PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 12 de novembro de 2021
S
Sexta-feira da XXXII semana do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira
da semana XXXII
S. Josafat, bispo e mártir – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Sab 13, 1-9; Sal 18 A (19), 2-3. 4-5
Ev Lc 17, 26-37
* Na Ordem Beneditina – S. Teodoro Studita, abade – MF; S. Josafat – MF
* Na Ordem de Cister – S. Teodoro Estudita, abade – MF
* Na Diocese de Leiria-Fátima (Basílica da Santíssima Trindade – Santuário de
Fátima) – I Vésp. do aniversário da Basílica da Santíssima Trindade.
S.
JOSAFAT, bispo e mártir
Nota Histórica:
Nasceu
na Ucrânia, cerca do ano 1580, de pais ortodoxos. Abraçou a fé católica e
entrou na Ordem de S. Basílio. Ordenado sacerdote e eleito bispo de Polock,
dedicou se com grande empenho à causa da unidade da Igreja, pelo que foi
perseguido pelos seus inimigos e morreu mártir em 1623.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Jer
3, 15
Eu vos darei pastores segundo o meu coração,
que vos apascentem com sabedoria e prudência.
ORAÇÃO COLECTA
Intensificai, Senhor, na vossa Igreja a acção do Espírito Santo, que levou o
bispo São Josafat a dar a vida pelo seu povo, e concedei-nos, por sua
intercessão, que, fortificados pelo mesmo Espírito, não hesitemos em dar a vida
pelos nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Sab 13, 1-9
«Se conseguiram examinar o mundo,
como não encontraram o Senhor do universo?»
Leitura do Livro
da Sabedoria
Todos os homens que vivem na
ignorância de Deus são verdadeiramente insensatos, porque, pelos bens visíveis,
não foram capazes de conhecer Aquele que é, nem reconheceram o Artífice, pela
consideração das suas obras. Mas foi o fogo, o vento, o ar ligeiro, o ciclo dos
astros, a água impetuosa ou os luzeiros do céu que eles tomaram como deuses e
senhores do mundo. Se, fascinados pela beleza das coisas, as tomaram por
deuses, reconheçam quanto é mais excelente o seu Senhor, pois foi o Autor da
beleza que as criou. Se o que os impressionou foi a sua força e energia,
compreendam quanto é mais poderoso Aquele que as fez. Porque a grandeza e a
beleza das criaturas, conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor.
Contudo, esses homens incorrem apenas em ligeira censura, porque talvez se
extraviem, buscando a Deus e desejando encontrá-l’O: ocupados na investigação
das suas obras, deixam-se seduzir pelas aparências, pois são belas as coisas
que vêem. Mas nem esses têm desculpa: se conseguiram obter tanta ciência que
podem examinar o mundo, como não encontraram mais depressa o Senhor do mundo?
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 A (19 A), 2-3.4-5 (R. 2a)
Refrão: Os céus proclamam a glória de
Deus. Repete-se
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite. Refrão
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo. Refrão
ALELUIA Lc 21, 28
Refrão: Aleluia. Repete-se
Erguei-vos e levantai a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima. Refrão
EVANGELHO Lc 17, 26-37
«No dia em que Se manifestar o Filho do homem»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho
do homem: Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que
Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio, que os fez perecer a todos. Do mesmo
modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e
construiam. Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva
de fogo e enxofre, que os fez perecer a todos. Assim será no dia em que Se
manifestar o Filho do homem. Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas
em casa não desça para as tirar; e quem estiver no campo não volte atrás.
Lembrai-vos da mulher de Lot. Quem procurar salvar a vida há-de perdê-la e quem
a perder há de salvá-la. Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito:
um será tomado e o outro deixado; estarão duas mulheres a moer juntamente: uma
será tomada e a outra deixada». Então os discípulos perguntaram a Jesus:
«Senhor, onde será isto?». Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se
juntarão os abutres».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus de misericórdia, santificai com a vossa bênção estes dons e confirmai-nos
na verdadeira fé, da qual São Josafat deu testemunho com o seu sangue. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 10, 11
O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que esta mesa celeste aumente em nós o espírito de fortaleza e
de paz, para que, a exemplo de São Josafat, dêmos generosamente a nossa vida
pela honra e unidade da Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS: Sab 13, 1-9 : O
autor deste livro, culto e bem formado, lamenta os que, olhando para as belezas
do mundo, por elas se deixaram prender, a ponto de as tomarem por deuses e não
foram capazes de, através delas, descobrirem Deus. Mais tarde, S. Paulo há de
escrever com sentido idêntico ao desta leitura: “Desde a criação do mundo, as
perfeições invisíveis de Deus, o seu poder eterno e a sua divindade,
tornaram-se, pelas suas obras, visíveis à inteligência” (Rom 2, 20).
Lc 17, 26-37: Continua
o discurso apocalíptico sobre a vinda do Filho do homem, que é preciso esperar
na austeridade, na vigilância e na fé. Com exemplos da história antiga do povo
de Deus, Jesus previne os seus discípulos para que se mantenham sempre na
expectativa da vinda do reino de Deus. As ocupações e cuidados da vida presente
podem não deixar tempo para viver na expectativa dessa vinda do Senhor, mas ela
é certa e será para todos os homens.
Lc 17, 20-25: A grande questão para
os Judeus do tempo de Jesus era saberem quando chegaria o reino de Deus. Mas o reino
está em Jesus; reconhecê-l’O na fé e aceitar n’Ele esse reino é entrar desde já
nesse mesmo reino. A fé, e não qualquer acontecimento espetacular, é que
introduzirá os homens no reino de Deus, que já está presente no meio deles
desde que “o Verbo de Deus encarnou e habitou entre nós.”
AGENDA
DO DIA:
15.00
horas: Missa o Lar de Arez
16.00
horas: Misa no Lar de Alpalhão
16.30
horas Funeral no Arneiro
18.00
horas: Missa em Nisa
18.00
horas: Missa em Alpalhão
21.00
horas: Reunião em Alpalhão
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
AS ALMINHAS
– UM PATRIMÓNIO A NÃO ESQUECER
Estamos em novembro, um mês que a tradição cristã
dedica, de forma muito especial, a uma mais viva comunhão com os que partiram.
Hoje vou tornar presente um património interessante, fruto dessa devoção do
povo. As pessoas dedicadas à investigação sempre querem saber qual a sua
origem. Assim, aventam-se várias hipóteses acerca das origens mais remotas das
Alminhas que salpicam grande parte do nosso território, não só, mas sobretudo a
norte do país. Embora todas as hipóteses sejam plausíveis e sejam de trazer à
baila, o seu adn não dá certezas, como é evidente. São hipóteses, embora,
algumas dessas hipóteses, possam ter ou tenham como fundamento o sentimento
religioso que o homem sempre teve e é incapaz de apagar dentro de si.
Deixando essas questões bem pertinentes para quem
gosta de investigar, há quem afirme que as Alminhas são uma criação bem
portuguesa. A sua multiplicação, bem como a multiplicação das Confrarias das
Almas e dos altares das almas em igrejas, deu-se sobretudo a partir do Concílio
de Trento. A Igreja crê e ensina que os eleitos são purificados das
consequências pessoais de todas as suas culpas antes de serem acolhidos
definitivamente na intimidade de Deus. A esse estado de purificação é que a
Igreja chama Purgatório. E a nós, os vivos, é-nos pedido o sentimento de
gratidão, de caridade e de justiça, de rezar pelos fiéis defuntos para que Deus
tenha misericórdia deles, os purifique na sua caridade e os introduza no seu
Reino de luz e vida.
A piedade popular, que, como sabemos, é “caraterizada
por uma grande variedade e riqueza de expressões corporais, gestuais e
simbólicas”, logo se manifestou também “muito atenta à memória dos defuntos e
solícita em sufragá-los com orações”. Expressões dessa forma de fazer memória e
de convidar à oração de sufrágio são, de facto, as Alminhas, que, embora aqui
ou ali estejam esquecidas e a perderem-se - o que é pena! -, constituem um
verdadeiro património de religiosidade popular, quer construídas por iniciativa
das comunidades cristãs locais quer pela devoção e imaginação de particulares.
Regra geral mostram-se em sítios de passagem para serem vistas e cumprirem a
sua função: levar os vivos a encontrarem-se com Deus e a rezar pelas benditas
almas do Purgatório, sem esquecerem que também são peregrinos a caminho dessa eternidade
em Deus.
E quem, do norte, não guarda essa feliz memória das
Alminhas, com flores ou sem flores, altaneiras ou encrustadas em paredes, no
meio de lugares ou nas encruzilhadas de caminhos, com lampadário ou vela acesa,
ou não, com figuras em painel de azulejos, em pequenos retábulos ou telas, mais
rústicas ou mais sofisticadas, mas sempre a lembrar ao transeunte a necessidade
delas se lembrar e por elas rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria ou o que a sua
devoção lhe pudesse ditar? E quem não conserva na memória aquela pessoa que
sempre parava para rezar, a outra que ao passar tirava a boina ou o chapéu, a
outra que fazia uma pausa, uma vénia ou até uma genuflexão? E aquela outra que
as cuidava como se de catedrais populares se tratasse e ficava triste como a
noite quando os amigos do alheio as arrombavam, profanavam e roubavam? E quem,
sendo criança e tudo isto presenciava e vivia, não assimilava a mensagem que
estas pessoas faziam passar com testemunho tão simples quão significativo?!...
Em paróquias por onde passei a paroquiar, havia
Alminhas e muita devoção às Almas do Purgatório promovida pelas respetivas
Confrarias, sendo uma boa oportunidade para congregar e evangelizar. Não raro,
porém, perante algumas incoerências no modo de estar e viver, embora seja um
santo e salutar pensamento rezar pelos mortos para que sejam perdoados de seus
pecados, havia necessidade de alertar para que não se reduzisse a vivência da
fé e a pertença à Igreja apenas a rezar pelos mortos, andando aos encontrões
aos vivos!...
Hoje digo o mesmo! Encontramos gente que só participa
na Eucaristia, mesmo ao Domingo, quando a intenção é rezar pelos mortos.
Sobretudo pelos seus mortos. E tantas vezes se esquece de rezar pelos vivos,
pelos seus inclusive. Não se sentem motivados para ajudar os seus a viverem
cristãmente, antes pelo contrário, desajudam-se mutuamente e faz-se da Igreja
uma espécie de instância fúnebre de encomendação das almas. Dá a impressão que
estão à espera que os seus familiares morram para depois rezar por eles.
Enquanto podem e devem fazer alguma coisa para os ajudar à conversão, a viver e
a morrer cristãmente, nada ou pouco fazem. Embora compreenda alguns argumentos,
até me parece pouco pedagógico a marcação de muitas intenções nas missas ao
Domingo só para ter mais gente nas igrejas...
A par das Alminhas, há outros pequenos nichos a quem,
por vezes, até se dá também o nome de Alminhas, embora tenham como titular um
Santo. São nichos, edículas, capelinhas em honra do Coração de Jesus, de Nossa
Senhora ou de Santos, são cruzeiros, são estações da Via Sacra, são quadros dos
Passos do Senhor, são padrões....
Muitas paróquias zelam muito bem este património,
cuidam-no e promovem o seu verdadeiro sentido e valor cristão.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 5-11-2021.
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