PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 14 de novembro de 2020
Sábado da XXXII
semana do tempo comum
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LITURGIA:
SÁBADO
da semana XXXII
Santa
Maria no Sábado – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória. (de manhã)
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 3 Jo 5-8; Sal 111 (112), 1-2. 3-4.
5-6
Ev Lc 18, 1-8
* Na Diocese da Guarda – Sufrágio pelos Bispos e Presbíteros falecidos.
* Na Ordem Beneditina – Sufrágios pelos pais, parentes e benfeitores (Laudes e
Missa de defuntos).
* Na Ordem Carmelita e na Ordem dos Carmelitas Descalços – Todos os Santos
Carmelitas – FESTA
* Na Ordem de Cister – Comemoração de todos os defuntos que militaram sob a
Regra de S. Bento
* Na Ordem Franciscana – SS. Nicolau Tavelic, presbítero e Companheiros,
mártires, da I Ordem – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – SS. Nicolau Tavelic e Companheiros,
presbíteros e mártires, da I Ordem – MO
* Na Companhia de Jesus – S. José Pignatelli, presbítero – MO
* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Aniversário da criação da Diocese
(2003).
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 87, 3
Chegue até Vós, Senhor, a minha oração,
inclinai o ouvido ao meu clamor.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e misericordioso,
afastai de nós toda a adversidade,
para que, sem obstáculos do corpo ou do espírito,
possamos livremente cumprir a vossa vontade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) 3 Jo 5-8
«Devemos ajudar os irmãos,
para sermos cooperadores da verdade»
Esta breve carta de João, o Ancião, é dirigida a um certo Gaio. Nela o autor
exorta-o a continuar a auxiliar os missionários da palavra de Deus. Eles anunciam
o nome do Senhor Jesus, o Salvador.
Leitura da
Terceira Epístola de São João
Caríssimo Gaio: Tu procedes fielmente em tudo o que fazes pelos irmãos, apesar
de serem estrangeiros. Eles deram testemunho da tua caridade perante a Igreja.
Farás bem, provendo-os do necessário para a viagem, de maneira digna aos olhos
de Deus. Foi pelo nome do Senhor que eles se puseram a caminho, sem nada
receberem dos pagãos. Devemos, portanto, ajudar esses homens, para sermos
cooperadores da verdade.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 111 (112), 1-2.3-4.5-6 (R. cf. 1a)
Refrão: Feliz o homem que espera no
Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Feliz o homem que teme o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos. Refrão
Haverá em sua casa abundância e riqueza,
a sua generosidade permanece para sempre.
Brilha aos homens rectos, como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo. Refrão
Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Este jamais será abalado;
o justo deixará memória eterna. Refrão
ALELUIA cf. 2 Tes 2, 14
Refrão: Aleluia. Repete-se
Deus chamou-nos por meio do Evangelho,
para alcançarmos a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. Refrão
EVANGELHO Lc 18, 1-8
«Deus fará justiça aos seus eleitos, que
por Ele clamam»
O Senhor não tem receio de pôr Deus ao lado do juiz iníquo, para nos inculcar
bem a fé e a confiança que havemos de pôr n’Ele. Se o juiz egoísta acabou por
atender a súplica da viúva impertinente, quanto mais Deus há de escutar os seus
filhos! O que pode acontecer é que a nossa fé não saiba esperar a hora de Deus.
Mas aquele que souber estar vigilante na fé à hora em que o Senhor voltar, esse
será salvo.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade
de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a
Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com
ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo
ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a
Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe
justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». E o Senhor
acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!... E Deus não havia de fazer
justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los
esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando
voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?»
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, com benevolência
para o sacrifício que Vos apresentamos,
a fim de participarmos com sincera piedade
no memorial da paixão do vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 22, 1-2
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados.
Conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ou Lc 24, 35
Os discípulos reconheceram
o Senhor Jesus ao partir o pão.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos damos graças, Senhor,
pelo alimento celeste que recebemos
e imploramos da vossa misericórdia
que, pela ação do Espírito Santo,
perseverem na vossa graça
os que receberam a força do alto.
Por Nosso Senhor.
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AGENDA
DO DIA
15.00 horas: Missa na
Falagueira
16.00 horas: Missa em
Monte Claro
16.00 horas: Missa no
Pardo
18.00 horas: Missa em Alpalhão
18.00 horas: Missa em Nisa.
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A
VOZ DO PASTOR
SEMINÁRIOS PARA A NOVA
EVANGELIZAÇÃO
Em 15 de julho de
1563, os bispos reunidos no Concílio de Trento aprovaram, por unanimidade, um
decreto que recomendava a criação de Seminários em cada diocese. Foi uma medida
de enorme relevância para a reforma e a renovação da Igreja. Eram tempos
difíceis a nível social, político e religioso e a Igreja, como sempre, só
poderia renovar-se e ser fermento de renovação a partir de dentro de si
própria. São Bartolomeu dos Mártires, Arcebispo de Braga e padre conciliar,
teve papel fundamental nesta causa. O Concílio Vaticano II reiterou a
importância dos Seminários e o Magistério da Igreja tem vindo constantemente a
realçar o seu valor. Em Portugal, eles têm uma bela história de serviço à
cultura e à formação de tantos e tantos jovens que por lá passaram, mesmo que,
alguns, obrigados a lá estar por uma qualquer dona Estefânia e com o rigor do
silêncio e da disciplina, sempre contrariados, pudessem ter sentido o frio duma
qualquer manhã submersa. Uns, foram ordenados padres e serviram a Igreja, com
alegria e dedicação, na multiplicidade das suas expressões e ação. Outros,
marcaram o país nas diversas áreas culturais e sociais e do serviço à causa
pública!
A evolução dos
tempos e das culturas, porém, a atenção aos sinais dos tempos, sempre obrigaram
e continuam a obrigar os Seminários a uma constante atualização, quer a nível
da vida interna, quer no modo e na formação a dar aos alunos, quer na própria
interação entre o Seminário e a vida da Igreja diocesana, quer também na sua
interação com a sociedade civil. Os Seminários são o coração da Igreja e a
Igreja sente a necessidade de uma nova Evangelização com o tal novo vigor, novo
entusiasmo, novas expressões, nova linguagem. Ter pastores segundo o coração de
Cristo e dentro das exigências de cada tempo, reclama essa preocupação, de
forma atenta, atempada e inteligente.
É evidente que
quando falamos de Seminários, estamos a falar da comunidade de pessoas, não das
grandes casas outrora construídas e, agora, livres e dadas a fins pastorais ou
outros. Embora, em princípio, os seminaristas continuem a precisar de casa para
viverem em comunidade, quando falamos em Seminário, falamos, de facto, desses
jovens que são candidatos ao Sacerdócio e uma esperança para a Igreja. Falamos
dos seus Formadores e Colaboradores, os quais merecem toda a nossa gratidão
pela sua dedicação a causa tão especial. Incluímos ainda os benfeitores que,
com a sua amizade e o sentido de pertença à Igreja, os ajudam economicamente
com a sua generosa partilha. Todos são protagonistas dessa delicada arte de
acompanhar para ajudar a discernir e a formar em fidelidade ao Senhor e em
abertura aos sinais dos tempos. Com todos na mente e com muita esperança,
estamos a viver em Portugal, também em jeito de promoção vocacional, a Semana
dos Seminários.
Jesus
continua a tocar o coração daqueles que entende, para que fiquem com Ele e os
possa enviar, em seu nome, como instrumentos da sua misericórdia, como homens
de Deus, da Palavra e do Serviço. Ora, para que alguém possa ouvir e aceitar
este desafio, para que responda em total liberdade e se decida ir ao encontro
de Jesus, há um processo de crescimento na escola do Mestre, e o Mestre é Ele
mesmo, Jesus. Só uma identificação cada vez maior com Ele, como verdadeiros
discípulos, permitirá responder, de forma mais madura, a estas provocações do
Senhor. Embora não seja regra absoluta, sabemos que os primeiros monitores
nesta escola do Mestre a fazer com que os jovens possam fazer esta experiência
de fé e afinar o ouvido a um possível chamamento do Senhor, são as famílias, os
amigos, e as comunidades paroquiais nos seus dinamismos de proximidade,
inclusão, oração, reflexão e ação.
No
entanto, a Igreja, sem dispensar as famílias, os amigos e as comunidades
paroquiais, não tem dispensado os
Seminários, sobretudo os de Teologia ou Maiores. São escolas especiais e de
grande importância, não para formatar ou uniformizar no modo de ser, pensar e
estar, mas para aprender a aprender, para incrementar os dons de Deus e levar à
conversão profunda do coração e a uma grande atitude de humildade perante os
desafios da vida e da missão. São espaços de acompanhamento pessoal e
comunitário. Aí, cada um poderá avaliar as suas reais motivações interiores e
discernir sobre a melhor resposta a dar. Há silêncio e estudo, há formação
intelectual, humana, espiritual e pastoral, há convivência sadia e maturação no
seguimento de Jesus como discípulos.
Como
sabemos, o primeiro elemento estruturante da vocação é o chamamento livre do
Senhor. Ele chama quem quer, quando quer, como quer. É pura iniciativa e dom da
sua graça. Não é resultado de méritos, talentos, promessas ou propósitos
individuais. Ninguém se pode impor, reivindicar ou forçar a barra a ter de ser!
«Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós», disse Jesus
(Jo.15,16).
O
segundo elemento estruturante da vocação é a resposta livre de quem é chamado.
Jesus não força, não quer ninguém por favor, não grita, não se impõe, não usa
artimanhas. Convida delicadamente, toca no ombro, bate à porta, desafia, fala
aos ouvidos do coração. Talvez agora o faça também através da barulhenta feira
de mensagens no facebook, instagram, tik tok, snapchat, youtube, whatsapp,
twitter...
Fascinados
por Jesus, os primeiros discípulos logo ficaram atraídos e curiosos: “Mestre,
onde moras?”. “Vinde e vereis”, disse-lhes Jesus. E “eles foram, viram onde
morava e ficaram com Ele nesse dia” (Jo 1, 39). Depois desse encontro, eles
deixaram tudo e seguiram-n’O. Jesus aceitou-os como amigos e tudo lhes deu a
conhecer, preparando-os para ir e evangelizar!... Este é o mistério da
liberdade de Deus, que chama, fascina, inspira, atrai e se entrelaça com a
liberdade do homem que responde confiante na força desse encontro na amizade
com Jesus.
Um
terceiro elemento que também faz parte da vocação é o ser aceite pela Igreja.
Sendo a vocação um dom da graça divina, ele é recebido através da Igreja, na
Igreja e para o serviço à Igreja. Quem pede ingresso no Seminário, embora, por discernimento responsável, possa não chegar ao
Sacerdócio, é sempre acolhido com alegria e como verdadeiro candidato. É
recebido tal como é, com as suas circunstâncias, potencialidades e debilidades.
No respeito pela sua liberdade e os seus ritmos de resposta, é ajudado e
acompanhado, mas ninguém o pode substituir na resposta a dar. No entanto, ele
pode dizer que se sente chamado, dizer que sim, que quer, e ser muito
inteligente e capaz. A Igreja, porém, pode não o aceitar. Não por capricho,
malvadez ou leviandade, mas porque a sua vida e o seu comportamento são
incoerentes com o que diz ou prova com a vida. Se não há retidão de intenções,
liberdade de vontade, idoneidade humana e formativa, coerência e bom senso...
Sim, os formadores até podem enganar-se no juízo que fazem, mas se os sinais
vão todos em sentido contrário, o que é que eles hão de fazer?!...
Reparem:
o jovem rico do Evangelho, um judeu exímio no cumprimento dos seus deveres,
sentia-se chamado a novos desafios. Foi pedir conselho a Jesus mas não teve a
coragem de construir uma nova história de amizade com Ele. Com certeza que
construiu outra, mas não esta. Era um bom judeu, cumpridor, mas não convertido
ao essencial, estava de coração preso a outros interesses, queria coisa maior
mas não estava disposto a mudar. Ora, esse é que é o grande discernimento que
cada um tem de fazer. No diálogo de Jesus com Pedro, a grande e repetida
pergunta que Jesus lhe faz é precisamente essa: “Simão, filho de João, tu
amas-Me?” (Jo 21, 16). Como quem diz: tu queres-Me, de facto, como teu amigo e
com as exigências que isso implica? Se sim, anda daí, vem e vê!...
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 06-11-2020.
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