sábado, 9 de junho de 2018






PARÓQUIAS DE NISA


Domingo, 10 de junho de 2018











DOMINGO DA X SEMANA DO TEMPO COMUM






DOMINGO X DO TEMPO COMUM

Verde – Ofício do domingo (Semana II do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.

L 1 Gen 3, 9-15; Sal 129 (130), 1-2. 3-4ab. 4c-6. 7-8
L 2 2 Cor 4, 13 – 5, 1
Ev Mc 3, 20-35


* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.


MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 26, 1-2
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem temerei?
O Senhor é protetor da minha vida:
de quem hei de ter medo?


ORAÇÃO
Deus, fonte de todo o bem,
ensinai-nos com a vossa inspiração a pensar o que é recto
e ajudai-nos com a vossa providência a pô-lo em prática.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Gen 3, 9-15
«Estabelecerei inimizade entre a tua descendência e a descendência dela»


Perdida a amizade divina, pelo pecado, o homem e a mulher encontram-se reduzidos à sua condição de seres limitados e veem crescer em si o orgulho e a fuga à responsabilidade.
O homem acusa a mulher. Esta desculpa-se com a serpente. Apesar disso, o Senhor promete o triunfo final do bem que há de vencer a injustiça, o egoísmo. Jesus Cristo realizará a salvação de cada homem, e de toda a humanidade.

Leitura do Livro do Génesis

Depois de Adão ter comido da árvore, o Senhor Deus chamou-o e disse-lhe: «Onde estás?». Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me». Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?». Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi». O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?». E a mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi». Disse então o Senhor Deus à serpente: «Por teres feito semelhante coisa, maldita sejas entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens. Hás de rastejar e comer do pó da terra todos os dias da tua vida. Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta há-de atingir-te na cabeça e tu a atingirás no calcanhar».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 129 (130), 1-2.3-4ab.4c-6.7-8 (R. 7)
Refrão
: No Senhor está a misericórdia e abundante redenção. Repete-se
Ou: No Senhor está a misericórdia, no Senhor está a plenitude da redenção. Repete-se

Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor,
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam os vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica. Refrão

Se tiverdes em conta os nossos pecados,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão
para Vos servirmos com reverência. Refrão

Eu confio no Senhor,
a minha alma confia na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor
mais do que as sentinelas pela aurora. Refrão

Porque no Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante redenção.
Ele há de libertar Israel
de todas as suas faltas. Refrão


LEITURA II 2 Cor 4, 13 – 5, 1
«Acreditamos; por isso falamos»


Os sofrimentos do dia a dia não preocupam o Apóstolo S. Paulo. Nem tão pouco o atormenta a condição de ser mortal, pois deposita toda a sua esperança no Senhor que lhe concederá uma morada eterna. Por isso, nos recomenda uma atenção especial para os bens do espírito, para aquilo que não se vê, mas é duradoiro.

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos: Diz a Escritura: «Acreditei; por isso falei». Com este mesmo espírito de fé, também nós acreditamos, e por isso falamos, sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há de ressuscitar com Jesus e nos levará convosco para junto d’Ele. Tudo isto é por vossa causa, para que uma graça mais abundante multiplique as ações de graças de um maior número de cristãos para glória de Deus. Por isso, não desanimamos. Ainda que em nós o homem exterior se vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia para dia. Porque a ligeira aflição dum momento prepara-nos, para além de toda e qualquer medida, um peso eterno de glória. Não olhamos para as coisas visíveis, olhamos para as invisíveis: as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas. Bem sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada terrestre, for desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de Deus e não é feita pela mão dos homens.

Palavra do Senhor.

ALELUIA Jo 12, 31b-32
Refrão
: Aleluia. Repete-se

Chegou a hora em que vai ser expulso
o príncipe deste mundo, diz o Senhor;
e quando Eu for levantado da terra,
atrairei todos a Mim. Refrão


EVANGELHO Mc 3, 20-35
«Satanás está perdido»


Jesus é objeto de toda a espécie de calúnias. Os escribas vão ao ponto de O acusarem de pactuar com Belzebu o príncipe dos demónios. Nem por isso Jesus deixou de levar por diante a missão que o Pai lhe confiara – a implantação do Reino de Deus entre os homens. Muitos irmãos nossos lutam hoje contra o mal: contra o racismo, as torturas, as injustiças e a privação de liberdade. E também estes são acusados de estabelecerem a anarquia entre os homens. Colocamos nós a vontade de Deus acima de tudo?

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente, que eles nem sequer podiam comer. Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si». Os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu», e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Mas Jesus chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se. E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode durar. Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido. Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa. Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido; mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre». Referia-Se aos que diziam: «Está possesso dum espírito impuro». Entretanto, chegaram sua Mãe e seus irmãos, que, ficando fora, O mandaram chamar. A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura». Mas Jesus respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?». E, olhando para aqueles que estavam à sua volta, disse: «Eis minha Mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».

Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai com bondade, Senhor,
para os dons que apresentamos ao vosso altar
e fazei que esta oblação Vos seja agradável
e aumente em nós a caridade.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 17, 3
Sois o meu protetor e o meu refúgio, Senhor;
sois o meu libertador; meu Deus, em Vós confio.

Ou 1 Jo 4, 16
Deus é amor.
Quem permanece no amor permanece em Deus
e Deus permanece nele.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos pedimos, Senhor,
que a ação santificadora deste sacramento
nos liberte das más inclinações
e nos conduza a uma vida santa.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.








 «Qualquer direito que não leve consigo um dever, não merece ser defendido



Ghandi




MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA

3.Leitura:  Lê, respeita, situa o que lês 
     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste

 2. Meditação: Interioriza, dialoga, atualiza o que leste
     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida”

 3. Oração: Louva o Senhor, suplica, escuta
      - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.


LEITURA/MEDITAÇÃO: O evangelista Marcos quer dizer à sua comunidade quem é Jesus e o que é que Ele veio fazer ao mundo. Procura revelar a verdadeira identidade do Senhor: a sua condição de Filho de Deus com poder sobre satanás, com autoridade para perdoar pecados e como quem forma uma família à volta do Pai. A sua mãe e os seus irmãos são aqueles que cumprem a vontade de Deus. Para Marcos, é evidente que a identidade de Jesus se revela na experiência da superação do mal, no perdão dos pecados e na comunidade crente. Se a responsabilidade de qualquer discípulo, é levar outros ao encontro com Cristo as condições do evangelho são claras. A pergunta é: Como posso proporcionar esta experiência naqueles que ainda não conhecem o Senhor? De que modo poderei convidar à reconciliação, à fé e à vida comunitária.

ORAÇÃO:  Senhor, que o teu coração me faça orientar em tudo.






AGENDA

09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo
10.45 horas: Celebração da Palavra em Tolosa
11.00 horas: Celebração da Palavra em Arez
11.00 horas: Missa em Nisa
12.00 horas: Celebração da Palavra em Gáfete
12.30 horas: Celebração da Palavra na Falagueira
12.30 horas: Missa em Monte Claro
15.30 horas: Missa em Montalvão
15.30 horas: Missa no Arneiro



A VOZ DO PASTOR


AUSÊNCIA DE DEUS RELIGIOSIDADE VAZIA

Ao longo de toda a história da humanidade, de muitos modos, mesmo que, por vezes, cheios de ambiguidades, o homem exprimiu a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos. Sempre foi entendendo, com mais ou menos clarividência, que é em Deus “que vivemos, nos movemos e existimos” (At 17, 28). O Concílio Vaticano II afirma que “a razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus” que não está longe de cada um de nós (cf. GS19). E o Catecismo da Igreja Católica confirma-nos que o homem, “com a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu sentido do bem moral, com a sua liberdade e a voz da sua consciência, com a sua ânsia de infinito e de felicidade”, sempre se interroga sobre a existência de Deus, detetando que só em Deus pode ter origem (cf CIgC.28.33). E se ele, o homem, se reconhece superior ao mundo material e a elevar-se sobre o próprio universo como senhor e centro da criação, também reconhece que ele e “os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento proclama a obra das Suas mãos (Salmo 19/18, 2).“O mundo intriga-me – dizia Voltaire – e não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro”. De facto, o mundo e o homem, assim o cremos, não têm em si mesmos, nem o seu primeiro princípio, nem o seu fim último. Participam do Ser-em-si, sem princípio nem fim, a quem, uns e outros, chamamos Deus.

Apesar de “a razão humana poder, verdadeiramente, pelas suas forças e luz naturais, chegar a um conhecimento verdadeiro e certo de um Deus pessoal”, apesar de poder descobrir, no fundo da sua própria consciência, “uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer” (GS16), apesar disso, há obstáculos “que impedem esta mesma razão de usar eficazmente e com fruto o seu poder natural, porque as verdades que dizem respeito a Deus e aos homens ultrapassam absolutamente a ordem das coisas sensíveis”. Por isso, e embora o homem esteja capacitado para “conhecer a existência de um Deus pessoal”, Deus, para que ele pudesse entrar na sua intimidade, “quis revelar-se ao homem e dar-lhe a graça de poder receber com fé esta revelação” (CIgC33-35). Razão e fé não se excluem, não se opõem, ajudam-se mutuamente para realizarem a sua natureza e missão, mesmo que as verdades reveladas possam parecer obscuras à razão e à experiência humanas (cf. Spe Salvi, 23). O mesmo Deus “que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. E Deus não pode negar-se a si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade” (CIgC159).

Bento XVI referia que “o verdadeiro problema do nosso tempo é a “crise de Deus”, a ausência de Deus, camuflada por uma religiosidade vazia”. E acrescentava que “só em Cristo e através de Cristo o tema Deus se torna realmente concreto: Cristo é o Emanuel, o Deus connosco, a concretização do Eu sou”. Numa pedagogia de condescendência sem igual, de despojamento, Deus revela o seu mistério e o seu desígnio de amor enviando o seu Filho Jesus Cristo, que se apresenta entre nós como o Caminho, a Verdade e a Vida. Segui-l’O sem omitir a cruz leva-nos à união com Deus. E digo: “sem omitir a cruz”, porque a cruz continua a ser escândalo para uns, loucura para outros, sem significado para mais alguns: “Numa interpretação burguesa, torna-se um acidente em si evitável, sem valor teológico; numa interpretação revolucionária torna-se a morte heroica de um rebelde. Mas a verdade é outra. A cruz pertence ao mistério divino, é expressão do seu amor até ao fim (...) Quem omite a cruz, omite a essência do cristianismo” (cf. Bento XVI, no Congresso dos Catequistas e dos Professores de Religião,2000).

Martin Heidegger afirmava que o mundo, cada vez mais pobre, já “se tornou tão pobre que não consegue reconhecer a falta de Deus como falta”. Aqui ou ali, com um certo ar de libertação e de pinote civilizacional, vai-se notando uma espécie de snobismo cultural autossuficiente a rejeitar Cristo e o Cristianismo como se de malfeitores se tratasse ou Deus fosse um títere a dedilhar por quem quer que seja. E em relação à Europa, a esta Europa que no dizer de Paulo VI nasceu “da cruz, do livro e do arado”, Dostoievski denunciou que ela, a Europa, “renegou Cristo. Por isso, e só por isso, está a morrer”. E Thomaz Eliot sintetiza assim o que todos sabemos: “um cidadão europeu pode não acreditar que o Cristianismo seja verdade e, no entanto, aquilo que diz e faz brota da cultura cristã da qual é herdeiro”. Na verdade, sempre há quem lhe custe entender que Deus é a garantia da nossa dignidade e grandeza, não um concorrente que atropela a nossa vida. É óbvio que estes posicionamentos têm as suas causas. O Catecismo da Igreja Católica alerta que “esta relação íntima e vital que une o homem a Deus, pode ser esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais atitudes podem ter origens diversas: a revolta contra o mal existente no mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das riquezas, o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus e foge quando Ele o chama” (CIgC29). Pode, na verdade, alguém esquecer ou rejeitar Deus, pode alguém pensar que Ele o diminui e d’Ele tentar fugir. Deus, porém, na Sua bondade e sabedoria infinitas, é que nunca deixa de chamar o homem à felicidade, à comunhão com Ele, jamais deixará de lhe falar como se fala a amigos e de, de muitos modos, dialogar com ele (cf. DV2).

Somos seres de esperança, “e precisamos de esperanças - menores ou maiores – que, dia após dia, nos mantêm no caminho”. A nossa grande esperança, porém, “só pode ser Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir… Deus é o fundamento da esperança – não um deus qualquer, mas aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até ao fim: cada indivíduo e a humanidade no seu conjunto. O seu reino não é um além imaginário, colocado num futuro que nunca mais chega; o seu reino está presente onde Ele é amado e onde o seu amor nos alcança”(Spe Salvi, 31).

Antonino Dias
Portalegre, 01-06-2018

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