passam a vida a esperar sem
pressa de ninguém, que promova o diálogo interior até ao debate e à correção
evangélica. Esperamos uma Igreja que respeite sempre o verdadeiro primado da
consciência, que caminhe com os que procuram, que acompanhe os que duvidam, que
ajude a reconstruir os que erram, que estenda a mão aos desanimados. Esperamos
uma Igreja missionária que cuide da transmissão da fé, que celebre com alegria,
que tenha rosto e essência jovem. Esperamos! …
Esperamos
mas “não ficamos passivamente à espera”. Esperamos e fazemos acontecer. É a
dinâmica própria da esperança cristã, uma esperança que compromete, conjuga a
expectativa com o ideal cristão, purifica, fortalece o desejo, faz o
discernimento, empenha a colaborar com a Salvação que nos é dada.
O
Advento é sempre tempo de esperança. O nascimento histórico de Jesus já
aconteceu, da sua vinda no final dos tempos não sabemos a data e ocasião. Mas
cada dia, cada vida, cada história, cada processo é o momento favorável para
deixar Cristo nascer e para nascermos para Cristo. Esperar é fazer acontecer.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 26-11-2021.
Sem comentários:
Enviar um comentário