PARÓQUIAS DE NISA
Quarta-feira, 11 de novembro de 2020
Terça da XXXII
semana do tempo comum
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LITURGIA:
QUARTA-FEIRA da semana XXXII
S. Martinho de Tours, bispo – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Tit 3, 1-7; Sal 22 (23), 1-3a. 3b-4. 5. 6
Ev Lc 17, 11-19
* Na Ordem Agostiniana – B. Mariano da Mata Aparício, presbítero – MF
* Na Ordem Beneditina – S. Martinho de Tours – FESTA
* Na Ordem de Cister – S. Martinho de Tours, bispo – FESTA
S.
MARTINHO, bispo
Nota
Histórica:
Nasceu na Panónia cerca do ano 316,
de pais pagãos. Depois de receber o Batismo e de renunciar à carreira militar,
fundou um mosteiro em Ligugé (França), onde levou vida monástica sob a direção
de S. Hilário. Foi depois ordenado sacerdote e, mais tarde, eleito bispo de
Tours. Foi modelo insigne de bom pastor; fundou outros mosteiros, dedicou se à
formação do clero e à evangelização dos pobres. Morreu no ano 397.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA 1 Sam 2, 35
Farei surgir para Mim um sacerdote fiel,
que viverá segundo o meu coração e a minha vontade,
diz o Senhor.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que fostes glorificado pela vida e pela morte do bispo São Martinho,
renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a
morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Tito 3, 1-7
«Éramos insensatos,
mas Ele salvou-nos pela sua misericórdia»
Se hoje somos cristãos e conhecemos, melhor do que os que o não são, os
caminhos de Deus, isso não é mérito nosso, mas graça do Senhor. Reconhecê-lo é
caminho para fazer nascer no nosso coração a ação de graças e novo estímulo à
fidelidade para com Ele. Deste modo, os cristãos devem ser os primeiros a
integrar-se na ordem pública, a obedecer às autoridades e às leis e a serem
bondosos para com todos. Uma vez cristãos, hão de abandonar costumes e sentimentos
próprios de pagãos.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo a Tito
Caríssimo: Recorda a todos os irmãos que devem ser submissos aos governantes e
às autoridades, que devem obedecer-lhes e estar prontos para toda a boa obra.
Não digam mal de ninguém, não sejam conflituosos, mas pacíficos, mostrando-se
sempre atenciosos para com todos. Também nós, antigamente, éramos insensatos,
rebeldes, transviados, escravos de toda a espécie de paixões e prazeres,
vivendo na perversidade e na inveja, odiados e odiando-nos uns aos outros. Mas,
ao manifestar-se a bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor para com os
homens, Ele salvou-nos, não pelas obras justas que praticámos, mas em virtude
da sua misericórdia, pelo batismo da regeneração e renovação do Espírito Santo,
que Ele derramou abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso
Salvador, para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança,
herdeiros da vida eterna.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 22 (23), 1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)
Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me
faltará. Repete-se
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. Refrão
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança. Refrão
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda. Refrão
A bondade e a graça hão de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. Refrão
ALELUIA Jo 13, 34
Refrão: Aleluia. Repete-se
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.
Refrão
EVANGELHO Mt 25, 31-40
«O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos,
a Mim o fizestes»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier
na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas
as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o
pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os
cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita:
‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está
preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive
sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me
vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes
ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e
Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos
peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos
doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos
digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o
fizestes’».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estas ofertas, que alegremente Vos oferecemos em honra de
São Martinho e, no meio das alegrias e provações, orientai sempre para Vós a
nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Mt 25, 40
Tudo o que fizestes ao mais pequenino dos meus irmãos,
a Mim o fizestes, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o sacramento da unidade, fazei que Vos
agrademos em todas as coisas, para que, a exemplo de São Martinho, obedecendo
sempre à vossa vontade, sintamos a alegria de ser totalmente vossos. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
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AGENDA
DO DIA
14.00 horas: Funeral em
Alpalhão
17.00 horas: Missa em
Gáfete
18.00 horas: Missa em
Nisa – Espírito Santo
18.00 horas: Missa em Tolosa.
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A
VOZ DO PASTOR
SEMINÁRIOS PARA A NOVA
EVANGELIZAÇÃO
Em 15 de julho de
1563, os bispos reunidos no Concílio de Trento aprovaram, por unanimidade, um
decreto que recomendava a criação de Seminários em cada diocese. Foi uma medida
de enorme relevância para a reforma e a renovação da Igreja. Eram tempos
difíceis a nível social, político e religioso e a Igreja, como sempre, só
poderia renovar-se e ser fermento de renovação a partir de dentro de si
própria. São Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo de Braga e padre conciliar,
teve papel fundamental nesta causa. O Concílio Vaticano II reiterou a
importância dos Seminários e o Magistério da Igreja tem vindo constantemente a
realçar o seu valor. Em Portugal, eles têm uma bela história de serviço à
cultura e à formação de tantos e tantos jovens que por lá passaram, mesmo que,
alguns, obrigados a lá estar por uma qualquer dona Estefânia e com o rigor do
silêncio e da disciplina, sempre contrariados, pudessem ter sentido o frio duma
qualquer manhã submersa. Uns, foram ordenados padres e serviram a Igreja, com
alegria e dedicação, na multiplicidade das suas expressões e ação. Outros,
marcaram o país nas diversas áreas culturais e sociais e do serviço à causa
pública!
A evolução dos
tempos e das culturas, porém, a atenção aos sinais dos tempos, sempre obrigaram
e continuam a obrigar os Seminários a uma constante atualização, quer a nível
da vida interna, quer no modo e na formação a dar aos alunos, quer na própria
interação entre o Seminário e a vida da Igreja diocesana, quer também na sua
interação com a sociedade civil. Os Seminários são o coração da Igreja e a
Igreja sente a necessidade de uma nova Evangelização com o tal novo vigor, novo
entusiasmo, novas expressões, nova linguagem. Ter pastores segundo o coração de
Cristo e dentro das exigências de cada tempo, reclama essa preocupação, de
forma atenta, atempada e inteligente.
É evidente que
quando falamos de Seminários, estamos a falar da comunidade de pessoas, não das
grandes casas outrora construídas e, agora, livres e dadas a fins pastorais ou
outros. Embora, em princípio, os seminaristas continuem a precisar de casa para
viverem em comunidade, quando falamos em Seminário, falamos, de facto, desses
jovens que são candidatos ao Sacerdócio e uma esperança para a Igreja. Falamos
dos seus Formadores e Colaboradores, os quais merecem toda a nossa gratidão
pela sua dedicação a causa tão especial. Incluímos ainda os benfeitores que,
com a sua amizade e o sentido de pertença à Igreja, os ajudam economicamente
com a sua generosa partilha. Todos são protagonistas dessa delicada arte de
acompanhar para ajudar a discernir e a formar em fidelidade ao Senhor e em
abertura aos sinais dos tempos. Com todos na mente e com muita esperança,
estamos a viver em Portugal, também em jeito de promoção vocacional, a Semana
dos Seminários.
Jesus
continua a tocar o coração daqueles que entende, para que fiquem com Ele e os
possa enviar, em seu nome, como instrumentos da sua misericórdia, como homens
de Deus, da Palavra e do Serviço. Ora, para que alguém possa ouvir e aceitar
este desafio, para que responda em total liberdade e se decida ir ao encontro
de Jesus, há um processo de crescimento na escola do Mestre, e o Mestre é Ele
mesmo, Jesus. Só uma identificação cada vez maior com Ele, como verdadeiros
discípulos, permitirá responder, de forma mais madura, a estas provocações do
Senhor. Embora não seja regra absoluta, sabemos que os primeiros monitores
nesta escola do Mestre a fazer com que os jovens possam fazer esta experiência
de fé e afinar o ouvido a um possível chamamento do Senhor, são as famílias, os
amigos, e as comunidades paroquiais nos seus dinamismos de proximidade,
inclusão, oração, reflexão e ação.
No
entanto, a Igreja, sem dispensar as famílias, os amigos e as comunidades
paroquiais, não tem dispensado os
Seminários, sobretudo os de Teologia ou Maiores. São escolas especiais e de
grande importância, não para formatar ou uniformizar no modo de ser, pensar e
estar, mas para aprender a aprender, para incrementar os dons de Deus e levar à
conversão profunda do coração e a uma grande atitude de humildade perante os
desafios da vida e da missão. São espaços de acompanhamento pessoal e
comunitário. Aí, cada um poderá avaliar as suas reais motivações interiores e
discernir sobre a melhor resposta a dar. Há silêncio e estudo, há formação
intelectual, humana, espiritual e pastoral, há convivência sadia e maturação no
seguimento de Jesus como discípulos.
Como
sabemos, o primeiro elemento estruturante da vocação é o chamamento livre do
Senhor. Ele chama quem quer, quando quer, como quer. É pura iniciativa e dom da
sua graça. Não é resultado de méritos, talentos, promessas ou propósitos
individuais. Ninguém se pode impor, reivindicar ou forçar a barra a ter de ser!
«Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós», disse Jesus
(Jo.15,16).
O
segundo elemento estruturante da vocação é a resposta livre de quem é chamado.
Jesus não força, não quer ninguém por favor, não grita, não se impõe, não usa
artimanhas. Convida delicadamente, toca no ombro, bate à porta, desafia, fala
aos ouvidos do coração. Talvez agora o faça também através da barulhenta feira
de mensagens no facebook, instagram, tik tok, snapchat, youtube, whatsapp,
twitter...
Fascinados
por Jesus, os primeiros discípulos logo ficaram atraídos e curiosos: “Mestre,
onde moras?”. “Vinde e vereis”, disse-lhes Jesus. E “eles foram, viram onde
morava e ficaram com Ele nesse dia” (Jo 1, 39). Depois desse encontro, eles
deixaram tudo e seguiram-n’O. Jesus aceitou-os como amigos e tudo lhes deu a
conhecer, preparando-os para ir e evangelizar!... Este é o mistério da
liberdade de Deus, que chama, fascina, inspira, atrai e se entrelaça com a
liberdade do homem que responde confiante na força desse encontro na amizade
com Jesus.
Um
terceiro elemento que também faz parte da vocação é o ser aceite pela Igreja.
Sendo a vocação um dom da graça divina, ele é recebido através da Igreja, na
Igreja e para o serviço à Igreja. Quem pede ingresso no Seminário, embora, por discernimento responsável, possa não chegar ao
Sacerdócio, é sempre acolhido com alegria e como verdadeiro candidato. É
recebido tal como é, com as suas circunstâncias, potencialidades e debilidades.
No respeito pela sua liberdade e os seus ritmos de resposta, é ajudado e
acompanhado, mas ninguém o pode substituir na resposta a dar. No entanto, ele
pode dizer que se sente chamado, dizer que sim, que quer, e ser muito
inteligente e capaz. A Igreja, porém, pode não o aceitar. Não por capricho,
malvadez ou leviandade, mas porque a sua vida e o seu comportamento são
incoerentes com o que diz ou prova com a vida. Se não há retidão de intenções,
liberdade de vontade, idoneidade humana e formativa, coerência e bom senso...
Sim, os formadores até podem enganar-se no juízo que fazem, mas se os sinais
vão todos em sentido contrário, o que é que eles hão de fazer?!...
Reparem:
o jovem rico do Evangelho, um judeu exímio no cumprimento dos seus deveres,
sentia-se chamado a novos desafios. Foi pedir conselho a Jesus mas não teve a
coragem de construir uma nova história de amizade com Ele. Com certeza que
construiu outra, mas não esta. Era um bom judeu, cumpridor, mas não convertido
ao essencial, estava de coração preso a outros interesses, queria coisa maior
mas não estava disposto a mudar. Ora, esse é que é o grande discernimento que
cada um tem de fazer. No diálogo de Jesus com Pedro, a grande e repetida
pergunta que Jesus lhe faz é precisamente essa: “Simão, filho de João, tu
amas-Me?” (Jo 21, 16). Como quem diz: tu queres-Me, de facto, como teu amigo e
com as exigências que isso implica? Se sim, anda daí, vem e vê!...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-11-2020.
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