terça-feira, 6 de abril de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quarta-feira, 07 de abril de 2021

Quarta-feira de Páscoa

 

 

 

LITURGIA

 

QUARTA-FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

Branco – Ofício próprio. Te Deum.
Missa própria, Glória, sequência facultativa, pf. pascal.

L 1 At 3, 1-10; Sal 104 (105), 1-2. 3-4. 6-7. 8-9
Ev Lc 24, 13-35

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Mt 25, 34
Vinde, benditos de meu Pai. Recebei o reino preparado para vós desde o princípio do mundo. Aleluia.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que todos os anos nos alegrais com a solenidade da ressurreição de Cristo, concedei, pela vossa bondade, que, celebrando dignamente estas festas na terra, mereçamos chegar às alegrias do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 3, 1-10
«Dou-te o que tenho:
em nome de Jesus, levanta-te e anda»


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, Pedro e João subiam ao templo para a oração das três horas da tarde. Trouxeram então um homem, coxo de nascença, que colocavam todos os dias à porta do templo, chamada Porta Formosa, para pedir esmola aos que entravam. Ao ver Pedro e João, que iam a entrar no templo, pediu-lhes esmola. Pedro, juntamente com João, olhou fixamente para ele e disse-lhe: «Olha para nós». O coxo olhava atentamente para Pedro e João, esperando receber deles alguma coisa. Pedro disse- lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas dou-te o que tenho: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda». E, tomando-lhe a mão direita, levantou-o. Nesse instante fortaleceram-se-lhe os pés e os tornozelos, levantou-se de um salto, pôs-se de pé e começou a andar; depois entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus. Toda a gente o viu caminhar e louvar a Deus e, sabendo que era aquele que costumava estar sentado, a mendigar, à Porta Formosa do templo, ficaram cheios de admiração e assombro pelo que lhe tinha acontecido.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 104 (105), 1-2.3-4.6-7.8-9 (R. 3b)
Refrão: Exulte o coração dos que procuram o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Aclamai o nome do Senhor,
anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-Lhe salmos e hinos,
proclamai todas as suas maravilhas. Refrão

Gloriai-vos no seu santo nome,
exulte o coração dos que procuram o Senhor.
Considerai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face. Refrão

Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a terra. Refrão

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac. Refrão


ALELUIA Salmo 117 (118), 24
Refrão: Aleluia Repete-se

Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. Refrão


EVANGELHO Lc 24, 13-35
«Reconheceram-n’O ao partir o pão»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?» Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias». E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de seguir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, o sacrifício da nossa redenção e concedei-nos, pela vossa bondade, a salvação da alma e do corpo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal I [mas com maior solenidade neste dia]


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Lc 24, 35
Os discípulos reconheceram o Senhor Jesus
ao partir o pão. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos purificastes do velho pecado, fazei que a comunhão do sacramento do vosso Filho nos transforme em novas criaturas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo
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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURAS: Atos 3, 1-10: Depois da palavra da pregação dos Apóstolos, proclamada nos dias anteriores, vemos hoje o gesto, o sinal, como que a dar encarnação àquela palavra: a cura feita em Nome de Jesus, sinal do poder do Ressuscitado, que permanece vivo no meio dos seus, como fonte de vida e de salvação. Este sinal maravilhoso vai ser o ponto de partida para uma grande catequese nos próximos dias, como uma mistagogia que se prolonga e aprofunda o mistério pascal agora celebrado.

Lc 24, 13-35: A aparição aos discípulos de Emaús é das mais significativas: encontramos aqui de novo, mas agora com uma estrutura mais completa e mais bem recortada, a ligação entre a Palavra e o Rito, o sinal, onde os discípulos reconhecem o Senhor. Toda esta encantadora narração reproduz a estrutura da celebração da Eucaristia: Jesus no meio dos seus; a palavra das Escrituras; Moisés (a Lei) e os Profetas (a leitura de amanhã acrescentará: os Salmos); a explicação (homilia) que desvenda o sentido das mesmas Escrituras; por fim, a “Fração do pão”, termo que, desde a origem, designa a celebração da Eucaristia.

 AGENDA DO DIA

 

 

17.00 horas: Missa em Gáfete

18.00 horas: Missa em Tolosa

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

QUE VOS PARECE?.... ELE NÃO VIRÁ À FESTA?

 

Face ao que ia acontecendo, o diz-que-diz aumentava. As reuniões entre os senhores dos diversos poderes multiplicavam-se. Os conhecedores da psicologia das multidões manipulavam o povo. A unanimidade política apontava o crime: “se o deixarmos continuar assim, todos acreditarão nele”. Dito e feito, para manterem o seu rame-rame subserviente e a sua posição privilegiada, “decidiram matar Jesus”. E os que já passeavam pelo recinto da festa perguntavam-se curiosos: ‘Que vos parece? Ele não virá à festa?”.

Sim, Jesus foi à festa. Ele começou a sua vida pública numa festa, nas Bodas de Caná. Também a vai terminar numa festa, a da Páscoa. Mas não é próprio da festa transmitir e cultivar sentimentos de alegria e amizade? Pois é, mas não foi o caso. Costuma apresentar-se três forças como indispensáveis para que o homem sinta defendidas a sua vida e a sua honra. São elas a força da amizade, a força da justiça e a força da compaixão ou piedade. Quando estas virtudes desaparecem do convívio social, nem sequer a santidade é respeitada. E Jesus foi traído por todas elas e mais algumas! Todos preferiram salvaguardar a sua “grandeza”, a sua autoridade, o seu prestígio em reles subserviência ou dominados pelo medo e cobardia.


      A AMIZADE EVAPOROU-SE. Jesus Cristo foi traído pela amizade, sim. A amizade provoca a união dos homens e leva a auxiliarem-se mutuamente nos trabalhos da vida. Este sentimento que nos une, a amizade, tem as suas leis, leis que ela não pode abandonar sem se trair a si própria. É próprio da amizade proteger aquele a quem se dedica, defender o amigo, não abandonar, não negar, não vender, não atraiçoar, evitar tudo aquilo que se possa confundir com indiferença. É próprio da amizade ser reconhecida como valor e valor essencial. No entanto, os discípulos foram indiferentes à dor e à preocupação do Amigo. Jesus, perturbado, sentiu necessidade de presença e apoio em momentos tão trágicos da sua vida: “A minha alma está numa tristeza de morte, ficai aqui e vigiai comigo”. O Evangelista Lucas, que era médico e sabia o que era a hematidrose, diz que “o seu suor se tornou como gotas de sangue, que caiam no chão”. Jesus sua sangue e reza... Eles dormem… Judas foi procurar a quem vender e entregar Jesus por uma gorjeta e com um beijo… É a amizade convertida em indiferença e ódio, em brutalidade e ingratidão. Os outros abandonam o Mestre, todos fogem. Jesus vai sozinho para a casa de Anás. Pedro, meio sorrateiro e a curtir o medo à distância, ao aproximar-se mais um pouco, nega o Mestre: “Uma das criadas olhou-o de frente e disse-lhe: ‘tu também estava com Jesus o Nazareno’. Mas ele negou: ‘Não sei nem entendo o que dizes’. A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes: ‘este é um deles’. Mas ele negou segunda vez. Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro: ‘Na verdade, tu és deles, pois também és galileu’. Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar: ‘Não conheço esse homem de quem falais”. Abandonar, renegar o amigo, é doloroso e triste. Vender, entregar o amigo aos próprios inimigos é a maior das infâmias! Tal como outrora, quantas vezes os amigos de hoje se convertem nos inimigos de amanhã!

A JUSTIÇA PREFERIU BARRABÁS. Se faltou a amizade, esperava-se que a justiça salvaguardasse a vida e a honra de Jesus, a sua inocência. Pode o juiz não ser amigo do réu, mas tem a obrigação de o julgar segundo o direito e as leis vigentes. Mas Jesus, se traído pela amizade dos seus, foi também traído pela própria justiça. As irregularidades praticadas contra Jesus no Sinédrio são mais que muitas. Há irregularidade no júri constituído, todos são suspeitos, pois eram inimigos de Cristo, fariseus fanáticos, escribas orgulhosos, juízes e acusadores ao mesmo tempo. Há irregularidades no andamento dum processo onde “procuravam um testemunho contra Jesus para lhe dar a morte, mas não o encontravam”. Não há ninguém que o defenda, são todos acusadores, todos. Os depoimentos são de falsas testemunhas que nem sequer concordam nas afirmações: “Muitos testemunhavam falsamente contra Ele, mas os seus depoimentos não eram concordes”. Deturpam as palavras de Jesus acerca do templo do seu corpo. O próprio Caifás transforma-se em acusador, mente, afirma que Jesus “blasfemou” ao dizer-se o Messias, o Filho de Deus. No Tribunal de Herodes, é tratado como um louco e objeto de troça. No Pretório de Pilatos, aparece igualmente injustiçado. Pilatos impõe-se e faz-se valer com a linguagem deste mundo: “não sabes que tenho poder para te libertar e te crucificar?”. «Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam». Mas Jesus nada responde, não vale a pena. Pressionado pelo povo, Pilatos, tenta uma última chance. Valendo-se de uma tradição que havia pela festa da Páscoa, de ele ou o povo ter o direito de escolher a liberdade de algum preso, manda buscar um condenado tido como ladrão e assassino e pergunta ao povo quem quer que lhe solte: Jesus ou Barrabás. O povo, manipulado pelos populistas, prefere Barrabás, Barrabás foi solto. Pilatos, forte com os fracos ali representados em Jesus, é subserviente, tem medo do imperador romano, tem medo das autoridades judaicas, tem medo da multidão, tem medo da sua própria consciência que o massacra a dizer-lhe que Jesus é justo e inocente: “Eu não encontro n’Ele nenhum motivo de condenação”. A própria esposa lhe havia dito: “Não te intrometas no caso desse justo, porque hoje sofri muito em sonhos por causa dele” (Mt 27,19). No entanto, mais importante é assegurar os seus próprios interesses. Jesus é condenado à morte, ridicularizado, flagelado, coroado de espinhos e carregado com a cruz até ao alto do Calvário. Aí, é pregado na cruz e morre. Como alguém afirma e se constata, Jesus nunca se descontrola, nunca recua, nunca exerce resistência, mantém-se sempre sereno e digno, enfrentando o seu destino. Pilatos dá-se conta dessa coerência de Jesus, mas permanece dividido entre um sentimento de justiça e a necessidade de satisfazer a multidão e os seus cabecilhas. A justiça não funcionou.

A COMPAIXÃO TAMBÉM FOI NEGADA. Faltou, pois, a amizade e a justiça a defender a inocência de Jesus. Esperar-se-ia que, ao menos, surgisse a compaixão, a piedade, esse sentimento que leva a ter pena de quem sofre, a respeitar a sua honra e dignidade. O último refúgio da inocência é a compaixão que a inocência sempre é capaz de inspirar. Quem se não comove perante os sofrimentos alheios? E quem se não comove perante os sofrimentos infringidos a um inocente? Com Jesus Cristo não há compaixão. Algumas mulheres choram impotentes, é verdade. Um homem, talvez obrigado, ajuda-o a levar a cruz, sim, também é verdade. Mas são muito poucos aqueles que o seguem até ao Calvário. Os outros não manifestam qualquer gesto de compaixão. Vede a atitude dos criados dos pontífices, no Sinédrio: “alguns começaram a cuspir-lhe, a tapar-lhe o rosto com um véu e a dar-Lhe punhadas, dizendo: ‘advinha’ quem te bateu. E os guardas davam-lhe bofetadas”. Reparai na atitude dos soldados de Roma aquando da flagelação e da coroação de espinhos: “Os soldados entrançaram uma coroa com espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram Jesus com um manto vermelho. Aproximavam-se d’Ele e diziam: “Salve, rei dos judeus!”. E davam-lhe bofetadas. Vede a reação do povo quando Pilatos lhe apresenta Cristo sem saber o que lhe havia de fazer: “Crucifica-o!”. “Crucifica-o!”. Olhai os fariseus, também no Calvário, cheios de ódio, desafiando-o a que descesse da cruz: “Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz”. Também os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo: ‘Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo! Esse Messias, o rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos’. Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam”. Tendo perdido “toda a aparência de um ser humano”, ali está “sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar, nem aspeto agradável que possa cativar-nos. Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, acostumado ao sofrimento, era como aquele de quem se desvia o rosto, pessoa desprezível e sem valor para nós”. Até a própria natureza se torna mais triste.

       Contemplar a cruz significa assumir a mesma atitude que Jesus assumiu e solidarizar-se com aqueles que são crucificados neste mundo por causas tão mesquinhas ou sem qualquer valor. Aprendamos com Jesus a entregar a vida por amor, numa dinâmica que a morte não pode vencer, porque o amor gera vida nova e faz-nos entrar nos dinamismos da ressurreição. Na cruz vemos todas as dimensões da nossa vida. A cruz não é um símbolo, é uma realidade bem concreta.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 02-04-2021.

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