quarta-feira, 5 de maio de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quinta-feira, 06 de maio de 2021

 

Quinta da IV semana da Páscoa

 

 

LITURGIA

 

 

Quinta-feira da semana V

Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 At 15, 7-21; Sal 95 (96), 1-2a. 2b-3. 10
Ev Jo 15, 9-11

* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S. Domingos Sávio – FESTA

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Ex 15, 1-2
Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória.
O Senhor é a minha força e a minha alegria.
Ele é o meu Salvador. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita bondade, que santificais os pecadores e alegrais os infelizes, confirmai em nós a obra da vossa graça, para que perseverem firmemente no vosso amor os que foram justificados pela fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 15, 7-21
«Sou de opinião de que não se devem importunar os pagãos
que se convertem a Deus»


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, depois de longa discussão, Pedro levantou-se e disse aos Apóstolos e aos anciãos: «Irmãos, vós sabeis que, desde os primeiros dias, Deus me escolheu do meio de vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do Evangelho e abraçassem a fé. Deus, que conhece os corações, deu testemunho a favor deles, ao conceder-lhes o Espírito Santo como a nós; não fez qualquer distinção entre nós e eles, porque purificou os seus corações pela fé. Porque tentais agora a Deus, impondo aos ombros dos discípulos um jugo, que nem os nossos pais nem nós mesmos fomos capazes de suportar? Aliás, é pela graça do Senhor Jesus que nós acreditamos que seremos salvos, do mesmo modo que eles». Então, toda a assembleia ficou em silêncio e começou a ouvir Barnabé e Paulo descrever os milagres e prodígios que Deus realizara por seu intermédio entre os gentios. Quando eles acabaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse: «Irmãos, escutai-me. Simão contou como Deus, ao princípio, Se dignou intervir, para formar de entre os gentios um povo consagrado ao seu nome. Isto concorda com as palavras dos Profetas, como está escrito: ‘Depois disto, virei para reconstruir a tenda de David, que estava caída; reconstruirei as suas ruínas e erguê-las-ei de novo, para que o resto dos homens procurem o Senhor, com todas as nações consagradas ao meu nome. Assim fala o Senhor, que desde sempre dá a conhecer estas coisas’. Por isso, sou de opinião de que não se devem importunar os gentios convertidos a Deus. Digam-lhes apenas que se abstenham de tudo o que foi contaminado pela idolatria, das relações imorais, das carnes sufocadas e do sangue. Desde os tempos antigos, Moisés tem em cada cidade os seus pregadores e é lido todos os sábados nas sinagogas».


Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 95 (96), 1-2a.2b-3.10 (R. cf. 3)
Refrão: Anunciai a todos os povos as maravilhas do Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome. Refrão

Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas. Refrão

Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade. Repete-se


ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se

As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão

EVANGELHO Jo 15, 9-11
«Permanecei no meu amor, para que a vossa alegria seja completa»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa».

 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício, nos fazeis participar na comunhão convosco, único e sumo bem, concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade, dêmos testemunho dela na prática das boas obras. Por Nosso Senhor.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO 2 Cor 5, 15
Cristo morreu por todos os homens, para que já não vivam para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo que saciastes nestes divinos mistérios e fazei-nos passar da antiga condição do pecado à vida nova da graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

Leituras: Atos 15, 7-21:  No “concílio” de Jerusalém, foi decisiva a voz de Pedro, ele próprio marcado pelo que acontecera aquando da conversão do pagão Cornélio, confirmada pela narração de Paulo, acabado de regressar da sua primeira missão entre os pagãos. Mas foi a palavra de Tiago que formulou a conclusão: a novidade do Evangelho ao lado da tradição vinda de longe! Verdade na caridade!

Jo 15, 9-11: A alegria de Jesus, e que há de ser também a dos seus discípulos, é a alegria de que Ele seja reconhecido como o Messias, Filho e Enviado de Deus, Salvador dos homens, seu Pastor e Guia para a casa do Pai. É a alegria de que a Igreja faz agora a experiência ao longo do Tempo Pascal.

 

AGENDA DO DIA

 

17.30 horas: Adoração ao Santíssimo em Nisa

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

A VOZ DO PASTOR:

 

QUANDO OS PATRÕES REZAM PELOS OPERÁRIOS E VICE-VERSA

 

A frase em título vai provocar sisudez em alguns leitores. Paciência, não perco casamento! Uns acharão que isso é um disparate ou uma ousadia de mau gosto. Outros levarão a mão à boca, escandalizados, como se eu tivesse dito uma blasfémia ou uma sonante jaculatória minhota a ecoar por entre a bigorna, o martelo e o estribo, até dos surdos. Seja como for, nada retiro, nem que o rabo torça a porca (com licença, dizia-se na minha terra sempre que se apelava a porcos, com licença!). E quem diz responsáveis diz empresários, dirigentes de instituições, clubes, etc. etc. etc... O Papa Francisco, que ainda há dias, no 25 de abril, foi citado na Assembleia da República, não se cansa de repetir que “não nos esqueçamos nunca de rezar uns pelos outros”. Chamei-lhe Assembleia da República, e bem. Todos nós acreditamos que é e deve ser a Casa da Democracia. No entanto, segundo uma versão recentíssima dada à luz por quem esgravata nos arcanos desse saber, esse sítio é o “sítio mais sagrado da maçonaria”, é o “maior templo de maçonaria em Portugal”. Assim sendo, os nossos dedicados representantes, aí reunidos mas nunca unidos, constituem, nesse sagrado templo, uma assembleia orante mui “discreta”, mui “secreta”, mui “embiocada”! E será mesmo que, de cada dez dos parlamentares mais homenageados, nove são maçons?... “Hombre! yo tampoco creo en las brujas, pero que las hay, las hay... y crecen como hongos!...” Mas voltemos ao nosso tema antes que seja tarde e desapareça.

Num Estado laico, como é o nosso, o poder é imparcial em relação a questões religiosas. Ser imparcial, porém, não significa que seja ateu, agnóstico ou que discrimine a fé dos cidadãos ou os proíba de a exercer e se afirmarem. A Igreja sempre rezou e ensina o povo a rezar pelos governantes e por outros responsáveis e dirigentes sociais. Não para que o explorem e desprezem. Mas para que o sirvam com competência e honestidade e lhe garantam uma vida digna, calma e tranquila. É possível que muitos cristãos nem sempre se lembrem de rezar pelos seus súbditos, funcionários, operários, associados, dirigidos, alunos, clientes, utentes... Interceder pelos outros é um gesto nobre e fraterno, também de gratidão pelas suas pessoas, pelo seu serviço ou trabalho ou até, depende de que lado se está, são eles quem lhes garante o emprego ou o seu crescimento económico. É belo o testemunho que nos dá um oficial romano, em Cafarnaum. Quando Jesus entrou na cidade, este centurião foi ao seu encontro para lhe implorar a cura do seu servo que estava às portas da morte. Reparem: era um escravo a quem o centurião, carinhosamente, chama “meu filho”! (cf. Lc 7,1-10). Dizer que todos somos irmãos, implica reconhecer que temos um Pai comum, que é Deus. Dizer que todos somos irmãos é, pois, entender que o povo não é uma espécie de palco onde “estranhos” sobem e pisam como meros atores para satisfazer interesses concertados pelos camarins e anexos! Por certo que há muita gente que reza pelos seus súbditos, e não só. Outros, porém, sem ninguém lho perguntar, até se adiantam a dizer que são ateus, graças a Deus, ou agnósticos. Quando se insinuam desse jeito, até parece que estão a fazer um ato de fé ao contrário. Querem fazer-se de fortes e passar por pessoas desempoeiradas e sabidas, como se a fé os diminuísse ou lhes mordesse. A fé no Deus de Jesus Cristo não deve envergonhar ninguém, antes pelo contrário, é um dom nunca demais agradecido. Ele dinamiza, humaniza, dá sentido à existência, às coisas e ações da vida, salva. Quem se envergonhar de Mim diante dos homens, também Eu Me envergonharei dele diante de Meu Pai que está nos céus, disse-nos Jesus (cf. Lc 9, 26).

Quando Pilatos quis chamar Jesus à pedra, puxou pelos seus galões de governante para lhe recordar que tinha autoridade para o soltar e para o crucificar. Jesus respondeu-lhe: “Não terias nenhuma autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus”. Naquele outro bate papo sobre se se devia ou não pagar o tributo a César, Jesus disse aos interlocutores que era preciso respeitar a autoridade civil e as suas leis: dai a César o que é de César. Mas também lhes disse que não se pode absolutizar o poder. A ninguém pertence assumir o que é exclusivo de Deus. Por isso, Jesus acrescentou: e dai a Deus o que é de Deus”.

Acredito que, quem de direito, se esmere por dar ao povo o que o povo espera deles, porque neles confiou. Mesmo que não sejam crentes, é uma excelente forma de dar a Deus o que é de Deus, se não se entrar por caminhos dúbios. O povo não é uma massa inerte a ser manipulada e instrumentalizada para servir os caminhos da altivez, da corrupção ou da barbárie. Aos discípulos em busca de poder, Jesus disse-lhes que aquele que quisesse ser o maior se tornasse o último e servisse a todos, sobretudo os mais frágeis. Os responsáveis pelo destino dos povos, nos seus mais diversos setores de intervenção, devem ser estimados, respeitados e obedecidos desde que humanos e as suas leis sejam justas, humanizantes e balizadas. Não é uma obediência passiva e de total submissão, até porque, se alguma autoridade se julgasse acima do próprio Deus e agisse libertinamente, “é preciso obedecer antes a Deus do que aos homens”, mesmo que isso venha a causar dissabores (cf. At 5, 29).

Os governos, se legítimos, exercem uma autoridade conferida pelo próprio Deus, como diz São Paulo (Rom 13.1-2). Não para se arvorarem em poderes teocráticos como se Deus lhes dissesse segredos aos ouvidos em linguagem encriptada, lhes desse poderes para discriminação de género, para escravizar, esfolar e matar, e os ilibasse da ética da responsabilidade e do bom senso. Não para que surjam poderes messiânicos, opressivos e despóticos a impor sujeição absoluta, endeusando-se para explorar ou exterminar pessoas e povos só porque sim, ou porque pensam e são diferentes. Também nenhuma autoridade, ou seja quem for, é uma espécie de marionete ou instrumento nas mãos de Deus. A soberania de Deus abarca a todos, sim, mas em liberdade na responsabilidade. Ele confia em cada um as funções que cada um é capaz de exercer honestamente e segundo as suas próprias capacidades em favor do bem comum. Para isso, a todos deu inteligência para pensar, investigar e programar. Deu talentos, vontade e força para trabalhar e concretizar o possível e o melhor. No coração de todos escreveu uma Lei, a lei do amor a Deus e ao próximo, com uma consciência que aplaude ou reprova os procedimentos. Esta confiança que Deus coloca naqueles que exercem autoridade, seja ela  qual for, obriga-os a promover a vida social na verdade, na justiça, na solidariedade e na paz. Só o abandono de Deus levará alguém a espezinhar o homem, o povo.

Os pais da União Europeia, homens humildes e políticos de eleição, tinham consciência de que eram instrumentos bem limitados de uma Providência que se servia deles para a realização de desígnios que os ultrapassava. Isso dava-lhes serenidade e maior sentido de responsabilidade. Sabiam que o maior revolucionário de toda a história serviu de coração humilde e morreu de braços abertos na cruz, abraçando a todos. E não tinham receio de alavancar o seu universalismo, a sua política de união e de fraternidade, de justiça e de paz, no fermento do Evangelho. Também Tomás Moro, Patrono dos Governantes e dos Políticos, agindo diante de Henrique VIII como João Batista diante de Herodes, foi condenado à morte. Sempre dedicado e leal ao rei, nunca deixou de defender as suas convicções sobre a família. No momento da execução afirmou: “…morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus…”.

Respondendo a uma pergunta de alguém, o Papa Francisco afirmou que os cristãos não podem fazer de pilatos, lavar as mãos...têm a obrigação de se envolver na política… é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum... e se ela está muito suja “não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico?”. 

“A Igreja encara com simpatia o sistema da democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna oportuno” (CA46). Bem como defende a reforma pacífica das estruturas e instituições políticas para mudar os regimes corruptos e ditatórias em sistemas mais democráticos e participativos. Neste mês de abril, por exemplo, o Papa Francisco propôs como oração comum para toda a Igreja, rezar “por aqueles que arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes autoritários e também nas democracias em crise”.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 30-04-2021.

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário