PARÓQUIAS DE NISA
Sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Sexta da XXXII
semana do tempo comum
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LITURGIA:
SEXTA-FEIRA
da semana XXXII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha
L 1 2 Jo 4-9; Sal 118 (119), 1-2. 10-11. 17-18
Ev Lc 17, 26-37
* Na Diocese de Leiria-Fátima (Basílica da Santíssima Trindade – Santuário de
Fátima) – Aniversário da Basílica da Santíssima Trindade – SOLENIDADE
* Na Ordem Agostiniana – Todos os Santos da Família Agostiniana – FESTA
* Na Ordem de Cister e na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – Todos os
Santos que militaram sob a Regra de S. Bento – FESTA
* Na Ordem Franciscana – S. Diogo de Alcalá, religioso, da I Ordem – MF
* Na Companhia de Jesus – S. Estanislau Kostka, religioso – MO
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – B. Eugénio Bossilkov, bispo e
mártir – MF.
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – B.
Artémides Zatti, religioso – MO
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 87, 3
Chegue até Vós, Senhor, a minha oração,
inclinai o ouvido ao meu clamor.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e misericordioso,
afastai de nós toda a adversidade,
para que, sem obstáculos do corpo ou do espírito,
possamos livremente cumprir a vossa vontade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) 2 Jo 4-9
«Quem permanece na doutrina, esse possui o Pai e o Filho»
Nesta pequena Carta, S. João, dirigindo-se talvez a uma Igreja em perigo no que
respeitava à fé, insiste em dois pontos fundamentais: na caridade mútua,
mandamento novo, mas que, ao mesmo tempo, já vem desde o princípio, e na fé na
Encarnação do Filho de Deus. Para o cristão não há outro caminho para chegar ao
Pai senão permanecer firme na fé que recebeu desde o princípio, isto é, desde o
seu batismo. E, se o que já recebeu o batismo, nunca chegou a tomar plena
consciência dessa fé, deve procurar, uma vez adulto, tornar adulta essa fé
inicial do batismo.
Leitura da
Segunda Epístola de São João
Senhora eleita de Deus: Muito me alegrei por saber que os teus filhos vivem no
caminho da verdade, segundo o mandamento que recebemos do Pai. E agora,
Senhora, peço-te, não como quem escreve um mandamento novo, mas aquele que
tivemos desde o princípio: amemo-nos uns aos outros. Ora o amor consiste em
viver segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento que ouvistes desde o
princípio e segundo o qual deveis viver. Apareceram no mundo muitos sedutores,
os quais não professam a fé em Jesus feito homem. Este é o sedutor e o
anticristo. Tende cuidado convosco, para não perderdes os frutos do nosso
trabalho, mas, pelo contrário, para receberdes a plena recompensa. Quem se
afasta e não permanece na doutrina de Cristo não possui a Deus. Quem permanece
na doutrina, esse possui o Pai e o Filho.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 1-2. 10-11.17-18 (R. 1b)
Refrão: Ditoso o que anda na lei do Senhor. Repete-se
Felizes os que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.
Felizes os que observam as suas ordens
e O procuram de todo o coração. Refrão
De todo o coração Vos procuro,
não me deixeis afastar dos vossos mandamentos.
Conservo a vossa palavra dentro do coração,
para não pecar contra Vós. Refrão
Fazei bem ao vosso servo:
viverei e cumprirei a vossa palavra.
Abri, Senhor, os meus olhos
para ver as maravilhas da vossa lei. Refrão
ALELUIA Lc 21, 28
Refrão: Aleluia. Repete-se
Erguei-vos e levantai a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima. Refrão
EVANGELHO Lc 17, 26-37
«No dia em que Se manifestar o Filho do homem»
Continua o discurso apocalíptico sobre a vinda do Filho do homem, que é preciso
esperar na austeridade, na vigilância e na fé. Com exemplos da história antiga
do povo de Deus, Jesus previne os seus discípulos para que se mantenham sempre
na expectativa da vinda do reino de Deus. As ocupações e cuidados da vida
presente podem não deixar tempo para viver na expectativa dessa vinda do
Senhor, mas ela é certa e será para todos os homens.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé,
assim será também nos dias do Filho do homem: Comiam e bebiam, casavam e
davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então veio o
dilúvio, que os fez perecer a todos. Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot:
Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construiam. Mas no dia em que
Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os fez
perecer a todos. Assim será no dia em que Se manifestar o Filho do homem. Nesse
dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as tirar; e
quem estiver no campo não volte atrás. Lembrai-vos da mulher de Lot. Quem
procurar salvar a vida há de perdê-la e quem a perder há de salvá-la. Eu vos
digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro
deixado; estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra
deixada». Então os discípulos perguntaram a Jesus: «Senhor, onde será isto?».
Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, com benevolência
para o sacrifício que Vos apresentamos,
a fim de participarmos com sincera piedade
no memorial da paixão do vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 22, 1-2
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados.
Conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ou Lc 24, 35
Os discípulos reconheceram
o Senhor Jesus ao partir o pão.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos damos graças, Senhor,
pelo alimento celeste que recebemos
e imploramos da vossa misericórdia
que, pela acção do Espírito Santo,
perseverem na vossa graça
os que receberam a força do alto.
Por Nosso Senhor.
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AGENDA
DO DIA
16.30 horas: Confissões
em Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
18.45 horas encontro
com alunos da catequese
21.00 horas: Encontro
com pais dos alunos da catequese.
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A
VOZ DO PASTOR
SEMINÁRIOS PARA A NOVA
EVANGELIZAÇÃO
Em 15 de julho de
1563, os bispos reunidos no Concílio de Trento aprovaram, por unanimidade, um
decreto que recomendava a criação de Seminários em cada diocese. Foi uma medida
de enorme relevância para a reforma e a renovação da Igreja. Eram tempos
difíceis a nível social, político e religioso e a Igreja, como sempre, só
poderia renovar-se e ser fermento de renovação a partir de dentro de si
própria. São Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo de Braga e padre conciliar,
teve papel fundamental nesta causa. O Concílio Vaticano II reiterou a
importância dos Seminários e o Magistério da Igreja tem vindo constantemente a
realçar o seu valor. Em Portugal, eles têm uma bela história de serviço à
cultura e à formação de tantos e tantos jovens que por lá passaram, mesmo que,
alguns, obrigados a lá estar por uma qualquer dona Estefânia e com o rigor do
silêncio e da disciplina, sempre contrariados, pudessem ter sentido o frio duma
qualquer manhã submersa. Uns, foram ordenados padres e serviram a Igreja, com
alegria e dedicação, na multiplicidade das suas expressões e ação. Outros,
marcaram o país nas diversas áreas culturais e sociais e do serviço à causa
pública!
A evolução dos
tempos e das culturas, porém, a atenção aos sinais dos tempos, sempre obrigaram
e continuam a obrigar os Seminários a uma constante atualização, quer a nível
da vida interna, quer no modo e na formação a dar aos alunos, quer na própria
interação entre o Seminário e a vida da Igreja diocesana, quer também na sua
interação com a sociedade civil. Os Seminários são o coração da Igreja e a
Igreja sente a necessidade de uma nova Evangelização com o tal novo vigor, novo
entusiasmo, novas expressões, nova linguagem. Ter pastores segundo o coração de
Cristo e dentro das exigências de cada tempo, reclama essa preocupação, de
forma atenta, atempada e inteligente.
É evidente que
quando falamos de Seminários, estamos a falar da comunidade de pessoas, não das
grandes casas outrora construídas e, agora, livres e dadas a fins pastorais ou
outros. Embora, em princípio, os seminaristas continuem a precisar de casa para
viverem em comunidade, quando falamos em Seminário, falamos, de facto, desses
jovens que são candidatos ao Sacerdócio e uma esperança para a Igreja. Falamos
dos seus Formadores e Colaboradores, os quais merecem toda a nossa gratidão
pela sua dedicação a causa tão especial. Incluímos ainda os benfeitores que,
com a sua amizade e o sentido de pertença à Igreja, os ajudam economicamente
com a sua generosa partilha. Todos são protagonistas dessa delicada arte de
acompanhar para ajudar a discernir e a formar em fidelidade ao Senhor e em
abertura aos sinais dos tempos. Com todos na mente e com muita esperança,
estamos a viver em Portugal, também em jeito de promoção vocacional, a Semana
dos Seminários.
Jesus
continua a tocar o coração daqueles que entende, para que fiquem com Ele e os
possa enviar, em seu nome, como instrumentos da sua misericórdia, como homens
de Deus, da Palavra e do Serviço. Ora, para que alguém possa ouvir e aceitar
este desafio, para que responda em total liberdade e se decida ir ao encontro
de Jesus, há um processo de crescimento na escola do Mestre, e o Mestre é Ele
mesmo, Jesus. Só uma identificação cada vez maior com Ele, como verdadeiros
discípulos, permitirá responder, de forma mais madura, a estas provocações do
Senhor. Embora não seja regra absoluta, sabemos que os primeiros monitores
nesta escola do Mestre a fazer com que os jovens possam fazer esta experiência
de fé e afinar o ouvido a um possível chamamento do Senhor, são as famílias, os
amigos, e as comunidades paroquiais nos seus dinamismos de proximidade,
inclusão, oração, reflexão e ação.
No
entanto, a Igreja, sem dispensar as famílias, os amigos e as comunidades
paroquiais, não tem dispensado os
Seminários, sobretudo os de Teologia ou Maiores. São escolas especiais e de
grande importância, não para formatar ou uniformizar no modo de ser, pensar e
estar, mas para aprender a aprender, para incrementar os dons de Deus e levar à
conversão profunda do coração e a uma grande atitude de humildade perante os
desafios da vida e da missão. São espaços de acompanhamento pessoal e
comunitário. Aí, cada um poderá avaliar as suas reais motivações interiores e
discernir sobre a melhor resposta a dar. Há silêncio e estudo, há formação
intelectual, humana, espiritual e pastoral, há convivência sadia e maturação no
seguimento de Jesus como discípulos.
Como
sabemos, o primeiro elemento estruturante da vocação é o chamamento livre do
Senhor. Ele chama quem quer, quando quer, como quer. É pura iniciativa e dom da
sua graça. Não é resultado de méritos, talentos, promessas ou propósitos
individuais. Ninguém se pode impor, reivindicar ou forçar a barra a ter de ser!
«Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós», disse Jesus
(Jo.15,16).
O
segundo elemento estruturante da vocação é a resposta livre de quem é chamado.
Jesus não força, não quer ninguém por favor, não grita, não se impõe, não usa
artimanhas. Convida delicadamente, toca no ombro, bate à porta, desafia, fala
aos ouvidos do coração. Talvez agora o faça também através da barulhenta feira
de mensagens no facebook, instagram, tik tok, snapchat, youtube, whatsapp,
twitter...
Fascinados
por Jesus, os primeiros discípulos logo ficaram atraídos e curiosos: “Mestre,
onde moras?”. “Vinde e vereis”, disse-lhes Jesus. E “eles foram, viram onde
morava e ficaram com Ele nesse dia” (Jo 1, 39). Depois desse encontro, eles deixaram
tudo e seguiram-n’O. Jesus aceitou-os como amigos e tudo lhes deu a conhecer,
preparando-os para ir e evangelizar!... Este é o mistério da liberdade de Deus,
que chama, fascina, inspira, atrai e se entrelaça com a liberdade do homem que
responde confiante na força desse encontro na amizade com Jesus.
Um
terceiro elemento que também faz parte da vocação é o ser aceite pela Igreja.
Sendo a vocação um dom da graça divina, ele é recebido através da Igreja, na
Igreja e para o serviço à Igreja. Quem pede ingresso no Seminário, embora, por discernimento responsável, possa não chegar ao
Sacerdócio, é sempre acolhido com alegria e como verdadeiro candidato. É
recebido tal como é, com as suas circunstâncias, potencialidades e debilidades.
No respeito pela sua liberdade e os seus ritmos de resposta, é ajudado e
acompanhado, mas ninguém o pode substituir na resposta a dar. No entanto, ele
pode dizer que se sente chamado, dizer que sim, que quer, e ser muito
inteligente e capaz. A Igreja, porém, pode não o aceitar. Não por capricho,
malvadez ou leviandade, mas porque a sua vida e o seu comportamento são
incoerentes com o que diz ou prova com a vida. Se não há retidão de intenções,
liberdade de vontade, idoneidade humana e formativa, coerência e bom senso...
Sim, os formadores até podem enganar-se no juízo que fazem, mas se os sinais
vão todos em sentido contrário, o que é que eles hão de fazer?!...
Reparem:
o jovem rico do Evangelho, um judeu exímio no cumprimento dos seus deveres,
sentia-se chamado a novos desafios. Foi pedir conselho a Jesus mas não teve a
coragem de construir uma nova história de amizade com Ele. Com certeza que
construiu outra, mas não esta. Era um bom judeu, cumpridor, mas não convertido
ao essencial, estava de coração preso a outros interesses, queria coisa maior
mas não estava disposto a mudar. Ora, esse é que é o grande discernimento que
cada um tem de fazer. No diálogo de Jesus com Pedro, a grande e repetida
pergunta que Jesus lhe faz é precisamente essa: “Simão, filho de João, tu
amas-Me?” (Jo 21, 16). Como quem diz: tu queres-Me, de facto, como teu amigo e
com as exigências que isso implica? Se sim, anda daí, vem e vê!...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-11-2020.
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