domingo, 30 de maio de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Segunda, 31 de maio de 2021

 

IX semana do tempo comum

 

 

LITURGIA


Visitação da Virgem Santa Maria – FESTA


Branco – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. de Nossa Senhora.

L 1 Sof 3, 14-18 ou Rom 12, 9-16b; Sal Is 12, 2. 3-4bcd. 5-6
Ev Lc 1, 39-56

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Diocese de Beja – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – Visitação da Virgem Santa Maria – FESTA
* Aniversário da Ordenação episcopal de D. José Francisco Sanches Alves, Bispo Emérito de Évora (1998).
* Na Ordem da Visitação de Santa Maria – Visitação da Virgem Santa Maria – SOLENIDADE
* Na Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus – Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus, Padroeira da Congregação – SOLENIDADE
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – Nossa Senhora da Boa Nova – FESTA
* Na Congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus – I Vésp. de S. Aníbal Maria de França.

 

VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 65, 16
Servos do Senhor, vinde e ouvi:
vou contar-vos tudo o que Ele fez por mim. (T. P. Aleluia.)


Diz-se o Glória


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que inspirastes à Virgem Santa Maria
o desejo de visitar Santa Isabel,
levando consigo o vosso Filho Unigénito,
tornai-nos dóceis à inspiração do Espírito Santo,
para podermos cantar sempre com ela as vossas maravilhas.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Sof 3, 14-18
«O Senhor, rei de Israel, está no meio de ti»


Leitura da Profecia de Sofonias


Clama jubilosamente, filha de Sião;
solta brados de alegria, Israel.
Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém.
O Senhor revogou a sentença que te condenava,
afastou os teus inimigos.
O Senhor, Deus de Israel, está no meio de ti
e já não temerás nenhum mal.
Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém:
«Não temas, Sião,
não desfaleçam as tuas mãos.
O Senhor teu Deus está no meio de ti,
como poderoso salvador.
Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo,
renova-te com o seu amor,
exulta de alegria por tua causa,
como nos dias de festa».
Afastei para longe de ti a desventura,
a humilhação que te oprimia, Jerusalém.


Palavra do Senhor.


Em vez da leitura precedente, pode utilizar-se a seguinte:


LEITURA I Rom 12, 9-16b
«Acudi com a vossa parte às necessidades dos cristãos;
praticai generosamente a hospitalidade»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos


Irmãos:
Seja a vossa caridade sem fingimento.
Detestai o mal e aderi ao bem.
Amai-vos uns aos outros com amor fraterno;
rivalizai uns com os outros na estima recíproca.
Não sejais indolentes no zelo, mas fervorosos no espírito;
dedicai-vos ao serviço do Senhor.
Sede alegres na esperança,
pacientes na tribulação,
perseverantes na oração.
Acudi com a vossa parte às necessidades dos cristãos;
praticai generosamente a hospitalidade.
Bendizei aqueles que vos perseguem;
abençoai e não amaldiçoeis.
Alegrai-vos com os que estão alegres,
chorai com os que choram.
Vivei em harmonia uns com os outros.
Não aspireis às grandezas,
mas conformai-vos com o que é humilde.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Is 12, 2.3-4bcd.5-6 (R. 6b)
Refrão: Exultai de alegria,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.


Deus é o meu Salvador,
Tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação.

Tirareis água com alegria das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome;
anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.


ALELUIA cf. Lc 1, 45
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendita sejais, ó Virgem Santa Maria,
que acreditastes na palavra do Senhor. Refrão


EVANGELHO Lc 1, 39-56
«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naqueles dias,
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor».
Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses
e depois regressou a sua casa.

 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor, que aceitastes com agrado
a caridade da Virgem Maria, Mãe do vosso Filho,
aceitai também estes dons que Vos oferecemos
e transformai-os para nós em sacrifício de salvação.
Por Nosso Senhor.
Prefácio de Nossa Senhora II [e na visitação]: p. 487


ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Lc 1, 48-49
Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada,
porque o Senhor fez em mim maravilhas
e santo é o seu nome.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que a vossa Igreja Vos glorifique
pelas maravilhas que realizastes em favor dos vossos fiéis
e, assim como São João Baptista exultou
ao pressentir o Salvador ainda oculto,
também o vosso povo O reconheça com alegria
sempre vivo neste sacramento.
Por nosso Senhor.

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra

 

LEITURAS:


AGENDA DO DIA:

11.30 horas: Missa no Lar de Gáfete

 

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

NÃO ADORES NUNCA NINGUÉM MAIS...

 

Celebramos “o mistério central da fé e da vida cristã”, o mistério da Santíssima Trindade! Porque é um mistério, por mais que nele penetremos, permanecerá sempre mistério. O mistério, porém, não é uma parede contra a qual esbarremos. É antes, um mar saudável onde mergulhamos, explorando, com serenidade contemplativa, a sua beleza inesgotável, a sua profundidade sem pé. A Trindade experimenta-se, vive-se, reza-se, ama-se.

Com os judeus e os muçulmanos, nós, cristãos, proclamamos que o nosso Deus é o único e verdadeiro Deus, não há outro. Mas este Deus verdadeiro e único, na sua condescendência e pedagogia sem igual, enviou o seu Filho ao mundo, Jesus Cristo, Deus amor total no centro da história. Jesus falou-nos de Deus Pai, origem e causa do amor. Enviou-nos o Espírito Santo, Espírito de vida e comunhão. É, pois, através da vida e dos ensinamentos de Jesus, que nós, cristãos, tivemos conhecimento, tanto quanto nos é possível entender, do mistério da Santíssima Trindade. Basta recordar a Anunciação, o Batismo de Jesus, a Transfiguração e tantas outras palavras, atitudes e promessas de Jesus, bem como o mandato que Ele nos deu de ir por todo o mundo a anunciar e a batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Nós, cristãos, professamos, pois, a nossa fé em Deus Pai, eterno e omnipotente, mas que, com o seu Filho Unigénito e o Espírito Santo, são um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza. Mesmo que esta afirmação nos faça parar e olhar para trás para reler e tentar saber como isso jogará - um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza -, mesmo que isso aconteça, é-nos revelado que Deus é relação, é comunidade, é família. Não uma família ou comunidade cujos membros vivam de costas voltadas uns para os outros, isolados, amuados, ciumentos, ingratos, desinteressados, indiferentes, só valentes em gritarias e violência. Mas uma família comunidade de vida e de amor, com tudo o que isso implica de pura relação.

Fomos criados à imagem e semelhança deste Deus que é único e família. Por isso, também cada um de nós é único, todos iguais mas todos diferentes, ninguém pode ser em vez do outro, o outro não pode ser em vez de mim, cada um é cada qual, é ele mesmo, único. Ao mesmo tempo, porém, porque criados à imagem deste Deus único, mas comunidade de pessoas, também somos seres sociais, só nos realizamos em comunidade, em relação com os outros. Mais: mesmo que Deus não tenha definição possível, São João Evangelista indicou-nos uma maneira de penetrarmos no seu mistério, de falar d’Ele e sobre Ele, dizendo-nos que “Deus é amor”. O amor, porém, afirmou Bento XVI, “é sempre um mistério, uma realidade que supera a razão sem a contradizer, antes exalta as suas potencialidades”. Ora, se fomos criados à imagem deste Deus único e social que é Amor, fomos criados por amor e só nos realizaremos amando. São João, ao dizer que Deus é amor, acrescenta uma espécie de recado para nós: “amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus. Quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (Jo 4,8). Essa é a novidade cristã: o amor é a experiência original e originante de toda a vida deveras vivida: “quem não ama permanece na morte” (1Jo 3,14).

Na experiência do amor há sempre qualquer coisa de uno e trino. Há sempre qualquer coisa de unidade e de alteridade, tão exigente para a comunidade como para o indivíduo. Há um EU que ama, há um TU que é amado, há o AMOR que une esse eu e esse tu, dando origem ao nós. É assim connosco, em nós e entre nós. Apesar de diferentes, somos com os outros, para os outros e a partir dos outros. Os outros não são o inferno, contrariando Sartre. Não são o inferno para nós e nós não podemos ser o inferno para os outros. Se o amor é verdadeiro, se as pessoas se amam verdadeiramente, cada uma acolhe e reconhece a outra como outra, como dom, não se diluem, não se assimilam, não se invadem, mantêm a sua alteridade pessoal, são um valor em si mesmas, nenhuma pode ser usada ou sacrificada por qualquer interesse seja ele qual for. Há respeito mútuo, corresponsabilidade, participação, diálogo, atenção constante ao bem do outro. Em Deus único, há três pessoas que não se diluem, nem se assimilam, mantêm a sua alteridade e missão distinta, em liberdade comum e criatividade amorosa, num dinamismo constante de mútuo dar-se e receber-se. É na experiência do outro e, sobretudo, na experiência do amor ao outro que está muito daquilo que confessamos em Deus Trindade. Esta analogia trinitária do amor não pretende esgotar nem será, por certo, a única possibilidade da experiência do amor. Ela permanece aberta a que sempre se possa dizer muito mais, mas ajuda-nos a entrar nos dinamismos do amor da Santíssima Trindade. Há o Pai, aquele que ama. Há o Filho, aquele que é amado. Há o Espírito Santo, o amor que tudo unifica, renova e transforma.

Acreditar, celebrar, falar, refletir, rezar e contemplar a Santíssima Trindade deveria levar a pessoa, a Igreja, a família, a sociedade e os diversos setores da atividade humana, não só a pastoral, mas também a economia, a cultura, a vida social, etc., a tirarem conclusões para a sua maneira de ser, estar e agir. Não que a Santíssima Trindade seja uma espécie de guião pastoral, político, económico ou cultural. Não para esperar que ela dite soluções ou dispense alguém do que deve fazer. Mas para que se busque a sua inspiração e a experiência do outro seja, para todos, tudo o que idealmente pode ser, dentro dos dinamismos do amor.

A Igreja tem a sua origem fundamental no mistério da Trindade e existe para a realização do desígnio de Deus na história: o Deus amor que criou o universo e gerou um povo, o Deus que se fez homem, morreu e ressuscitou por todos nós, o Deus que, pelo seu Espírito, tudo transforma e leva à plenitude, o Deus Criador, Salvador e Santificador. Ela nasceu do coração de Deus Pai, foi prefigurada desde toda a eternidade, foi preparada ao longo de todo o Velho Testamento, foi instituída por Cristo, foi manifestada pelo Espírito Santo, há de ser consumada no fim dos tempos, na glória (cf.LG2). Se ela é obra do Pai e do Filho e do Espírito Santo, se a vida que existe em Deus, no seio da Trindade, é o Amor, a Igreja não tem outra missão senão a de reproduzir no mundo a vida que existe no seio da Trindade, Ela é extensão da Trindade no tempo. Por isso, a Igreja será tanto mais fiel a si mesma, quanto mais for, no tempo, agente fomentador do amor, isto é, da proximidade, da cultura do diálogo, da corresponsabilidade, da participação, da delicadeza, do perdão, do compromisso, da justiça, da verdade, da alegria, da paz, do entendimento. Mas esta Igreja não são os outros, melhor, também são os outros, mas esta Igreja é cada um de nós. Por isso, cada um de nós será tanto mais fiel a Deus e à Igreja, quanto mais for, individual e coletivamente, fomentador dessa mesma cultura no mundo em que vive.

De igual modo a família. Também ela é ícone da Trindade, devendo deixar-se inspirar na sua maneira de ser, estar, agir, viver e conviver. E que bom seria se toda a sociedade humana descobrisse que é na Trindade que também se encontra a sua origem e o seu modelo social! Haveria mais amor, amor desinteressado, de uns para com os outros, lutar-se-ia mais abnegadamente pela justiça, inverter-se-iam tantos procedimentos e estruturas em favor dos mais desfavorecidos, fomentar-se-ia a reciprocidade entre todos, sempre em testemunho alegre mesmo que por entre adversidades e perseguições.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 28-05-2021.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário