quinta-feira, 6 de maio de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Sexta-feira, 07 de maio de 2021

 

V semana da Páscoa

 

 

LITURGIA

 

 

Sexta-feira da semana V

Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.

L 1 At 15, 22-31; Sal 56 (57), 8-9. 10-11
Ev Jo 15, 12-17

* Na Ordem Agostiniana – B. Maria de S. José Alvarado, virgem – MF
* Na Congregação dos Missionários Monfortinos – B. Maria Luísa Trichet, virgem, cofundadora das Filhas da Sabedoria – MO
* Na Congregação das Servas de Maria – I Vésp. de Nossa Senhora, Saúde dos Enfermos.
* No Instituto das Filhas da Caridade Canossianas – I Vésp. de S. Madalena de Canossa.
* Nas Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados – I Vésp. de Nossa Senhora dos Desamparados.

 

MISSA

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 5, 12
O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder e a riqueza, a sabedoria, a honra e o louvor. Aleluia.


ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Senhor, que a nossa vida se conforme plenamente ao mistério que celebramos, de modo que a alegria deste tempo pascal nos fortaleça e defenda no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Atos 15, 22-31
«O Espírito Santo e nós resolvemos não vos impor outras obrigações além destas que são indispensáveis»

Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, os Apóstolos e os anciãos, de acordo com toda a Igreja de Jerusalém, resolveram escolher alguns irmãos, para os mandarem a Antioquia com Barnabé e Paulo: eram Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens de autoridade entre os irmãos. Mandaram por eles esta carta: «Os Apóstolos e os anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã, residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia. Tendo sabido que, sem nossa autorização, alguns dos nossos vos foram inquietar, perturbando as vossas almas com as suas palavras, resolvemos de comum acordo escolher delegados para vo-los enviarmos, juntamente com os nossos queridos Barnabé e Paulo, homens que expuseram a vida pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso vos mandamos Judas e Silas, que vos transmitirão de viva voz as nossas decisões. O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor outras obrigações, além destas que são indispensáveis: abster-vos das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das relações imorais. Procedereis bem, evitando tudo isto. Adeus». Feitas as despedidas, os delegados desceram a Antioquia, onde reuniram a assembleia e entregaram a carta. Quando a leram, todos ficaram contentes com aquelas palavras de estímulo.

 
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 56 (57), 8-9.10-11 (R. cf. 10a)
Refrão: Eu Vos louvarei, Senhor, no meio dos povos. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Firme está meu coração, ó Deus;
meu coração está firme:
quero cantar e salmodiar.
Desperta, minha alma; despertai, lira e cítara:
quero acordar a aurora. Refrão

Louvar-Vos-ei, Senhor, entre os povos,
cantar-Vos-ei entre as nações;
porque aos céus se eleva a vossa bondade
e até às nuvens a vossa fidelidade. Refrão

ALELUIA Jo 15, 15b
Refrão: Aleluia Repete-se

Eu chamo-vos amigos, diz o Senhor,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Refrão


EVANGELHO Jo 15, 12-17
«É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, estes dons que Vos oferecemos como sacrifício espiritual, e fazei de nós mesmos uma oblação eterna para vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Prefácio pascal


ANTÍFONA DA COMUNHÃO

Cristo crucificado
ressuscitou dos mortos para nos salvar. Aleluia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória, aumente sempre a nossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.

Leituras: Atos 15, 22-31: As conclusões do “concílio” de Jerusalém são apresentadas como resoluções do Espírito Santo e dos Apóstolos. É esta uma das afirmações mais significativas da consciência que a Igreja primitiva tem de ser o lugar onde o Espírito de Deus está presente e atua, prolongando a presença e a atuação do Senhor. Aquelas conclusões foram depois comunicadas às diversas comunidades numa carta, que será uma verdadeira “encíclica”, isto é, uma carta destinada a circular entre todas.

 

Jo 15, 12-17 :A insistência de Jesus para que os seus discípulos vivam no amor mútuo está na continuação lógica do amor que Ele próprio lhes tem, o qual, por sua vez, manifesta o amor que o Pai tem por eles, e que, deste modo, lhes manifesta que a força que comanda toda a história da salvação é o amor de Deus. De facto, essa história revela claramente que Deus é amor. E o amor que os homens possam manifestar, tanto para com Deus como de uns para com os outros, não é mais do que sinal de que reconhecem e compreendem aquele amor de Deus.  


AGENDA DO DIA

 

18.00 horas: Missa em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa.

 

A VOZ DO PASTOR:

 

QUANDO OS PATRÕES REZAM PELOS OPERÁRIOS E VICE-VERSA

 

A frase em título vai provocar sisudez em alguns leitores. Paciência, não perco casamento! Uns acharão que isso é um disparate ou uma ousadia de mau gosto. Outros levarão a mão à boca, escandalizados, como se eu tivesse dito uma blasfémia ou uma sonante jaculatória minhota a ecoar por entre a bigorna, o martelo e o estribo, até dos surdos. Seja como for, nada retiro, nem que o rabo torça a porca (com licença, dizia-se na minha terra sempre que se apelava a porcos, com licença!). E quem diz responsáveis diz empresários, dirigentes de instituições, clubes, etc. etc. etc... O Papa Francisco, que ainda há dias, no 25 de abril, foi citado na Assembleia da República, não se cansa de repetir que “não nos esqueçamos nunca de rezar uns pelos outros”. Chamei-lhe Assembleia da República, e bem. Todos nós acreditamos que é e deve ser a Casa da Democracia. No entanto, segundo uma versão recentíssima dada à luz por quem esgravata nos arcanos desse saber, esse sítio é o “sítio mais sagrado da maçonaria”, é o “maior templo de maçonaria em Portugal”. Assim sendo, os nossos dedicados representantes, aí reunidos mas nunca unidos, constituem, nesse sagrado templo, uma assembleia orante mui “discreta”, mui “secreta”, mui “embiocada”! E será mesmo que, de cada dez dos parlamentares mais homenageados, nove são maçons?... “Hombre! yo tampoco creo en las brujas, pero que las hay, las hay... y crecen como hongos!...” Mas voltemos ao nosso tema antes que seja tarde e desapareça.

Num Estado laico, como é o nosso, o poder é imparcial em relação a questões religiosas. Ser imparcial, porém, não significa que seja ateu, agnóstico ou que discrimine a fé dos cidadãos ou os proíba de a exercer e se afirmarem. A Igreja sempre rezou e ensina o povo a rezar pelos governantes e por outros responsáveis e dirigentes sociais. Não para que o explorem e desprezem. Mas para que o sirvam com competência e honestidade e lhe garantam uma vida digna, calma e tranquila. É possível que muitos cristãos nem sempre se lembrem de rezar pelos seus súbditos, funcionários, operários, associados, dirigidos, alunos, clientes, utentes... Interceder pelos outros é um gesto nobre e fraterno, também de gratidão pelas suas pessoas, pelo seu serviço ou trabalho ou até, depende de que lado se está, são eles quem lhes garante o emprego ou o seu crescimento económico. É belo o testemunho que nos dá um oficial romano, em Cafarnaum. Quando Jesus entrou na cidade, este centurião foi ao seu encontro para lhe implorar a cura do seu servo que estava às portas da morte. Reparem: era um escravo a quem o centurião, carinhosamente, chama “meu filho”! (cf. Lc 7,1-10). Dizer que todos somos irmãos, implica reconhecer que temos um Pai comum, que é Deus. Dizer que todos somos irmãos é, pois, entender que o povo não é uma espécie de palco onde “estranhos” sobem e pisam como meros atores para satisfazer interesses concertados pelos camarins e anexos! Por certo que há muita gente que reza pelos seus súbditos, e não só. Outros, porém, sem ninguém lho perguntar, até se adiantam a dizer que são ateus, graças a Deus, ou agnósticos. Quando se insinuam desse jeito, até parece que estão a fazer um ato de fé ao contrário. Querem fazer-se de fortes e passar por pessoas desempoeiradas e sabidas, como se a fé os diminuísse ou lhes mordesse. A fé no Deus de Jesus Cristo não deve envergonhar ninguém, antes pelo contrário, é um dom nunca demais agradecido. Ele dinamiza, humaniza, dá sentido à existência, às coisas e ações da vida, salva. Quem se envergonhar de Mim diante dos homens, também Eu Me envergonharei dele diante de Meu Pai que está nos céus, disse-nos Jesus (cf. Lc 9, 26).

Quando Pilatos quis chamar Jesus à pedra, puxou pelos seus galões de governante para lhe recordar que tinha autoridade para o soltar e para o crucificar. Jesus respondeu-lhe: “Não terias nenhuma autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus”. Naquele outro bate papo sobre se se devia ou não pagar o tributo a César, Jesus disse aos interlocutores que era preciso respeitar a autoridade civil e as suas leis: dai a César o que é de César. Mas também lhes disse que não se pode absolutizar o poder. A ninguém pertence assumir o que é exclusivo de Deus. Por isso, Jesus acrescentou: e dai a Deus o que é de Deus”.

Acredito que, quem de direito, se esmere por dar ao povo o que o povo espera deles, porque neles confiou. Mesmo que não sejam crentes, é uma excelente forma de dar a Deus o que é de Deus, se não se entrar por caminhos dúbios. O povo não é uma massa inerte a ser manipulada e instrumentalizada para servir os caminhos da altivez, da corrupção ou da barbárie. Aos discípulos em busca de poder, Jesus disse-lhes que aquele que quisesse ser o maior se tornasse o último e servisse a todos, sobretudo os mais frágeis. Os responsáveis pelo destino dos povos, nos seus mais diversos setores de intervenção, devem ser estimados, respeitados e obedecidos desde que humanos e as suas leis sejam justas, humanizantes e balizadas. Não é uma obediência passiva e de total submissão, até porque, se alguma autoridade se julgasse acima do próprio Deus e agisse libertinamente, “é preciso obedecer antes a Deus do que aos homens”, mesmo que isso venha a causar dissabores (cf. At 5, 29).

Os governos, se legítimos, exercem uma autoridade conferida pelo próprio Deus, como diz São Paulo (Rom 13.1-2). Não para se arvorarem em poderes teocráticos como se Deus lhes dissesse segredos aos ouvidos em linguagem encriptada, lhes desse poderes para discriminação de género, para escravizar, esfolar e matar, e os ilibasse da ética da responsabilidade e do bom senso. Não para que surjam poderes messiânicos, opressivos e despóticos a impor sujeição absoluta, endeusando-se para explorar ou exterminar pessoas e povos só porque sim, ou porque pensam e são diferentes. Também nenhuma autoridade, ou seja quem for, é uma espécie de marionete ou instrumento nas mãos de Deus. A soberania de Deus abarca a todos, sim, mas em liberdade na responsabilidade. Ele confia em cada um as funções que cada um é capaz de exercer honestamente e segundo as suas próprias capacidades em favor do bem comum. Para isso, a todos deu inteligência para pensar, investigar e programar. Deu talentos, vontade e força para trabalhar e concretizar o possível e o melhor. No coração de todos escreveu uma Lei, a lei do amor a Deus e ao próximo, com uma consciência que aplaude ou reprova os procedimentos. Esta confiança que Deus coloca naqueles que exercem autoridade, seja ela  qual for, obriga-os a promover a vida social na verdade, na justiça, na solidariedade e na paz. Só o abandono de Deus levará alguém a espezinhar o homem, o povo.

Os pais da União Europeia, homens humildes e políticos de eleição, tinham consciência de que eram instrumentos bem limitados de uma Providência que se servia deles para a realização de desígnios que os ultrapassava. Isso dava-lhes serenidade e maior sentido de responsabilidade. Sabiam que o maior revolucionário de toda a história serviu de coração humilde e morreu de braços abertos na cruz, abraçando a todos. E não tinham receio de alavancar o seu universalismo, a sua política de união e de fraternidade, de justiça e de paz, no fermento do Evangelho. Também Tomás Moro, Patrono dos Governantes e dos Políticos, agindo diante de Henrique VIII como João Batista diante de Herodes, foi condenado à morte. Sempre dedicado e leal ao rei, nunca deixou de defender as suas convicções sobre a família. No momento da execução afirmou: “…morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus…”.

Respondendo a uma pergunta de alguém, o Papa Francisco afirmou que os cristãos não podem fazer de pilatos, lavar as mãos...têm a obrigação de se envolver na política… é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum... e se ela está muito suja “não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico?”. 

“A Igreja encara com simpatia o sistema da democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna oportuno” (CA46). Bem como defende a reforma pacífica das estruturas e instituições políticas para mudar os regimes corruptos e ditatórias em sistemas mais democráticos e participativos. Neste mês de abril, por exemplo, o Papa Francisco propôs como oração comum para toda a Igreja, rezar “por aqueles que arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes autoritários e também nas democracias em crise”.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 30-04-2021.

 

 

 

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