PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 02 de maio de 2021
IV domingo da Páscoa
LITURGIA
DOMINGO
V DA PÁSCOA
Branco –
Ofício próprio (Semana I do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. pascal.
L 1 At 9, 26-31; Sal 21 (22), 26b-27. 28. 30. 31-32
L 2 1 Jo 3, 18-24
Ev Jo 15, 1-8
* Dia da Mãe.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Ofertório para o Seminário Diocesano.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
97, 1-2
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque o Senhor fez maravilhas: aos olhos das
nações revelou a sua justiça. Aleluia.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que nos enviastes o Salvador
e nos fizestes vossos filhos adotivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas
e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 9, 26-31
«Contou-lhes como, no caminho, tinha visto o Senhor»
Leitura dos Atos dos
Apóstolos
Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos.
Mas todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé
tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo, no caminho,
tinha visto o Senhor, que lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado com
firmeza em nome de Jesus. A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém
e falava com firmeza no nome do Senhor. Conversava e discutia também com os
helenistas, mas estes procuravam dar-lhe a morte. Ao saberem disto, os irmãos
levaram-no para Cesareia e fizeram-no seguir para Tarso. Entretanto, a Igreja
gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no
temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 21 (22), 26b-27.28.30.31-32 (R. 26a)
Refrão: Eu Vos louvo, Senhor, na
assembleia dos justos. Repete-se
Ou: Eu Vos louvo, Senhor, no meio da
multidão. Repete-se
Cumprirei a minha promessa
na presença dos vossos fiéis.
Os pobres hão de comer e serão saciados,
louvarão o Senhor os que O procuram:
vivam para sempre os seus corações. Refrão
Hão de lembrar-se do Senhor e converter-se a Ele
todos os confins da terra;
e diante d’Ele virão prostrar-se
todas as famílias das nações. Refrão
Só a Ele hão de adorar
todos os grandes do mundo,
diante d’Ele se hão de prostrar
todos os que descem ao pó da terra. Refrão
Para Ele viverá a minha alma,
há de servi-l’O a minha descendência.
Falar-se-á do Senhor às gerações vindouras
e a sua justiça será revelada ao povo que há de vir:
«Eis o que fez o Senhor». Refrão
LEITURA II 1 Jo 3, 18-24
«É este o seu mandamento: acreditar e amar»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em
verdade. Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o nosso
coração diante de Deus; porque, se o nosso coração nos acusar, Deus é maior que
o nosso coração e conhece todas as coisas. Caríssimos, se o coração não nos
acusa, tenhamos confiança diante de Deus e receberemos d’Ele tudo o que Lhe
pedirmos, porque cumprimos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável.
É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e
amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos
permanece em Deus e Deus nele. E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que
nos concedeu.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 15, 4a.5b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Diz o Senhor:
«Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós;
quem permanece em Mim dá muito fruto». Refrão
EVANGELHO Jo 15, 1-8
«Quem permanece em Mim e Eu nele dá muito fruto»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu
Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e
limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais
limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu
permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a
videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito
fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será
lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao
fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em
vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que
deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício,
nos fazeis participar na comunhão convosco,
único e sumo bem,
concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade,
dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Nosso Senhor.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 15, 1.5
Eu sou a videira e vós sois os ramos, diz o Senhor. Se alguém permanece em Mim
e Eu nele, dá fruto abundante. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo
que saciastes nestes divinos mistérios
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
Leituras: Atos 9, 26-31: A
conversão de Saulo, que
depois adotou o nome de Paulo, é momento decisivo na história
da expansão do Evangelho. Uma vez tornado discípulo de Jesus, junta-se aos que
já o eram há mais tempo, não sem que estes, a princípio, mostrassem reservas a
seu respeito, tal era a fama que corria acerca do perseguidor da nova religião.
Mas, apesar da perseguição de certos, a Igreja ia-se edificando, pois que o
Senhor Jesus era a sua pedra fundamental e o Espírito Santo a alma que a animava.
1 Jo 3, 18-24: A
verdade de que fala a leitura engloba a fé e o amor, que tornam o homem amigo
de Deus e dão paz ao coração. E estas virtudes não são apenas atitudes que
residam na intenção e
boa vontade, mas princípio ativo que leva a realizar as
próprias obras de quem crê e ama. Assim se entra em comunhão com Deus e se vive
n’Ele e Ele vive em nós.
Jo 15, 1-8: A
comparação entre o povo de Deus e a vinha é tradicional na Sagrada Escritura.
Mas aqui é o próprio Jesus que Se apresenta como a videira, e aos seus
discípulos como as varas da mesma. Tal comparação sublinha a identidade de
vida, que, procedendo de Jesus, vivifica os membros da sua Igreja. Não se trata
apenas de união exterior mas de comunhão de vida que d’Ele nos vem.
AGENDA DO DIA
09.00 horas: Funeral
em Alpalhão
09.30 horas: Missa em
Amieira
10.00 horas: Missa em
Arez
10.00 horas: Missa no
Cacheiro
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão.
12.00 horas: Missa em
Gáfete
13.30 horas: Missa em
Montalvão
13.30 horas: Missa no
Cacheiro
13.30 horas: Missa no
Arneiro
16.00 horas: Missa Nova
em Tolosa
21.00 horas: Oração do
terço na Igreja do Espírito Santo.
A VOZ DO PASTOR:
QUANDO OS PATRÕES REZAM PELOS OPERÁRIOS E VICE-VERSA
A frase em título vai provocar sisudez em
alguns leitores. Paciência, não perco casamento! Uns acharão que isso é um
disparate ou uma ousadia de mau gosto. Outros levarão a mão à boca,
escandalizados, como se eu tivesse dito uma blasfémia ou uma sonante jaculatória
minhota a ecoar por entre a bigorna, o martelo e o estribo, até dos surdos. Seja
como for, nada retiro, nem que o rabo torça a porca (com licença, dizia-se na
minha terra sempre que se apelava a porcos, com licença!). E quem diz responsáveis
diz empresários, dirigentes de instituições, clubes, etc. etc. etc... O Papa
Francisco, que ainda há dias, no 25 de abril, foi citado na Assembleia da
República, não se cansa de repetir que “não nos esqueçamos nunca de rezar uns
pelos outros”. Chamei-lhe Assembleia da República, e bem. Todos nós acreditamos
que é e deve ser a Casa da Democracia. No entanto, segundo uma versão recentíssima
dada à luz por quem esgravata nos arcanos desse saber, esse sítio é o “sítio
mais sagrado da maçonaria”, é o “maior templo de maçonaria em Portugal”. Assim
sendo, os nossos dedicados representantes, aí reunidos mas nunca unidos, constituem,
nesse sagrado templo, uma assembleia orante mui “discreta”, mui “secreta”, mui
“embiocada”! E será mesmo que, de cada dez dos parlamentares mais homenageados,
nove são maçons?... “Hombre! yo tampoco creo en las brujas, pero que las hay,
las hay... y crecen como hongos!...” Mas voltemos ao nosso tema antes que seja
tarde e desapareça.
Num Estado laico, como é o nosso, o poder é imparcial
em relação a questões religiosas. Ser imparcial, porém, não significa que seja
ateu, agnóstico ou que discrimine a fé dos cidadãos ou os proíba de a exercer e
se afirmarem. A Igreja sempre rezou e ensina o povo a rezar pelos governantes e
por outros responsáveis e dirigentes sociais. Não para que o explorem e
desprezem. Mas para que o sirvam com competência e honestidade e lhe garantam
uma vida digna, calma e tranquila. É possível que muitos cristãos nem sempre se
lembrem de rezar pelos seus súbditos, funcionários, operários, associados, dirigidos,
alunos, clientes, utentes... Interceder pelos outros é um gesto nobre e fraterno,
também de gratidão pelas suas pessoas, pelo seu serviço ou trabalho ou até,
depende de que lado se está, são eles quem lhes garante o emprego ou o seu
crescimento económico. É belo o testemunho que nos dá um oficial romano, em
Cafarnaum. Quando Jesus entrou na cidade, este centurião foi ao seu encontro
para lhe implorar a cura do seu servo que estava às portas da morte. Reparem:
era um escravo a quem o centurião, carinhosamente, chama “meu filho”! (cf. Lc
7,1-10). Dizer que todos somos irmãos, implica reconhecer que temos um Pai
comum, que é Deus. Dizer que todos somos irmãos é, pois, entender que o povo
não é uma espécie de palco onde “estranhos” sobem e pisam como meros atores
para satisfazer interesses concertados pelos camarins e anexos! Por certo que
há muita gente que reza pelos seus súbditos, e não só. Outros, porém, sem
ninguém lho perguntar, até se adiantam a dizer que são ateus, graças a Deus, ou
agnósticos. Quando se insinuam desse jeito, até parece que estão a fazer um ato
de fé ao contrário. Querem fazer-se de fortes e passar por pessoas desempoeiradas
e sabidas, como se a fé os diminuísse ou lhes mordesse. A fé no Deus de Jesus
Cristo não deve envergonhar ninguém, antes pelo contrário, é um dom nunca
demais agradecido. Ele dinamiza, humaniza, dá sentido à existência, às coisas e
ações da vida, salva. Quem se envergonhar de Mim diante dos homens, também Eu Me
envergonharei dele diante de Meu Pai que está nos céus, disse-nos Jesus (cf. Lc
9, 26).
Quando Pilatos quis chamar Jesus à pedra, puxou
pelos seus galões de governante para lhe recordar que tinha autoridade para o
soltar e para o crucificar. Jesus respondeu-lhe: “Não terias nenhuma autoridade
sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus”. Naquele outro bate papo sobre se
se devia ou não pagar o tributo a César, Jesus disse aos interlocutores que era
preciso respeitar a autoridade civil e as suas leis: dai a César o que é de
César. Mas também lhes disse que não se pode absolutizar o poder. A ninguém
pertence assumir o que é exclusivo de Deus. Por isso, Jesus acrescentou: e dai a Deus o que é de Deus”.
Acredito que, quem de direito, se esmere por
dar ao povo o que o povo espera deles, porque neles confiou. Mesmo que não
sejam crentes, é uma excelente forma de dar a Deus o que é de Deus, se não se
entrar por caminhos dúbios. O povo não é uma massa inerte a ser manipulada e
instrumentalizada para servir os caminhos da altivez, da corrupção ou da
barbárie. Aos discípulos em busca de poder, Jesus disse-lhes que aquele que
quisesse ser o maior se tornasse o último e servisse a todos, sobretudo os mais
frágeis. Os responsáveis pelo destino dos povos, nos seus mais diversos setores
de intervenção, devem ser estimados, respeitados e obedecidos desde que humanos
e as suas leis sejam justas, humanizantes e balizadas. Não é uma obediência
passiva e de total submissão, até porque, se alguma autoridade se julgasse
acima do próprio Deus e agisse libertinamente, “é preciso obedecer antes a Deus
do que aos homens”, mesmo que isso venha a causar dissabores (cf. At 5, 29).
Os governos, se legítimos, exercem uma
autoridade conferida pelo próprio Deus, como diz São Paulo (Rom 13.1-2). Não
para se arvorarem em poderes teocráticos como se Deus lhes dissesse segredos
aos ouvidos em linguagem encriptada, lhes desse poderes para discriminação de
género, para escravizar, esfolar e matar, e os ilibasse da ética da
responsabilidade e do bom senso. Não para que surjam poderes messiânicos,
opressivos e despóticos a impor sujeição absoluta, endeusando-se para explorar
ou exterminar pessoas e povos só porque sim, ou porque pensam e são diferentes.
Também nenhuma autoridade, ou seja quem for, é uma espécie de marionete ou
instrumento nas mãos de Deus. A soberania de Deus abarca a todos, sim, mas em
liberdade na responsabilidade. Ele confia em cada um as funções que cada um é
capaz de exercer honestamente e segundo as suas próprias capacidades em favor
do bem comum. Para isso, a todos deu inteligência para pensar, investigar e programar.
Deu talentos, vontade e força para trabalhar e concretizar o possível e o melhor.
No coração de todos escreveu uma Lei, a lei do amor a Deus e ao próximo, com
uma consciência que aplaude ou reprova os procedimentos. Esta confiança que
Deus coloca naqueles que exercem autoridade, seja ela qual for, obriga-os a promover a vida social
na verdade, na justiça, na solidariedade e na paz. Só o abandono de Deus levará
alguém a espezinhar o homem, o povo.
Os pais da União Europeia, homens humildes e políticos
de eleição, tinham consciência de que eram instrumentos bem limitados de uma
Providência que se servia deles para a realização de desígnios que os ultrapassava.
Isso dava-lhes serenidade e maior sentido de responsabilidade. Sabiam que o
maior revolucionário de toda a história serviu de coração humilde e morreu de
braços abertos na cruz, abraçando a todos. E não tinham receio de alavancar o
seu universalismo, a sua política de união e de fraternidade, de justiça e de
paz, no fermento do Evangelho. Também Tomás Moro, Patrono dos Governantes e dos
Políticos, agindo diante de Henrique VIII como João Batista diante de Herodes,
foi condenado à morte. Sempre dedicado e leal ao rei, nunca deixou de defender
as suas convicções sobre a família. No momento da execução afirmou: “…morro
fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus…”.
Respondendo a uma pergunta de alguém, o Papa
Francisco afirmou que os cristãos não podem fazer de pilatos, lavar as
mãos...têm a obrigação de se envolver na política… é uma das formas mais
elevadas da caridade, visto que procura o bem comum... e se ela está muito suja
“não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico?”.
“A Igreja encara com simpatia o sistema da
democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas
e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os
próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna
oportuno” (CA46). Bem como defende a reforma pacífica das estruturas e
instituições políticas para mudar os regimes corruptos e ditatórias em sistemas
mais democráticos e participativos. Neste mês de abril, por exemplo, o Papa
Francisco propôs como oração comum para toda a Igreja, rezar “por aqueles que
arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes
autoritários e também nas democracias em crise”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-04-2021.
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