segunda-feira, 4 de junho de 2018






PARÓQUIAS DE NISA




Terça, 05 de junho de 2018





TERÇA-FEIRA da semana IX

S. Bonifácio, bispo e mártir – MO
Vermelho – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 2 Pedro 3, 12-15a. 17-18; Sal 89 (90), 2. 3-4. 10. 14 e 16
Ev Mc 12, 13-17



MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 24, 16.18
Olhai para mim, Senhor, e tende compaixão, porque estou só e desamparado. Vede a minha miséria e o meu tormento e perdoai todos os meus pecados.

ORAÇÃO
Deus todo-poderoso e eterno,
cuja providência não se engana em seus decretos,
humildemente Vos suplicamos:
afastai de nós todos os males
e concedei-nos todos os bens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 2 Pedro 3, 12-15a.17-18
«Esperamos os novos céus e a nova terra»


A história do homem sobre a terra, vista à luz da síntese que a palavra de Deus dela nos faz, é como uma grande vigília a caminho do grande Dia, o Dia do Senhor, na glória de Deus. Serão então os ‘novos céus e a nova terra”, onde aliás já entrámos pela fé e pela esperança, e pelos sacramentos da fé, e onde, de certo modo ainda muito imperfeito, já vivemos pela caridade. Enquanto não chega o Dia, é esta vida tempo de vigilância, porque estamos em vigília, mas que há de ser vivida na paz.

Leitura da Segunda Epístola de São Pedro
 
Caríssimos: Esperai e apressai a vinda do dia de Deus, em que os céus se dissolverão em chamas e os elementos se fundirão no ardor do fogo. Porque nós esperamos, segundo a promessa do Senhor, os novos céus e a nova terra, onde habitará a justiça. Portanto, caríssimos, enquanto esperais este dia, empenhai-vos, sem pecado nem motivo algum de censura, para que o Senhor vos encontre na paz. Considerai esta paciente espera do Senhor como uma oportunidade para alcançardes a salvação. Assim prevenidos, acautelai-vos, para não decairdes da vossa firmeza, arrastados pelo desvario dos ímpios. Crescei na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Glória a Ele, agora e por toda a eternidade. Amen.

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 89 (90), 2.3-4.10.14 e 16 (R. 1)
Refrão: Senhor, tendes sido o nosso refúgio
através das gerações. Repete-se

Antes de se formarem as montanhas
e nascer a terra e o mundo,
desde toda a eternidade
Vós, Senhor, sois Deus. Refrão

Vós reduzis o homem ao pó da terra
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão».
Mil anos a vossos olhos
são como o dia de ontem que passou
e como uma vigília da noite. Refrão

Os dias da nossa vida andam pelos setenta anos
e, se robustos, por uns oitenta:
a maior parte são trabalho e desilusão,
passam depressa e nós partimos. Refrão

Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Manifestai o vosso poder aos vossos servos
e aos seus filhos a vossa majestade. Refrão


ALELUIA cf. Ef 1, 17-18
Refrão
: Aleluia. Repete-se

Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
ilumine os olhos do nosso coração,
para conhecermos a esperança a que fomos chamados. Refrão


EVANGELHO Mc 12, 13-17
«Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus»


Diante da emboscada que os seus inimigos Lhe fazem, Jesus afirma, com toda a serenidade, um grande princípio: o campo espiritual e o temporal não se opõem nem estão em contradição, do mesmo modo que Deus não é oposto a César. O homem que quiser ser fiel a Deus tem de respeitar os direitos da autoridade humana; mas esta, por seu lado, deve ter sempre presente aquele outro princípio que Jesus afirmou solenemente no tribunal romano de Pilatos: “Não terias sobre Mim poder algum, se não te tivesse sido dado do Alto”.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo seg. São Marcos
 
Naquele tempo, foram enviados a Jesus alguns fariseus e partidários de Herodes para O surpreenderem no que dissesse. Aproximaram-se e disseram: «Mestre, sabemos que és sincero e não Te deixas influenciar por ninguém, pois não fazes aceção de pessoas, mas ensinas com sinceridade o caminho de Deus. É lícito ou não pagar o tributo a César? Devemos pagar ou não?». Mas Jesus, conhecendo a sua hipocrisia, respondeu-lhes: «Porque Me armais esse laço? Trazei-Me um denário para Eu ver». Eles trouxeram-no e Jesus perguntou-lhes: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Então Jesus disse-lhes: «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». E eles ficaram muito admirados com Jesus.
 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Confiando na vossa bondade, Senhor,
trazemos ao altar os nossos dons,
para que estes mistérios que celebramos
nos purifiquem de todo o pecado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 16, 6
Escutai, Senhor, as minhas palavras,
respondei-me quando Vos invoco.

Ou Mc 11, 23.24
Tudo o que pedirdes na oração vos será concedido,
diz o Senhor.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guiai, Senhor, com o vosso Espírito
aqueles que alimentais com o Corpo e o Sangue do vosso Filho,
de modo que, dando testemunho de Vós,
não só com palavras mas em obras e verdade,
mereçamos entrar no reino dos Céus.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.








 «Quem conhece e ama a Deus, conhece-se a si mesmo e não teme a morte».








MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURA:  Os fariseus e herodianos apanhar Jesus em algo que vá contra a lei. São os personagens representam aqueles todos que entendem a verdadeira mensagem de Jesus, a instauração de um reino de justiça e paz construído de todos.

MEDITAÇÃO: Jesus nesta perícopa do evangelho deixa claro que a vida de fé e o seguimento do discípulo não exclui a boa conduta que se espera de qualquer cidadão. Cumprir as normas estabelecidas e zelar pelo bem comum, não será também um modo de construir uma sociedade mais justa e solidária?

ORAÇÃO: Senhor Jesus, ajuda-me com a tua graça a escolher o caminho que és Tu, e a identificar o que farias no meu lugar.





AGENDA

Todo o dia reunião presbiteral em Portalegre
18.00 horas: Missa em Nisa
21.00 horas: Reunião com o AMIVD



A VOZ DO PASTOR

AUSÊNCIA DE DEUS RELIGIOSIDADE VAZIA

D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco
Ao longo de toda a história da humanidade, de muitos modos, mesmo que, por vezes, cheios de ambiguidades, o homem exprimiu a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos. Sempre foi entendendo, com mais ou menos clarividência, que é em Deus “que vivemos, nos movemos e existimos” (At 17, 28). O Concílio Vaticano II afirma que “a razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus” que não está longe de cada um de nós (cf. GS19). E o Catecismo da Igreja Católica confirma-nos que o homem, “com a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu sentido do bem moral, com a sua liberdade e a voz da sua consciência, com a sua ânsia de infinito e de felicidade”, sempre se interroga sobre a existência de Deus, detetando que só em Deus pode ter origem (cf CIgC.28.33). E se ele, o homem, se reconhece superior ao mundo material e a elevar-se sobre o próprio universo como senhor e centro da criação, também reconhece que ele e “os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento proclama a obra das Suas mãos (Salmo 19/18, 2). “O mundo intriga-me – dizia Voltaire – e não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro”. De facto, o mundo e o homem, assim o cremos, não têm em si mesmos, nem o seu primeiro princípio, nem o seu fim último. Participam do Ser-em-si, sem princípio nem fim, a quem, uns e outros, chamamos Deus.
Apesar de “a razão humana poder, verdadeiramente, pelas suas forças e luz naturais, chegar a um conhecimento verdadeiro e certo de um Deus pessoal”, apesar de poder descobrir, no fundo da sua própria consciência, “uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer” (GS16), apesar disso, há obstáculos “que impedem esta mesma razão de usar eficazmente e com fruto o seu poder natural, porque as verdades que dizem respeito a Deus e aos homens ultrapassam absolutamente a ordem das coisas sensíveis”. Por isso, e embora o homem esteja capacitado para “conhecer a existência de um Deus pessoal”, Deus, para que ele pudesse entrar na sua intimidade, “quis revelar-se ao homem e dar-lhe a graça de poder receber com fé esta revelação” (CIgC33-35). Razão e fé não se excluem, não se opõem, ajudam-se mutuamente para realizarem a sua natureza e missão, mesmo que as verdades reveladas possam parecer obscuras à razão e à experiência humanas (cf. Spe Salvi, 23). O mesmo Deus “que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. E Deus não pode negar-se a si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade” (CIgC159).
Bento XVI referia que “o verdadeiro problema do nosso tempo é a “crise de Deus”, a ausência de Deus, camuflada por uma religiosidade vazia”. E acrescentava que “só em Cristo e através de Cristo o tema Deus se torna realmente concreto: Cristo é o Emanuel, o Deus connosco, a concretização do Eu sou”. Numa pedagogia de condescendência sem igual, de despojamento, Deus revela o seu mistério e o seu desígnio de amor enviando o seu Filho Jesus Cristo, que se apresenta entre nós como o Caminho, a Verdade e a Vida. Segui-l’O sem omitir a cruz leva-nos à união com Deus. E digo: “sem omitir a cruz”, porque a cruz continua a ser escândalo para uns, loucura para outros, sem significado para mais alguns: “Numa interpretação burguesa, torna-se um acidente em si evitável, sem valor teológico; numa interpretação revolucionária torna-se a morte heroica de um rebelde. Mas a verdade é outra. A cruz pertence ao mistério divino, é expressão do seu amor até ao fim (...) Quem omite a cruz, omite a essência do cristianismo” (cf. Bento XVI, no Congresso dos Catequistas e dos Professores de Religião, 2000).
Martin Heidegger afirmava que o mundo, cada vez mais pobre, já “se tornou tão pobre que não consegue reconhecer a falta de Deus como falta”. Aqui ou ali, com um certo ar de libertação e de pinote civilizacional, vai-se notando uma espécie de snobismo cultural autossuficiente a rejeitar Cristo e o Cristianismo como se de malfeitores se tratasse ou Deus fosse um títere a dedilhar por quem quer que seja. E em relação à Europa, a esta Europa que no dizer de Paulo VI nasceu “da cruz, do livro e do arado”, Dostoievski denunciou que ela, a Europa, “renegou Cristo. Por isso, e só por isso, está a morrer”. E Thomaz Eliot sintetiza assim o que todos sabemos: “um cidadão europeu pode não acreditar que o Cristianismo seja verdade e, no entanto, aquilo que diz e faz brota da cultura cristã da qual é herdeiro”. Na verdade, sempre há quem lhe custe entender que Deus é a garantia da nossa dignidade e grandeza, não um concorrente que atropela a nossa vida. É óbvio que estes posicionamentos têm as suas causas. O Catecismo da Igreja Católica alerta que “esta relação íntima e vital que une o homem a Deus, pode ser esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais atitudes podem ter origens diversas: a revolta contra o mal existente no mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das riquezas, o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus e foge quando Ele o chama” (CIgC29).
Pode, na verdade, alguém esquecer ou rejeitar Deus, pode alguém pensar que Ele o diminui e d’Ele tentar fugir. Deus, porém, na Sua bondade e sabedoria infinitas, é que nunca deixa de chamar o homem à felicidade, à comunhão com Ele, jamais deixará de lhe falar como se fala a amigos e de, de muitos modos, dialogar com ele (cf. DV2).
Somos seres de esperança, “e precisamos de esperanças - menores ou maiores – que, dia após dia, nos mantêm no caminho”. A nossa grande esperança, porém, “só pode ser Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir… Deus é o fundamento da esperança – não um deus qualquer, mas aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até ao fim: cada indivíduo e a humanidade no seu conjunto. O seu reino não é um além imaginário, colocado num futuro que nunca mais chega; o seu reino está presente onde Ele é amado e onde o seu amor nos alcança”(Spe Salvi, 31).

Antonino Dias
Portalegre, 01-06-2018






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