sábado, 1 de maio de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Domingo, 02 de maio de 2021

 

IV domingo da Páscoa

 

 

LITURGIA

 

 

DOMINGO V DA PÁSCOA

Branco – Ofício próprio (Semana I do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. pascal.

L 1 At 9, 26-31; Sal 21 (22), 26b-27. 28. 30. 31-32
L 2 1 Jo 3, 18-24
Ev Jo 15, 1-8

* Dia da Mãe.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Na Diocese de Mindelo (Cabo Verde) – Ofertório para o Seminário Diocesano.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 97, 1-2
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque o Senhor fez maravilhas: aos olhos das nações revelou a sua justiça. Aleluia.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus,
que nos enviastes o Salvador
e nos fizestes vossos filhos adotivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas
e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 9, 26-31
«Contou-lhes como, no caminho, tinha visto o Senhor»


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo, no caminho, tinha visto o Senhor, que lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado com firmeza em nome de Jesus. A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém e falava com firmeza no nome do Senhor. Conversava e discutia também com os helenistas, mas estes procuravam dar-lhe a morte. Ao saberem disto, os irmãos levaram-no para Cesareia e fizeram-no seguir para Tarso. Entretanto, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 21 (22), 26b-27.28.30.31-32 (R. 26a)
Refrão: Eu Vos louvo, Senhor, na assembleia dos justos. Repete-se
Ou: Eu Vos louvo, Senhor, no meio da multidão. Repete-se

Cumprirei a minha promessa
na presença dos vossos fiéis.
Os pobres hão de comer e serão saciados,
louvarão o Senhor os que O procuram:
vivam para sempre os seus corações. Refrão

Hão de lembrar-se do Senhor e converter-se a Ele
todos os confins da terra;
e diante d’Ele virão prostrar-se
todas as famílias das nações. Refrão

Só a Ele hão de adorar
todos os grandes do mundo,
diante d’Ele se hão de prostrar
todos os que descem ao pó da terra. Refrão

Para Ele viverá a minha alma,
há de servi-l’O a minha descendência.
Falar-se-á do Senhor às gerações vindouras
e a sua justiça será revelada ao povo que há de vir:
«Eis o que fez o Senhor». Refrão


LEITURA II 1 Jo 3, 18-24
«É este o seu mandamento: acreditar e amar»


Leitura da Primeira Epístola de São João


Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em verdade. Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o nosso coração diante de Deus; porque, se o nosso coração nos acusar, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. Caríssimos, se o coração não nos acusa, tenhamos confiança diante de Deus e receberemos d’Ele tudo o que Lhe pedirmos, porque cumprimos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável. É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu.


Palavra do Senhor.


ALELUIA Jo 15, 4a.5b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Diz o Senhor:
«Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós;
quem permanece em Mim dá muito fruto». Refrão


EVANGELHO Jo 15, 1-8
«Quem permanece em Mim e Eu nele dá muito fruto»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus,
que, pela admirável permuta de dons neste sacrifício,
nos fazeis participar na comunhão convosco,
único e sumo bem,
concedei-nos que, conhecendo a vossa verdade,
dêmos testemunho dela na prática das boas obras.
Por Nosso Senhor.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 15, 1.5
Eu sou a videira e vós sois os ramos, diz o Senhor. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá fruto abundante. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Protegei, Senhor, o vosso povo
que saciastes nestes divinos mistérios
e fazei-nos passar da antiga condição do pecado
à vida nova da graça.
Por Nosso Senhor. 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

Leituras: Atos 9, 26-31: A conversão de Saulo, que depois adotou o nome de Paulo, é momento decisivo na história da expansão do Evangelho. Uma vez tornado discípulo de Jesus, junta-se aos que já o eram há mais tempo, não sem que estes, a princípio, mostrassem reservas a seu respeito, tal era a fama que corria acerca do perseguidor da nova religião. Mas, apesar da perseguição de certos, a Igreja ia-se edificando, pois que o Senhor Jesus era a sua pedra fundamental e o Espírito Santo a alma que a animava.

1 Jo 3, 18-24: A verdade de que fala a leitura engloba a fé e o amor, que tornam o homem amigo de Deus e dão paz ao coração. E estas virtudes não são apenas atitudes que residam na intenção e boa vontade, mas princípio ativo que leva a realizar as próprias obras de quem crê e ama. Assim se entra em comunhão com Deus e se vive n’Ele e Ele vive em nós.

Jo 15, 1-8: A comparação entre o povo de Deus e a vinha é tradicional na Sagrada Escritura. Mas aqui é o próprio Jesus que Se apresenta como a videira, e aos seus discípulos como as varas da mesma. Tal comparação sublinha a identidade de vida, que, procedendo de Jesus, vivifica os membros da sua Igreja. Não se trata apenas de união exterior mas de comunhão de vida que d’Ele nos vem.

 

AGENDA DO DIA

 

09.00 horas: Funeral em Alpalhão

09.30 horas: Missa em Amieira

10.00 horas: Missa em Arez

10.00 horas: Missa no Cacheiro

11.00 horas: Missa em Nisa

12.00 horas: Missa em Alpalhão.

12.00 horas: Missa em Gáfete

13.30 horas: Missa em Montalvão

13.30 horas: Missa no Cacheiro

13.30 horas: Missa no Arneiro

16.00 horas: Missa Nova em Tolosa

21.00 horas: Oração do terço na Igreja do Espírito Santo.

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

QUANDO OS PATRÕES REZAM PELOS OPERÁRIOS E VICE-VERSA

 

A frase em título vai provocar sisudez em alguns leitores. Paciência, não perco casamento! Uns acharão que isso é um disparate ou uma ousadia de mau gosto. Outros levarão a mão à boca, escandalizados, como se eu tivesse dito uma blasfémia ou uma sonante jaculatória minhota a ecoar por entre a bigorna, o martelo e o estribo, até dos surdos. Seja como for, nada retiro, nem que o rabo torça a porca (com licença, dizia-se na minha terra sempre que se apelava a porcos, com licença!). E quem diz responsáveis diz empresários, dirigentes de instituições, clubes, etc. etc. etc... O Papa Francisco, que ainda há dias, no 25 de abril, foi citado na Assembleia da República, não se cansa de repetir que “não nos esqueçamos nunca de rezar uns pelos outros”. Chamei-lhe Assembleia da República, e bem. Todos nós acreditamos que é e deve ser a Casa da Democracia. No entanto, segundo uma versão recentíssima dada à luz por quem esgravata nos arcanos desse saber, esse sítio é o “sítio mais sagrado da maçonaria”, é o “maior templo de maçonaria em Portugal”. Assim sendo, os nossos dedicados representantes, aí reunidos mas nunca unidos, constituem, nesse sagrado templo, uma assembleia orante mui “discreta”, mui “secreta”, mui “embiocada”! E será mesmo que, de cada dez dos parlamentares mais homenageados, nove são maçons?... “Hombre! yo tampoco creo en las brujas, pero que las hay, las hay... y crecen como hongos!...” Mas voltemos ao nosso tema antes que seja tarde e desapareça.

Num Estado laico, como é o nosso, o poder é imparcial em relação a questões religiosas. Ser imparcial, porém, não significa que seja ateu, agnóstico ou que discrimine a fé dos cidadãos ou os proíba de a exercer e se afirmarem. A Igreja sempre rezou e ensina o povo a rezar pelos governantes e por outros responsáveis e dirigentes sociais. Não para que o explorem e desprezem. Mas para que o sirvam com competência e honestidade e lhe garantam uma vida digna, calma e tranquila. É possível que muitos cristãos nem sempre se lembrem de rezar pelos seus súbditos, funcionários, operários, associados, dirigidos, alunos, clientes, utentes... Interceder pelos outros é um gesto nobre e fraterno, também de gratidão pelas suas pessoas, pelo seu serviço ou trabalho ou até, depende de que lado se está, são eles quem lhes garante o emprego ou o seu crescimento económico. É belo o testemunho que nos dá um oficial romano, em Cafarnaum. Quando Jesus entrou na cidade, este centurião foi ao seu encontro para lhe implorar a cura do seu servo que estava às portas da morte. Reparem: era um escravo a quem o centurião, carinhosamente, chama “meu filho”! (cf. Lc 7,1-10). Dizer que todos somos irmãos, implica reconhecer que temos um Pai comum, que é Deus. Dizer que todos somos irmãos é, pois, entender que o povo não é uma espécie de palco onde “estranhos” sobem e pisam como meros atores para satisfazer interesses concertados pelos camarins e anexos! Por certo que há muita gente que reza pelos seus súbditos, e não só. Outros, porém, sem ninguém lho perguntar, até se adiantam a dizer que são ateus, graças a Deus, ou agnósticos. Quando se insinuam desse jeito, até parece que estão a fazer um ato de fé ao contrário. Querem fazer-se de fortes e passar por pessoas desempoeiradas e sabidas, como se a fé os diminuísse ou lhes mordesse. A fé no Deus de Jesus Cristo não deve envergonhar ninguém, antes pelo contrário, é um dom nunca demais agradecido. Ele dinamiza, humaniza, dá sentido à existência, às coisas e ações da vida, salva. Quem se envergonhar de Mim diante dos homens, também Eu Me envergonharei dele diante de Meu Pai que está nos céus, disse-nos Jesus (cf. Lc 9, 26).

Quando Pilatos quis chamar Jesus à pedra, puxou pelos seus galões de governante para lhe recordar que tinha autoridade para o soltar e para o crucificar. Jesus respondeu-lhe: “Não terias nenhuma autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus”. Naquele outro bate papo sobre se se devia ou não pagar o tributo a César, Jesus disse aos interlocutores que era preciso respeitar a autoridade civil e as suas leis: dai a César o que é de César. Mas também lhes disse que não se pode absolutizar o poder. A ninguém pertence assumir o que é exclusivo de Deus. Por isso, Jesus acrescentou: e dai a Deus o que é de Deus”.

Acredito que, quem de direito, se esmere por dar ao povo o que o povo espera deles, porque neles confiou. Mesmo que não sejam crentes, é uma excelente forma de dar a Deus o que é de Deus, se não se entrar por caminhos dúbios. O povo não é uma massa inerte a ser manipulada e instrumentalizada para servir os caminhos da altivez, da corrupção ou da barbárie. Aos discípulos em busca de poder, Jesus disse-lhes que aquele que quisesse ser o maior se tornasse o último e servisse a todos, sobretudo os mais frágeis. Os responsáveis pelo destino dos povos, nos seus mais diversos setores de intervenção, devem ser estimados, respeitados e obedecidos desde que humanos e as suas leis sejam justas, humanizantes e balizadas. Não é uma obediência passiva e de total submissão, até porque, se alguma autoridade se julgasse acima do próprio Deus e agisse libertinamente, “é preciso obedecer antes a Deus do que aos homens”, mesmo que isso venha a causar dissabores (cf. At 5, 29).

Os governos, se legítimos, exercem uma autoridade conferida pelo próprio Deus, como diz São Paulo (Rom 13.1-2). Não para se arvorarem em poderes teocráticos como se Deus lhes dissesse segredos aos ouvidos em linguagem encriptada, lhes desse poderes para discriminação de género, para escravizar, esfolar e matar, e os ilibasse da ética da responsabilidade e do bom senso. Não para que surjam poderes messiânicos, opressivos e despóticos a impor sujeição absoluta, endeusando-se para explorar ou exterminar pessoas e povos só porque sim, ou porque pensam e são diferentes. Também nenhuma autoridade, ou seja quem for, é uma espécie de marionete ou instrumento nas mãos de Deus. A soberania de Deus abarca a todos, sim, mas em liberdade na responsabilidade. Ele confia em cada um as funções que cada um é capaz de exercer honestamente e segundo as suas próprias capacidades em favor do bem comum. Para isso, a todos deu inteligência para pensar, investigar e programar. Deu talentos, vontade e força para trabalhar e concretizar o possível e o melhor. No coração de todos escreveu uma Lei, a lei do amor a Deus e ao próximo, com uma consciência que aplaude ou reprova os procedimentos. Esta confiança que Deus coloca naqueles que exercem autoridade, seja ela  qual for, obriga-os a promover a vida social na verdade, na justiça, na solidariedade e na paz. Só o abandono de Deus levará alguém a espezinhar o homem, o povo.

Os pais da União Europeia, homens humildes e políticos de eleição, tinham consciência de que eram instrumentos bem limitados de uma Providência que se servia deles para a realização de desígnios que os ultrapassava. Isso dava-lhes serenidade e maior sentido de responsabilidade. Sabiam que o maior revolucionário de toda a história serviu de coração humilde e morreu de braços abertos na cruz, abraçando a todos. E não tinham receio de alavancar o seu universalismo, a sua política de união e de fraternidade, de justiça e de paz, no fermento do Evangelho. Também Tomás Moro, Patrono dos Governantes e dos Políticos, agindo diante de Henrique VIII como João Batista diante de Herodes, foi condenado à morte. Sempre dedicado e leal ao rei, nunca deixou de defender as suas convicções sobre a família. No momento da execução afirmou: “…morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus…”.

Respondendo a uma pergunta de alguém, o Papa Francisco afirmou que os cristãos não podem fazer de pilatos, lavar as mãos...têm a obrigação de se envolver na política… é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum... e se ela está muito suja “não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico?”. 

“A Igreja encara com simpatia o sistema da democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna oportuno” (CA46). Bem como defende a reforma pacífica das estruturas e instituições políticas para mudar os regimes corruptos e ditatórias em sistemas mais democráticos e participativos. Neste mês de abril, por exemplo, o Papa Francisco propôs como oração comum para toda a Igreja, rezar “por aqueles que arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes autoritários e também nas democracias em crise”.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 30-04-2021.

 

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