PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 04 de junho de
2018
SEGUNDA-FEIRA da semana IX
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 2 Pedro 1, 2-7; Sal 90 (91), 1-2. 14-15ab. 15c-16
Ev Mc 12, 1-12
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 2 Pedro 1, 2-7; Sal 90 (91), 1-2. 14-15ab. 15c-16
Ev Mc 12, 1-12
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 24,
16.18
Olhai para mim, Senhor, e tende compaixão, porque estou só e desamparado. Vede a minha miséria e o meu tormento e perdoai todos os meus pecados.
ORAÇÃO
Deus todo-poderoso e eterno,
cuja providência não se engana em seus decretos,
humildemente Vos suplicamos:
afastai de nós todos os males
e concedei-nos todos os bens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 2 Pedro 1, 2-7
«Entramos na posse das mais preciosas promessas,
para nos tornarmos participantes da natureza divina»
Deus chamou-nos em Jesus Cristo e, por Ele, concede-nos todos os dons necessários para entrarmos em comunhão consigo, com a própria natureza divina, comunhão, que neste mundo se vive na fé, na esperança e na caridade, e que só a visão de Deus na glória celeste tornará perfeita. Esta comunhão com a vida de Deus é o fruto da participação que o Filho de Deus tem com a natureza humana, pelo mistério da Encarnação, como o diz uma oração da Missa: “Sejamos participantes da divindade de Cristo, que Se dignou assumir a nossa humanidade”.
Leitura da Segunda Epístola de São Pedro
Olhai para mim, Senhor, e tende compaixão, porque estou só e desamparado. Vede a minha miséria e o meu tormento e perdoai todos os meus pecados.
ORAÇÃO
Deus todo-poderoso e eterno,
cuja providência não se engana em seus decretos,
humildemente Vos suplicamos:
afastai de nós todos os males
e concedei-nos todos os bens.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 2 Pedro 1, 2-7
«Entramos na posse das mais preciosas promessas,
para nos tornarmos participantes da natureza divina»
Deus chamou-nos em Jesus Cristo e, por Ele, concede-nos todos os dons necessários para entrarmos em comunhão consigo, com a própria natureza divina, comunhão, que neste mundo se vive na fé, na esperança e na caridade, e que só a visão de Deus na glória celeste tornará perfeita. Esta comunhão com a vida de Deus é o fruto da participação que o Filho de Deus tem com a natureza humana, pelo mistério da Encarnação, como o diz uma oração da Missa: “Sejamos participantes da divindade de Cristo, que Se dignou assumir a nossa humanidade”.
Leitura da Segunda Epístola de São Pedro
Caríssimos: A graça e a paz vos sejam dadas em abundância, pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. Jesus, com o seu divino poder, concedeu-nos tudo o que é necessário à vida e à piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou pela sua glória e virtude. Assim, entramos na posse das maiores e mais preciosas promessas, para nos tornarmos participantes da natureza divina, livres da corrupção que a concupiscência gera no mundo. Por este motivo, esforçai-vos quanto possível por juntar à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a constância, à constância a piedade, à piedade o amor fraterno, ao amor fraterno a caridade.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 90 (91), 1-2.14-15ab. 15c-16 (R. cf. 2b)
Refrão: Senhor, meu Deus, em Vós confio. Repete-se
Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo
e moras à sombra do Omnipotente,
diz ao Senhor: «Sois o meu refúgio e a minha cidadela;
meu Deus, em Vós confio». Refrão
«Porque em Mim confiou, hei de salvá-lo,
hei de protegê-lo, pois conheceu o meu nome.
Quando Me invocar, hei de atendê-lo,
estarei com ele na tribulação. Refrão
Hei-de libertá-lo e dar-lhe glória,
favorecê-lo-ei com longa vida
e lhe mostrarei a minha salvação». Refrão
ALELUIA cf. Ap 1, 5ab
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus Cristo, a Testemunha fiel,
o Primogénito dos mortos,
amou-nos e purificou-nos dos nossos pecados,
pelo seu sangue. Refrão
EVANGELHO Mc 12, 1-12
«Apoderaram-se do seu filho querido,
mataram-no e lançaram-no fora da vinha»
Por meio de uma parábola, Jesus denuncia aos chefes judaicos as maquinações com que eles procuravam dar-Lhe a morte. E mostra-lhes que assim eles estavam a realizar, por suas próprias mãos, a rejeição d’Aquele que lhes era enviado como seu Salvador, como já o salmo o anunciava, salmo que eles tantas vezes cantavam, mas sem lhe apanhar o sentido profundo. O salmo anunciava a sua ressurreição e o aparecimento de novo edifício espiritual, a sua Igreja, de que Ele, pedra por eles rejeitada, será finalmente a pedra angular.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus começou a falar em parábolas aos príncipes dos sacerdotes, aos escribas e aos anciãos: «Um homem plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, construiu um lagar e ergueu uma torre. Depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou o tempo, enviou um servo aos vinhateiros para receber deles uma parte dos frutos da vinha. Os vinhateiros apoderaram-se do servo, espancaram-no e mandaram-no sem nada. Enviou-lhes de novo outro servo. Também lhe bateram na cabeça e insultaram-no. Enviou-lhes ainda outro, que eles mataram. Enviou-lhes muitos mais e eles espancaram uns e mataram outros. O homem tinha ainda alguém para enviar: o seu querido filho; e enviou-o por último, dizendo consigo: «Respeitarão o meu filho». Mas aqueles vinhateiros disseram entre si: «Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa». Apoderaram-se dele, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. Que fará então o dono da vinha? Virá ele próprio para exterminar os vinhateiros e entregará a outros a sua vinha. Não lestes esta passagem da Escritura: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se pedra angular. Isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’?». Procuraram então prender Jesus, pois compreenderam que tinha dito para eles a parábola. Mas tiveram receio da multidão e por isso deixaram-n’O e foram-se embora.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Confiando na vossa bondade, Senhor,
trazemos ao altar os nossos dons,
para que estes mistérios que celebramos
nos purifiquem de todo o pecado.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 16, 6
Escutai, Senhor, as minhas palavras,
respondei-me quando Vos invoco.
Ou Mc 11, 23.24
Tudo o que pedirdes na oração vos será concedido,
diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guiai, Senhor, com o vosso Espírito
aqueles que alimentais com o Corpo e o Sangue do vosso Filho,
de modo que, dando testemunho de Vós,
não só com palavras mas em obras e verdade,
mereçamos entrar no reino dos Céus.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
«Pedir a graça do conhecimento interno de agradecer o recebimento de
tantos bens da parte de Deus, para que, reconhecido, tenha o discernimento de
amar e servir».
Inácio de Loyola
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA
3.Leitura: Lê, respeita,
situa o que lês
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que
leste
2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que
leste
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que
leste “leia a tua vida”
3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
- Dirige-te a Deus que te falou através da
Sua Palavra.
LEITURA: Jesus conta
esta parábola para retratar e antecipar o seu final. Os que vieram antes dele,
como João Batista, foram assassinados. Agora que é o filho que está para
representar o pai, o rechaçaram e eliminaram.
MEDITAÇÃO: O rechaço encenado na parábola chega até
à eliminação física do filho. Esta recusa representa a liberdade humana, a de
acolher ou negar a presença de Deus. A imagem dos vinhateiros é violente e
incómoda, mas procura demonstrar que as pessoas podem até recusar a presença de
Deus e eliminá-lo das suas vidas. Como seria vida de um cristão sem a presença
de Deus? O que mudaria?
ORAÇÃO: Pai, Tu nos quiseste
dar o teu Filho, como companheiro fiel. Prepara o nosso coração para que nos
deixemos acompanhar por Ele durante toda nossa vida.
AGENDA
Todo o dia reunião em Nisa
21.00 horas: Oração de louvor no Calvário.
A
VOZ DO PASTOR
AUSÊNCIA DE DEUS RELIGIOSIDADE
VAZIA
D. Antonino Dias, bispo de
Portalegre-Castelo Branco
Ao
longo de toda a história da humanidade, de muitos modos, mesmo que, por vezes,
cheios de ambiguidades, o homem exprimiu a sua busca de Deus em crenças e
comportamentos religiosos. Sempre foi entendendo, com mais ou menos
clarividência, que é em Deus “que vivemos, nos movemos e existimos” (At 17,
28). O Concílio Vaticano II afirma que “a razão mais sublime da dignidade
humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus” que não está longe de cada
um de nós (cf. GS19). E o Catecismo da Igreja Católica confirma-nos que o
homem, “com a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu sentido do bem
moral, com a sua liberdade e a voz da sua consciência, com a sua ânsia de
infinito e de felicidade”, sempre se interroga sobre a existência de Deus,
detetando que só em Deus pode ter origem (cf CIgC.28.33). E se ele, o homem, se
reconhece superior ao mundo material e a elevar-se sobre o próprio universo
como senhor e centro da criação, também reconhece que ele e “os céus manifestam
a glória de Deus e o firmamento proclama a obra das Suas mãos (Salmo 19/18, 2).
“O mundo intriga-me – dizia Voltaire – e não posso imaginar que este relógio
exista e não haja relojoeiro”. De facto, o mundo e o homem, assim o cremos, não
têm em si mesmos, nem o seu primeiro princípio, nem o seu fim último.
Participam do Ser-em-si, sem princípio nem fim, a quem, uns e outros, chamamos
Deus.
Apesar
de “a razão humana poder, verdadeiramente, pelas suas forças e luz naturais,
chegar a um conhecimento verdadeiro e certo de um Deus pessoal”, apesar de
poder descobrir, no fundo da sua própria consciência, “uma lei que não se impôs
a si mesmo, mas à qual deve obedecer” (GS16), apesar disso, há obstáculos “que
impedem esta mesma razão de usar eficazmente e com fruto o seu poder natural,
porque as verdades que dizem respeito a Deus e aos homens ultrapassam
absolutamente a ordem das coisas sensíveis”. Por isso, e embora o homem esteja
capacitado para “conhecer a existência de um Deus pessoal”, Deus, para que ele
pudesse entrar na sua intimidade, “quis revelar-se ao homem e dar-lhe a graça
de poder receber com fé esta revelação” (CIgC33-35). Razão e fé não se excluem,
não se opõem, ajudam-se mutuamente para realizarem a sua natureza e missão,
mesmo que as verdades reveladas possam parecer obscuras à razão e à experiência
humanas (cf. Spe Salvi, 23). O mesmo Deus “que revela os mistérios e comunica a
fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. E Deus não pode negar-se
a si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade” (CIgC159).
Bento
XVI referia que “o verdadeiro problema do nosso tempo é a “crise de Deus”, a
ausência de Deus, camuflada por uma religiosidade vazia”. E acrescentava que
“só em Cristo e através de Cristo o tema Deus se torna realmente concreto:
Cristo é o Emanuel, o Deus connosco, a concretização do Eu sou”. Numa pedagogia
de condescendência sem igual, de despojamento, Deus revela o seu mistério e o
seu desígnio de amor enviando o seu Filho Jesus Cristo, que se apresenta entre
nós como o Caminho, a Verdade e a Vida. Segui-l’O sem omitir a cruz leva-nos à
união com Deus. E digo: “sem omitir a cruz”, porque a cruz continua a ser
escândalo para uns, loucura para outros, sem significado para mais alguns:
“Numa interpretação burguesa, torna-se um acidente em si evitável, sem valor teológico;
numa interpretação revolucionária torna-se a morte heroica de um rebelde. Mas a
verdade é outra. A cruz pertence ao mistério divino, é expressão do seu amor
até ao fim (...) Quem omite a cruz, omite a essência do cristianismo” (cf.
Bento XVI, no Congresso dos Catequistas e dos Professores de Religião, 2000).
Martin
Heidegger afirmava que o mundo, cada vez mais pobre, já “se tornou tão pobre
que não consegue reconhecer a falta de Deus como falta”. Aqui ou ali, com um
certo ar de libertação e de pinote civilizacional, vai-se notando uma espécie
de snobismo cultural autossuficiente a rejeitar Cristo e o Cristianismo como se
de malfeitores se tratasse ou Deus fosse um títere a dedilhar por quem quer que
seja. E em relação à Europa, a esta Europa que no dizer de Paulo VI nasceu “da
cruz, do livro e do arado”, Dostoievski denunciou que ela, a Europa, “renegou
Cristo. Por isso, e só por isso, está a morrer”. E Thomaz Eliot sintetiza assim
o que todos sabemos: “um cidadão europeu pode não acreditar que o Cristianismo
seja verdade e, no entanto, aquilo que diz e faz brota da cultura cristã da
qual é herdeiro”. Na verdade, sempre há quem lhe custe entender que Deus é a
garantia da nossa dignidade e grandeza, não um concorrente que atropela a nossa
vida. É óbvio que estes posicionamentos têm as suas causas. O Catecismo da
Igreja Católica alerta que “esta relação íntima e vital que une o homem a Deus,
pode ser esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem.
Tais atitudes podem ter origens diversas: a revolta contra o mal existente no
mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das
riquezas, o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à
religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de
Deus e foge quando Ele o chama” (CIgC29).
Pode,
na verdade, alguém esquecer ou rejeitar Deus, pode alguém pensar que Ele o
diminui e d’Ele tentar fugir. Deus, porém, na Sua bondade e sabedoria
infinitas, é que nunca deixa de chamar o homem à felicidade, à comunhão com
Ele, jamais deixará de lhe falar como se fala a amigos e de, de muitos modos,
dialogar com ele (cf. DV2).
Somos
seres de esperança, “e precisamos de esperanças - menores ou maiores – que, dia
após dia, nos mantêm no caminho”. A nossa grande esperança, porém, “só pode ser
Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não
podemos conseguir… Deus é o fundamento da esperança – não um deus qualquer, mas
aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até ao fim: cada
indivíduo e a humanidade no seu conjunto. O seu reino não é um além imaginário,
colocado num futuro que nunca mais chega; o seu reino está presente onde Ele é
amado e onde o seu amor nos alcança”(Spe Salvi, 31).
Antonino
Dias
Portalegre, 01-06-2018
Sem comentários:
Enviar um comentário