PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 22 de novembro de 2020
XXXIV domingo do
tempo comum
Dia de Cristo Rei
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LITURGIA:
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO
UNIVERSO
SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. próprio.
L 1 Ez 34, 11-12. 15-17; Sal 22 (23), 1-2a. 2b-3. 5-6
L 2 1 Cor 15, 20-26. 28
Ev Mt 25, 31-46
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Diocese de Lamego – Dia da Diocese.
* Na Diocese do Porto – Ofertório para o Apostolado dos Leigos.
* Na Diocese de Setúbal – Ofertório para a Fraternidade Diocesana do Clero.
* Na Congregação das Irmãs de S. João Baptista e de Maria Rainha e Missionários
de S. João Baptista – Festa Principal.
* II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Ap 5, 12; 1,
6
O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder
e a riqueza, a sabedoria, a honra e o louvor.
Glória ao Senhor pelos séculos dos séculos.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que no vosso amado Filho, Rei do universo,
quisestes instaurar todas as coisas,
concedei propício
que todas as criaturas, libertas da escravidão,
sirvam a vossa majestade e Vos glorifiquem eternamente.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ez 34, 11-12.15-17
«Quanto a vós, meu rebanho,
hei de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas»
Leitura da
Profecia de Ezequiel
Eis o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e
hei-de encontrá-las. Como o pastor vigia o seu rebanho, quando estiver no meio
das ovelhas que andavam tresmalhadas, assim Eu guardarei as minhas ovelhas,
para as tirar de todos os sítios em que se desgarraram num dia de nevoeiro e de
trevas. Eu apascentarei as minhas ovelhas, Eu as levarei a repousar, diz o
Senhor Deus. Hei-de procurar a que anda perdida e reconduzir a que anda
tresmalhada. Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar
enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa. Hei-de apascentá-las com justiça.
Quanto a vós, meu rebanho, assim fala o Senhor Deus: Hei-de fazer justiça entre
ovelhas e ovelhas, entre carneiros e cabritos».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3.5-6 (R. 1)
Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me
faltará. Rep.
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. Refrão
Ele me guia por sendas direitas,
por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo. Refrão
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda. Refrão
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. Refrão
LEITURA II 1 Cor 15, 20-26.28
«Entregará o reino a Deus Pai, para que seja tudo em todos»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez
que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos
mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em
Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem:
primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por
ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus
seu Pai, depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É
necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos
seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte. Quando todas as coisas
Lhe forem submetidas, então também o próprio Filho Se há de submeter Àquele que
Lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Mc 11, 9.10
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito O que vem em nome do Senhor!
Bendito o reino do nosso pai David! Refrão
EVANGELHO Mt 25, 31-46
«Sentar-Se-á no seu trono glorioso
e separará uns dos outros»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier
na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas
as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o
pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os
cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita:
‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está
preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive
sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me
vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes
ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e
Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos
peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos
doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos
digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o
fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Porque
tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era
peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive
doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de
perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou
sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’. E Ele lhes
responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos
meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão
para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».
Palavra da salvação.
Diz-se o Credo.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, este sacrifício da reconciliação humana
e, pelos méritos de Cristo vosso Filho,
concedei a todos os povos o dom da unidade e da paz.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
PREFÁCIO Cristo, Sacerdote e Rei do universo
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Com o óleo da alegria
consagrastes Sacerdote eterno e Rei do universo
o vosso Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor,
para que, oferecendo-Se no altar da cruz,
como vítima de reconciliação,
consumasse o mistério da redenção humana
e, submetendo ao seu poder todas as criaturas,
oferecesse à vossa infinita majestade
um reino eterno e universal:
reino de verdade e de vida,
reino de santidade e de graça,
reino de justiça, de amor e de paz.
Por isso, com os Anjos e os Arcanjos e todos os coros celestes,
proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 28, 10-11
O Senhor está sentado como Rei eterno;
O Senhor abençoará o seu povo na paz.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da imortalidade,
fazei que, obedecendo com santa alegria
aos mandamentos de Cristo, Rei do universo,
mereçamos viver para sempre com Ele no reino celeste.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: Lê,
respeita, situa o que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da
passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra
de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva o
Senhor, suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou
através da Sua Palavra.
LEITURAS:
Ez 34, 11-12.15-17: A
figura do Bom Pastor, que se desenha neste oráculo dirigido contra os reis
israelitas, maus pastores, nos tempos que antecederam o Exílio, corresponde a
um título real. Cristo aplicou a Si mesmo este título de Bom Pastor. Ele veio
ao encontro do seu Povo, para cuidar dele e o conduzir à felicidade. Dizer de
Cristo que Ele é Rei é outra maneira de O designar como o Pastor do povo de
Deus.
1 Cor 15, 20-26.28: Ressuscitado
de entre os mortos, o primeiro entre todos, Cristo, no final dos tempos, tendo
submetido a Si todas as coisas criadas, entregará o seu reino ao Pai. E nós,
que pertencemos a Cristo, ressuscitados com Ele, também tomaremos parte no seu
triunfo total e no seu reino de glória.
Mt 25, 31-46: Jesus
retoma nesta leitura a mesma imagem atribuída a Deus na primeira leitura, a
imagem do pastor. O julgamento que se propõe fazer será a libertação final de
todos os que foram salvos pelo seu Sangue derramado na Cruz, para com Ele se
sentarem no seu trono glorioso, se, neste mundo, tiverem seguido os passos do
seu Pastor. Esta leitura é assim um anúncio e um convite.
AGENDA
DO DIA
09.30 horas: Missa em Amieira
do Tejo
10.00 horas: Celebração
da Palavra em Arês
10.45 horas: Missa em Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
12.00 horas: Missa em Gáfete
15.30 horas: Missa no
Arneiro
15.30 horas: Missa em Montalvão
15.30 horas: Missa no Cacheiro
AVISO:
Devido às novas medidas de combate à pandemia da covid-19,
resultantes do Decreto Presidencial que prorroga por mais 15 dias o estado de emergência
em Portugal, e, infelizmente, a elevação do Concelho de Nisa para o estado de
"Risco Muito elevado", por se verificarem entre 480 e 960 casos por
cada 100.000 habitantes, obriga a cada um de nós a consciencialização cívica
para o rigoroso cumprimento das medidas que irão entrar em vigor a partir das
00h00 de 24 de novembro. Na
sequência desta realidade, os serviços pastorais na zona pastoral de Nisa
sofrem também alteração nalgumas paróquias, principalmente, no que diz respeito
às missas de tarde aos fins-de-semana.
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A
VOZ DO PASTOR:
CADA
UM SABE ONDE LHE APERTA O SAPATO
Muito se fala e escreve sobre a pobreza. Há
organismos, gabinetes de estudos, debates, discursos, propósitos e promessas, a
médio e a longo prazo, raramente para o hoje e o agora. Fala-se da pobreza,
epidêmica e endêmica. Se não for apenas para encher o ego, é muito importante
que se fale nisso e disso, mas não seria justo passar o tempo a falar da
pobreza e esquecer o pobre. Para ele, cada dia que passa é uma eternidade!
Embora os números não batam certo, estima-se que, de fome, morrem vinte e
quatro mil pessoas por dia, cerca de nove milhões por ano. E não existe consenso
sobre como resolver o problema. Uns, investem dinheiro, tempo e outros
recursos, pensando que sim, que assim tudo será resolvido. Outros, dizem que
isso não é suficiente, que é necessário combater as desigualdades económicas e
sociais entre os países e dentro de cada país. Todos têm razão, tudo é
importante e preciso. No entanto, os pobres continuarão a ser esquecidos ou
explorados se tudo isso não passar de meras narrativas ideológicas, de
interesses daninhos escondidos atrás de falsa meritocracia, se as políticas
estiverem ao serviço de quem detém a riqueza e o poder, e, sobretudo, se faltar
a conversão do coração. Certo será que o grande objetivo de erradicar a pobreza
até 2030, está cada vez mais longe... A pobreza real continuará a ser um enorme
protesto contra a injustiça social. É “o reumatismo agudíssimo da humanidade”,
diria Camilo em proveito da patologia. Sentindo-nos irmãos, a pobreza de que
falamos é, de facto, uma vergonha para quem a provoca ou a não quer ver e
ajudar a resolver.
Por estes dias, corria nas redes sociais a grande
preocupação pelas mortes e pelo sofrimento que a covid-19 causa na vida da
comunidade humana, e bem, as suas consequências são enormes. Para acabar com
esse sofrimento, a comunidade científica e todos os países do mundo, deram as
mãos, estão a fazer convergir todos os esforços para que, em menos de um ano,
surja a tão esperada vacina. O vírus é novo, quase desconhecido, não tem
fronteiras, já bate à porta do vizinho e à nossa. No entanto, se é uma
tragédia, está prestes a ser resolvida, oxalá que sim, todos o pretendemos. Ao
contrário, desde há muito que conhecemos o vírus que mata e faz sofrer milhões
e milhões de pessoas. O vírus é universalmente conhecido: é a fome! A
comunidade científica e todos os países conhecem a vacina eficaz: o
alimento!... Esta vacina, segundo debates e estudos de vária ordem, não está
esgotada nem fora de prazo. Esbarra, isso sim, com a crescente indiferença e o
egoísmo de muita gente na rede da sua distribuição. Sabemos que nem tudo é
fácil, mas os detentores e os responsáveis de a distribuir vivem de repentes,
tantas vezes egocêntricos! Como não lhes toca, não dão as mãos para pôr cobro a
tanta mortandade, que morram!...
Apesar de as Nações Unidas terem proclamado o dia 17
de outubro como o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e seja de
reconhecer que os níveis de pobreza tenham vindo a decrescer nas últimas
décadas, o Papa Francisco, ao terminar o Jubileu da Misericórdia, quis oferecer
à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, sempre no penúltimo Domingo do fim do ano
litúrgico. São dois dias complementares, não concorrentes nem ao despique. O
dia instituído pelas Nações Unidas pretende sensibilizar para a necessidade de
políticas públicas e universais que visem a erradicação das injustiças e das
desigualdades sociais geradoras de pobreza e miséria. O Dia Mundial dos Pobres,
sem deixar de alertar para o mesmo, foi sobretudo instituído “para que as
comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal
concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados”, reagindo
“à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro”. Mas
tudo isso sem deixar de dirigir o convite “a todos, independentemente da sua
pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as
formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade”.
Como afirma o Papa Francisco na sua Mensagem para
este quarto dia Mundial dos Pobres, e à qual deu o título de «Estende a tua mão
ao pobre» (Sir 7, 32), é verdade que “a Igreja não tem soluções globais a
propor, mas oferece, com a graça de Cristo, o seu testemunho e gestos de
partilha”. Lembra a todos o grande valor do bem comum e o direito de todos a
viver com dignidade. E o facto de se “reconhecer que, no mundo imenso da
pobreza, a nossa própria intervenção é limitada, frágil e insuficiente, leva a
estender as mãos aos outros, para que a mútua colaboração possa alcançar o
objetivo de maneira mais eficaz. Somos movidos pela fé e pelo imperativo da
caridade, mas sabemos reconhecer outras formas de ajuda e solidariedade”,
dialogando com humildade, colaborando sem protagonismos.
«Estende a tua mão ao pobre»! Francisco afirma que,
“estender a mão é um sinal: um sinal que apela imediatamente à proximidade, à
solidariedade, ao amor”. E, dizendo porquê, ele recorda tantas formas de
pobreza e tantas mãos que, nestes tempos difíceis de pandemia, desafiam o
“contágio e o medo, a fim de dar apoio e consolação”. Mas também denuncia “a
atitude de quantos conservam as mãos nos bolsos e não se deixam comover pela
pobreza, da qual frequentemente são cúmplices”.
A Igreja, por um lado, valoriza a pobreza como opção
de vida, ao jeito das bem-aventuranças ou da radicalidade evangélica, numa
justa liberdade face aos bens materiais e traduzida em atitudes de vida. Por
outro lado, recusa a miséria ou a pobreza imposta, que se pode traduzir na
negação dos direitos fundamentais das pessoas, da sua participação na
construção da sociedade, na recusa da igualdade de oportunidades ou da parte
dos bens criados ou produzidos a que têm direito. É aqui que a Igreja, na
fidelidade ao Espírito e à sua história de mais de dois mil anos, também se
associa para fazer ecoar o grito dos que não têm voz.
Perante este cenário da pobreza, cada um sabe bem
onde lhe aperta o sapato. Se também a sofre na pele ou se está do lado do
desperdício, do esbanjamento e da indiferença, pensando apenas em si. Se está
do lado de quantos sofrem a pobreza e dá as mãos para que as situações se
resolvam ou vive de mãos nos bolsos e a dizer que hoje não há pobres. Se é um
forreta com graves sintomas de avarento e mão estendida apenas para receber ou
sabe poupar e estender a mão para partilhar com o pobre e dar-se a si próprio.
Mesmo
que não tenhamos voz nos grandes palcos das decisões mundiais, muito podemos
fazer nas nossas próprias comunidades, desde que atentos e organizados, agindo,
com amor e respeito, junto de crentes e não crentes, ajudando as pessoas a
libertarem-se desse jugo e a investir na sua promoção cultural com o seu
trabalho e o seu mérito.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-11-2020.
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Nota da Conferência Episcopal Portuguesa
CELEBRAR
E VIVER A FÉ EM TEMPO DE PANDEMIA
1.Os Bispos de Portugal vivem na fé e na confiança a
presente situação de pandemia, fazendo suas as dificuldades e sofrimentos dos
concidadãos. Em particular, veem preocupados o alastrar da Covid-19, com riscos
agravados para a vida e saúde de tantos irmãos e irmãs. Dada a gravidade da
situação, apelamos a todos para que adotem comportamentos responsáveis nos mais
diversos setores da sua vida e atividade e respeitem as determinações das
autoridades constituídas, com o objetivo de travar e controlar a vaga de
contágios. Em particular, este comportamento responsável deve ser vivido após
as celebrações litúrgicas mais festivas (Batizados, Comunhões, Crismas e
Casamentos), evitando sempre as concentrações fora das igrejas e nas próprias
casas.
2. Recordamos que, segundo a lei litúrgica, a
celebração do Domingo começa com as primeiras vésperas. A lei canónica alargou
o tempo útil para a participação na Missa de preceito para a tarde precedente.
Trata-se de uma lei geral da Igreja que só pode ser alterada pela Sé
Apostólica. A impossibilidade de cumprir o preceito dominical não dispensa
ninguém – nem mesmo quem não pode ou não deve sair de casa por motivos alheios
à sua vontade – de cumprir o mandamento divino de santificar o dia do Senhor.
Isso pode fazer-se de múltiplas formas, vivendo na alegria espiritual o dia da
ressurreição do Senhor Jesus: participar na Eucaristia no sábado ou noutro dia
da semana; realizar com amor os serviços da convivência familiar, sem descurar
o conveniente repouso do corpo e do espírito; dedicar um tempo razoável à
oração pessoal e, se possível, em família, com a leitura da Sagrada Escritura e
outros exercícios de piedade; unir-se espiritualmente, se possível, a alguma
celebração eucarística transmitida pela rádio, televisão ou internet;
estabelecer contacto, pelos meios disponíveis, com familiares, amigos e
conhecidos, privilegiando os que mais sofrem a doença ou a solidão; estar
solidariamente atentos às necessidades e alegrias dos vizinhos.
3. Caso não seja possível a realização da catequese
presencial, pedimos aos catequistas para se manterem em contacto com os
catequizandos e suas famílias e que, grupo por grupo, vão avaliando as
possibilidades de lhes proporcionarem este serviço: por meios digitais e
outros, direcionados preferentemente aos pais, no caso da catequese da
infância, para que sejam estes, como primeiros catequistas, a transmitirem aos
seus filhos a mensagem cristã. Em todo o caso, responsabilizem-se os pais pelo
acompanhamento dos filhos durante eventuais sessões de catequese à distância
para os ajudarem a concentrar-se nas mesmas e para esclarecer as incompreensões
e dúvidas que os filhos possam ter; sem este envolvimento da família, a
catequese por meios digitais será uma ilusão.
4. Damos graças a Deus pelo trabalho dedicado e
criativo dos sacerdotes, diáconos e agentes pastorais, ao serviço das
comunidades, Instituições Particulares de Solidariedade Social e capelanias,
para viver, partilhar e encorajar a fé que produz esperança e confiança na
presença de Deus que nos ajuda a superar as dificuldades presentes e a ir ao
encontro de quem mais precisa.
5. Confiamos todos vós, as vossas famílias e as
vossas comunidades ao amparo de Santa Maria, Senhora do Rosário de Fátima e Mãe
da Igreja, pedindo, por sua intercessão, que o Senhor nos confirme na fé e na
caridade, nos ajude a superar esta crise e a colaborar na construção de um
mundo mais solidário e fraterno.
Fátima, 13 de novembro de 2020.
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