PARÓQUIAS DE NISA
Terça, 09 de novembro de 2021
Terça-feira da XXXII semana do tempo comum
LITURGIA
Terça-feira
da semana XXXII
Dedicação da Basílica de Latrão –
FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. próprio.
L 1 Ez 47, 1-2. 8-9. 12 ou 1 Cor 3, 9c-11. 16-17; Sal 45, 2-3. 5-6. 8-9
Ev Jo 2, 13-22
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – Aniversário da fundação do Instituto
(1732).
DEDICAÇÃO
DA BASÍLICA DE LATRÃO
Nota
Histórica:
Segundo uma
tradição que remonta ao século XII, celebra se neste dia o aniversário da
dedicação da basílica de Latrão, construída pelo imperador Constantino.
Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde,
estendeu se à Igreja de rito romano, com o fim de honrar a basílica que é
chamada «a igreja mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe» e como sinal de
amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu S. Inácio de
Antioquia, «preside à assembleia universal da caridade».
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 21, 2.10
Eu vi a cidade santa, a nova Jerusalém,
que descia do Céu, resplandecente da glória de Deus,
como noiva adornada para o seu esposo.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que edificais o templo da vossa glória
com pedras vivas e escolhidas,
derramai sobre a Igreja os dons do Espírito Santo,
para que o vosso povo cresça cada vez mais
na fé, esperança e caridade,
até se transformar na Jerusalém celeste.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ou
Senhor nosso Deus, que Vos dignastes chamar Igreja
à assembleia do vosso povo,
fazei que os fiéis, reunidos em vosso nome,
Vos adorem, amem e sirvam
e, guiados por Vós, alcancem o reino prometido.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ez 47,
1-2.8-9.12
Leitura da Profecia de
Ezequiel
Naqueles
dias,
o Anjo reconduziu-me à entrada do templo.
Debaixo do limiar da porta saía água em direcção ao Oriente,
pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente.
As águas corriam da parte inferior,
do lado direito do templo, ao sul do altar.
O Anjo fez-me sair pela porta setentrional
e contornar o templo por fora,
até à porta exterior que está voltada para o Oriente.
As águas corriam do lado direito.
O Anjo disse-me:
«Esta água corre para a região oriental,
desce para Arabá e entra no mar,
para que as suas águas se tornem salubres.
Todo o ser vivo que se move na água onde chegar esta torrente
terá novo alento
e o peixe será mais abundante.
Porque aonde esta água chegar,
tornar-se-ão sãs as outras águas
e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente.
À beira da torrente, nas duas margens,
crescerá toda a espécie de árvores de fruto;
a sua folhagem não murchará, nem acabarão os seus frutos.
Todos os meses darão frutos novos,
porque as águas vêm do santuário.
Os frutos servirão de alimento e as folhas de remédio».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 45 (46), 2-3.5-6.8-9 (R. 5)
Refrão: Os braços dum rio alegram a
cidade de Deus,
a morada santa do Altíssimo.
Deus é o nosso refúgio e a nossa força,
auxílio sempre pronto na adversidade.
Por isso nada receamos ainda que a terra vacile
e os montes se precipitem no fundo do mar.
Os braços dum rio alegram a cidade de Deus,
a mais santa das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela e a torna inabalável,
Deus a protege desde o romper da aurora.
O Senhor dos Exércitos está connosco,
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.
Vinde e contemplai as obras do Senhor,
as maravilhas que realizou na terra.
LEITURA II 1 Cor 3, 9c-11.16-17
«Vós sois templo de Deus»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Vós sois edifício de Deus.
Segundo a graça de Deus que me foi dada,
eu, como sábio arquitecto, coloquei o alicerce
e outro levanta o edifício.
Veja cada um como constrói:
ninguém pode colocar outro alicerce
além do que está posto, que é Jesus Cristo.
Não sabeis que sois templo de Deus
e que o Espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá.
Porque o templo de Deus é santo
e vós sois esse templo.
Palavra do Senhor.
ALELUIA 2 Cr 7, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Escolhi e consagrei esta casa, diz o
Senhor,
para que o meu nome esteja neste lugar para sempre. Refrão
EVANGELHO Jo 2, 13-22
«Falava do templo do seu Corpo»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Estava
próxima a Páscoa dos judeus
e Jesus subiu a Jerusalém.
Encontrou no templo
os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas
e os cambistas sentados às bancas.
Fez então um chicote de cordas
e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois;
deitou por terra o dinheiro dos cambistas
e derrubou-lhes as mesas;
e disse aos que vendiam pombas:
«Tirai tudo isto daqui;
não façais da casa de meu Pai casa de comércio».
Os discípulos recordaram-se do que estava escrito:
«Devora-me o zelo pela tua casa».
Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe:
«Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?».
Jesus respondeu-lhes:
«Destruí este templo e em três dias o levantarei».
Disseram os judeus:
«Foram precisos quarenta e seis anos para construir este templo
e Tu vais levantá-lo em três dias?».
Jesus, porém, falava do templo do seu Corpo.
Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos,
os discípulos lembraram-se do que tinha dito
e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os dons que Vos oferecemos
e concedei ao vosso povo em oração
a graça de ser santificado por estes sacramentos
e a alegria de ver atendidas as suas súplicas.
Por Nosso Senhor.
PREFÁCIO A Igreja, esposa de Cristo e templo do Espírito
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte;
Pela vossa infinita bondade, Senhor,
quisestes habitar em toda a casa
em que se reúne o vosso povo em oração,
para fazer de nós, com o auxílio constante da vossa graça,
o templo do Espírito Santo,
resplandecente pela santidade dos filhos.
Santificais sempre a Igreja, esposa de Cristo,
simbolizada em edifícios visíveis,
para que um dia, como mãe alegre
com a multidão inumerável dos seus filhos,
entre revestida de glória no reino dos Céus.
Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Pedro 2, 5
Nós somos as pedras vivas do templo espiritual,
somos o sacerdócio santo de Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que fizestes da vossa Igreja na terra
o sinal visível da Jerusalém celeste,
permiti que, pela participação neste sacramento,
nos tornemos templos da vossa graça
e entremos um dia na morada da vossa glória.
MÉTODO
DE ORAÇÃO BÍBLICA
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de
Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: - Louva o Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através
da Sua Palavra.
LEITURAS:
AGENDA
DO DIA:
18.00 horas: Missa em Nisa
18.00 horas: Missa em Alpalhão.
PENSAMENTO
DO DIA
«Buscai
primeiramente o que une, em vez de buscar o que divide»
São
João XXIII
A VOZ DO PASTOR
AS ALMINHAS –
UM PATRIMÓNIO A NÃO ESQUECER
Estamos em novembro, um mês que a tradição cristã
dedica, de forma muito especial, a uma mais viva comunhão com os que partiram.
Hoje vou tornar presente um património interessante, fruto dessa devoção do
povo. As pessoas dedicadas à investigação sempre querem saber qual a sua
origem. Assim, aventam-se várias hipóteses acerca das origens mais remotas das
Alminhas que salpicam grande parte do nosso território, não só, mas sobretudo a
norte do país. Embora todas as hipóteses sejam plausíveis e sejam de trazer à
baila, o seu adn não dá certezas, como é evidente. São hipóteses, embora,
algumas dessas hipóteses, possam ter ou tenham como fundamento o sentimento
religioso que o homem sempre teve e é incapaz de apagar dentro de si.
Deixando essas questões bem pertinentes para quem
gosta de investigar, há quem afirme que as Alminhas são uma criação bem
portuguesa. A sua multiplicação, bem como a multiplicação das Confrarias das
Almas e dos altares das almas em igrejas, deu-se sobretudo a partir do Concílio
de Trento. A Igreja crê e ensina que os eleitos são purificados das
consequências pessoais de todas as suas culpas antes de serem acolhidos
definitivamente na intimidade de Deus. A esse estado de purificação é que a
Igreja chama Purgatório. E a nós, os vivos, é-nos pedido o sentimento de
gratidão, de caridade e de justiça, de rezar pelos fiéis defuntos para que Deus
tenha misericórdia deles, os purifique na sua caridade e os introduza no seu
Reino de luz e vida.
A piedade popular, que, como sabemos, é “caraterizada
por uma grande variedade e riqueza de expressões corporais, gestuais e
simbólicas”, logo se manifestou também “muito atenta à memória dos defuntos e
solícita em sufragá-los com orações”. Expressões dessa forma de fazer memória e
de convidar à oração de sufrágio são, de facto, as Alminhas, que, embora aqui
ou ali estejam esquecidas e a perderem-se - o que é pena! -, constituem um
verdadeiro património de religiosidade popular, quer construídas por iniciativa
das comunidades cristãs locais quer pela devoção e imaginação de particulares.
Regra geral mostram-se em sítios de passagem para serem vistas e cumprirem a
sua função: levar os vivos a encontrarem-se com Deus e a rezar pelas benditas
almas do Purgatório, sem esquecerem que também são peregrinos a caminho dessa
eternidade em Deus.
E quem, do norte, não guarda essa feliz memória das
Alminhas, com flores ou sem flores, altaneiras ou encrustadas em paredes, no
meio de lugares ou nas encruzilhadas de caminhos, com lampadário ou vela acesa,
ou não, com figuras em painel de azulejos, em pequenos retábulos ou telas, mais
rústicas ou mais sofisticadas, mas sempre a lembrar ao transeunte a necessidade
delas se lembrar e por elas rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria ou o que a sua
devoção lhe pudesse ditar? E quem não conserva na memória aquela pessoa que
sempre parava para rezar, a outra que ao passar tirava a boina ou o chapéu, a
outra que fazia uma pausa, uma vénia ou até uma genuflexão? E aquela outra que
as cuidava como se de catedrais populares se tratasse e ficava triste como a
noite quando os amigos do alheio as arrombavam, profanavam e roubavam? E quem,
sendo criança e tudo isto presenciava e vivia, não assimilava a mensagem que
estas pessoas faziam passar com testemunho tão simples quão significativo?!...
Em paróquias por onde passei a paroquiar, havia
Alminhas e muita devoção às Almas do Purgatório promovida pelas respetivas
Confrarias, sendo uma boa oportunidade para congregar e evangelizar. Não raro,
porém, perante algumas incoerências no modo de estar e viver, embora seja um
santo e salutar pensamento rezar pelos mortos para que sejam perdoados de seus
pecados, havia necessidade de alertar para que não se reduzisse a vivência da
fé e a pertença à Igreja apenas a rezar pelos mortos, andando aos encontrões
aos vivos!...
Hoje digo o mesmo! Encontramos gente que só participa
na Eucaristia, mesmo ao Domingo, quando a intenção é rezar pelos mortos.
Sobretudo pelos seus mortos. E tantas vezes se esquece de rezar pelos vivos,
pelos seus inclusive. Não se sentem motivados para ajudar os seus a viverem
cristãmente, antes pelo contrário, desajudam-se mutuamente e faz-se da Igreja
uma espécie de instância fúnebre de encomendação das almas. Dá a impressão que
estão à espera que os seus familiares morram para depois rezar por eles.
Enquanto podem e devem fazer alguma coisa para os ajudar à conversão, a viver e
a morrer cristãmente, nada ou pouco fazem. Embora compreenda alguns argumentos,
até me parece pouco pedagógico a marcação de muitas intenções nas missas ao
Domingo só para ter mais gente nas igrejas...
A par das Alminhas, há outros pequenos nichos a quem,
por vezes, até se dá também o nome de Alminhas, embora tenham como titular um
Santo. São nichos, edículas, capelinhas em honra do Coração de Jesus, de Nossa
Senhora ou de Santos, são cruzeiros, são estações da Via Sacra, são quadros dos
Passos do Senhor, são padrões....
Muitas paróquias zelam muito bem este património,
cuidam-no e promovem o seu verdadeiro sentido e valor cristão.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 5-11-2021.
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