PARÓQUIAS DE NISA
Segunda-feira, 03 de maio de 2021
Segunda da IV semana da Páscoa
LITURGIA
Segunda-feira da semana V
S. Filipe e S. Tiago, Apóstolos – FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Apóstolos.
L 1 1 Cor 15, 1-8; Sal 18 A (19), 2-3. 4-5
Ev Jo 14, 6-14
* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.
* Na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição –
Aniversário da fundação da Congregação (1871).
* Na Diocese de Santiago (Cabo Verde) – S. Tiago Menor, Apóstolo, Padroeiro principal
– SOLENIDADE
S. FILIPE e S. TIAGO,
Apóstolos
Nota
Histórica
Filipe, nascido em Betsaida, foi discípulo de João Baptista e depois
seguiu a Cristo.
Tiago, primo do Senhor, filho de Alfeu, foi bispo de Jerusalém; escreveu uma
epístola; levou uma vida de grande mortificação e converteu à fé muitos judeus.
Recebeu a coroa do martírio no ano 62.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA
Estes são os homens santos, que o Senhor escolheu com verdadeiro amor.
O Senhor deu-lhes a glória eterna. Aleluia.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor, que todos os anos nos alegrais
com a festa dos apóstolos São Filipe e São Tiago,
concedei-nos, por sua intercessão,
que sejamos associados à paixão e ressurreição do vosso Filho,
para chegarmos à contemplação da vossa glória.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I 1 Cor 15, 1-8
«O Senhor apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos»
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Recordo-vos, irmãos, o Evangelho
que vos anunciei e que recebestes,
no qual permaneceis e pelo qual sereis salvos,
se o conservais como eu vo-lo anunciei;
aliás teríeis abraçado a fé em vão.
Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi:
Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras;
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras,
e apareceu a Pedro e depois aos Doze.
Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez,
dos quais a maior parte ainda vive,
enquanto alguns já faleceram.
Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos.
Em último lugar, apareceu-me também a mim,
como o abortivo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18A (19A), 2-3.4-5 (R. 5a)
Refrão: A sua mensagem ressoou por toda a
terra.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
o seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
ALELUIA Jo 14, 6b.9c
Refrão: Aleluia. Repete-se.
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor.
Filipe, quem Me vê, vê o Pai. Refrão
EVANGELHO Jo 14, 6-14
«Há tanto tempo estou convosco e não Me conheces?»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Eu sou o caminho, a verdade e a vida:
ninguém vai ao Pai senão por Mim.
Se Me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai.
Mas desde agora já O conheceis e já O vistes».
Disse-Lhe Filipe:
«Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta».
Respondeu-lhe Jesus:
«Há tanto tempo estou convosco
e não Me conheces, Filipe?
Quem Me vê, vê o Pai.
Como podes tu dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?
Não acreditas que Eu estou no Pai
e o Pai está em Mim?
As palavras que vos digo,
não as digo por Mim próprio,
mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras.
Acreditai-Me:
Eu estou no Pai e o Pai está em Mim.
Acreditai ao menos pelas minhas obras.
Em verdade, em verdade vos digo:
Quem acredita em Mim
fará também as obras que Eu faço
e fará obras ainda maiores,
porque Eu vou para o Pai.
E tudo quanto pedirdes em meu nome, Eu o farei,
para que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu a farei».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Recebei, Senhor, os dons que Vos apresentamos
na festa dos apóstolos São Filipe e São Tiago
e dai-nos a graça de praticarmos sempre
a religião pura e sem mancha.
Por Nosso Senhor.
Prefácio dos Apóstolos I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 14, 8-9
Senhor, mostrai-nos o Pai e isso nos basta.
Filipe, quem Me vê, vê o Pai. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Por esta comunhão nos santos mistérios,
purificai, Senhor, os nossos corações,
para que, juntamente com os apóstolos São Filipe e São Tiago,
contemplando-Vos em Cristo vosso Filho,
mereçamos alcançar a vida eterna.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
Leituras:
AGENDA DO DIA
11.00 horas: Funeral em
Tolosa.
A VOZ DO PASTOR:
QUANDO OS PATRÕES REZAM PELOS OPERÁRIOS E VICE-VERSA
A frase em título vai provocar sisudez em
alguns leitores. Paciência, não perco casamento! Uns acharão que isso é um
disparate ou uma ousadia de mau gosto. Outros levarão a mão à boca,
escandalizados, como se eu tivesse dito uma blasfémia ou uma sonante jaculatória
minhota a ecoar por entre a bigorna, o martelo e o estribo, até dos surdos.
Seja como for, nada retiro, nem que o rabo torça a porca (com licença, dizia-se
na minha terra sempre que se apelava a porcos, com licença!). E quem diz
responsáveis diz empresários, dirigentes de instituições, clubes, etc. etc.
etc... O Papa Francisco, que ainda há dias, no 25 de abril, foi citado na
Assembleia da República, não se cansa de repetir que “não nos esqueçamos nunca
de rezar uns pelos outros”. Chamei-lhe Assembleia da República, e bem. Todos
nós acreditamos que é e deve ser a Casa da Democracia. No entanto, segundo uma
versão recentíssima dada à luz por quem esgravata nos arcanos desse saber, esse
sítio é o “sítio mais sagrado da maçonaria”, é o “maior templo de maçonaria em
Portugal”. Assim sendo, os nossos dedicados representantes, aí reunidos mas
nunca unidos, constituem, nesse sagrado templo, uma assembleia orante mui
“discreta”, mui “secreta”, mui “embiocada”! E será mesmo que, de cada dez dos
parlamentares mais homenageados, nove são maçons?... “Hombre! yo tampoco creo
en las brujas, pero que las hay, las hay... y crecen como hongos!...” Mas
voltemos ao nosso tema antes que seja tarde e desapareça.
Num Estado laico, como é o nosso, o poder é
imparcial em relação a questões religiosas. Ser imparcial, porém, não significa
que seja ateu, agnóstico ou que discrimine a fé dos cidadãos ou os proíba de a
exercer e se afirmarem. A Igreja sempre rezou e ensina o povo a rezar pelos
governantes e por outros responsáveis e dirigentes sociais. Não para que o
explorem e desprezem. Mas para que o sirvam com competência e honestidade e lhe
garantam uma vida digna, calma e tranquila. É possível que muitos cristãos nem
sempre se lembrem de rezar pelos seus súbditos, funcionários, operários,
associados, dirigidos, alunos, clientes, utentes... Interceder pelos outros é
um gesto nobre e fraterno, também de gratidão pelas suas pessoas, pelo seu
serviço ou trabalho ou até, depende de que lado se está, são eles quem lhes
garante o emprego ou o seu crescimento económico. É belo o testemunho que nos
dá um oficial romano, em Cafarnaum. Quando Jesus entrou na cidade, este
centurião foi ao seu encontro para lhe implorar a cura do seu servo que estava
às portas da morte. Reparem: era um escravo a quem o centurião, carinhosamente,
chama “meu filho”! (cf. Lc 7,1-10). Dizer que todos somos irmãos, implica
reconhecer que temos um Pai comum, que é Deus. Dizer que todos somos irmãos é,
pois, entender que o povo não é uma espécie de palco onde “estranhos” sobem e
pisam como meros atores para satisfazer interesses concertados pelos camarins e
anexos! Por certo que há muita gente que reza pelos seus súbditos, e não só.
Outros, porém, sem ninguém lho perguntar, até se adiantam a dizer que são
ateus, graças a Deus, ou agnósticos. Quando se insinuam desse jeito, até parece
que estão a fazer um ato de fé ao contrário. Querem fazer-se de fortes e passar
por pessoas desempoeiradas e sabidas, como se a fé os diminuísse ou lhes
mordesse. A fé no Deus de Jesus Cristo não deve envergonhar ninguém, antes pelo
contrário, é um dom nunca demais agradecido. Ele dinamiza, humaniza, dá sentido
à existência, às coisas e ações da vida, salva. Quem se envergonhar de Mim
diante dos homens, também Eu Me envergonharei dele diante de Meu Pai que está
nos céus, disse-nos Jesus (cf. Lc 9, 26).
Quando Pilatos quis chamar Jesus à pedra,
puxou pelos seus galões de governante para lhe recordar que tinha autoridade
para o soltar e para o crucificar. Jesus respondeu-lhe: “Não terias nenhuma
autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus”. Naquele outro bate
papo sobre se se devia ou não pagar o tributo a César, Jesus disse aos
interlocutores que era preciso respeitar a autoridade civil e as suas leis: dai
a César o que é de César. Mas também lhes disse que não se pode absolutizar
o poder. A ninguém pertence assumir o que é exclusivo de Deus. Por isso, Jesus
acrescentou: e dai a Deus o que é de Deus”.
Acredito que, quem de direito, se esmere por
dar ao povo o que o povo espera deles, porque neles confiou. Mesmo que não
sejam crentes, é uma excelente forma de dar a Deus o que é de Deus, se não se
entrar por caminhos dúbios. O povo não é uma massa inerte a ser manipulada e
instrumentalizada para servir os caminhos da altivez, da corrupção ou da
barbárie. Aos discípulos em busca de poder, Jesus disse-lhes que aquele que
quisesse ser o maior se tornasse o último e servisse a todos, sobretudo os mais
frágeis. Os responsáveis pelo destino dos povos, nos seus mais diversos setores
de intervenção, devem ser estimados, respeitados e obedecidos desde que humanos
e as suas leis sejam justas, humanizantes e balizadas. Não é uma obediência
passiva e de total submissão, até porque, se alguma autoridade se julgasse
acima do próprio Deus e agisse libertinamente, “é preciso obedecer antes a Deus
do que aos homens”, mesmo que isso venha a causar dissabores (cf. At 5, 29).
Os governos, se legítimos, exercem uma
autoridade conferida pelo próprio Deus, como diz São Paulo (Rom 13.1-2). Não
para se arvorarem em poderes teocráticos como se Deus lhes dissesse segredos
aos ouvidos em linguagem encriptada, lhes desse poderes para discriminação de
género, para escravizar, esfolar e matar, e os ilibasse da ética da
responsabilidade e do bom senso. Não para que surjam poderes messiânicos,
opressivos e despóticos a impor sujeição absoluta, endeusando-se para explorar
ou exterminar pessoas e povos só porque sim, ou porque pensam e são diferentes.
Também nenhuma autoridade, ou seja quem for, é uma espécie de marionete ou
instrumento nas mãos de Deus. A soberania de Deus abarca a todos, sim, mas em
liberdade na responsabilidade. Ele confia em cada um as funções que cada um é
capaz de exercer honestamente e segundo as suas próprias capacidades em favor
do bem comum. Para isso, a todos deu inteligência para pensar, investigar e
programar. Deu talentos, vontade e força para trabalhar e concretizar o
possível e o melhor. No coração de todos escreveu uma Lei, a lei do amor a Deus
e ao próximo, com uma consciência que aplaude ou reprova os procedimentos. Esta
confiança que Deus coloca naqueles que exercem autoridade, seja ela qual for, obriga-os a promover a vida social
na verdade, na justiça, na solidariedade e na paz. Só o abandono de Deus levará
alguém a espezinhar o homem, o povo.
Os pais da União Europeia, homens humildes e
políticos de eleição, tinham consciência de que eram instrumentos bem limitados
de uma Providência que se servia deles para a realização de desígnios que os
ultrapassava. Isso dava-lhes serenidade e maior sentido de responsabilidade.
Sabiam que o maior revolucionário de toda a história serviu de coração humilde
e morreu de braços abertos na cruz, abraçando a todos. E não tinham receio de
alavancar o seu universalismo, a sua política de união e de fraternidade, de
justiça e de paz, no fermento do Evangelho. Também Tomás Moro, Patrono dos
Governantes e dos Políticos, agindo diante de Henrique VIII como João Batista
diante de Herodes, foi condenado à morte. Sempre dedicado e leal ao rei, nunca
deixou de defender as suas convicções sobre a família. No momento da execução
afirmou: “…morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus…”.
Respondendo a uma pergunta de alguém, o Papa
Francisco afirmou que os cristãos não podem fazer de pilatos, lavar as
mãos...têm a obrigação de se envolver na política… é uma das formas mais
elevadas da caridade, visto que procura o bem comum... e se ela está muito suja
“não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito
evangélico?”.
“A Igreja encara com simpatia o sistema da
democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas
e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os
próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna oportuno”
(CA46). Bem como defende a reforma pacífica das estruturas e instituições
políticas para mudar os regimes corruptos e ditatórias em sistemas mais
democráticos e participativos. Neste mês de abril, por exemplo, o Papa
Francisco propôs como oração comum para toda a Igreja, rezar “por aqueles que
arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes
autoritários e também nas democracias em crise”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-04-2021.
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