PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 30 de abril de 2021
Sexta-feira da IV semana da Páscoa
LITURGIA
Sexta-feira
da semana IV
S. Pio V, papa – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.
L 1 At 13, 26-33; Sal 2, 6-7. 8-9. 10-11
Ev Jo 14, 1-6
* Na Ordem de São Domingos – S. Pio V, papa – MO
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Bento de Urbino, presbítero, da I
Ordem – MF
* Na Ordem da Imaculada Conceição – Aniversário da aprovação da Ordem (1489).
* Na Diocese de Beja – I Vésp. de S. José Operário.
* Na Diocese do Funchal – I Vésp. de S. Tiago Menor.
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos (No Convento da Baixa da Banheira) – I
Vésp. de S. José Operário.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Ap 5, 9-10
Vós nos resgatastes, Senhor, com o vosso Sangue,
de todas as tribos, línguas, povos e nações,
e fizestes de nós, para Deus, um reino de sacerdotes. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, fonte da liberdade e da salvação, ouvi a voz das nossas súplicas e
fazei que vivam por Vós e em Vós encontrem a felicidade eterna aqueles que
remistes pelo Sangue do vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I Atos 13, 26-33
«Deus cumpriu a sua promessa, ressuscitando Jesus»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, disse Paulo na sinagoga de Antioquia da Pisídia: «Irmãos,
descendentes de Abraão e todos vós que temeis a Deus, a nós foi dirigida esta
palavra da salvação. Na verdade, os habitantes de Jerusalém e os seus chefes
não quiseram reconhecer Jesus, mas, condenando-O, cumpriram as palavras dos
Profetas que se lêem cada sábado. Embora não tivessem encontrado nada que
merecesse a morte, pediram a Pilatos que O mandasse matar. Cumprindo tudo o que
estava escrito acerca d’Ele, desceram-no da cruz e depuseram-n’O no sepulcro.
Mas Deus ressuscitou-O dos mortos e Ele apareceu durante muitos dias àqueles
que tinham subido com Ele da Galileia a Jerusalém e são agora suas testemunhas
diante do povo. Nós vos anunciamos a boa nova de que a promessa feita a nossos
pais, Deus a cumpriu para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus, como está
escrito no salmo segundo: ‘Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei’».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 2, 6-7.8-9.10-11 (R. 7)
Refrão: Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
«Fui Eu quem ungiu o meu Rei
sobre Sião, minha montanha sagrada».
Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: «Tu és meu filho, Eu hoje te gerei. Refrão
Pede-me e te darei as nações por herança
e os confins da terra para teu domínio.
Hás-de governá-los com ceptro de ferro,
quebrá-los como vasos de barro». Refrão
E agora, ó reis, tomai sentido,
atendei, vós que governais a terra.
Servi o Senhor com temor,
aclamai-O com reverência. Refrão
ALELUIA Jo 14, 6
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor;
ninguém vai ao Pai senão por Mim. Refrão
EVANGELHO Jo 14, 1-6
«Eu sou o caminho, a verdade e a vida»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso
coração. Se acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Em casa de meu Pai há
muitas moradas; se assim não fosse, Eu vos teria dito que vou preparar-vos um
lugar? Quando Eu for preparar-vos um lugar, virei novamente para vos levar
comigo, para que, onde Eu estou, estejais vós também. Para onde Eu vou,
conheceis o caminho». Disse-Lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais: como
podemos conhecer o caminho?» Respondeu-lhe Jesus: «Eu sou o caminho, a verdade
e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Acolhei benignamente, Senhor, os dons da vossa família e concedei-lhe o auxílio
da vossa proteção, para que não perca as graças recebidas e alcance os bens
eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Rom 4, 25
Cristo foi entregue à morte pelos nossos pecados
e ressuscitou para nossa justificação. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guardai sempre, Senhor, com paternal bondade o povo que salvastes, para que se
alegrem com a ressurreição do vosso Filho aqueles que foram redimidos pela sua
paixão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2.
Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
Leituras: Atos
13, 26-33: As passagens da história da salvação
recordadas pelo Apóstolo desde o principio deste discurso, apresenta-as ele
hoje como tendo sido realizadas em Jesus no seu mistério pascal. É uma promessa
que vem de longe, desde os tempos dos seus pais, os antigos patriarcas do povo
de Deus, e que Deus cumpriu ao ressuscitar Jesus de entre os mortos. De facto,
o mistério pascal é a síntese e o vértice para onde caminha toda a história da
salvação.
Jo 14, 1-6: As
grandes revelações da última Ceia, o tom direto das palavras de Jesus, são um
belo testamento do seu Coração. No limite da sua vida terrena, quando os seus
inimigos pensam ver tudo acabado, Jesus afirma-Se claramente como o caminho por
onde os homens podem chegar ao Pai, e a sua morte é realmente a porta por onde
passa este caminho, que os leva à vida.
AGENDA DO DIA
18.00 horas: Missa em
Nisa.
18.00 horas: Missa em
Alpalhão.
A VOZ DO PASTOR:
QUANDO OS AMIGOS O SÃO DE VERDADE
Nesta jornada Mundial de Oração pelas Vocações, vou desafiar
os jovens. Aliás, desafio toda a gente de boa vontade a tirar um pouquinho de
tempo para ser protagonista desta jornada. Como? Sendo verdadeiramente amigo ou
amiga. Não amigos da onça ou de Peniche, mas amigos que façam parar, refletir e
sonhar, tornando-se promotores corajosos na construção dum mundo mais belo com
a colaboração e a felicidade de todos. Que cada um se interrogue sobre a
importância que tem dado às vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada
e faça com que os seus amigos se interpelem sobre este assunto que sempre nos
ocupa, mas sobretudo nesta semana. Se há uma diversidade enorme de caminhos, é
porque todos são possíveis de serem percorridos e há gente para todos eles. Uma
sociedade intelectualmente habitável não pode ser preconceituosa, mas deve
construir-se com a diversidade de opções para ser, saber, saber fazer e
conviver. Presumo que muitos teriam feito opção diferente se, no momento
oportuno, os amigos tivessem dado um ombrozinho. Às vezes - e perdoem-me a
ousadia! -, às vezes, até parece que nem os pais são amigos. Francisco diz que
o Senhor “deseja moldar corações de pais, corações de mães: corações abertos,
capazes de grandes ímpetos, generosos na doação, compassivos para consolar as
angústias e firmes para fortalecer as esperanças”. Ninguém deve negar-se a
rasgar horizontes no coração de adolescentes e jovens, alimentando-lhes a
alegria de sonhar nos sonhos que Deus sonhou para eles. Cortar-lhes as asas,
orientá-los segundo interesses vários, desviá-los da sua liberdade e gosto de
optar pelos sonhos que comandam a vida e são fonte de alegria, não é ser amigo.
Alguém, assim influenciado, até pode ingressar num curso superior e chegar ao
fim com grande êxito e aplauso, mas sem alegria nem entusiasmo. O curso não é a
concretização de um sonho seu, não sabe bem o que vai fazer com ele, não era
aquilo que verdadeiramente sonhava. E agora? Passar a vida a remar contra a
maré?!
Os senhores professores, catequistas, chefes de
escuteiros, associações juvenis, colegas e tantos outros, quando têm verdadeira
consciência da sua altíssima missão, são, muitas vezes, os melhores
empreiteiros a rasgar estradas e autoestradas na vida de adolescentes e jovens.
O seu testemunho de vida, a sua palavra, o ambiente que criam para o diálogo e a
reflexão séria e sem preconceitos, são lições de vida a abrir pistas para quem
sonha nos sonhos de Deus e quer ser feliz e útil. Se o dever e a amizade
funcionassem, não haveria tantas escolhas a desembocar em nada ou em muito
pouco, negando a alegria e o entusiamo pela vida.
Sabemos que os adolescentes e jovens têm muita
facilidade em fazer amigos. Há gente que se compraz em dizer que é amiga de
toda a gente e toda a gente é sua amiga. No entanto, se há muita gente
conhecida, os amigos são poucos, pouquíssimos, talvez nenhum. O livro dos
Provérbios e o Eclesiástico são férteis em conselhos sobre os amigos e a
amizade. Muita literatura exprime a frustração de tantas vítimas de amigos que
o não eram. Uns, amigos de ocasião, levam à ruína. Outros, fogem quando se está
em apuros. Outros, transformam-se em inimigos e até envergonham o amigo
revelando as suas fraquezas. Outros, companheiros de mesa, sempre presentes
quando tudo corre bem, quando as coisas correm mal, logo se afastam, voltam as
costas, escondem-se. Outros, talvez os piores!, são aqueles que se riem,
denegrindo os sonhos de quem sonha diferente e mais alto, sobretudo quando de
vida sacerdotal ou vida consagrada se trata. Enfim!...
Quem encontra um verdadeiro amigo tem um tesouro de
valor incalculável, sem preço. Sendo mais dedicado que um irmão, jamais
abandona o amigo sejam quais forem as circunstâncias existenciais ou as de
tempo e lugar. Não usa amizade fingida para dizer sempre “amem”. Sabe bater o
pé e dizer não quando é preciso dizer não. Sabe repreender mesmo que doa. A sua
luz brilha na vida do amigo. A sua sabedoria é fonte de vida. O seu testemunho
eleva, enriquece, ajuda a promover a
relação do amigo consigo mesmo, com Deus, com os outros, com a vida. São Paulo,
ele que sentiu na pele a cobardia dos amigos, adverte para que não se rivalize
nessa hipocrisia. Com firmeza e alegria, porém, ele confessa que apenas teve um
Amigo que nunca o abandonou: “o Senhor ficou comigo e encheu-me de força...”.
Este é o Amigo que nunca falha, apesar de ter sido
traído pelos seus amigos. Mesmo quando traído por Judas que o entregou com um
beijo, Jesus, sem qualquer espécie de fingimento, referiu-se a ele chamando-o
de amigo: “Amigo...”, a que vens? Neste IV Domingo da Páscoa, celebramos esse
Verdadeiro Amigo, chamando-o de Bom Pastor, o Amigo por excelência. Aquele que
nos conhece e anda à nossa procura para nos levar como cordeirinhos ao colo.
Ele quer conquistar o nosso coração, quer abrir o coração de todos e de cada um
às surpresas de Deus Pai, não pela força ou artimanhas palavrosas, mas pelo
amor que nos dedica.
Francisco, da vida de São José, realça três
importantes atitudes para esta jornada Mundial de Oração pelas Vocações. Diz
ele que é preciso SONHAR a vida na aventura dos sonhos de Deus para SERVIR com
disponibilidade e através duma FIDELIDADE que faça da existência um dom de amor
aos outros. Um dom vivido na alegria, tantas vezes tendo de sacrificar os
próprios projetos sonhados fora dos sonhos de Deus. Toda a verdadeira vocação ao sacerdócio ou à
vida consagrada, a vocação matrimonial, celibatária ou virginal, nascem do
amor, nascem do dom de si mesmo. Se assim não for, corre o risco de exprimir
infelicidade, tristeza e frustração (cf. PC7). E
como os amigos podem ser importantes em momentos de opções fundamentais de
vida!
A propósito, ou talvez não, lembro que um dia, em
Cafarnaum, quatro amigos dum paralítico, na impossibilidade de se puderem
aproximar de Jesus devido à multidão que estava dentro e rodeava a casa onde
Jesus se encontrava, resolveram fazer um buraco no teto, por cima do lugar onde
Jesus estava. Por lá, enfiaram a cama com o paralítico, implorando a sua cura.
Apreciando a sua fé, Jesus curou o paralítico que logo se levantou (cf. Mc 2, 1-12).
Os sábios sabidos ficaram a rabujar contra Jesus. Não sabemos se alguém ficou a
berrar contra a corrente de ar que viria pelo buraco do teto ou se por algum
sarrafo lhe ter acariciado a testa. O que sabemos é que Jesus aproveitou para
anunciar quem era e ao que vinha. O paralítico, porém, carregou a cama às
costas e foi-se porta fora, deixando boquiabertos quem nunca vira coisa assim!
Ninguém pode dizer que ele não foi festejar com os seus amigos. Tampouco se
poderá dizer que Jesus não foi associar-se à festa, entoando um hino à coragem
destes amigos que, de forma criativa, colocaram o seu amigo no centro das suas
atenções. A amizade funcionou: ajudaram o paralítico, rezaram por ele a Jesus!
Se somos cristãos, se todos precisamos de famílias
abertas aos sonhos de Deus, não esqueçamos de ser amigos e promover as vocações
ao ministério ordenado e à vida consagrada, tão necessárias à Igreja e à
sociedade em geral. É por elas que nesta semana rezamos. É por elas que, com
amizade e por dever, provocamos os jovens e adolescentes. É por elas que
pedimos a intercessão de São José, patrono da Igreja católica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 23-04-2021
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