PARÓQUIAS
DE NISA
Sexta, 10 de maio de 2019
Sexta da III semana de Páscoa
Ofício da féria
SEXTA-FEIRA
da semana III
Branco – Ofício da
féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 9, 1-20; Sal 116 (117), 1. 2
Ev Jo 6, 52-59
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 Act 9, 1-20; Sal 116 (117), 1. 2
Ev Jo 6, 52-59
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. João de Ávila, presbítero, Director Espiritual de S. João de Deus – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Antonino de Florença, bispo – MO
* Na Congregação dos Sagrados Corações – S. Damião de Veuster, apóstolo dos leprosos – MO
* Na Congregação das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor – I Vésp. de Nossa Senhora, Mãe do Divino Pastor.
* Nas Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados – I Vésp. de Nossa Senhora dos Desamparados.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Ap 5, 12
O Cordeiro que foi imolado
é digno de receber o poder e a riqueza,
a sabedoria, a honra e o louvor. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus todo-poderoso, que nos destes a conhecer o alegre anúncio da ressurreição do Senhor, fazei-nos ressuscitar para uma vida nova pelo poder do Espírito Santo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 9, 1-20
«É o instrumento escolhido por Mim,
para levar o meu nome ao conhecimento dos povos»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
O Cordeiro que foi imolado
é digno de receber o poder e a riqueza,
a sabedoria, a honra e o louvor. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus todo-poderoso, que nos destes a conhecer o alegre anúncio da ressurreição do Senhor, fazei-nos ressuscitar para uma vida nova pelo poder do Espírito Santo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Actos 9, 1-20
«É o instrumento escolhido por Mim,
para levar o meu nome ao conhecimento dos povos»
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Saulo, respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, foi ter com o sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de trazer algemados para Jerusalém quantos seguissem a nova religião, tanto homens como mulheres. Na viagem, quando estava já próximo de Damasco, viu-se de repente envolvido numa luz intensa vinda do Céu. Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?». Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?». O Senhor respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Mas levanta-te, entra na cidade e aí te dirão o que deves fazer». Os companheiros de viagem de Saulo tinham parado emudecidos; ouviam a voz, mas não viam ninguém. Saulo levantou-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, nada via. Levaram-no pela mão e introduziram-no em Damasco. Ficou três dias sem vista e sem comer nem beber. Vivia em Damasco um discípulo chamado Ananias e o Senhor chamou-o numa visão: «Ananias». Ele respondeu: «Eis-me aqui, Senhor». O Senhor continuou: «Levanta-te e vai à rua chamada Direita procurar, em casa de Judas, um homem de Tarso, chamado Saulo, que está a orar». – Entretanto, Saulo teve uma visão, em que um homem chamado Ananias entrava e impunha-lhe as mãos, para que recuperasse a vista. Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido contar a muitas pessoas todo o mal que esse homem fez aos teus fiéis em Jerusalém; e agora está aqui com plenos poderes dos príncipes dos sacerdotes para prender todos os que invocam o teu nome». O Senhor disse-lhe: «Vai, porque esse homem é o instrumento escolhido por Mim, para levar o meu nome ao conhecimento dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei quanto ele tem de sofrer pelo meu nome». Então Ananias partiu, entrou na casa, impôs as mãos a Saulo e disse-lhe: «Saulo, meu irmão, quem me envia é o Senhor, – esse Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas – a fim de recuperares a vista e ficares cheio do Espírito Santo». Imediatamente lhe caíram dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a vista. Depois levantou-se, recebeu o batismo e, tendo tomado alimento, readquiriu as forças. Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco e começou logo a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2
(R. Mc 16, 15 ou Aleluia)
Refrão: Ide por todo o mundo
e anunciai a boa nova. Repete-se
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos. Refrão
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre. Refrão
ALELUIA Jo 6, 56
Refrão: Aleluia. Repete-se
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e Eu nele, diz o Senhor. Refrão
EVANGELHO Jo 6, 52-59
«A minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue é verdadeira bebida»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, os judeus discutiam entre si: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?». Então Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente». Assim falou Jesus, ao ensinar numa sinagoga, em Cafarnaum.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons que Vos oferecemos como sacri¬fício espiritual, e fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal: p. 412-416
ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Cristo crucificado
ressuscitou dos mortos para nos salvar. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória, aumente sempre a nossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«A força do acreditar
deve ser mais forte do que a necessidade de se apoiar no conhecimento».
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Atos 9, 1-20 : A
conversão de S. Paulo é acontecimento muito grande na história da Igreja.
Paulo, depois de convertido, vai ser o portador do Evangelho ao meio dos
pagãos. A aparição de Jesus ressuscitado a Paulo vem bastante tempo depois das
aparições aos outros Apóstolos, as quais se deram nos primeiros 40 dias depois
da morte do Senhor, mas nem por isso foi menos autêntica e menos empenhativa
para aquele que a mereceu ter.
Jo
6, 52-59 :Jesus é a Palavra de Deus, a Palavra que o Pai envia
aos homens, para Se lhes revelar. Mas, feito homem, Ele é ainda, pela sua
natureza humana, na sua Carne e Sangue, a vítima oferecida em Sacrifício ao Pai
em vez e em favor dos homens. Por isso, a sua Palavra escuta-se para n’Ele se
crer, e a sua Carne e Sangue são alimento da refeição sacrificial da
Eucaristia, para se participar no seu sacrifício pascal.
REZANDO A PALAVRA
ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente.
Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes
de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
15.00 horas: Missa em Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Nisa
21.00 horas: Reunião dos
MEC e MECDAP no Calvário
A VOZ DO PASTOR
DIA DA MÃE SEM SOPAS NEM GRAVATAS
O Dia da Mãe vem primeiro, o da Europa logo
depois. Mesmo que elas não topem piada e se ponham no sério a olhar o rolo da
massa ou o cabo da vassoura, vou-me meter com elas. Aquela que é mãe, é mãe,
está tudo dito; a outra, a Europa, luta por ser mãe, mas, pelo que somos
capazes de enxergar, a coisa não lhe está nada fácil. A mãe existe desde que o
mundo é mundo e sem qualquer dúvida quanto à sua espécie e natureza; a Europa,
esta de que falamos, nasceu no século passado, mas tem muitas dúvidas sobre si
própria. É verdade que a mãe também anda por aí muito apreensiva, com os olhos
arregalados e a mão na boca. Gente de estranhos saberes propala que a mulher
nunca nasceu nem nasce mulher, é uma construção social, é fruto duma escolha
posterior, tal como o homem. A própria maternidade, como especificidade
feminina, é uma opressão, é uma discriminação injusta, dizem tais colonizadores
ideológicos; a Europa, coitada, sem qualquer dessas veleidades, nasceu
feminina, não teve direito a escolha. É verdade que não sabemos bem o que ela
é. Também não sabemos bem o que deseja ser. As perspetivas são tantas que
depende dos gostos de quem a olha e dela fala: é uma questão de amores, é
cultura das elites! A mãe, mesmo que tenha uma só casa e sem grandes condições,
está sempre de portas abertas para receber os seus filhos. Fica feliz e cheia
de alegria sempre que isso acontece e os netos gritam e saltitam por todos os
cantos, ainda que, com pena, mas a todos por igual, só tenha sopa para lhes
dar; a Europa marca dias para receber, em seus palácios, alguns dos seus
filhos, sobretudo os de gravata. A mãe não precisa de se fazer valer. Por isso,
quando acolhe os seus filhos, não lhes faz discursos nem quer que lhos façam,
não os faz participar em debates insonsos, nem lhes faz visitas guiadas e
enfadonhas à casa, nem lhes organiza atividades para os entreter enquanto
estão, até porque o tempo parece sempre pouco para estar com eles, e
vice-versa; a Europa, essa sim, os visitantes são convidados a participar em
debates solenes, em visitas guiadas, e, por esse mundo fora, organizam-se
atividades para provar quanto ela vale, quanto ela é importante, quanto é
necessário que ela seja amada, porque, embora pareça, não é madrasta, convém
que se saiba! A mãe, acolhe e faz tudo, discreta e abnegadamente, para que os
seus filhos sejam felizes, alegres e brincalhões, cresçam escorreitos, gozem de
saúde, se acolham mutuamente, se estimem e respeitem; a Europa, mesmo que diga
que não, é mãe seletiva, faz aceção de pessoas, tem ressaibos racistas e
xenófobos, deixa crescer as desigualdades entre os filhos: a uns dá sopas e
deixa-os a viver na rua, a outros eleva-os a salários, castelos e reformas
doiradas. A mãe educa para a paz, para a fé, para a liberdade, para os valores,
o diálogo, o perdão, o trabalho, e sempre com alegria, com atenção aos mais
frágeis, com empenho e dedicação desinteressada; a Europa, que nasceu com
vocação de carvão e aço para ser, de facto, construtora da paz e da unidade
entre todos, porque mandou às malvas a educação que os pais lhe deram e acha
retrogrado apostar nessas coisas, está-se a esfrangalhar em saídas, não em
saídas por amor às preferias, mas por egoísmos de quem pensa que ainda manda no
mundo e pode exigir o sol na eira e a chuva no nabal. A mãe, mesmo que já
cansada, não faz eleições lá em casa para saber quem é que passa agora a mandar
e porquanto tempo o fará, não há propaganda eleitoral, há uma espécie de
atenção continua e discreta de toda a comunidade familiar para que todos se
amem e vivam bem e a nenhum falte o essencial para viver feliz e honestamente;
em casa da mãe Europa todos querem mandar. No entanto, dado que nem todos o
podem fazer, escolhem-se alguns dos que se apresentam como os melhores para tal
desempenho, para que mandem, nem que seja mal. Por isso, os que se consideram
mais dignos e capazes para tais andanças e ordenanças, já andam por aí, pelas
ruas, a querer convencer sobre o que lá vão mandar, a fazer ouvir o pouco que
dizem sem dizer nada, não sabendo nós, mesmo assim, se aquele pouco que dizem é
o muito que realmente pensam ou se apenas falam verdade quando dizem mal uns
dos outros! A vontade de se juntarem àqueles que por lá já riscam e
desarriscam, àqueles que já sabem quem deve tanto, quem empresta o quê, quem
paga a quem, quem é o próximo a cair no lixo e quem é o mártir das dores
ciáticas, tudo, tudo isso a tudo obriga e faz com que todos andem animados.
Ainda bem, aplaudimos e gostamos que assim seja! À mãe, neste dia, oferecemos
uma linda flor ou uma prenda, ou, se já faleceu, rezamos por ela, agradecidos e
com saudade; à mãe Europa vamos oferecer-lhe o voto, sim, é a única forma de
podermos participar na sua alegria ou na sua tristeza, depende dos olhares.
Votar é um dever, mesmo quando o tiro sai pela culatra e nos atira pelo chão.
Com uma oração e as melhores saudações para todas as mães, a todos deixo um
poema de Filipa Leal sobre a Europa, um poema integrado no festival de Poesia
de Berlim sob “Um diálogo europeu em versos”, e que li em Focussocial – Revista
de Economia Social, de dezembro de 2016:
“A EUROPA
Apontas para o rosto
sarcástico do sol de Inverno
E disparas. Há tantos meses que não chove – reparaste?
É o próprio céu a desistir de ti. E mesmo assim tu disparas, só sabes disparar.
Estás enganada, Europa. Envelheceste mal e perdeste a humildade.
Não é contra o sarcasmo que disparas, não é contra o Inverno,
Nem sequer contra o insólito, contra o desespero.
Tu disparas contra a luz.
Podes atirar-me tudo à cara, Europa: bombas, palavras, relatório de contas.
Podes até atirar-nos à cara um deputado, uma cimeira.
Mas os teus filhos não querem gravatas. Os teus filhos querem paz.
Os teus filhos não querem que lhes dês a sopa. Os teus filhos querem trabalhar.
Há tantos meses que não chove – reparaste?
A terra está seca. Nem abraçados à terra conseguimos dormir.
Enquanto te escrevo, tu continuas a fazer contas, Europa.
Quem deve. Quem empresta. Quem paga.
Mas os teus filhos têm fome, têm sono. Os teus filhos têm medo do escuro.
Os teus filhos precisam que lhes cantes uma canção, que os vás adormecer.
Eu acreditei em ti e tu roubaste-me o futuro e o dos meus irmãos.
Se estamos calados, Europa, é apenas porque, contrários ao teu gesto,
Nós não queremos disparar.” (Filipa Leal)
.......
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 03-05-2019.
E disparas. Há tantos meses que não chove – reparaste?
É o próprio céu a desistir de ti. E mesmo assim tu disparas, só sabes disparar.
Estás enganada, Europa. Envelheceste mal e perdeste a humildade.
Não é contra o sarcasmo que disparas, não é contra o Inverno,
Nem sequer contra o insólito, contra o desespero.
Tu disparas contra a luz.
Podes atirar-me tudo à cara, Europa: bombas, palavras, relatório de contas.
Podes até atirar-nos à cara um deputado, uma cimeira.
Mas os teus filhos não querem gravatas. Os teus filhos querem paz.
Os teus filhos não querem que lhes dês a sopa. Os teus filhos querem trabalhar.
Há tantos meses que não chove – reparaste?
A terra está seca. Nem abraçados à terra conseguimos dormir.
Enquanto te escrevo, tu continuas a fazer contas, Europa.
Quem deve. Quem empresta. Quem paga.
Mas os teus filhos têm fome, têm sono. Os teus filhos têm medo do escuro.
Os teus filhos precisam que lhes cantes uma canção, que os vás adormecer.
Eu acreditei em ti e tu roubaste-me o futuro e o dos meus irmãos.
Se estamos calados, Europa, é apenas porque, contrários ao teu gesto,
Nós não queremos disparar.” (Filipa Leal)
.......
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 03-05-2019.
«Há uma única maneira
de ser feliz: fazer-se presente a favor dos outros».
ORAÇÃO BÍBLICA
Reza a PALAVRA do dia
1.
Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação:
Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
-
Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva
o Senhor, suplica, escuta
-
Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Atos 8, 26-40: O peregrino de Jerusalém, que regressa agora à
sua terra, a Etiópia, e no caminho encontra Filipe e é por ele evangelizado, é
uma das primeiras pessoas de origem estranha ao antigo povo de Deus a receber o
batismo de Jesus. O batismo aparece aqui profundamente ligado à fé e esta tem
como tema central Jesus Cristo, o Servo sofredor, que dá a vida para salvação
dos homens. É esta a fé de todo o que é batizado.
Jo 6, 44-51: A compreensão dos dons de Deus é já, por si,
grande dom de Deus. É o Pai quem atrai os homens para o Filho, como é pelo Filho
que o Pai nos dá a vida. De novo, Jesus Se contrapõe ao maná que caiu do Céu no
tempo de Moisés. O verdadeiro Pão do Céu é Ele próprio, que na Eucaristia Se
torna o alimento do seu povo. Na Cruz, Ele deu a vida por nós; na Eucaristia,
dá-nos o sacramento da sua passagem da morte à vida, e assim, pela Eucaristia,
Ela faz chegar até nós essa mesma vida.
REZANDO A PALAVRA
ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente.
Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes
de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.
AGENDA DO DIA
16.00 horas: Missa na
Santa Casa
18.00 horas: Missa em
Nisa
21.00 horas: Terço e
adoração ao Santíssimo em Nisa.
A VOZ DO PASTOR
O Dia da Mãe vem primeiro, o da Europa logo
depois. Mesmo que elas não topem piada e se ponham no sério a olhar o rolo da
massa ou o cabo da vassoura, vou-me meter com elas. Aquela que é mãe, é mãe,
está tudo dito; a outra, a Europa, luta por ser mãe, mas, pelo que somos
capazes de enxergar, a coisa não lhe está nada fácil. A mãe existe desde que o
mundo é mundo e sem qualquer dúvida quanto à sua espécie e natureza; a Europa,
esta de que falamos, nasceu no século passado, mas tem muitas dúvidas sobre si
própria. É verdade que a mãe também anda por aí muito apreensiva, com os olhos
arregalados e a mão na boca. Gente de estranhos saberes propala que a mulher
nunca nasceu nem nasce mulher, é uma construção social, é fruto duma escolha
posterior, tal como o homem. A própria maternidade, como especificidade
feminina, é uma opressão, é uma discriminação injusta, dizem tais colonizadores
ideológicos; a Europa, coitada, sem qualquer dessas veleidades, nasceu
feminina, não teve direito a escolha. É verdade que não sabemos bem o que ela
é. Também não sabemos bem o que deseja ser. As perspetivas são tantas que
depende dos gostos de quem a olha e dela fala: é uma questão de amores, é
cultura das elites! A mãe, mesmo que tenha uma só casa e sem grandes condições,
está sempre de portas abertas para receber os seus filhos. Fica feliz e cheia
de alegria sempre que isso acontece e os netos gritam e saltitam por todos os
cantos, ainda que, com pena, mas a todos por igual, só tenha sopa para lhes
dar; a Europa marca dias para receber, em seus palácios, alguns dos seus
filhos, sobretudo os de gravata. A mãe não precisa de se fazer valer. Por isso,
quando acolhe os seus filhos, não lhes faz discursos nem quer que lhos façam,
não os faz participar em debates insonsos, nem lhes faz visitas guiadas e
enfadonhas à casa, nem lhes organiza atividades para os entreter enquanto
estão, até porque o tempo parece sempre pouco para estar com eles, e
vice-versa; a Europa, essa sim, os visitantes são convidados a participar em
debates solenes, em visitas guiadas, e, por esse mundo fora, organizam-se
atividades para provar quanto ela vale, quanto ela é importante, quanto é
necessário que ela seja amada, porque, embora pareça, não é madrasta, convém
que se saiba! A mãe, acolhe e faz tudo, discreta e abnegadamente, para que os
seus filhos sejam felizes, alegres e brincalhões, cresçam escorreitos, gozem de
saúde, se acolham mutuamente, se estimem e respeitem; a Europa, mesmo que diga
que não, é mãe seletiva, faz aceção de pessoas, tem ressaibos racistas e
xenófobos, deixa crescer as desigualdades entre os filhos: a uns dá sopas e
deixa-os a viver na rua, a outros eleva-os a salários, castelos e reformas
doiradas. A mãe educa para a paz, para a fé, para a liberdade, para os valores,
o diálogo, o perdão, o trabalho, e sempre com alegria, com atenção aos mais
frágeis, com empenho e dedicação desinteressada; a Europa, que nasceu com
vocação de carvão e aço para ser, de facto, construtora da paz e da unidade
entre todos, porque mandou às malvas a educação que os pais lhe deram e acha
retrogrado apostar nessas coisas, está-se a esfrangalhar em saídas, não em
saídas por amor às preferias, mas por egoísmos de quem pensa que ainda manda no
mundo e pode exigir o sol na eira e a chuva no nabal. A mãe, mesmo que já
cansada, não faz eleições lá em casa para saber quem é que passa agora a mandar
e porquanto tempo o fará, não há propaganda eleitoral, há uma espécie de
atenção continua e discreta de toda a comunidade familiar para que todos se
amem e vivam bem e a nenhum falte o essencial para viver feliz e honestamente;
em casa da mãe Europa todos querem mandar. No entanto, dado que nem todos o
podem fazer, escolhem-se alguns dos que se apresentam como os melhores para tal
desempenho, para que mandem, nem que seja mal. Por isso, os que se consideram
mais dignos e capazes para tais andanças e ordenanças, já andam por aí, pelas
ruas, a querer convencer sobre o que lá vão mandar, a fazer ouvir o pouco que
dizem sem dizer nada, não sabendo nós, mesmo assim, se aquele pouco que dizem é
o muito que realmente pensam ou se apenas falam verdade quando dizem mal uns
dos outros! A vontade de se juntarem àqueles que por lá já riscam e
desarriscam, àqueles que já sabem quem deve tanto, quem empresta o quê, quem
paga a quem, quem é o próximo a cair no lixo e quem é o mártir das dores
ciáticas, tudo, tudo isso a tudo obriga e faz com que todos andem animados.
Ainda bem, aplaudimos e gostamos que assim seja! À mãe, neste dia, oferecemos
uma linda flor ou uma prenda, ou, se já faleceu, rezamos por ela, agradecidos e
com saudade; à mãe Europa vamos oferecer-lhe o voto, sim, é a única forma de
podermos participar na sua alegria ou na sua tristeza, depende dos olhares.
Votar é um dever, mesmo quando o tiro sai pela culatra e nos atira pelo chão.
Com uma oração e as melhores saudações para todas as mães, a todos deixo um
poema de Filipa Leal sobre a Europa, um poema integrado no festival de Poesia
de Berlim sob “Um diálogo europeu em versos”, e que li em Focussocial – Revista
de Economia Social, de dezembro de 2016:
“A EUROPA
Apontas para o rosto
sarcástico do sol de Inverno
E disparas. Há tantos meses que não chove – reparaste?
É o próprio céu a desistir de ti. E mesmo assim tu disparas, só sabes disparar.
Estás enganada, Europa. Envelheceste mal e perdeste a humildade.
Não é contra o sarcasmo que disparas, não é contra o Inverno,
Nem sequer contra o insólito, contra o desespero.
Tu disparas contra a luz.
Podes atirar-me tudo à cara, Europa: bombas, palavras, relatório de contas.
Podes até atirar-nos à cara um deputado, uma cimeira.
Mas os teus filhos não querem gravatas. Os teus filhos querem paz.
Os teus filhos não querem que lhes dês a sopa. Os teus filhos querem trabalhar.
Há tantos meses que não chove – reparaste?
A terra está seca. Nem abraçados à terra conseguimos dormir.
Enquanto te escrevo, tu continuas a fazer contas, Europa.
Quem deve. Quem empresta. Quem paga.
Mas os teus filhos têm fome, têm sono. Os teus filhos têm medo do escuro.
Os teus filhos precisam que lhes cantes uma canção, que os vás adormecer.
Eu acreditei em ti e tu roubaste-me o futuro e o dos meus irmãos.
Se estamos calados, Europa, é apenas porque, contrários ao teu gesto,
Nós não queremos disparar.” (Filipa Leal)
.......
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 03-05-2019.
E disparas. Há tantos meses que não chove – reparaste?
É o próprio céu a desistir de ti. E mesmo assim tu disparas, só sabes disparar.
Estás enganada, Europa. Envelheceste mal e perdeste a humildade.
Não é contra o sarcasmo que disparas, não é contra o Inverno,
Nem sequer contra o insólito, contra o desespero.
Tu disparas contra a luz.
Podes atirar-me tudo à cara, Europa: bombas, palavras, relatório de contas.
Podes até atirar-nos à cara um deputado, uma cimeira.
Mas os teus filhos não querem gravatas. Os teus filhos querem paz.
Os teus filhos não querem que lhes dês a sopa. Os teus filhos querem trabalhar.
Há tantos meses que não chove – reparaste?
A terra está seca. Nem abraçados à terra conseguimos dormir.
Enquanto te escrevo, tu continuas a fazer contas, Europa.
Quem deve. Quem empresta. Quem paga.
Mas os teus filhos têm fome, têm sono. Os teus filhos têm medo do escuro.
Os teus filhos precisam que lhes cantes uma canção, que os vás adormecer.
Eu acreditei em ti e tu roubaste-me o futuro e o dos meus irmãos.
Se estamos calados, Europa, é apenas porque, contrários ao teu gesto,
Nós não queremos disparar.” (Filipa Leal)
.......
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 03-05-2019.
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