PARÓQUIAS DE NISA
Segunda - feira, 10 de maio de 2021
VI semana da Páscoa
LITURGIA
Segunda-feira
da semana VI
S.
João de Ávila, presbítero e doutor da Igreja – MF
Branco – Ofício da féria ou da memória.
Missa da féria ou da memória, pf. pascal.
L 1 At 16, 11-15; Sal 149, 1-2. 3-4. 5-6a e 9b
Ev Jo 15, 26 – 16, 4a
* Na Ordem Hospitaleira de S. João de Deus – S. João de Ávila, presbítero e
doutor da Igreja, Diretor Espiritual de S. João de Deus – MO
* Na Ordem de São Domingos – S. Antonino de Florença, bispo – MO
* Na Congregação dos Sagrados Corações – S. Damião de Veuster, apóstolo dos
leprosos – MO
* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. Luísa de
Marillac, religiosa cofundadora – SOLENIDADE (transferida)
* No Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – S. Maria Domingas Mazzarello,
virgem, cofundadora do Instituto – SOLENIDADE (transferida)
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA Rom 6, 9
Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não pode morrer. A morte não tem
domínio sobre Ele. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Nós Vos pedimos, Deus misericordioso, que os dons recebidos neste tempo pascal
deem fruto abundante em toda a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 16, 11-15
«O Senhor abriu-lhe o coração, para aderir ao que Paulo dizia»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, deixámos Tróade e navegámos diretamente para Samotrácia. No dia
seguinte, fomos para Neápoles e de lá para Filipos, cidade principal daquela
região da Macedónia e colónia romana. Estivemos nesta cidade durante alguns
dias. No sábado, saímos pelas portas da cidade, em direção à margem do rio,
onde julgávamos que havia um lugar de oração. Sentámo-nos e começámos a falar
às mulheres ali reunidas. Uma delas, chamada Lídia, escutava-nos com atenção;
era negociante de púrpura, natural da cidade de Tiatira, e adorava o verdadeiro
Deus. O Senhor abriu-lhe o coração, para aderir ao que Paulo dizia. Quando
recebeu o Batismo, juntamente com toda a sua família, fez-nos este pedido: «Se
me considerais fiel ao Senhor, vinde hospedar-vos em minha casa». E obrigou-nos
a aceitar.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 149, 1-2.3-4.5-6a.9b (R. 4a ou
Aleluia)
Refrão: O Senhor ama o seu povo.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei. Refrão
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória. Refrão
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis. Refrão
ALELUIA Jo 15, 26b.27a
Refrão: Aleluia Repete-se
O Espírito da verdade dará testemunho de Mim,
diz o Senhor,
e vós também dareis testemunho. Refrão
EVANGELHO Jo 15, 26 - 16, 4a
«O Espírito da verdade dará testemunho de Mim»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando vier o Paráclito, que
Eu vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, Ele
dará testemunho de Mim. E vós também dareis testemunho, porque estais comigo
desde o princípio. Disse-vos estas palavras para não sucumbirdes. Hão de
expulsar-vos das sinagogas; e mais ainda, aproxima-se a hora em que todo aquele
que vos matar julgará que presta culto a Deus. Procederão assim por não terem
conhecido o Pai, nem Me terem conhecido a Mim. Mas Eu disse-vos isto, para que,
ao chegar a hora, vos lembreis de que vo-lo tinha dito».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja em festa; Vós que lhe destes tão
grande alegria, fazei-a tomar parte na felicidade eterna. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 20, 19
Jesus apareceu aos seus discípulos e disse-lhes:
A paz esteja convosco. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Olhai com bondade, Senhor, para o vosso povo e fazei chegar à gloriosa ressurreição
da carne aqueles que renovastes com os sacramentos de vida eterna. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
Leituras: Atos
16, 11-15: Começamos hoje a ler nos Atos dos
Apóstolos a expansão missionária do Evangelho na Europa. Paulo passa da Ásia à
Grécia. Começam a ouvir-se os nomes clássicos, de nós conhecidos pelos livros
da antiga cultura grega. Esses antigos impérios estão em declínio. A sabedoria
humana não chega para levar os homens ao conhecimento de Deus. Aparece agora a
“loucura da Cruz”. E é uma mulher simples, negociante de púrpura, que escuta
Paulo no meio de um grupo à beira de um rio, a primeira a quem o Senhor abre o
coração à fé. Será a primeira cristã da Europa?
Jo 15, 26 - 16, 4a: O
Espírito Santo dará aos discípulos a compreensão profunda do mistério de
Cristo, e a pregação deles a sua força e a sua verdade. Apesar disso, eles hão de
ser perseguidos. Mas a Ressurreição há-de fazer-lhes compreender o sentido dos
acontecimentos da vida terrestre de Jesus, e consequentemente também o das suas
próprias vidas.
AGENDA DO DIA:
18.30 horas: Oração do
terço na Igreja de Alpalhão
21.00 horas: Oração do
terço na Igreja do Espírito Santo.
A VOZ DO PASTOR:
ACREDITA,
EUROPA!... CRISTO NÃO É CONTRA TI!...
O nove de maio é o teu Dia, ó Europa. Por ser o teu
Dia, também é nosso, somos europeus, festejamo-lo com alegria. Apesar de tudo
quanto te engrandece e nos atrai, temos a dizer-te que não há bela sem senão!
Por que vives tão preconceituosa em relação a Cristo, se Ele também falou, agiu
e morreu por ti? Por que lavas as mãos como Pilatos e permites que Cristo continue
a ser preso, esbofeteado e crucificado? Não o ouves a dizer-te: “Se falei
mal, diz-me em quê. Mas se falei bem, porque me bates?” (cf. Jo 18,23). Não
foram os discípulos de Cristo que fizeram essa admirável síntese entre a fé de
Israel e o espírito grego e cimentaram a tua identidade e cultura? Não foi a
força dessa identidade e cultura que, aquando das circunstâncias históricas e
políticas que te estilhaçaram e deram origem a sociedades com culturas próprias, não foi essa identidade
e cultura o teu elemento unificador? Não foi no cristianismo que se
identificavam quase todos os atos da tua população? Não foi pela influência
cristã que a tua consciência coletiva foi assimilando os valores fundamentais
da sadia convivência humana e se integraram povos e culturas diversas? Não foi
pelo contributo determinante do cristianismo que se foram afirmando os valores da dignidade da pessoa humana e o
da razão, e se foram adquirindo os valores da liberdade, do ideal democrático,
do Estado de direito e da distinção entre política e religião, dando corpo à proclamação universal dos
direitos humanos? Não foi pela força da fé em Cristo que se construíram obras
de arte e de pensamento que ainda hoje salpicam todo o teu espaço geográfico,
causam admiração a quantos amam a excelência e a harmonia, e são verdadeiros
monumentos a eternizar a nobreza da tua alma e cultura? Se te orgulhas de ser o
velho mundo, o mundo das grandes transformações históricas e avanços
científicos e técnicos, não reconheces que estás a ficar mesmo muito velha pela
falta de natalidade, pela perda do sentido da vida, pelo vazio interior de
tantos e tantas a fazer olhar o teu futuro com “mais medo que desejo”? Não
reparas que, à medida que te afastas ou não te apoias no ideal da fraternidade anunciado
por Cristo, os Barrabás pululam, o racismo e a violência avançam cada vez mais,
o tráfego humano torna-se a nova e vergonhosa escravatura, os mais frágeis são
marginalizados, os pobres aumentam, os desequilíbrios socias crescem, os
oportunistas dão à perna e a barbaridade das guerras pode voltar? Não te
lembras que, com os Descobrimentos, deste a conhecer ao resto do mundo a pessoa
de Jesus Cristo, os valores cristãos e culturais, e outros que te enriqueciam e
eram o teu brio? Por que desdenhas em reconhecer e recuperar esses valores com
alegria e fidelidade criativa, não para voltar para trás, mas para promover
novos dinamismos que envolvam e mobilizem, com alegria e esperança? Ou será, que, por meros preconceitos e apenas para
demolires o passado, só reténs
e exploras os insucessos, as piratarias e o malfazer dos de cerviz dura e
coração de pedra, para, agora, te
colocares em bicos de pés em processo de endeusamento? E não tens, porventura, também
hoje, dentro de ti, em crescendo, insucessos, piratarias, malfazer e quejandos?
Tê-los-ás tanto mais quanto menos te apoiares na fraternidade universal que nos
une e humaniza. Se somos irmãos, é porque temos um Pai comum que é Deus. Seu
Filho Jesus Cristo é que no-lo veio revelar em plenitude, falando-nos como a
amigos e apontando-nos o caminho, Ele mesmo o Caminho, a Verdade e a Vida. Neste
projeto verdadeiramente revolucionário, se trabalhou muita gente, teve como
principais promotores São
Bento, italiano, da Europa Ocidental, São Cirilo e São Metódio, eslavos, da
Europa de Leste. Homens apaixonados pelo projeto salvador de Jesus Cristo,
apóstolos incansáveis e teus Padroeiros, foram eles os principais construtores
desse pano de fundo em que os teus povos se reviam.
Sabemos que com o surgir do renascimento, da
revolução industrial, dos avanços da ciência, da tecnologia cada vez mais
perfeita, da cibernética, da robótica e da informática, das viagens espaciais e
de todo o progresso que, felizmente, nos envolve, sabemos que tudo isso te fez
pular o sentimento de tudo poder, de tudo ter e conhecer, julgando até que, sem
precisares de Deus para nada, virás a ter a resposta para todas as tuas
interrogações existenciais. Embebecida com tudo isso e com tudo o que nisso se
pendura, vives hoje voltada para o outro lado da cama onde te deitaste,
esquecendo o grande sinal da Cruz e sem insónias por causa disso. Aí, dormente,
embrulhada numa manta de farrapos neopagã, costurada com os fios dum novelo
chamado “apostasia silenciosa”, sonhas alto em adocicar o Evangelho à tua
medida, em jeito de teorias da new age. A perda de valores, a intolerância e os
fanatismos, os elitismos e a corrupção, a exploração e exclusão de pessoas, são
fruto de uma imagem de Deus forjada, manipulada e usada a bel prazer de quem a
fabrica, julgando-se superior e diferente do resto dos mortais, a quem tenta
convencer que só ele é que sabe, só ele está certo. Essa não é a imagem do Deus
de Jesus Cristo, amigo e protetor do homem, fonte de vida, de justiça e de paz.
Ninguém duvida, ó Europa, que vives atarefada com muita coisa importante, boa e
necessária, é verdade, todos te devemos o nosso respeito por isso. Mas fica a
impressão que dás pouca ou nenhuma atenção àquilo que também é essencial e
forte laço de coesão e desenvolvimento: a tua verdadeira identidade e
referência cultural. Mesmo sem especializadas lunetas, nota-se que a única
força centrípeta que move e une os teus países, é a galinha dos ovos de ouro.
Se ela se torna infecunda, se ela os não põe, se os ovos se partem, se os ovos
caem apenas nas mãos de quem tem os braços da ambição mais compridos, se as
tais bazucas ou vitaminas não se chegam à frente, adeus Europa, duvido que te
aguentes apesar de tudo o que tens de ótimo, que é muito e muito bom. É da
experiência histórica que, quando o homem coloca Deus de lado, quando constrói
uma antropologia sem Deus e sem Cristo e se coloca a si próprio no centro do
mundo, o homem acaba por abrir as comportas
ao pior de si mesmo e torna-se o predador do próprio homem em vez de o
amar e proteger! “Homo homini lupus”, o homem é o lobo do homem, na
célebre frase de Titus Plautus, de antes de Cristo, e mais divulgada por Thomas
Hobbes, no século XVII.
Neste Dia da Europa, muitos falarão de muitas
outras coisas que não destas, e bem. Mas disto também é preciso falar. Para cada nova geração, são precisos novos apóstolos que tenham a coragem de falar de Cristo, de testemunhar a
fé mediante um estilo de vida inspirado no Evangelho, vivido com criatividade e
idealismo saudável, sem vergonha nem respeitos humanos. Por isso, ninguém pode deixar de recordar a todos os cristãos,
sobretudo àqueles que ocupam instâncias de poder e de influência política e
social, as palavras dum grande santo dos nossos dias e de saudosa memória, a
quem a Europa tanto deve: São João Paulo II. Deixo uma síntese dos apelos que
ele faz a todos os europeus de boa vontade nos últimos números do capítulo VI
da Exortação Apostólica pós-Sinodal sobre a Igreja na Europa. Aí, ao seu bom
estilo, ele lembra que a Europa
do terceiro milénio precisa de dar um
salto qualitativo na tomada de consciência da sua herança espiritual.
Todos os cristãos e gente de boa vontade, têm o dever de anunciar a mensagem de
alegria e de esperança, recordando-lhe, com entusiasmo: Europa, “O Senhor,
teu Deus, está no meio de ti como poderoso Salvador!”: não deixes cair os
teus braços; não cedas ao desânimo, não te resignes a formas de pensar e de
viver que não têm futuro. Volta a encontrar-te, sê tu mesma, descobre as tuas
origens, reaviva as tuas raízes. O tesouro da fé cristã funda a tua vida
social e não pertence só ao passado. É um projeto para o futuro que deve ser
transmitido às novas gerações. Não temas! O Evangelho não é contra ti, mas a
teu favor. A inspiração cristã pode transformar a união política, cultural e
económica numa convivência onde todos os europeus se sintam em casa própria e
formem uma família de nações. Tem confiança! Em Jesus, encontrarás a esperança
sólida e duradoura por que anseias. É uma esperança fundada na vitória de
Cristo sobre o pecado e a morte. Esta vitória, quis Ele que te pertencesse para
tua salvação e alegria. Podes estar certa! O Evangelho da esperança não
desilude, é luz que ilumina e orienta o teu caminho; é força que te sustenta nas provações; é profecia de um mundo novo; é
indicação de um novo início; é convite a todos, crentes e não crentes, para
traçarem caminhos sempre novos que desemboquem na “Europa do espírito” a fim de
fazer dela uma verdadeira “casa comum” onde haja alegria de viver (cf.
EE121-122).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 07-05-2021.
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