PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 04 de novembro de 2020
Quartaw-feira da
XXXI semana do tempo comum
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LITURGIA:
QUARTA-FEIRA da semana XXXI
S.
Carlos Borromeu, bispo – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Filip 2, 12-18; Sal 26 (27), 1. 4. 13-14
Ev Lc 14, 25-33
* Na Congregação dos Missionários e Missionárias de S. Carlos
(Scalabrinianos/as) – S. Carlos Borromeu – SOLENIDADE
S.
CARLOS BORROMEU, bispo
Nota
Histórica:
Nasceu em Arona (Lombardia) no ano
1538; depois de ter conseguido o doutoramento In utroque iure, foi nomeado
cardeal por Pio IV, seu tio, e eleito bispo de Milão. Foi um verdadeiro pastor
da Igreja no exercício desta missão: visitou várias vezes toda a diocese,
convocou sínodos e desenvolveu a mais intensa atividade, em todos os sectores,
para a salvação das almas, promovendo por todos os meios a renovação da vida
cristã. Morreu no dia 3 de Novembro de 1584.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Ez 34,
11.23.24
Eu cuidarei das minhas ovelhas, diz o Senhor.
Escolherei um pastor que as apascente.
Eu, o Senhor, serei o seu Deus.
ORAÇÃO COLECTA
Conservai, Senhor, no vosso povo o espírito que animava São Carlos, para que a
Igreja se renove sem cessar e, reproduzindo fielmente a imagem de Cristo, possa
mostrar ao mundo o verdadeiro rosto do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Filip 2, 12-18
«Trabalhai para a vossa salvação;
é Deus que opera em vós o querer e o agir»
O desígnio de Deus sobre os homens é que estes entrem na comunhão de amor com
Ele, não só nesta vida, mas para todo o sempre. Foi o que Jesus nos veio
revelar, e n’Ele é a própria acção de Deus a favor dos homens que nos é
revelada. Deus tudo faz para nos conduzir a Si, tanto nas circunstâncias
exteriores, como, e sobretudo, no íntimo do nosso coração. A salvação e a
glória do cristão consiste em ele poder entrar no desígnio de Deus, como este
desígnio se manifesta na obra realizada em Cristo.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Caríssimos: Obedientes como sempre tendes sido, trabalhai com temor e tremor
para a vossa salvação, não só como fazíeis na minha presença, mas agora muito
mais na minha ausência. Na verdade, é Deus que opera em vós o querer e o agir
segundo os seus desígnios de amor. Fazei tudo sem murmurar nem discutir, para
serdes irrepreensíveis e puros, filhos de Deus sem mancha, no meio duma geração
perversa e depravada, onde brilhais como estrelas no mundo, ostentando
firmemente a palavra da vida. Será esse o meu título de glória no dia de
Cristo, por eu não ter corrido inutilmente, nem ter trabalhado em vão. Mas
ainda que eu tenha de derramar o meu sangue em libação sobre o sacrifício e a
oblação da vossa fé, alegro-me e congratulo-me com todos vós. E vós também,
alegrai-vos e congratulai-vos comigo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 26 (27), 1.4.13-14 (R. 1a)
Refrão: O Senhor é a minha luz e a minha salvação. Repete-se
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei de temer?
O Senhor é protetor da minha vida:
de quem hei de ter medo? Refrão
Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário. Refrão
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor. Refrão
ALELUIA 1 Pedro 4, 14
Refrão: Aleluia. Repete-se
Felizes de vós, se sois ultrajados pelo nome de Cristo,
porque o Espírito de Deus repousa sobre vós. Refrão
EVANGELHO Lc 14, 25-33
«Quem não renunciar a todos os seus bens
não pode ser meu discípulo»
O amor de Cristo não é para o Cristão, um amor ao lado dos outros amores; é o
coração de todos os seus amores. Por isso, todos os seus amores devem caber
dentro do amor ao Senhor. Se não couberem, não são amor verdadeiro. Seguir a
Cristo supõe a determinação de purificar todos os sentimentos do coração no
amor a Jesus Cristo. Exigência forte, mas a única onde cabe o amor total!
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes:
«Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos
filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de
vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa,
para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os
alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a
fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de
concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se
senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele
que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe,
manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós
não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».
Palavra da salvação
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons que trazemos ao vosso altar, ao celebrar a memória
de São Carlos, pastor vigilante e exemplo admirável de santidade, e, pela
virtude deste sacrifício, dai-nos a graça de produzir também nós, frutos
abundantes de boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 10, 10
Eu vim para que tenham vida
e a tenham em abundância, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
A comunhão nos santos mistérios nos dê, Senhor, a fortaleza de alma que tornou
São Carlos fiel à sua missão e exemplo admirável de caridade. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
17.00 horas: Missa em
Gáfete
18.00 horas: Missa em Tolosa
18.00 horas: Missa em
Nisa
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A
VOZ DO PASTOR
DAR
AZO ÀS MEMÓRIAS DO CORAÇÃO
A Igreja celebra o Dia de Todos os Santos e o Dia de
Todos os Fiéis Defuntos. Como criaturas que somos, se estamos marcados pela
finitude e pelo limite, estamos destinados à eternidade, à Vida em plenitude.
Sabemos que o homem tem atitudes contraditórias frente ao mistério da vida.
Tanto se esfola a defender a sua dignidade, como se
encapricha a criar instrumentos que a destroem, como se dela fosse dono.
Ninguém, nem sequer a morte tem a última palavra sobre a vida. Deus é a fonte e
a plenitude da vida, “quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor”,
“n’Ele vivemos, nos movemos e existimos”. Este dom da vida atinge a sua maior
expressão em Jesus Cristo: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem acredita em
Mim, mesmo que morra, viverá. E todo Aquele que vive a credita em Mim nunca
morrerá”.
Nesta fé, a Igreja celebra o Dia
de Todos os Santos e o Dia de Todos os Fiéis Defuntos. São dias de saudade na
esperança do reencontro. São dias de apelo à responsabilidade pessoal neste
peregrinar em direção à pátria definitiva.
Em Dia de Todos os Santos, recordamos todos aqueles
que, embora não estejam nos altares, foram verdadeiras testemunhas da verdade
do Evangelho. Com muitos deles nos cruzamos, convivemos, nos divertimos e
crescemos. Mesmo no meio das suas imperfeições e fracassos, não desistiram de
agradar a Deus. Lutaram, venceram, chegaram à meta, mantêm connosco laços de
amor e de comunhão, protegem-nos. Por intercessão deles, muita coisa boa nos
acontece e acontecerá enquanto caminhamos por este mundo.
A história da Igreja foi sempre enriquecida por
homens e mulheres que viveram, com alegria e esperança, a sua fidelidade a
Cristo e à Sua Igreja. Vivendo a sua vida no cumprimento do seu dever, fosse
ele qual fosse, transformaram-se em imagem de Cristo que passou pelo mundo
fazendo o bem. Fizeram o bem, defenderam valores, amaram e serviram Cristo nos
irmãos. Santos entre os santos, acompanham-nos, intercedem por nós junto de
Deus, estimulam-nos à santidade. Cada um pelo seu caminho, e sem ser cópia de
ninguém, é chamado à santidade, quer no matrimónio ou na vida celibatária ou
consagrada, quer nas alturas da cultura ou dos serviços ao bem comum, quer na
lhaneza da vida ou dos trabalhos mais humildes. A santidade é um dever, uma
vocação universal: “Sede santos, porque Eu sou santo” (Lv 11,45).
A melhor forma de amar e de comunicar com os que já
morreram é, de facto, rezar por eles. É o que fazemos em Dia dos Fiéis
Defuntos. Rezar pelos mortos é um santo e piedoso dever, como refere a Sagrada
Escritura. A união entre nós que caminhamos sobre a terra e aqueles que já
adormeceram na paz de Cristo, não se interrompe, antes pelo contrário, “é
reforçada pela comunicação dos bens espirituais». Este acreditar que a vida
humana não termina com a morte, torna presente que o nosso amor para com os que
já partiram ultrapassa as fronteiras deste mundo e traduz-se em dever de caridade
e de justiça. De forma bela, assim rezamos no prefácio da Missa dos Defuntos:
«Se a certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da imortalidade.
Para os que creem em Vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se transforma». O
Catecismo da Igreja Católica ensina que
“os que morreram na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados,
embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação,
a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu” (nº
1030). A isso, a Igreja chama Purgatório. E desde os primeiros tempos do
cristianismo cultivou, com muita piedade, a memória dos defuntos, oferecendo
sufrágios em seu favor, particularmente o sacrifício eucarístico, recomendando
também a esmola e as obras de penitência, para que sejam absolvidos de seus
pecados, e, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus.
O mesmo Catecismo nos diz que “Não podemos estar em
união com Deus se não O amarmos livremente. Mas não podemos amar a Deus se
pecarmos gravemente contra Ele, contra o nosso próximo ou contra nós mesmos:
‘Quem não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia o seu irmão é um
homicida; ora vós sabeis que nenhum homicida tem em si a vida eterna’ (1Jo
3,15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados d’Ele se descurarmos
as necessidades graves dos pobres e dos pequeninos seus irmãos. Morrer em
pecado mortal sem arrependimento e sem dar acolhimento ao amor misericordioso
de Deus é a mesma coisa que morrer separado d’Ele para sempre, por livre escolha
própria. E é este estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com
os bem-aventurados que se designa pela palavra “Inferno” (nº1033). E continua:
“As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do
Inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar
da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem um apelo urgente
à conversão”.
No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua
plenitude. O próprio universo será renovado. A esta misteriosa renovação que há
de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura chama “os Novos Céus
e a Nova Terra”.
Na expectativa dessa nova e eterna Vida, vivemos
como peregrinos, fazendo com que este mundo seja cada vez melhor. Dotados por Deus com uma inteligência hábil
para criar, investigar e programar, com uma vontade capaz de fazer e construir,
com um coração apto para amar e servir, construiremos a nossa santidade ao
desenvolver esta terra, ao contribuir para o bem comum da sociedade, ao
promover os valores da dignidade humana, a comunhão fraterna, a liberdade, a
justiça, o amor, o bem estar para que Deus seja, desde já, “tudo em todos”.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 30-10-2020.
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