segunda-feira, 26 de abril de 2021

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Terça, 27 de abril de 2021

 

Terça-feira da IV semana da Páscoa

 

 

LITURGIA

 

 

Terça-feira da semana IV

Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 At 11, 19-26; Sal 86 (87), 1-3. 4-5. 6-7
Ev Jo 10, 22-30

* Na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – B. Rafael Arnaiz Barón, oblato OCEO – MF
* Na Companhia de Jesus – S. Pedro Canísio, presbítero e doutor da Igreja – MO
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – B. Nicolau Roland, presbítero, fundador da Congregação Docente das Irmãs do Menino Jesus – MF
* Na Congregação dos Missionários Monfortinos – I Vésp. de S. Luís Maria Grignion de Montfort.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 19, 7.9
Exultemos de alegria e dêmos glória a Deus,
porque o Senhor reina eternamente. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Concedei, Deus omnipotente, que a celebração dos mistérios de Cristo ressuscitado aumente em nós a alegria da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 11, 19-26
«Começaram a falar também aos gregos,
anunciando-lhes o Senhor Jesus»


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, os irmãos que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada pelo caso de Estêvão, caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia. Mas anunciavam a palavra apenas aos judeus. Houve, contudo, entre eles alguns homens de Chipre e de Cirene, que, ao chegarem a Antioquia, começaram a falar também aos gregos, anunciando-lhes o Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles e foi grande o número dos que abraçaram a fé e se converteram ao Senhor. A notícia chegou aos ouvidos da Igreja de Jerusalém e mandaram Barnabé a Antioquia. Quando este chegou e viu a ação da graça de Deus, encheu-se de alegria e exortou a todos a que se conservassem fiéis ao Senhor, de coração sincero; era realmente um homem bom e cheio do Espírito Santo e de fé. Assim uma grande multidão aderiu ao Senhor. Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, tendo-o encontrado, trouxe-o para Antioquia. Passaram juntos nesta Igreja um ano inteiro e ensinaram muita gente. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, se deu aos discípulos o nome de «cristãos».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Sal. 86 (87), 1-3.4-5.6-7
(R. cf. Salmo 116, 1a)
Refrão: Povos da terra, louvai o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

O Senhor ama a cidade,
por Ele fundada sobre os montes santos;
ama as portas de Sião
mais que todas as moradas de Jacob.
Grandes coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus. Refrão

Contarei o Egipto e a Babilónia
entre os meus adoradores;
a Filisteia, Tiro e a Etiópia, uns e outros ali nasceram.
E dir-se-á em Sião: «Todos lá nasceram,
o próprio Altíssimo a consolidou». Refrão

O Senhor escreverá no registo dos povos:
«Este nasceu em Sião».
E irão dançando e cantando:
«Todas as minhas fontes estão em ti». Refrão


ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão


EVANGELHO Jo 10, 22-30
«Eu e o Pai somos um só»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


Naquele tempo, celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação do templo. Era inverno e Jesus passeava no templo, sob o Pórtico de Salomão. Então os judeus rodearam-n’O e disseram: «Até quando nos vais trazer em suspenso? Se és o Messias, diz- nos claramente». Jesus respondeu-lhes: «Já vo-lo disse, mas não acreditais. As obras que Eu faço em nome de meu Pai dão testemunho de Mim. Mas vós não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer, ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Concedei, Senhor, que em todo o tempo possamos alegrar-nos com estes mistérios pascais, de modo que o acto sempre renovado da nossa redenção seja para nós causa de alegria eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal: p. 412-416


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Lc 24, 46.26
Jesus Cristo tinha de padecer e ressuscitar dos mortos,
para entrar na sua glória. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ouvi, Senhor, as nossas preces e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção nos auxiliem na vida presente e nos alcancem as alegrias eternas. Por Nosso Senhor.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

Atos 11, 19-26: Assistimos hoje ao nascimento da Igreja de Antioquia, cidade capital da Síria, que a partir de agora se torna centro de irradiação missionária da maior importância. O Evangelho, que até aqui tem sido anunciado particularmente a Judeus, passa agora a ser anunciado também aos pagãos. O seu grande missionário é Paulo, que Barnabé vai buscar à terra dele, Tarso, por onde ele se tem conservado desde longa data.

Jo 10, 22-30: Embora não seja a continuação da leitura de ontem, esta leitura esclarece, de novo, a relação de Jesus com o Pai: Ele e o Pai são um só. Por isso, as palavras e os atos de Jesus revelam a atitude de Deus para com os homens. Aceitar Jesus e crer n’Ele é tornar-se um com Ele, é ser d’Ele, é, por isso, ser de Deus; é estar unido ao Pai.

 

AGENDA DO DIA

 

18.00 horas: Missa em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

QUANDO OS AMIGOS O SÃO DE VERDADE

 

Nesta jornada Mundial de Oração pelas Vocações, vou desafiar os jovens. Aliás, desafio toda a gente de boa vontade a tirar um pouquinho de tempo para ser protagonista desta jornada. Como? Sendo verdadeiramente amigo ou amiga. Não amigos da onça ou de Peniche, mas amigos que façam parar, refletir e sonhar, tornando-se promotores corajosos na construção dum mundo mais belo com a colaboração e a felicidade de todos. Que cada um se interrogue sobre a importância que tem dado às vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada e faça com que os seus amigos se interpelem sobre este assunto que sempre nos ocupa, mas sobretudo nesta semana. Se há uma diversidade enorme de caminhos, é porque todos são possíveis de serem percorridos e há gente para todos eles. Uma sociedade intelectualmente habitável não pode ser preconceituosa, mas deve construir-se com a diversidade de opções para ser, saber, saber fazer e conviver. Presumo que muitos teriam feito opção diferente se, no momento oportuno, os amigos tivessem dado um ombrozinho. Às vezes - e perdoem-me a ousadia! -, às vezes, até parece que nem os pais são amigos. Francisco diz que o Senhor “deseja moldar corações de pais, corações de mães: corações abertos, capazes de grandes ímpetos, generosos na doação, compassivos para consolar as angústias e firmes para fortalecer as esperanças”. Ninguém deve negar-se a rasgar horizontes no coração de adolescentes e jovens, alimentando-lhes a alegria de sonhar nos sonhos que Deus sonhou para eles. Cortar-lhes as asas, orientá-los segundo interesses vários, desviá-los da sua liberdade e gosto de optar pelos sonhos que comandam a vida e são fonte de alegria, não é ser amigo. Alguém, assim influenciado, até pode ingressar num curso superior e chegar ao fim com grande êxito e aplauso, mas sem alegria nem entusiasmo. O curso não é a concretização de um sonho seu, não sabe bem o que vai fazer com ele, não era aquilo que verdadeiramente sonhava. E agora? Passar a vida a remar contra a maré?!

Os senhores professores, catequistas, chefes de escuteiros, associações juvenis, colegas e tantos outros, quando têm verdadeira consciência da sua altíssima missão, são, muitas vezes, os melhores empreiteiros a rasgar estradas e autoestradas na vida de adolescentes e jovens. O seu testemunho de vida, a sua palavra, o ambiente que criam para o diálogo e a reflexão séria e sem preconceitos, são lições de vida a abrir pistas para quem sonha nos sonhos de Deus e quer ser feliz e útil. Se o dever e a amizade funcionassem, não haveria tantas escolhas a desembocar em nada ou em muito pouco, negando a alegria e o entusiamo pela vida.

Sabemos que os adolescentes e jovens têm muita facilidade em fazer amigos. Há gente que se compraz em dizer que é amiga de toda a gente e toda a gente é sua amiga. No entanto, se há muita gente conhecida, os amigos são poucos, pouquíssimos, talvez nenhum. O livro dos Provérbios e o Eclesiástico são férteis em conselhos sobre os amigos e a amizade. Muita literatura exprime a frustração de tantas vítimas de amigos que o não eram. Uns, amigos de ocasião, levam à ruína. Outros, fogem quando se está em apuros. Outros, transformam-se em inimigos e até envergonham o amigo revelando as suas fraquezas. Outros, companheiros de mesa, sempre presentes quando tudo corre bem, quando as coisas correm mal, logo se afastam, voltam as costas, escondem-se. Outros, talvez os piores!, são aqueles que se riem, denegrindo os sonhos de quem sonha diferente e mais alto, sobretudo quando de vida sacerdotal ou vida consagrada se trata. Enfim!...

Quem encontra um verdadeiro amigo tem um tesouro de valor incalculável, sem preço. Sendo mais dedicado que um irmão, jamais abandona o amigo sejam quais forem as circunstâncias existenciais ou as de tempo e lugar. Não usa amizade fingida para dizer sempre “amem”. Sabe bater o pé e dizer não quando é preciso dizer não. Sabe repreender mesmo que doa. A sua luz brilha na vida do amigo. A sua sabedoria é fonte de vida. O seu testemunho eleva, enriquece,  ajuda a promover a relação do amigo consigo mesmo, com Deus, com os outros, com a vida. São Paulo, ele que sentiu na pele a cobardia dos amigos, adverte para que não se rivalize nessa hipocrisia. Com firmeza e alegria, porém, ele confessa que apenas teve um Amigo que nunca o abandonou: “o Senhor ficou comigo e encheu-me de força...”.

Este é o Amigo que nunca falha, apesar de ter sido traído pelos seus amigos. Mesmo quando traído por Judas que o entregou com um beijo, Jesus, sem qualquer espécie de fingimento, referiu-se a ele chamando-o de amigo: “Amigo...”, a que vens? Neste IV Domingo da Páscoa, celebramos esse Verdadeiro Amigo, chamando-o de Bom Pastor, o Amigo por excelência. Aquele que nos conhece e anda à nossa procura para nos levar como cordeirinhos ao colo. Ele quer conquistar o nosso coração, quer abrir o coração de todos e de cada um às surpresas de Deus Pai, não pela força ou artimanhas palavrosas, mas pelo amor que nos dedica.

Francisco, da vida de São José, realça três importantes atitudes para esta jornada Mundial de Oração pelas Vocações. Diz ele que é preciso SONHAR a vida na aventura dos sonhos de Deus para SERVIR com disponibilidade e através duma FIDELIDADE que faça da existência um dom de amor aos outros. Um dom vivido na alegria, tantas vezes tendo de sacrificar os próprios projetos sonhados fora dos sonhos de Deus. Toda a verdadeira vocação ao sacerdócio ou à vida consagrada, a vocação matrimonial, celibatária ou virginal, nascem do amor, nascem do dom de si mesmo. Se assim não for, corre o risco de exprimir infelicidade, tristeza e frustração (cf. PC7). E como os amigos podem ser importantes em momentos de opções fundamentais de vida!

A propósito, ou talvez não, lembro que um dia, em Cafarnaum, quatro amigos dum paralítico, na impossibilidade de se puderem aproximar de Jesus devido à multidão que estava dentro e rodeava a casa onde Jesus se encontrava, resolveram fazer um buraco no teto, por cima do lugar onde Jesus estava. Por lá, enfiaram a cama com o paralítico, implorando a sua cura. Apreciando a sua fé, Jesus curou o paralítico que logo se levantou (cf. Mc 2, 1-12). Os sábios sabidos ficaram a rabujar contra Jesus. Não sabemos se alguém ficou a berrar contra a corrente de ar que viria pelo buraco do teto ou se por algum sarrafo lhe ter acariciado a testa. O que sabemos é que Jesus aproveitou para anunciar quem era e ao que vinha. O paralítico, porém, carregou a cama às costas e foi-se porta fora, deixando boquiabertos quem nunca vira coisa assim! Ninguém pode dizer que ele não foi festejar com os seus amigos. Tampouco se poderá dizer que Jesus não foi associar-se à festa, entoando um hino à coragem destes amigos que, de forma criativa, colocaram o seu amigo no centro das suas atenções. A amizade funcionou: ajudaram o paralítico, rezaram por ele a Jesus!

Se somos cristãos, se todos precisamos de famílias abertas aos sonhos de Deus, não esqueçamos de ser amigos e promover as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, tão necessárias à Igreja e à sociedade em geral. É por elas que nesta semana rezamos. É por elas que, com amizade e por dever, provocamos os jovens e adolescentes. É por elas que pedimos a intercessão de São José, patrono da Igreja católica.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 23-04-2021

 

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