quarta-feira, 7 de abril de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quinta-feira, 08 de abril de 2021

Quinta-feira da oitava de Páscoa

 

 

 

LITURGIA

 

QUINTA-FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

Branco – Ofício próprio. Te Deum.
Missa própria, Glória, sequência facultativa, pf. pascal.

L 1 At 3, 11-26; Sal 8, 2ab e 5. 6-7. 8-9
Ev Lc 24, 35-48

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Sab 10, 20-21
Os justos celebraram em coro a vossa mão protetora,
Senhor, porque a sabedoria abriu a boca dos mudos
e tornou eloquente a língua das crianças. Aleluia.

Diz-se o Glória.

ORAÇÃO COLETA
Senhor nosso Deus, que reunistes os mais diversos povos na confissão do vosso nome, concedei àqueles que renasceram pela água do Baptismo a graça de viverem unidos na fé e na caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

LEITURA I Atos 3, 11-26
«Matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos»


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, o coxo de nascença que tinha sido curado não largava Pedro e João e todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles, ao pórtico de Salomão. Ao ver isto, Pedro falou ao povo, dizendo: «Homens de Israel, porque vos admirais com isto? Porque fitais os olhos em nós, como se fosse pelo nosso próprio poder ou piedade que fizemos andar este homem? O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o Deus de nossos pais, glorificou o seu Servo Jesus, que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a soltá-l’O. Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação dum assassino; matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos, e nós somos testemunhas disso. Foi pela fé no seu nome que este homem que vedes e conheceis recuperou as forças; foi a fé que vem de Jesus que o curou completamente, na presença de todos vós. Agora, irmãos, eu sei que agistes por ignorância, como também os vossos chefes. Foi assim que Deus cumpriu o que de antemão tinha anunciado pela boca de todos os Profetas: que o seu Messias havia de padecer. Portanto, arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam perdoados. Assim o Senhor fará que venham os tempos de conforto e vos enviará o Messias Jesus, que de antemão vos foi destinado. Ele terá de ficar no Céu até à restauração universal, que Deus anunciou, desde os tempos antigos, pela boca dos seus santos profetas. Moisés disse: ‘O Senhor Deus fará que se levante para vós, do meio dos vossos irmãos, um profeta como eu. Escutá-lo-eis em tudo quanto vos disser. Quem não escutar esse profeta será exterminado do meio do povo’. E todos os profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores, anunciaram também estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus firmou com vossos pais, quando disse a Abraão: ‘Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra’. Foi para vós, em primeiro lugar, que Deus fez aparecer o seu Servo e O enviou para vos abençoar, afastando cada um de vós das suas iniquidades».


Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 8, 4-9 (R. 2a)
Refrão: Como sois grande em toda a terra,
Senhor, nosso Deus! Repete-se

Senhor, nosso Deus,
como é admirável o vosso nome em toda a terra!
Que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes? Refrão

Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés: Refrão

Ovelhas e bois, todos os rebanhos,
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos. Refrão


ALELUIA Salmo 117 (118), 24
Refrão: Aleluia. Repete-se
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. Refrão


EVANGELHO Lc 24, 35-48
«Assim está escrito que o Messias havia de sofrer
e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia
»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão. Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes Jesus: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?» Deram-Lhe uma posta de peixe assado, que Ele tomou e começou a comer diante deles. Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’». Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de todas estas coisas».

 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei com bondade, Senhor, as ofertas que Vos apresentamos em ação de graças por aqueles que renasceram no Batismo e concedei à Igreja o auxílio da vossa proteção. Por Nosso Senhor.

Prefácio pascal I [mas com maior solenidade neste dia]


ANTÍFONA DA COMUNHÃO 1 Pedro 2, 9
Povo resgatado, proclamai as maravilhas do Senhor,
que vos chamou das trevas para a sua luz admirável. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Ouvi, Senhor, as nossas preces e fazei que estes santos mistérios da nossa redenção nos auxiliem na vida presente e nos alcancem as alegrias eternas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

 

LEITURAS: Atos 3, 11-26 : Continua a ouvir-se o grande anúncio: “Cristo foi morto pelos homens, mas Deus ressuscitou-O dos mortos”. É esta afirmação que constitui o objecto da primeira evangelização cristã. Sem a aceitação desta evangelização inicial, não é possível aprofundar o mistério que ela encerra. Esse aprofundamento será depois, num segundo tempo, fruto da catequese posterior. Todo este mistério, o Antigo Testamento o profetiza e o Novo o vê realizado. É ele o objeto da fé da Igreja.


Lc 24, 35-48: Tal como a primeira leitura, também esta insiste na unidade dos dois Testamentos, ambos testemunhas da mesma história da salvação. Para a primitiva comunidade cristã, vinda do povo judeu, esta descoberta era fundamental: o que antes de Cristo fora anunciado tinha agora n’Ele pleno cumprimento. O Novo Testamento, o tempo da plenitude, continua a ser agora testemunha desta Boa Nova entre os povos.

 

 AGENDA DO DIA

 

 

 

11.30 horas: Funeral em Nisa

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

QUE VOS PARECE?.... ELE NÃO VIRÁ À FESTA?

 

Face ao que ia acontecendo, o diz-que-diz aumentava. As reuniões entre os senhores dos diversos poderes multiplicavam-se. Os conhecedores da psicologia das multidões manipulavam o povo. A unanimidade política apontava o crime: “se o deixarmos continuar assim, todos acreditarão nele”. Dito e feito, para manterem o seu rame-rame subserviente e a sua posição privilegiada, “decidiram matar Jesus”. E os que já passeavam pelo recinto da festa perguntavam-se curiosos: ‘Que vos parece? Ele não virá à festa?”.

Sim, Jesus foi à festa. Ele começou a sua vida pública numa festa, nas Bodas de Caná. Também a vai terminar numa festa, a da Páscoa. Mas não é próprio da festa transmitir e cultivar sentimentos de alegria e amizade? Pois é, mas não foi o caso. Costuma apresentar-se três forças como indispensáveis para que o homem sinta defendidas a sua vida e a sua honra. São elas a força da amizade, a força da justiça e a força da compaixão ou piedade. Quando estas virtudes desaparecem do convívio social, nem sequer a santidade é respeitada. E Jesus foi traído por todas elas e mais algumas! Todos preferiram salvaguardar a sua “grandeza”, a sua autoridade, o seu prestígio em reles subserviência ou dominados pelo medo e cobardia.


      A AMIZADE EVAPOROU-SE. Jesus Cristo foi traído pela amizade, sim. A amizade provoca a união dos homens e leva a auxiliarem-se mutuamente nos trabalhos da vida. Este sentimento que nos une, a amizade, tem as suas leis, leis que ela não pode abandonar sem se trair a si própria. É próprio da amizade proteger aquele a quem se dedica, defender o amigo, não abandonar, não negar, não vender, não atraiçoar, evitar tudo aquilo que se possa confundir com indiferença. É próprio da amizade ser reconhecida como valor e valor essencial. No entanto, os discípulos foram indiferentes à dor e à preocupação do Amigo. Jesus, perturbado, sentiu necessidade de presença e apoio em momentos tão trágicos da sua vida: “A minha alma está numa tristeza de morte, ficai aqui e vigiai comigo”. O Evangelista Lucas, que era médico e sabia o que era a hematidrose, diz que “o seu suor se tornou como gotas de sangue, que caiam no chão”. Jesus sua sangue e reza... Eles dormem… Judas foi procurar a quem vender e entregar Jesus por uma gorjeta e com um beijo… É a amizade convertida em indiferença e ódio, em brutalidade e ingratidão. Os outros abandonam o Mestre, todos fogem. Jesus vai sozinho para a casa de Anás. Pedro, meio sorrateiro e a curtir o medo à distância, ao aproximar-se mais um pouco, nega o Mestre: “Uma das criadas olhou-o de frente e disse-lhe: ‘tu também estava com Jesus o Nazareno’. Mas ele negou: ‘Não sei nem entendo o que dizes’. A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes: ‘este é um deles’. Mas ele negou segunda vez. Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro: ‘Na verdade, tu és deles, pois também és galileu’. Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar: ‘Não conheço esse homem de quem falais”. Abandonar, renegar o amigo, é doloroso e triste. Vender, entregar o amigo aos próprios inimigos é a maior das infâmias! Tal como outrora, quantas vezes os amigos de hoje se convertem nos inimigos de amanhã!

A JUSTIÇA PREFERIU BARRABÁS. Se faltou a amizade, esperava-se que a justiça salvaguardasse a vida e a honra de Jesus, a sua inocência. Pode o juiz não ser amigo do réu, mas tem a obrigação de o julgar segundo o direito e as leis vigentes. Mas Jesus, se traído pela amizade dos seus, foi também traído pela própria justiça. As irregularidades praticadas contra Jesus no Sinédrio são mais que muitas. Há irregularidade no júri constituído, todos são suspeitos, pois eram inimigos de Cristo, fariseus fanáticos, escribas orgulhosos, juízes e acusadores ao mesmo tempo. Há irregularidades no andamento dum processo onde “procuravam um testemunho contra Jesus para lhe dar a morte, mas não o encontravam”. Não há ninguém que o defenda, são todos acusadores, todos. Os depoimentos são de falsas testemunhas que nem sequer concordam nas afirmações: “Muitos testemunhavam falsamente contra Ele, mas os seus depoimentos não eram concordes”. Deturpam as palavras de Jesus acerca do templo do seu corpo. O próprio Caifás transforma-se em acusador, mente, afirma que Jesus “blasfemou” ao dizer-se o Messias, o Filho de Deus. No Tribunal de Herodes, é tratado como um louco e objeto de troça. No Pretório de Pilatos, aparece igualmente injustiçado. Pilatos impõe-se e faz-se valer com a linguagem deste mundo: “não sabes que tenho poder para te libertar e te crucificar?”. «Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam». Mas Jesus nada responde, não vale a pena. Pressionado pelo povo, Pilatos, tenta uma última chance. Valendo-se de uma tradição que havia pela festa da Páscoa, de ele ou o povo ter o direito de escolher a liberdade de algum preso, manda buscar um condenado tido como ladrão e assassino e pergunta ao povo quem quer que lhe solte: Jesus ou Barrabás. O povo, manipulado pelos populistas, prefere Barrabás, Barrabás foi solto. Pilatos, forte com os fracos ali representados em Jesus, é subserviente, tem medo do imperador romano, tem medo das autoridades judaicas, tem medo da multidão, tem medo da sua própria consciência que o massacra a dizer-lhe que Jesus é justo e inocente: “Eu não encontro n’Ele nenhum motivo de condenação”. A própria esposa lhe havia dito: “Não te intrometas no caso desse justo, porque hoje sofri muito em sonhos por causa dele” (Mt 27,19). No entanto, mais importante é assegurar os seus próprios interesses. Jesus é condenado à morte, ridicularizado, flagelado, coroado de espinhos e carregado com a cruz até ao alto do Calvário. Aí, é pregado na cruz e morre. Como alguém afirma e se constata, Jesus nunca se descontrola, nunca recua, nunca exerce resistência, mantém-se sempre sereno e digno, enfrentando o seu destino. Pilatos dá-se conta dessa coerência de Jesus, mas permanece dividido entre um sentimento de justiça e a necessidade de satisfazer a multidão e os seus cabecilhas. A justiça não funcionou.

A COMPAIXÃO TAMBÉM FOI NEGADA. Faltou, pois, a amizade e a justiça a defender a inocência de Jesus. Esperar-se-ia que, ao menos, surgisse a compaixão, a piedade, esse sentimento que leva a ter pena de quem sofre, a respeitar a sua honra e dignidade. O último refúgio da inocência é a compaixão que a inocência sempre é capaz de inspirar. Quem se não comove perante os sofrimentos alheios? E quem se não comove perante os sofrimentos infringidos a um inocente? Com Jesus Cristo não há compaixão. Algumas mulheres choram impotentes, é verdade. Um homem, talvez obrigado, ajuda-o a levar a cruz, sim, também é verdade. Mas são muito poucos aqueles que o seguem até ao Calvário. Os outros não manifestam qualquer gesto de compaixão. Vede a atitude dos criados dos pontífices, no Sinédrio: “alguns começaram a cuspir-lhe, a tapar-lhe o rosto com um véu e a dar-Lhe punhadas, dizendo: ‘advinha’ quem te bateu. E os guardas davam-lhe bofetadas”. Reparai na atitude dos soldados de Roma aquando da flagelação e da coroação de espinhos: “Os soldados entrançaram uma coroa com espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram Jesus com um manto vermelho. Aproximavam-se d’Ele e diziam: “Salve, rei dos judeus!”. E davam-lhe bofetadas. Vede a reação do povo quando Pilatos lhe apresenta Cristo sem saber o que lhe havia de fazer: “Crucifica-o!”. “Crucifica-o!”. Olhai os fariseus, também no Calvário, cheios de ódio, desafiando-o a que descesse da cruz: “Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz”. Também os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo: ‘Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo! Esse Messias, o rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos’. Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam”. Tendo perdido “toda a aparência de um ser humano”, ali está “sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar, nem aspeto agradável que possa cativar-nos. Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, acostumado ao sofrimento, era como aquele de quem se desvia o rosto, pessoa desprezível e sem valor para nós”. Até a própria natureza se torna mais triste.

       Contemplar a cruz significa assumir a mesma atitude que Jesus assumiu e solidarizar-se com aqueles que são crucificados neste mundo por causas tão mesquinhas ou sem qualquer valor. Aprendamos com Jesus a entregar a vida por amor, numa dinâmica que a morte não pode vencer, porque o amor gera vida nova e faz-nos entrar nos dinamismos da ressurreição. Na cruz vemos todas as dimensões da nossa vida. A cruz não é um símbolo, é uma realidade bem concreta.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 02-04-2021.

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