domingo, 8 de novembro de 2020

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

 

 

 

Segunda, 09 de novembro de 2020

 

 

Segunda da XXXII semana do tempo comum

 

 

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LITURGIA:

 

SEGUNDA-FEIRA da semana XXXII

Dedicação da Basílica de Latrão – FESTA
Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. próprio.

L 1 Ez 47, 1-2. 8-9. 12 ou 1 Cor 3, 9c-11. 16-17; Sal 45, 2-3. 5-6. 8-9
Ev Jo 2, 13-22

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Congregação do Santíssimo Redentor – Aniversário da fundação do Instituto (1732).

 

DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO

 

Nota Histórica:

Segundo uma tradição que remonta ao século XII, celebra-se neste dia o aniversário da dedicação da basílica de Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de rito romano, com o fim de honrar a basílica que é chamada «a igreja mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe» e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu S. Inácio de Antioquia, «preside à assembleia universal da caridade».

 

Missa

Comum da Dedicação de uma igreja

Fora da igreja dedicada

ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 21, 2.10
Eu vi a cidade santa, a nova Jerusalém,
que descia do Céu, resplandecente da glória de Deus,
como noiva adornada para o seu esposo.

ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que edificais o templo da vossa glória
com pedras vivas e escolhidas,
derramai sobre a Igreja os dons do Espírito Santo,
para que o vosso povo cresça cada vez mais
na fé, esperança e caridade,
até se transformar na Jerusalém celeste.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Ou

Senhor nosso Deus, que Vos dignastes chamar Igreja
à assembleia do vosso povo,
fazei que os fiéis, reunidos em vosso nome,
Vos adorem, amem e sirvam
e, guiados por Vós, alcancem o reino prometido.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



LEITURA I Ez 47, 1-2.8-9.12
«Vi a água sair do templo
e todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos»
(Ant. Vidi aquam)

Leitura da Profecia de Ezequiel


Naqueles dias,
o Anjo reconduziu-me à entrada do templo.
Debaixo do limiar da porta saía água em direcção ao Oriente,
pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente.
As águas corriam da parte inferior,
do lado direito do templo, ao sul do altar.
O Anjo fez-me sair pela porta setentrional
e contornar o templo por fora,
até à porta exterior que está voltada para o Oriente.
As águas corriam do lado direito.
O Anjo disse-me:
«Esta água corre para a região oriental,
desce para Arabá e entra no mar,
para que as suas águas se tornem salubres.
Todo o ser vivo que se move na água onde chegar esta torrente
terá novo alento
e o peixe será mais abundante.
Porque aonde esta água chegar,
tornar-se-ão sãs as outras águas
e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente.
À beira da torrente, nas duas margens,
crescerá toda a espécie de árvores de fruto;
a sua folhagem não murchará, nem acabarão os seus frutos.
Todos os meses darão frutos novos,
porque as águas vêm do santuário.
Os frutos servirão de alimento e as folhas de remédio».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 45 (46), 2-3.5-6.8-9 (R. 5)
Refrão: Os braços dum rio alegram a cidade de Deus,
a morada santa do Altíssimo.


Deus é o nosso refúgio e a nossa força,
auxílio sempre pronto na adversidade.
Por isso nada receamos ainda que a terra vacile
e os montes se precipitem no fundo do mar.

Os braços dum rio alegram a cidade de Deus,
a mais santa das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela e a torna inabalável,
Deus a protege desde o romper da aurora.

O Senhor dos Exércitos está connosco,
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.
Vinde e contemplai as obras do Senhor,
as maravilhas que realizou na terra.



LEITURA II 1 Cor 3, 9c-11.16-17
«Vós sois templo de Deus»


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios


Irmãos:
Vós sois edifício de Deus.
Segundo a graça de Deus que me foi dada,
eu, como sábio arquitecto, coloquei o alicerce
e outro levanta o edifício.
Veja cada um como constrói:
ninguém pode colocar outro alicerce
além do que está posto, que é Jesus Cristo.
Não sabeis que sois templo de Deus
e que o Espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá.
Porque o templo de Deus é santo
e vós sois esse templo.


Palavra do Senhor.


ALELUIA 2 Cr 7, 16
Refrão: Aleluia. Repete-se
Escolhi e consagrei esta casa, diz o Senhor,
para que o meu nome esteja neste lugar para sempre. Refrão


EVANGELHO Jo 2, 13-22
«Falava do templo do seu Corpo»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


Estava próxima a Páscoa dos judeus
e Jesus subiu a Jerusalém.
Encontrou no templo
os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas
e os cambistas sentados às bancas.
Fez então um chicote de cordas
e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois;
deitou por terra o dinheiro dos cambistas
e derrubou-lhes as mesas;
e disse aos que vendiam pombas:
«Tirai tudo isto daqui;
não façais da casa de meu Pai casa de comércio».
Os discípulos recordaram-se do que estava escrito:
«Devora-me o zelo pela tua casa».
Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe:
«Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?».
Jesus respondeu-lhes:
«Destruí este templo e em três dias o levantarei».
Disseram os judeus:
«Foram precisos quarenta e seis anos para construir este templo
e Tu vais levantá-lo em três dias?».
Jesus, porém, falava do templo do seu Corpo.
Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos,
os discípulos lembraram-se do que tinha dito
e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os dons que Vos oferecemos
e concedei ao vosso povo em oração
a graça de ser santificado por estes sacramentos
e a alegria de ver atendidas as suas súplicas.
Por Nosso Senhor.


PREFÁCIO A Igreja, esposa de Cristo e templo do Espírito
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.


Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte;
Pela vossa infinita bondade, Senhor,
quisestes habitar em toda a casa
em que se reúne o vosso povo em oração,
para fazer de nós, com o auxílio constante da vossa graça,
o templo do Espírito Santo,
resplandecente pela santidade dos filhos.
Santificais sempre a Igreja, esposa de Cristo,
simbolizada em edifícios visíveis,
para que um dia, como mãe alegre
com a multidão inumerável dos seus filhos,
entre revestida de glória no reino dos Céus.

Por isso, com os Anjos e os Santos,
proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz:

Santo, Santo, Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Pedro 2, 5
Nós somos as pedras vivas do templo espiritual,
somos o sacerdócio santo de Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que fizestes da vossa Igreja na terra
o sinal visível da Jerusalém celeste,
permiti que, pela participação neste sacramento,
nos tornemos templos da vossa graça
e entremos um dia na morada da vossa glória.
Por Nosso Senhor.

 

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AGENDA DO DIA

 

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A VOZ DO PASTOR

 

 

SEMINÁRIOS PARA A NOVA EVANGELIZAÇÃO

 

Em 15 de julho de 1563, os bispos reunidos no Concílio de Trento aprovaram, por unanimidade, um decreto que recomendava a criação de Seminários em cada diocese. Foi uma medida de enorme relevância para a reforma e a renovação da Igreja. Eram tempos difíceis a nível social, político e religioso e a Igreja, como sempre, só poderia renovar-se e ser fermento de renovação a partir de dentro de si própria. São Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo de Braga e padre conciliar, teve papel fundamental nesta causa. O Concílio Vaticano II reiterou a importância dos Seminários e o Magistério da Igreja tem vindo constantemente a realçar o seu valor. Em Portugal, eles têm uma bela história de serviço à cultura e à formação de tantos e tantos jovens que por lá passaram, mesmo que, alguns, obrigados a lá estar por uma qualquer dona Estefânia e com o rigor do silêncio e da disciplina, sempre contrariados, pudessem ter sentido o frio duma qualquer manhã submersa. Uns, foram ordenados padres e serviram a Igreja, com alegria e dedicação, na multiplicidade das suas expressões e ação. Outros, marcaram o país nas diversas áreas culturais e sociais e do serviço à causa pública!

A evolução dos tempos e das culturas, porém, a atenção aos sinais dos tempos, sempre obrigaram e continuam a obrigar os Seminários a uma constante atualização, quer a nível da vida interna, quer no modo e na formação a dar aos alunos, quer na própria interação entre o Seminário e a vida da Igreja diocesana, quer também na sua interação com a sociedade civil. Os Seminários são o coração da Igreja e a Igreja sente a necessidade de uma nova Evangelização com o tal novo vigor, novo entusiasmo, novas expressões, nova linguagem. Ter pastores segundo o coração de Cristo e dentro das exigências de cada tempo, reclama essa preocupação, de forma atenta, atempada e inteligente.

É evidente que quando falamos de Seminários, estamos a falar da comunidade de pessoas, não das grandes casas outrora construídas e, agora, livres e dadas a fins pastorais ou outros. Embora, em princípio, os seminaristas continuem a precisar de casa para viverem em comunidade, quando falamos em Seminário, falamos, de facto, desses jovens que são candidatos ao Sacerdócio e uma esperança para a Igreja. Falamos dos seus Formadores e Colaboradores, os quais merecem toda a nossa gratidão pela sua dedicação a causa tão especial. Incluímos ainda os benfeitores que, com a sua amizade e o sentido de pertença à Igreja, os ajudam economicamente com a sua generosa partilha. Todos são protagonistas dessa delicada arte de acompanhar para ajudar a discernir e a formar em fidelidade ao Senhor e em abertura aos sinais dos tempos. Com todos na mente e com muita esperança, estamos a viver em Portugal, também em jeito de promoção vocacional, a Semana dos Seminários.

Jesus continua a tocar o coração daqueles que entende, para que fiquem com Ele e os possa enviar, em seu nome, como instrumentos da sua misericórdia, como homens de Deus, da Palavra e do Serviço. Ora, para que alguém possa ouvir e aceitar este desafio, para que responda em total liberdade e se decida ir ao encontro de Jesus, há um processo de crescimento na escola do Mestre, e o Mestre é Ele mesmo, Jesus. Só uma identificação cada vez maior com Ele, como verdadeiros discípulos, permitirá responder, de forma mais madura, a estas provocações do Senhor. Embora não seja regra absoluta, sabemos que os primeiros monitores nesta escola do Mestre a fazer com que os jovens possam fazer esta experiência de fé e afinar o ouvido a um possível chamamento do Senhor, são as famílias, os amigos, e as comunidades paroquiais nos seus dinamismos de proximidade, inclusão, oração, reflexão e ação.

No entanto, a Igreja, sem dispensar as famílias, os amigos e as comunidades paroquiais, não  tem dispensado os Seminários, sobretudo os de Teologia ou Maiores. São escolas especiais e de grande importância, não para formatar ou uniformizar no modo de ser, pensar e estar, mas para aprender a aprender, para incrementar os dons de Deus e levar à conversão profunda do coração e a uma grande atitude de humildade perante os desafios da vida e da missão. São espaços de acompanhamento pessoal e comunitário. Aí, cada um poderá avaliar as suas reais motivações interiores e discernir sobre a melhor resposta a dar. Há silêncio e estudo, há formação intelectual, humana, espiritual e pastoral, há convivência sadia e maturação no seguimento de Jesus como discípulos.

Como sabemos, o primeiro elemento estruturante da vocação é o chamamento livre do Senhor. Ele chama quem quer, quando quer, como quer. É pura iniciativa e dom da sua graça. Não é resultado de méritos, talentos, promessas ou propósitos individuais. Ninguém se pode impor, reivindicar ou forçar a barra a ter de ser! «Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós», disse Jesus (Jo.15,16).

O segundo elemento estruturante da vocação é a resposta livre de quem é chamado. Jesus não força, não quer ninguém por favor, não grita, não se impõe, não usa artimanhas. Convida delicadamente, toca no ombro, bate à porta, desafia, fala aos ouvidos do coração. Talvez agora o faça também através da barulhenta feira de mensagens no facebook, instagram, tik tok, snapchat, youtube, whatsapp, twitter...

Fascinados por Jesus, os primeiros discípulos logo ficaram atraídos e curiosos: “Mestre, onde moras?”. “Vinde e vereis”, disse-lhes Jesus. E “eles foram, viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia” (Jo 1, 39). Depois desse encontro, eles deixaram tudo e seguiram-n’O. Jesus aceitou-os como amigos e tudo lhes deu a conhecer, preparando-os para ir e evangelizar!... Este é o mistério da liberdade de Deus, que chama, fascina, inspira, atrai e se entrelaça com a liberdade do homem que responde confiante na força desse encontro na amizade com Jesus.

Um terceiro elemento que também faz parte da vocação é o ser aceite pela Igreja. Sendo a vocação um dom da graça divina, ele é recebido através da Igreja, na Igreja e para o serviço à Igreja. Quem pede ingresso no Seminário, embora, por discernimento responsável, possa não chegar ao Sacerdócio, é sempre acolhido com alegria e como verdadeiro candidato. É recebido tal como é, com as suas circunstâncias, potencialidades e debilidades. No respeito pela sua liberdade e os seus ritmos de resposta, é ajudado e acompanhado, mas ninguém o pode substituir na resposta a dar. No entanto, ele pode dizer que se sente chamado, dizer que sim, que quer, e ser muito inteligente e capaz. A Igreja, porém, pode não o aceitar. Não por capricho, malvadez ou leviandade, mas porque a sua vida e o seu comportamento são incoerentes com o que diz ou prova com a vida. Se não há retidão de intenções, liberdade de vontade, idoneidade humana e formativa, coerência e bom senso... Sim, os formadores até podem enganar-se no juízo que fazem, mas se os sinais vão todos em sentido contrário, o que é que eles hão de fazer?!...

Reparem: o jovem rico do Evangelho, um judeu exímio no cumprimento dos seus deveres, sentia-se chamado a novos desafios. Foi pedir conselho a Jesus mas não teve a coragem de construir uma nova história de amizade com Ele. Com certeza que construiu outra, mas não esta. Era um bom judeu, cumpridor, mas não convertido ao essencial, estava de coração preso a outros interesses, queria coisa maior mas não estava disposto a mudar. Ora, esse é que é o grande discernimento que cada um tem de fazer. No diálogo de Jesus com Pedro, a grande e repetida pergunta que Jesus lhe faz é precisamente essa: “Simão, filho de João, tu amas-Me?” (Jo 21, 16). Como quem diz: tu queres-Me, de facto, como teu amigo e com as exigências que isso implica? Se sim, anda daí, vem e vê!...

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 06-11-2020.

 

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