quarta-feira, 28 de abril de 2021

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quinta, 29 de abril de 2021

 

Quinta-feira da IV semana da Páscoa

 

 

LITURGIA

 

 

Quinta-feira da semana IV

S. Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja,
Padroeira da Europa – FESTA

Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Santos.

L 1 1 Jo 1, 5 – 2, 2; Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 8-9. 13-14. 17-18a
Ev Mt 11, 25-30

* Na Ordem de São Domingos e na Congregação das Irmãs Dominicanas de S. Catarina de Sena – S. Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja – FESTA e SOLENIDADE
* Na Congregação das Irmãs Missionárias de S. Pedro Claver – Aniversário da fundação do Instituto (1894).

 

S. CATARINA DE SENA, virgem e doutora da Igreja

 

Nota Histórica

Nasceu em Sena no ano 1347. Movida pelo desejo de perfeição, entrou na Ordem Terceira de S. Domingos quando era ainda adolescente. Inflamada no amor de Deus e do próximo, trabalhou incansavelmente pela paz e concórdia entre as cidades, defendeu com ardor os direitos e a liberdade do Romano Pontífice e promoveu a renovação da vida religiosa. Escreveu importantes obras de espiritualidade, cheias de boa doutrina e de inspiração celeste. Morreu no ano 1380.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA
Esta é a virgem sábia e prudente,
que, de lâmpada acesa, foi ao encontro de Cristo. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de misericórdia infinita, que inflamastes Santa Catarina de Sena no amor divino, chamando-a à contemplação da paixão do Senhor e ao serviço da Igreja, fazei que o vosso povo, associado ao mistério de Cristo, se alegre para sempre na manifestação da sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 1 Jo 1, 5 – 2, 2
«O sangue de Jesus purifica-nos do pecado»


Leitura da Primeira Epístola de São João


Caríssimos: Esta é a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é luz e n’Ele não há trevas. Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Mas se caminharmos na luz, como Ele vive na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus, seu Filho, purifica-nos de todo o pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a maldade. Se dissermos que não pecamos, fazemos d’Ele um mentiroso e a sua palavra não está em nós. Meus filhos, escrevo-vos isto, para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai. Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 102 (103), 1-2.3-4.8-9.13-14.17-18a (R. 1a)
Refrão: Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Ou: Ó minha alma, louva o Senhor.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
Não está sempre a repreender,
nem guarda ressentimento.

Como um pai se compadece de seus filhos,
assim o Senhor Se compadece dos que O temem.
Ele sabe de que somos formados
e não Se esquece de que somos pó da terra.

A bondade do Senhor permanece eternamente
sobre aqueles que O temem
e a sua justiça sobre os filhos dos seus filhos,
sobre aqueles que guardam a sua aliança.


EVANGELHO Mt 11, 25-30
«Escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes
e as revelaste aos pequeninos»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, Jesus exclamou:
«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes
e as revelaste aos pequeninos.
Sim, Pai, Eu Te bendigo,
porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi dado por meu Pai.
Ninguém conhece o Filho senão o Pai
e ninguém conhece o Pai senão o Filho
e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Vinde a Mim,
todos os que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo
e aprendei de Mim,
que sou manso e humilde de coração,
e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, o sacrifício da salvação que Vos oferecemos na festa de Santa Catarina e fazei que os ensinamentos da sua vida tornem mais fervorosa a nossa acção de graças a Vós, único Deus verdadeiro. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO
cf. 1 Jo 1, 7
Se caminhamos na luz de Deus,
estamos em comunhão uns com os outros
e o Sangue de Jesus Cristo seu Filho
purifica-nos de todo o pecado. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus todo-poderoso, o alimento que recebemos nesta mesa celeste e que sustentou Santa Catarina de Sena, até na sua vida temporal, seja para nós penhor de vida eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

AGENDA DO DIA

 

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

QUANDO OS AMIGOS O SÃO DE VERDADE

 

Nesta jornada Mundial de Oração pelas Vocações, vou desafiar os jovens. Aliás, desafio toda a gente de boa vontade a tirar um pouquinho de tempo para ser protagonista desta jornada. Como? Sendo verdadeiramente amigo ou amiga. Não amigos da onça ou de Peniche, mas amigos que façam parar, refletir e sonhar, tornando-se promotores corajosos na construção dum mundo mais belo com a colaboração e a felicidade de todos. Que cada um se interrogue sobre a importância que tem dado às vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada e faça com que os seus amigos se interpelem sobre este assunto que sempre nos ocupa, mas sobretudo nesta semana. Se há uma diversidade enorme de caminhos, é porque todos são possíveis de serem percorridos e há gente para todos eles. Uma sociedade intelectualmente habitável não pode ser preconceituosa, mas deve construir-se com a diversidade de opções para ser, saber, saber fazer e conviver. Presumo que muitos teriam feito opção diferente se, no momento oportuno, os amigos tivessem dado um ombrozinho. Às vezes - e perdoem-me a ousadia! -, às vezes, até parece que nem os pais são amigos. Francisco diz que o Senhor “deseja moldar corações de pais, corações de mães: corações abertos, capazes de grandes ímpetos, generosos na doação, compassivos para consolar as angústias e firmes para fortalecer as esperanças”. Ninguém deve negar-se a rasgar horizontes no coração de adolescentes e jovens, alimentando-lhes a alegria de sonhar nos sonhos que Deus sonhou para eles. Cortar-lhes as asas, orientá-los segundo interesses vários, desviá-los da sua liberdade e gosto de optar pelos sonhos que comandam a vida e são fonte de alegria, não é ser amigo. Alguém, assim influenciado, até pode ingressar num curso superior e chegar ao fim com grande êxito e aplauso, mas sem alegria nem entusiasmo. O curso não é a concretização de um sonho seu, não sabe bem o que vai fazer com ele, não era aquilo que verdadeiramente sonhava. E agora? Passar a vida a remar contra a maré?!

Os senhores professores, catequistas, chefes de escuteiros, associações juvenis, colegas e tantos outros, quando têm verdadeira consciência da sua altíssima missão, são, muitas vezes, os melhores empreiteiros a rasgar estradas e autoestradas na vida de adolescentes e jovens. O seu testemunho de vida, a sua palavra, o ambiente que criam para o diálogo e a reflexão séria e sem preconceitos, são lições de vida a abrir pistas para quem sonha nos sonhos de Deus e quer ser feliz e útil. Se o dever e a amizade funcionassem, não haveria tantas escolhas a desembocar em nada ou em muito pouco, negando a alegria e o entusiamo pela vida.

Sabemos que os adolescentes e jovens têm muita facilidade em fazer amigos. Há gente que se compraz em dizer que é amiga de toda a gente e toda a gente é sua amiga. No entanto, se há muita gente conhecida, os amigos são poucos, pouquíssimos, talvez nenhum. O livro dos Provérbios e o Eclesiástico são férteis em conselhos sobre os amigos e a amizade. Muita literatura exprime a frustração de tantas vítimas de amigos que o não eram. Uns, amigos de ocasião, levam à ruína. Outros, fogem quando se está em apuros. Outros, transformam-se em inimigos e até envergonham o amigo revelando as suas fraquezas. Outros, companheiros de mesa, sempre presentes quando tudo corre bem, quando as coisas correm mal, logo se afastam, voltam as costas, escondem-se. Outros, talvez os piores!, são aqueles que se riem, denegrindo os sonhos de quem sonha diferente e mais alto, sobretudo quando de vida sacerdotal ou vida consagrada se trata. Enfim!...

Quem encontra um verdadeiro amigo tem um tesouro de valor incalculável, sem preço. Sendo mais dedicado que um irmão, jamais abandona o amigo sejam quais forem as circunstâncias existenciais ou as de tempo e lugar. Não usa amizade fingida para dizer sempre “amem”. Sabe bater o pé e dizer não quando é preciso dizer não. Sabe repreender mesmo que doa. A sua luz brilha na vida do amigo. A sua sabedoria é fonte de vida. O seu testemunho eleva, enriquece,  ajuda a promover a relação do amigo consigo mesmo, com Deus, com os outros, com a vida. São Paulo, ele que sentiu na pele a cobardia dos amigos, adverte para que não se rivalize nessa hipocrisia. Com firmeza e alegria, porém, ele confessa que apenas teve um Amigo que nunca o abandonou: “o Senhor ficou comigo e encheu-me de força...”.

Este é o Amigo que nunca falha, apesar de ter sido traído pelos seus amigos. Mesmo quando traído por Judas que o entregou com um beijo, Jesus, sem qualquer espécie de fingimento, referiu-se a ele chamando-o de amigo: “Amigo...”, a que vens? Neste IV Domingo da Páscoa, celebramos esse Verdadeiro Amigo, chamando-o de Bom Pastor, o Amigo por excelência. Aquele que nos conhece e anda à nossa procura para nos levar como cordeirinhos ao colo. Ele quer conquistar o nosso coração, quer abrir o coração de todos e de cada um às surpresas de Deus Pai, não pela força ou artimanhas palavrosas, mas pelo amor que nos dedica.

Francisco, da vida de São José, realça três importantes atitudes para esta jornada Mundial de Oração pelas Vocações. Diz ele que é preciso SONHAR a vida na aventura dos sonhos de Deus para SERVIR com disponibilidade e através duma FIDELIDADE que faça da existência um dom de amor aos outros. Um dom vivido na alegria, tantas vezes tendo de sacrificar os próprios projetos sonhados fora dos sonhos de Deus. Toda a verdadeira vocação ao sacerdócio ou à vida consagrada, a vocação matrimonial, celibatária ou virginal, nascem do amor, nascem do dom de si mesmo. Se assim não for, corre o risco de exprimir infelicidade, tristeza e frustração (cf. PC7). E como os amigos podem ser importantes em momentos de opções fundamentais de vida!

A propósito, ou talvez não, lembro que um dia, em Cafarnaum, quatro amigos dum paralítico, na impossibilidade de se puderem aproximar de Jesus devido à multidão que estava dentro e rodeava a casa onde Jesus se encontrava, resolveram fazer um buraco no teto, por cima do lugar onde Jesus estava. Por lá, enfiaram a cama com o paralítico, implorando a sua cura. Apreciando a sua fé, Jesus curou o paralítico que logo se levantou (cf. Mc 2, 1-12). Os sábios sabidos ficaram a rabujar contra Jesus. Não sabemos se alguém ficou a berrar contra a corrente de ar que viria pelo buraco do teto ou se por algum sarrafo lhe ter acariciado a testa. O que sabemos é que Jesus aproveitou para anunciar quem era e ao que vinha. O paralítico, porém, carregou a cama às costas e foi-se porta fora, deixando boquiabertos quem nunca vira coisa assim! Ninguém pode dizer que ele não foi festejar com os seus amigos. Tampouco se poderá dizer que Jesus não foi associar-se à festa, entoando um hino à coragem destes amigos que, de forma criativa, colocaram o seu amigo no centro das suas atenções. A amizade funcionou: ajudaram o paralítico, rezaram por ele a Jesus!

Se somos cristãos, se todos precisamos de famílias abertas aos sonhos de Deus, não esqueçamos de ser amigos e promover as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, tão necessárias à Igreja e à sociedade em geral. É por elas que nesta semana rezamos. É por elas que, com amizade e por dever, provocamos os jovens e adolescentes. É por elas que pedimos a intercessão de São José, patrono da Igreja católica.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 23-04-2021

 

 

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