PARÓQUIAS
DE NISA
Sexta-feira,
28 de maio de 2021
Sexta da VIII Semana
do tempo comum
LITURGIA
Sexta-feira
da semana VIII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Sir 44, 1. 9-13; Sal 149, 1-2. 3-4. 5-6a e 9b
Ev Mc 11, 11-26
* Na Ordem Franciscana – S. Maria Ana de Paredes, virgem, da III Ordem – MF
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
17, 19-20
O Senhor veio em meu auxílio,
livrou-me da angústia e pôs-me em liberdade.
Levou-me para lugar seguro, salvou-me pelo seu amor.
ORAÇÃO COLECTA
Fazei, Senhor,
que os acontecimentos do mundo
decorram para nós segundo os vossos desígnios de paz
e a Igreja Vos possa servir na tranquilidade e na alegria.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Sir 44, 1.9-13
«Os nossos pais foram homens virtuosos
e o seu nome permanece de geração em geração»
Leitura do Livro
de Ben-Sirá
Celebremos os louvores dos homens ilustres, dos nossos antepassados através das
gerações. Alguns houve que não deixaram lembrança, desapareceram como se não
tivessem existido, passaram como se não tivessem nascido, tanto eles como os
seus filhos. Mas outros foram homens virtuosos e as suas boas obras não foram
esquecidas. Na sua descendência permanece a excelente herança que deles nasceu.
Os seus filhos são fiéis à aliança e, graças a eles, também os filhos dos seus
filhos. A sua descendência permanece para sempre e jamais se apagará a sua
glória.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 149, 1-2.3-4.5-6a e 9b (R. 4a)
Refrão: O Senhor ama o seu povo.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei. Refrão
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória. Refrão
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis. Refrão
ALELUIA cf. Jo 15, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e
deis fruto
e o vosso fruto permaneça. Refrão
EVANGELHO Mc 11, 11-26
«A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.
Tende fé em Deus»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus, depois de ser aclamado pela multidão, entrou em Jerusalém
e foi ao templo. Observou tudo à sua volta e, como já era tarde, saiu para
Betânia com os Doze. No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus sentiu
fome. Viu então de longe uma figueira com folhas e foi ver se encontraria nela
algum fruto. Mas, ao chegar junto dela, nada encontrou senão folhas, pois não
era tempo de figos. Então, dirigindo-Se à figueira, disse: «Nunca mais alguém
coma do teu fruto». E os discípulos escutavam. Chegaram a Jerusalém. Quando
Jesus entrou no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam:
derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas e não
deixava ninguém levar nada através do templo. E ensinava-os, dizendo: «Não está
escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? E vós
fizestes dela um covil de ladrões». Os príncipes dos sacerdotes e os escribas
souberam disto e procuravam maneira de o fazer morrer. Mas temiam Jesus, porque
toda a multidão andava entusiasmada com a sua doutrina. Ao cair da noite, Jesus
e os discípulos saíram da cidade. Na manhã seguinte, ao passarem perto da
figueira, os discípulos viram-na seca até às raízes. Pedro recordou-se do que
tinha acontecido na véspera e disse a Jesus: «Olha, Mestre. A figueira que
amaldiçoaste secou». Jesus respondeu: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo:
Se alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te no mar’, e não hesitar
em seu coração, mas acreditar que se vai cumprir o que diz, assim acontecerá.
Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes
e assim sucederá. E quando estiverdes a orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém,
perdoai, para que o vosso Pai que está nos Céus vos perdoe também as vossas
faltas».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que nos concedeis estes dons que Vos oferecemos
e nos atribuís o mérito do oferecimento,
nós Vos suplicamos:
o que nos dais como fonte de mérito
nos obtenha o prémio da felicidade eterna.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 12, 6
Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez,
exaltarei o nome do Senhor, cantarei hinos ao Altíssimo.
Ou Mt 28, 20
Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos, diz o Senhor.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos saciais com os vossos dons sagrados,
concedei-nos, por este sacramento
com que nos alimentais na vida presente,
a comunhão convosco na vida eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Sir 44, 1.9-13: Esta
leitura é o princípio do capítulo onde se faz o elogio dos antepassados. Ao
lado de alguns que passaram sem deixar rasto digno de ser recordado – o que é
bem triste – outros houve cujo nome merece ser lembrado nas gerações futuras. A
sua glória revive nos filhos e essa é a sua melhor herança. É realmente fruto
da meditação de um homem de sabedoria esta reflexão do autor do Eclesiástico,
ou de Ben-Sirá, o neto de Sirá.
Mc 11, 11-26: A
figueira estéril é uma
parábola em ato, que põe em realce a falta de fé com que Jesus é
acolhido pela nação judaica, e, por outro lado, a eficácia da oração feita com
fé, como o próprio Senhor a seguir explicou. À maneira que estes episódios iam
acontecendo, ia-se aprofundando a fé dos discípulos, como, ainda hoje à medida
que esta palavra vai sendo proclamada, ela se irá enraizando em nós.
AGENDA DO DIA:
Funeral
em Nisa
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
18.30 horas; Oração do
terço em Alpalhão
21.00 horas: Oração do
terço em Nisa.
A VOZ DO
PASTOR:
UMA PRESENÇA DISCRETA MAS EFICAZ
É elegantemente afável. Tem um agir muito próprio. Não fala de si próprio.
Nunca ninguém o ouviu falar. Fala-se muitíssimo dele, é verdade, mas nunca
ninguém o viu. Não se evidencia, vive como se não existisse, em família, em
comunidade, discretamente, como se não existisse. A sua presença, porém,
experimenta-se, vive-se, usufrui-se, produz frutos em abundância, provoca
alegria e paz. São imensuráveis os efeitos da sua atividade, tanto na vida das
pessoas como na história do universo. É muitas vezes designado por vento, fogo,
luz, dom, fonte de água viva... Quem o acolhe e escuta com os ouvidos do
coração não baterá com a cabeça na parede. Isso poderá acontecer a quem não lhe
presta atenção, mesmo quando esse seu agir se manifesta através dum conselho de
alguém. Fazer-lhe ouvidos moucos e agir levianamente, sem avaliar e discernir,
é de loucos, pode fazer partir a cabeça e a parede! Bernard Sesboué diz, e
explica, que assim como a psicologia das profundidades alerta para a
importância do inconsciente na nossa vida, este alguém de quem falamos é, de
alguma forma, o nosso “inconsciente divino”, aquele a quem podemos “causar
desgosto” em nós mesmos porque estamos marcados com o seu selo (Ef 4, 30). O
leitor já descobriu de quem se trata? Pois é, é Ele mesmo!...
Por Ele, Jesus encarnou no seio da Virgem Maria. Em forma de pomba,
desceu sobre Jesus no batismo no Jordão.
No Cenáculo, veio sobre os Apóstolos sob a forma de línguas de fogo.
É-nos apresentado como princípio de atividade, como criador, santificador,
consolador, advogado, Espírito da promessa, Espírito de adoção, Espírito de
Cristo, Espírito do Senhor, Espírito de Deus, Espírito de Verdade, Espírito de glória, Paráclito... É o poder de
Deus que vem, que permanece em Jesus, que distribui os dons de Deus pelas
pessoas, como lhe apraz. O Pai e o Filho têm falado aos homens e falam um com o
outro. Ele não fala, mas deve-se-lhe a eficácia operativa quer à palavra quer
aos sacramentos. O Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do
Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, guarda silêncio, mas um silêncio
ativo e eficaz. Ele inspirou as Escrituras, assiste e dinamiza a Igreja,
enriquece-a, santifica-a, edifica-a com dons e carismas numa variedade imensa
de vocações, ministérios e serviços, sem que a diversidade destrua a unidade e
a comunhão. Atua na liturgia sacramental, intercede por nós na oração,
impulsiona a vida apostólica e missionária. É a alma, o protagonista da
evangelização, manifesta-se no testemunho dos mártires e santos, ilumina na
interpretação da palavra de Deus. Não ensina nada de novo, é verdade, mas
recorda e ajuda a aprofundar o ensinamento de Jesus. Guia os discípulos para a
verdade total e está connosco para sempre, nesta missão invisível de acompanhar
e continuar a missão de Jesus. Mas se não fala, Ele age nas pessoas que falam,
fá-las falar com coragem, inspira-as segundo o pensamento do Pai e do Filho. A
palavra dos profetas é-lhe atribuída. Os Atos dos Apóstolos referem que “Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o
Espírito lhes inspirava que se exprimissem”. Segundo São Paulo, ao Espírito
Santo se deve a graça de podermos professar a nossa fé, de nos voltarmos para
Deus e lhe chamarmos Pai, de confessarmos que “Jesus é Senhor”. Ele habita no
coração dos crentes, inspira a sua liberdade, com respeito, sem nunca a
violentar, motiva a vontade para falar e agir segundo Deus. Convida à mudança e
à conversão, age na intimidade de cada pessoa, leva-a a descobrir e a
reconhecer a dignidade da natureza humana, a grandeza da inteligência, o valor
da consciência, a excelência da liberdade, individual e alheia. Faz-nos
compreender mais profundamente o que significa ser batizado em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, impele-nos ao apostolado, à participação e à
corresponsabilidade, sem medos, sem preconceitos nem prudências mal entendidas.
É pela sua força que se denuncia com coragem o mal, que angustia e escraviza, e
se anuncia a Palavra de Jesus, que liberta e salva.
Como “Espírito que dá vida e renova a face da terra”, não é monopólio da
Igreja nem de ninguém. Ele age com soberana e universal liberdade, “entra
constantemente na história do mundo através do coração humano; suscita
aspirações e realizações que encarnam valores humanos e, por isso, cristãos;
valores que se apresentam como “sinais” dos desígnios de Deus e chamam a
humanidade a renovar-se em Cristo e a transformar-se em família de Deus (cf.
CEP- Carta Pastoral – O Espírito Santo que dá a vida, 1997, 14).
São Cirilo da
Alexandria, do século IV, deixou-nos uma interessante catequese sobre o
Espirito Santo como fonte de água viva que jorra para a vida eterna. Diz ele:
“Novo género de água esta que vive e jorra; mas jorra apenas sobre os que são
dignos dela. Mas porque é que o Senhor dá o nome de «água» à graça do Espírito?
Certamente porque tudo tem necessidade de água; ela sustenta as ervas e os
animais. A água da chuva cai dos céus; e embora caia sempre do mesmo modo e na
mesma forma, produz efeitos muito variados. Não é, de facto, o mesmo, o efeito
que produz na palmeira e na vide, e assim em todas as coisas, embora a sua
natureza seja sempre a mesma e não possa ser diversa de si própria. Na verdade,
a chuva não se modifica a si mesma em qualquer das suas manifestações; mas, ao
cair sobre a terra, acomoda-se às estruturas dos seres que a recebem, dando a
cada um deles o que necessita. De maneira semelhante, o Espírito Santo,
sendo único, com uma única maneira de ser e indivisível, distribui por cada um
a graça como lhe apraz. E assim como a árvore ressequida, ao receber a água,
produz novos rebentos, assim também a alma pecadora, ao receber do Espírito
Santo o dom do arrependimento, produz frutos de justiça. O Espírito tem um só e
o mesmo modo de ser; mas, por vontade de Deus e pelos méritos de Cristo, produz
efeitos diversos. Serve-se da língua de uns para comunicar o dom da sabedoria;
ilumina a inteligência de outros com o dom da profecia. A este dá-lhe o poder
de expulsar os demónios; àquele concede-lhe o dom de interpretar as divinas
Escrituras. A uns fortalece-os na temperança, a outros ensina-lhes a
misericórdia; a estes inspira a prática do jejum e os exercícios da vida
ascética, àqueles a sabedoria nas coisas temporais; a outros prepara-os para o
martírio. Enfim, manifesta-Se de modo diferente em cada um, mas permanece sempre
igual a Si mesmo, como está escrito: A cada um é dada a manifestação do
Espírito para o bem comum. Branda e suave é a sua aproximação; benigna e
agradável é a sua presença; levíssimo é o seu jugo. A sua vinda é precedida
pelas irradiações resplandecentes da sua luz e da sua ciência. Ele vem como
protetor fraterno: vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer,
consolar, iluminar a alma de quem o recebe, e depois, por meio desse, a alma
dos outros”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 21-05-2021.
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