PARÓQUIAS DE NISA
Quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Quinta da XXXII
semana do tempo comum
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LITURGIA:
QUINTA-FEIRA da semana XXXII
S. Josafat, bispo e mártir – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Flm 7-20; Sal 145 (146), 7. 8-9a. 9bc-10
Ev Lc 17, 20-25
* Na Ordem Beneditina – S. Teodoro Studita, abade – MF; S. Josafat – MF
* Na Ordem de Cister – S. Teodoro Estudita, abade – MF
* Na Diocese de Leiria-Fátima (Basílica da Santíssima Trindade – Santuário de
Fátima) – I Vésp. do aniversário da Basílica da Santíssima Trindade.
S.
JOSAFAT, bispo e mártir
Nota
Histórica:
Nasceu na Ucrânia, cerca do ano
1580, de pais ortodoxos. Abraçou a fé católica e entrou na Ordem de S. Basílio.
Ordenado sacerdote e eleito bispo de Polock, dedicou se com grande empenho à
causa da unidade da Igreja, pelo que foi perseguido pelos seus inimigos e morreu
mártir em 1623.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Jer 3, 15
Eu vos darei pastores segundo o meu coração,
que vos apascentem com sabedoria e prudência.
ORAÇÃO COLECTA
Intensificai, Senhor, na vossa Igreja a acção do Espírito Santo, que levou o
bispo São Josafat a dar a vida pelo seu povo, e concedei-nos, por sua
intercessão, que, fortificados pelo mesmo Espírito, não hesitemos em dar a vida
pelos nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Flm 7-20
«Recebe-o, não já como escravo, mas como irmão muito querido»
Na mais breve das suas epístolas, S. Paulo intercede, junto do seu discípulo
Filémon, pelo escravo Onésimo, que lhe tinha fugido. Aqui se entremeiam os
costumes ainda em uso, relacionados com a escravatura, e as novas perspectivas
cristãs, em que até os escravos passam a ser irmãos.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo a Filémon
Caríssimo: Tive grande alegria e consolação por causa da tua caridade, pois
graças a ti, os cristãos sentem-se reconfortados. Por isso, embora tenha a
liberdade em Cristo para te ordenar o que deves fazer, prefiro, em nome da
caridade, fazer-te um pedido. Eu, Paulo, já ancião, e agora prisioneiro por
amor de Cristo Jesus, rogo-te por este meu filho, Onésimo, que eu gerei na
prisão. Em tempos, ele era inútil para ti, mas agora é útil para ti e para mim.
Mando-o de volta para ti, como se fosse o meu próprio coração. Quisera
conservá-lo junto de mim, para que me servisse, em teu lugar, enquanto estou
preso por causa do Evangelho. Mas, sem o teu consentimento, nada quis fazer,
para que a tua boa acção não parecesse forçada, mas feita de livre vontade.
Talvez ele se tenha afastado de ti durante algum tempo, a fim de o recuperares
para sempre, não já como escravo, mas muito melhor do que escravo: como irmão
muito querido. É isto que ele é para mim e muito mais para ti, não só pela
natureza, mas também aos olhos do Senhor. Portanto, se me consideras teu amigo,
recebe-o como a mim próprio. Se ele te deu algum prejuízo ou te deve alguma
coisa, põe-no na minha conta. Eu, Paulo, escrevo com a minha mão: eu pagarei;
para não dizer que tu mesmo estás em dívida para comigo. Sim, irmão, dá-me esta
alegria no Senhor; dá sossego ao meu coração por amor de Cristo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 145 (146), 7.8-9a.9bc-10 (R. cf.5a)
Refrão: Feliz o homem que espera no
Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos. Refrão
O Senhor ilumina os olhos dos cegos,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos. Refrão
O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores. Refrão
O Senhor reina eternamente;
o teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações. Refrão
ALELUIA Jo 15, 5
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou a videira, vós sois os ramos, diz o Senhor:
se alguém permanece em Mim e Eu nele,
dá muito fruto. Refrão
EVANGELHO Lc 17, 20-25
«O reino de Deus está no meio de vós»
A grande questão para os Judeus do tempo de Jesus era saberem quando chegaria o
reino de Deus. Mas o reino está em Jesus; reconhecê-l’O na fé e aceitar n’Ele
esse reino é entrar desde já nesse mesmo reino. A fé, e não qualquer
acontecimento espectacular, é que introduzirá os homens no reino de Deus, que já
está presente no meio deles desde que “o Verbo de Deus encarnou e habitou entre
nós.”
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus quando viria o reino de Deus e
Ele respondeu-lhes, dizendo: «O reino de Deus não vem de maneira visível, nem
se dirá: ‘Está aqui ou ali’; porque o reino de Deus está no meio de vós».
Depois disse aos seus discípulos: «Dias virão em que desejareis ver um dia do
Filho do homem e não o vereis. Hão-de dizer-vos: ‘Está ali’, ou ‘Está aqui’.
Não queirais ir nem os sigais. Pois assim como o relâmpago, que faísca dum lado
do horizonte e brilha até ao lado oposto, assim será o Filho do homem no seu
dia. Mas primeiro tem de sofrer muito e ser rejeitado por esta geração».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Deus de misericórdia, santificai com a vossa bênção estes dons e
confirmai-nos na verdadeira fé, da qual São Josafat deu testemunho com o seu
sangue. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 10, 11
O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que esta mesa celeste aumente em nós o espírito de fortaleza
e de paz, para que, a exemplo de São Josafat, dêmos generosamente a nossa vida
pela honra e unidade da Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
16.00 horas: Funeral em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Nisa
21:00 horas: Adoração
ao Santíssimo.
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A
VOZ DO PASTOR
SEMINÁRIOS PARA A NOVA EVANGELIZAÇÃO
Em 15 de julho de
1563, os bispos reunidos no Concílio de Trento aprovaram, por unanimidade, um
decreto que recomendava a criação de Seminários em cada diocese. Foi uma medida
de enorme relevância para a reforma e a renovação da Igreja. Eram tempos
difíceis a nível social, político e religioso e a Igreja, como sempre, só
poderia renovar-se e ser fermento de renovação a partir de dentro de si
própria. São Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo de Braga e padre conciliar,
teve papel fundamental nesta causa. O Concílio Vaticano II reiterou a
importância dos Seminários e o Magistério da Igreja tem vindo constantemente a
realçar o seu valor. Em Portugal, eles têm uma bela história de serviço à
cultura e à formação de tantos e tantos jovens que por lá passaram, mesmo que,
alguns, obrigados a lá estar por uma qualquer dona Estefânia e com o rigor do
silêncio e da disciplina, sempre contrariados, pudessem ter sentido o frio duma
qualquer manhã submersa. Uns, foram ordenados padres e serviram a Igreja, com alegria
e dedicação, na multiplicidade das suas expressões e ação. Outros, marcaram o
país nas diversas áreas culturais e sociais e do serviço à causa pública!
A evolução dos
tempos e das culturas, porém, a atenção aos sinais dos tempos, sempre obrigaram
e continuam a obrigar os Seminários a uma constante atualização, quer a nível
da vida interna, quer no modo e na formação a dar aos alunos, quer na própria
interação entre o Seminário e a vida da Igreja diocesana, quer também na sua
interação com a sociedade civil. Os Seminários são o coração da Igreja e a
Igreja sente a necessidade de uma nova Evangelização com o tal novo vigor, novo
entusiasmo, novas expressões, nova linguagem. Ter pastores segundo o coração de
Cristo e dentro das exigências de cada tempo, reclama essa preocupação, de
forma atenta, atempada e inteligente.
É evidente que
quando falamos de Seminários, estamos a falar da comunidade de pessoas, não das
grandes casas outrora construídas e, agora, livres e dadas a fins pastorais ou
outros. Embora, em princípio, os seminaristas continuem a precisar de casa para
viverem em comunidade, quando falamos em Seminário, falamos, de facto, desses
jovens que são candidatos ao Sacerdócio e uma esperança para a Igreja. Falamos
dos seus Formadores e Colaboradores, os quais merecem toda a nossa gratidão
pela sua dedicação a causa tão especial. Incluímos ainda os benfeitores que,
com a sua amizade e o sentido de pertença à Igreja, os ajudam economicamente
com a sua generosa partilha. Todos são protagonistas dessa delicada arte de
acompanhar para ajudar a discernir e a formar em fidelidade ao Senhor e em
abertura aos sinais dos tempos. Com todos na mente e com muita esperança,
estamos a viver em Portugal, também em jeito de promoção vocacional, a Semana
dos Seminários.
Jesus
continua a tocar o coração daqueles que entende, para que fiquem com Ele e os
possa enviar, em seu nome, como instrumentos da sua misericórdia, como homens
de Deus, da Palavra e do Serviço. Ora, para que alguém possa ouvir e aceitar
este desafio, para que responda em total liberdade e se decida ir ao encontro
de Jesus, há um processo de crescimento na escola do Mestre, e o Mestre é Ele
mesmo, Jesus. Só uma identificação cada vez maior com Ele, como verdadeiros
discípulos, permitirá responder, de forma mais madura, a estas provocações do
Senhor. Embora não seja regra absoluta, sabemos que os primeiros monitores
nesta escola do Mestre a fazer com que os jovens possam fazer esta experiência
de fé e afinar o ouvido a um possível chamamento do Senhor, são as famílias, os
amigos, e as comunidades paroquiais nos seus dinamismos de proximidade,
inclusão, oração, reflexão e ação.
No
entanto, a Igreja, sem dispensar as famílias, os amigos e as comunidades
paroquiais, não tem dispensado os
Seminários, sobretudo os de Teologia ou Maiores. São escolas especiais e de
grande importância, não para formatar ou uniformizar no modo de ser, pensar e
estar, mas para aprender a aprender, para incrementar os dons de Deus e levar à
conversão profunda do coração e a uma grande atitude de humildade perante os
desafios da vida e da missão. São espaços de acompanhamento pessoal e
comunitário. Aí, cada um poderá avaliar as suas reais motivações interiores e
discernir sobre a melhor resposta a dar. Há silêncio e estudo, há formação
intelectual, humana, espiritual e pastoral, há convivência sadia e maturação no
seguimento de Jesus como discípulos.
Como
sabemos, o primeiro elemento estruturante da vocação é o chamamento livre do
Senhor. Ele chama quem quer, quando quer, como quer. É pura iniciativa e dom da
sua graça. Não é resultado de méritos, talentos, promessas ou propósitos
individuais. Ninguém se pode impor, reivindicar ou forçar a barra a ter de ser!
«Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós», disse Jesus
(Jo.15,16).
O
segundo elemento estruturante da vocação é a resposta livre de quem é chamado.
Jesus não força, não quer ninguém por favor, não grita, não se impõe, não usa
artimanhas. Convida delicadamente, toca no ombro, bate à porta, desafia, fala aos
ouvidos do coração. Talvez agora o faça também através da barulhenta feira de
mensagens no facebook, instagram, tik tok, snapchat, youtube, whatsapp,
twitter...
Fascinados
por Jesus, os primeiros discípulos logo ficaram atraídos e curiosos: “Mestre,
onde moras?”. “Vinde e vereis”, disse-lhes Jesus. E “eles foram, viram onde
morava e ficaram com Ele nesse dia” (Jo 1, 39). Depois desse encontro, eles
deixaram tudo e seguiram-n’O. Jesus aceitou-os como amigos e tudo lhes deu a
conhecer, preparando-os para ir e evangelizar!... Este é o mistério da
liberdade de Deus, que chama, fascina, inspira, atrai e se entrelaça com a
liberdade do homem que responde confiante na força desse encontro na amizade
com Jesus.
Um
terceiro elemento que também faz parte da vocação é o ser aceite pela Igreja.
Sendo a vocação um dom da graça divina, ele é recebido através da Igreja, na
Igreja e para o serviço à Igreja. Quem pede ingresso no Seminário, embora, por discernimento responsável, possa não chegar ao
Sacerdócio, é sempre acolhido com alegria e como verdadeiro candidato. É
recebido tal como é, com as suas circunstâncias, potencialidades e debilidades.
No respeito pela sua liberdade e os seus ritmos de resposta, é ajudado e
acompanhado, mas ninguém o pode substituir na resposta a dar. No entanto, ele
pode dizer que se sente chamado, dizer que sim, que quer, e ser muito
inteligente e capaz. A Igreja, porém, pode não o aceitar. Não por capricho,
malvadez ou leviandade, mas porque a sua vida e o seu comportamento são
incoerentes com o que diz ou prova com a vida. Se não há retidão de intenções,
liberdade de vontade, idoneidade humana e formativa, coerência e bom senso...
Sim, os formadores até podem enganar-se no juízo que fazem, mas se os sinais
vão todos em sentido contrário, o que é que eles hão de fazer?!...
Reparem:
o jovem rico do Evangelho, um judeu exímio no cumprimento dos seus deveres,
sentia-se chamado a novos desafios. Foi pedir conselho a Jesus mas não teve a
coragem de construir uma nova história de amizade com Ele. Com certeza que
construiu outra, mas não esta. Era um bom judeu, cumpridor, mas não convertido
ao essencial, estava de coração preso a outros interesses, queria coisa maior
mas não estava disposto a mudar. Ora, esse é que é o grande discernimento que
cada um tem de fazer. No diálogo de Jesus com Pedro, a grande e repetida
pergunta que Jesus lhe faz é precisamente essa: “Simão, filho de João, tu
amas-Me?” (Jo 21, 16). Como quem diz: tu queres-Me, de facto, como teu amigo e
com as exigências que isso implica? Se sim, anda daí, vem e vê!...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-11-2020.
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