sábado, 4 de maio de 2019




PARÓQUIAS DE NISA

Domingo, 05 de maio de 2019







III domingo de Páscoa

Ofício da Próprio (semana III)







DOMINGO III DA PÁSCOA

Branco – Ofício próprio (Semana III do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. pascal.

L 1 Act 5, 27b-32. 40b-41; Sal 29 (30), 2 e 4. 5-6. 11-12a e 13b
L 2 Ap 5, 11-14
Ev Jo 21, 1-19 ou Jo 21, 1-14

* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Dia da Mãe.
* Em todas as Dioceses do País – Começa hoje a LVI Semana de Oração pelas Vocações Consagradas.
* No Patriarcado de Lisboa – Ofertório para as Novas Igrejas.
* Na Diocese de Santiago (Cabo Verde) – Ofertório para os Seminários Diocesanos.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 65, 1-2
Aclamai a Deus, terra inteira, cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores. Aleluia.


Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Exulte sempre o vosso povo, Senhor, com a renovada juventude da alma, de modo que, alegrando-se agora
por se ver restituído à glória da adopção divina,
aguarde o dia da ressurreição na esperança da felicidade eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I  Atos 5, 27b-32.40b-41
«Somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo»




Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias, o sumo sacerdote falou aos Apóstolos, dizendo: «Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem». Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro. Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados. E nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem». Então os judeus mandaram açoitar os Apóstolos, intimando-os a não falarem no nome de Jesus, e depois soltaram-nos. Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Sal. 29 (30), 2.4-6.11-12a.13b (R. 2a)
Refrão: Eu vos louvarei, Senhor, porque me salvastes. Repete-se

Ou: Aleluia. Repete-se

Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem
os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer à cova. Refrão

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.
Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria. Refrão

Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.
Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor meu Deus, eu Vos louvarei eternamente. Refrão


LEITURA II Ap 5, 11-14
«Digno é o Cordeiro que foi imolado
de receber o poder e a riqueza»



Leitura do Livro do Apocalipse

Eu, João, na visão que tive, ouvi a voz de muitos Anjos, que estavam em volta do trono, dos Seres Vivos e dos Anciãos. Eram miríades de miríades e milhares de milhares, que diziam em alta voz: «Digno é o Cordeiro que foi imolado de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor». E ouvi todas as criaturas que há no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e o universo inteiro, exclamarem: «Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro o louvor e a honra, a glória e o poder pelos séculos dos séculos». Os quatro Seres Vivos diziam: «Amen!»; e os Anciãos prostraram-se em adoração.

Palavra do Senhor.


ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Ressuscitou Jesus Cristo, que criou o universo
e Se compadeceu do género humano. Refrão


EVANGELHO – Forma longa Jo 21, 1-19 «Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?». Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. O discípulo predileto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam apenas a uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes. Esta foi a terceira vez que Jesus Se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros». Voltou a perguntar-lhe segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas». Perguntou-lhe pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava e respondeu-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te levará para onde não queres». Jesus disse isto para indicar o género de morte com que Pedro havia de dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».

Palavra da salvação.

EVANGELHO – Forma breve Jo 21, 1-14
«Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho,
fazendo o mesmo com os peixes»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto ao mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?». Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. O discípulo predileto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam apenas a uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes. Esta foi a terceira vez que Jesus Se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Palavra da salvação.


Diz-se o Credo.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja em festa.
Vós que lhe destes tão grande felicidade, fazei-a tomar parte na alegria eterna. Por Nosso Senhor.


Prefácio pascal



ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Disse Jesus: Vinde comer.
E tomando o pão, deu-o aos seus discípulos. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Olhai com bondade, Senhor, para o vosso povo e fazei chegar
à gloriosa ressurreição da carne aqueles que renovastes com os sacramentos de vida eterna. Por Nosso Senhor.








«A pergunta determinante sobre a vida: ‘o que fazes aos outros’?»

Tertuliano




ORAÇÃO BÍBLICA

Reza a PALAVRA do dia


1. Leitura: Lê, respeita, situa o que lês
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
      - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra


LEITURAS: Atos 5, 27b-32.40b-41: Levados, pela segunda vez, diante do Sinédrio, os Apóstolos, transformados e animados pelo Espírito Santo, dão um corajoso testemunho acerca de Jesus. Procedendo como cabeça da Igreja, como chefe dos outros Apóstolos, revestido duma autoridade, que lhe vinha, diretamente, de Cristo, Pedro anuncia a Morte e a Ressurreição de Jesus e proclama que Ele continua vivo no meio dos homens, como Senhor e Salvador.
Continuar este testemunho de Pedro, através dos séculos, em todas as circunstâncias históricas, na alegria ou na tribulação, nisto consiste a vida da Igreja.

Ap 5, 11-14: Com a Sua Ressurreição, Jesus Cristo foi constituído Senhor de todas as coisas, de todos os seres espirituais e materiais, mesmo daqueles cuja existência ainda não conhecemos. Centro de toda a criação, que para Ele ficou orientada, o Senhor Ressuscitado, confundindo-se agora com a única Majestade de Deus, recebe o agradecimento e o louvor da assembleia dos santos. Unindo-se a este louvor, as nossas assembleias eucarísticas, inundadas de alegria pascal, testemunham que Jesus Cristo, nosso Deus, é o verdadeiro Senhor da História.

Jo 6, 16-21: A cena aqui narrada passa-se depois da morte do Senhor Jesus. Andando sobre as ondas, Jesus cria nos seus interrogações sobre a sua pessoa; assim mais facilmente eles irão descobrindo a sua origem divina, que Ele próprio mais claramente manifesta ao aplicar a Si o nome divino revelado a Moisés: “Eu sou”; Ao lado da palavra, as ações que encarnam a palavra e como que lhe dão credibilidade. Assim serão as ações da liturgia: a palavra e o rito. Deste modo, ficamos desde hoje preparados para o grande discurso do Senhor, na próxima semana, sobre o Pão da Vida.

Jo 21, 1-19: Depois de preparar os discípulos, através da pesca milagrosa realizada pelo grupo chefiado por Pedro e na sua barca, Jesus determina o lugar, que ele deve ocupar na Sua Igreja, constituindo-o «Pastor» do Seu único rebanho. O Senhor Jesus será sempre Pastor único e insubstituível da Igreja, que santificou com a Sua Morte e a vivificou com a Sua Ressurreição. Mas Pedro, a quem Jesus comunicou os Seus mesmos poderes, ficará à frente dela, neste tempo que vai desde a partida do Senhor Jesus até à Sua vinda final.

REZANDO A PALAVRA


ORAÇÃO: Senhor, o teu caminho é difícil e exigente. Pedes que sejamos como Tu, estando dispostos a servir. Ajuda-nos a ser humildes de coração, a ser generosos como Tu, prontos a dar a vida como Tu a deste.






AGENDA DO DIA


09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo
10.00 horas: Missa em Arez
10.45 horas: Missa em Tolosa
11.00 horas: Missa em Nisa com Primeira Comunhão
12.00 horas: Missa em Gafete
12.00 horas: Missa em Alpalhão
15.30 horas: Missa no Cacheiro
15.30 horas: Missa no Arneiro
15.30 horas: Missa em Montalvão, seguida de funeral.




A VOZ DO PASTOR



DIA DA MÃE SEM SOPAS NEM GRAVATAS
O Dia da Mãe vem primeiro, o da Europa logo depois. Mesmo que elas não topem piada e se ponham no sério a olhar o rolo da massa ou o cabo da vassoura, vou-me meter com elas. Aquela que é mãe, é mãe, está tudo dito; a outra, a Europa, luta por ser mãe, mas, pelo que somos capazes de enxergar, a coisa não lhe está nada fácil. A mãe existe desde que o mundo é mundo e sem qualquer dúvida quanto à sua espécie e natureza; a Europa, esta de que falamos, nasceu no século passado, mas tem muitas dúvidas sobre si própria. É verdade que a mãe também anda por aí muito apreensiva, com os olhos arregalados e a mão na boca. Gente de estranhos saberes propala que a mulher nunca nasceu nem nasce mulher, é uma construção social, é fruto duma escolha posterior, tal como o homem. A própria maternidade, como especificidade feminina, é uma opressão, é uma discriminação injusta, dizem tais colonizadores ideológicos; a Europa, coitada, sem qualquer dessas veleidades, nasceu feminina, não teve direito a escolha. É verdade que não sabemos bem o que ela é. Também não sabemos bem o que deseja ser. As perspetivas são tantas que depende dos gostos de quem a olha e dela fala: é uma questão de amores, é cultura das elites! A mãe, mesmo que tenha uma só casa e sem grandes condições, está sempre de portas abertas para receber os seus filhos. Fica feliz e cheia de alegria sempre que isso acontece e os netos gritam e saltitam por todos os cantos, ainda que, com pena, mas a todos por igual, só tenha sopa para lhes dar; a Europa marca dias para receber, em seus palácios, alguns dos seus filhos, sobretudo os de gravata. A mãe não precisa de se fazer valer. Por isso, quando acolhe os seus filhos, não lhes faz discursos nem quer que lhos façam, não os faz participar em debates insonsos, nem lhes faz visitas guiadas e enfadonhas à casa, nem lhes organiza atividades para os entreter enquanto estão, até porque o tempo parece sempre pouco para estar com eles, e vice-versa; a Europa, essa sim, os visitantes são convidados a participar em debates solenes, em visitas guiadas, e, por esse mundo fora, organizam-se atividades para provar quanto ela vale, quanto ela é importante, quanto é necessário que ela seja amada, porque, embora pareça, não é madrasta, convém que se saiba! A mãe, acolhe e faz tudo, discreta e abnegadamente, para que os seus filhos sejam felizes, alegres e brincalhões, cresçam escorreitos, gozem de saúde, se acolham mutuamente, se estimem e respeitem; a Europa, mesmo que diga que não, é mãe seletiva, faz aceção de pessoas, tem ressaibos racistas e xenófobos, deixa crescer as desigualdades entre os filhos: a uns dá sopas e deixa-os a viver na rua, a outros eleva-os a salários, castelos e reformas doiradas. A mãe educa para a paz, para a fé, para a liberdade, para os valores, o diálogo, o perdão, o trabalho, e sempre com alegria, com atenção aos mais frágeis, com empenho e dedicação desinteressada; a Europa, que nasceu com vocação de carvão e aço para ser, de facto, construtora da paz e da unidade entre todos, porque mandou às malvas a educação que os pais lhe deram e acha retrogrado apostar nessas coisas, está-se a esfrangalhar em saídas, não em saídas por amor às preferias, mas por egoísmos de quem pensa que ainda manda no mundo e pode exigir o sol na eira e a chuva no nabal. A mãe, mesmo que já cansada, não faz eleições lá em casa para saber quem é que passa agora a mandar e porquanto tempo o fará, não há propaganda eleitoral, há uma espécie de atenção continua e discreta de toda a comunidade familiar para que todos se amem e vivam bem e a nenhum falte o essencial para viver feliz e honestamente; em casa da mãe Europa todos querem mandar. No entanto, dado que nem todos o podem fazer, escolhem-se alguns dos que se apresentam como os melhores para tal desempenho, para que mandem, nem que seja mal. Por isso, os que se consideram mais dignos e capazes para tais andanças e ordenanças, já andam por aí, pelas ruas, a querer convencer sobre o que lá vão mandar, a fazer ouvir o pouco que dizem sem dizer nada, não sabendo nós, mesmo assim, se aquele pouco que dizem é o muito que realmente pensam ou se apenas falam verdade quando dizem mal uns dos outros! A vontade de se juntarem àqueles que por lá já riscam e desarriscam, àqueles que já sabem quem deve tanto, quem empresta o quê, quem paga a quem, quem é o próximo a cair no lixo e quem é o mártir das dores ciáticas, tudo, tudo isso a tudo obriga e faz com que todos andem animados. Ainda bem, aplaudimos e gostamos que assim seja! À mãe, neste dia, oferecemos uma linda flor ou uma prenda, ou, se já faleceu, rezamos por ela, agradecidos e com saudade; à mãe Europa vamos oferecer-lhe o voto, sim, é a única forma de podermos participar na sua alegria ou na sua tristeza, depende dos olhares. Votar é um dever, mesmo quando o tiro sai pela culatra e nos atira pelo chão. Com uma oração e as melhores saudações para todas as mães, a todos deixo um poema de Filipa Leal sobre a Europa, um poema integrado no festival de Poesia de Berlim sob “Um diálogo europeu em versos”, e que li em Focussocial – Revista de Economia Social, de dezembro de 2016:

“A EUROPA
Apontas para o rosto sarcástico do sol de Inverno
E disparas. Há tantos meses que não chove – reparaste?
É o próprio céu a desistir de ti. E mesmo assim tu disparas, só sabes disparar.
Estás enganada, Europa. Envelheceste mal e perdeste a humildade.
Não é contra o sarcasmo que disparas, não é contra o Inverno,
Nem sequer contra o insólito, contra o desespero.
Tu disparas contra a luz.
Podes atirar-me tudo à cara, Europa: bombas, palavras, relatório de contas.
Podes até atirar-nos à cara um deputado, uma cimeira.
Mas os teus filhos não querem gravatas. Os teus filhos querem paz.
Os teus filhos não querem que lhes dês a sopa. Os teus filhos querem trabalhar.
Há tantos meses que não chove – reparaste?
A terra está seca. Nem abraçados à terra conseguimos dormir.
Enquanto te escrevo, tu continuas a fazer contas, Europa.
Quem deve. Quem empresta. Quem paga.
Mas os teus filhos têm fome, têm sono. Os teus filhos têm medo do escuro.
Os teus filhos precisam que lhes cantes uma canção, que os vás adormecer.
Eu acreditei em ti e tu roubaste-me o futuro e o dos meus irmãos.
Se estamos calados, Europa, é apenas porque, contrários ao teu gesto,
Nós não queremos disparar.” (Filipa Leal)
.......
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 03-05-2019.








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