terça-feira, 25 de maio de 2021

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quarta-feira, 26 de maio de 2021

 

Quarta da VIII Semana do tempo comum

 

 

LITURGIA

Quarta-feira da semana VIII

S. Filipe Néri, presbítero – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 Sir 36, 1-2a. 5-6. 13-19 (gr. 1.4-15a.10-17); Sal 78 (79), 8. 9. 11. 13
Ev Mc 10, 32-45

* Na Ordem Beneditina – S. Gregório VII, papa – MF; S. Maria Madalena de Pazzi, virgem – MF; S. Filipe Néri – MF
* Na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Gregório VII, papa; S. Maria Madalena de Pazzi, virgem – MF
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Ofício e Missa votivos da Paixão.

 

S. FILIPE DE NÉRI, presbítero

 

Nota Histórica:

Nasceu em Florença no ano 1515, dirigiu-se para Roma e aí começou a dedicar-se ao apostolado da juventude, e fundou uma associação em favor dos enfermos pobres, levando sempre uma vida de grande perfeição cristã. Foi ordenado sacerdote no ano 1551 e fundou o Oratório que tinha por objetivo dedicar-se à instrução espiritual, ao canto e às obra de caridade. Notabilizou-se sobretudo pelo seu amor do próximo, pela sua simplicidade evangélica e pela sua alegria no serviço de Deus. Morreu no ano 1595.

 

MISSA

ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Salmo 131, 9
Revistam-se de justiça os sacerdotes de Deus,
exultem de alegria os seus fiéis.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que sempre glorificais a santidade dos que Vos servem fielmente, acendei em nós o fogo do Espí¬rito Santo que tão maravilhosamente ardia no coração de São Filipe Néri. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



LEITURA I (anos ímpares) Sir 36, 1-2a.5-6.13-19 (gr. 1.4-5a.10-17)
«Reconheçam as nações que sois o único Deus»


Leitura do Livro de Ben-Sirá

Tende compaixão de nós, Deus do universo, e mostrai-nos a luz da vossa misericórdia Infundi o vosso temor sobre todas as nações, para que reconheçam, como nós reconhecemos, que não há outro Deus senão Vós, Senhor. Renovai os vossos milagres e fazei novos prodígios, reuni todas as tribos de Jacob e dai-lhes de novo a herança, como no princípio. Tende compaixão do povo chamado pelo vosso nome, de Israel que chamaste primogénito. Tende misericórdia da cidade do vosso santuário, de Jerusalém, o lugar onde habitais. Enchei Sião com a vossa majestade e o templo com a vossa glória. Dai testemunho das vossas primeiras criaturas e realizai as profecias feitas em vosso nome. Dai a recompensa aos que em Vós esperam, para que sejam acreditados os vossos profetas. Ouvi a oração dos vossos servos, por amor do vosso povo, e conduzi-nos pelos caminhos da justiça, e saibam todos os habitantes da terra que Vós sois o Senhor, o Deus dos séculos.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 78 (79), 8.9.11.13 (R. cf. Sir 36, 1b)
Refrão: Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia. Repete-se


Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos tão miseráveis. Refrão

Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados,
para glória do vosso nome. Refrão

Chegue à vossa presença, Senhor,
o gemido dos cativos;
pela omnipotência do vosso braço,
libertai os condenados à morte. Refrão

E nós, vosso povo,
ovelhas do vosso rebanho,
louvar-Vos-emos para sempre
e de geração em geração cantaremos a vossa glória. Refrão


ALELUIA Mc 10, 45
Refrão: Aleluia Repete-se

O Filho do homem veio para servir
e dar a vida pela redenção de todos. Refrão


EVANGELHO Mc 10, 32-45
«Subimos para Jerusalém
e o Filho do homem será entregue»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos


Naquele tempo, Jesus e os discípulos subiam a caminho de Jerusalém. Jesus ia à sua frente. Os discípulos estavam preocupados e aqueles que os acompanhavam iam com medo. Jesus tomou então novamente os Doze consigo e começou a dizer-lhes o que Lhe ia acontecer: «Vede que subimos para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Vão condená-l’O à morte e entregá-l’O aos gentios; hão-de escarnecê-l’O, cuspir-Lhe, açoitá-l’O e dar-Lhe a morte. Mas ao terceiro dia ressuscitará». Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?». Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao oferecer-Vos, Senhor, este sacrifício de louvor, humildemente Vos pedimos que, a exemplo de São Filipe Néri, nos dediquemos sempre com alegria à glória do vosso nome e ao serviço dos nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu, fazei que, à imitação de São Filipe Néri, busquemos sempre aquelas realidades que nos dão a verdadeira vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

 

MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:

 

1. Leitura:  - Lê, respeita, situa o que lês.

     - Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste 

2. Meditação:  - Interioriza, dialoga, atualiza o que leste.

     - Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua vida” 2020.11.28

3. Oração:  - Louva o Senhor, suplica, escuta.

     - Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra

 

LEITURAS: Sir 36, 1-2a.5-6.13-19 (gr. 1.4-5a.10-17): Nesta leitura aparece, lado a lado, uma profunda profissão de fé no Senhor, Deus do universo, e a súplica fervorosa ao mesmo Senhor para que os pagãos cheguem também ao conhecimento da verdade, como já aconteceu aos que são agora membros de seu povo. É uma oração de perspetivas missionárias. Mas é também uma oração pelo próprio povo de Deus, “a cidade santa”, que desde o princípio Deus amou como a um filho primogénito. É assim uma oração pela Igreja de Deus.

Mc 10, 32-45: Três pequenas secções compõem esta passagem do Evangelho: Jesus, a caminho de Jerusalém, anuncia, pela terceira vez, a sua Paixão; os filhos de Zebedeu, os Apóstolos Tiago e João, com uma maneira de ver ainda muito pouco evangélica, apresentam-se como candidatos aos mais altos lugares no reino dos Céus; por fim, e como resposta a tal pedido, Jesus esclarece que o lugar dos chefes é servir e não ser servido, como acontece com Ele próprio. A glória virá a seu tempo; mas agora, “subimos a Jerusalém”, é a hora de “dar a vida pela redenção de todos”.


AGENDA DO DIA:

 

10.30 horas: Funeral em Tolosa

18.00 horas: Missa em Nisa

18.30 horas; Oração do terço em Alpalhão

21.00 horas: Oração do terço em Nisa.

 

 

 

A VOZ DO PASTOR:

 

 

UMA PRESENÇA DISCRETA MAS EFICAZ

 

 

É elegantemente afável. Tem um agir muito próprio. Não fala de si próprio. Nunca ninguém o ouviu falar. Fala-se muitíssimo dele, é verdade, mas nunca ninguém o viu. Não se evidencia, vive como se não existisse, em família, em comunidade, discretamente, como se não existisse. A sua presença, porém, experimenta-se, vive-se, usufrui-se, produz frutos em abundância, provoca alegria e paz. São imensuráveis os efeitos da sua atividade, tanto na vida das pessoas como na história do universo. É muitas vezes designado por vento, fogo, luz, dom, fonte de água viva... Quem o acolhe e escuta com os ouvidos do coração não baterá com a cabeça na parede. Isso poderá acontecer a quem não lhe presta atenção, mesmo quando esse seu agir se manifesta através dum conselho de alguém. Fazer-lhe ouvidos moucos e agir levianamente, sem avaliar e discernir, é de loucos, pode fazer partir a cabeça e a parede! Bernard Sesboué diz, e explica, que assim como a psicologia das profundidades alerta para a importância do inconsciente na nossa vida, este alguém de quem falamos é, de alguma forma, o nosso “inconsciente divino”, aquele a quem podemos “causar desgosto” em nós mesmos porque estamos marcados com o seu selo (Ef 4, 30). O leitor já descobriu de quem se trata? Pois é, é Ele mesmo!...

 

Por Ele, Jesus encarnou no seio da Virgem Maria. Em forma de pomba, desceu sobre Jesus no batismo no Jordão.  No Cenáculo, veio sobre os Apóstolos sob a forma de línguas de fogo. É-nos apresentado como princípio de atividade, como criador, santificador, consolador, advogado, Espírito da promessa, Espírito de adoção, Espírito de Cristo, Espírito do Senhor, Espírito de Deus, Espírito de Verdade,  Espírito de glória, Paráclito... É o poder de Deus que vem, que permanece em Jesus, que distribui os dons de Deus pelas pessoas, como lhe apraz. O Pai e o Filho têm falado aos homens e falam um com o outro. Ele não fala, mas deve-se-lhe a eficácia operativa quer à palavra quer aos sacramentos. O Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, guarda silêncio, mas um silêncio ativo e eficaz. Ele inspirou as Escrituras, assiste e dinamiza a Igreja, enriquece-a, santifica-a, edifica-a com dons e carismas numa variedade imensa de vocações, ministérios e serviços, sem que a diversidade destrua a unidade e a comunhão. Atua na liturgia sacramental, intercede por nós na oração, impulsiona a vida apostólica e missionária. É a alma, o protagonista da evangelização, manifesta-se no testemunho dos mártires e santos, ilumina na interpretação da palavra de Deus. Não ensina nada de novo, é verdade, mas recorda e ajuda a aprofundar o ensinamento de Jesus. Guia os discípulos para a verdade total e está connosco para sempre, nesta missão invisível de acompanhar e continuar a missão de Jesus. Mas se não fala, Ele age nas pessoas que falam, fá-las falar com coragem, inspira-as segundo o pensamento do Pai e do Filho. A palavra dos profetas é-lhe atribuída. Os Atos dos Apóstolos referem que “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem”. Segundo São Paulo, ao Espírito Santo se deve a graça de podermos professar a nossa fé, de nos voltarmos para Deus e lhe chamarmos Pai, de confessarmos que “Jesus é Senhor”. Ele habita no coração dos crentes, inspira a sua liberdade, com respeito, sem nunca a violentar, motiva a vontade para falar e agir segundo Deus. Convida à mudança e à conversão, age na intimidade de cada pessoa, leva-a a descobrir e a reconhecer a dignidade da natureza humana, a grandeza da inteligência, o valor da consciência, a excelência da liberdade, individual e alheia. Faz-nos compreender mais profundamente o que significa ser batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, impele-nos ao apostolado, à participação e à corresponsabilidade, sem medos, sem preconceitos nem prudências mal entendidas. É pela sua força que se denuncia com coragem o mal, que angustia e escraviza, e se anuncia a Palavra de Jesus, que liberta e salva.

 

Como “Espírito que dá vida e renova a face da terra”, não é monopólio da Igreja nem de ninguém. Ele age com soberana e universal liberdade, “entra constantemente na história do mundo através do coração humano; suscita aspirações e realizações que encarnam valores humanos e, por isso, cristãos; valores que se apresentam como “sinais” dos desígnios de Deus e chamam a humanidade a renovar-se em Cristo e a transformar-se em família de Deus (cf. CEP- Carta Pastoral – O Espírito Santo que dá a vida, 1997, 14).

 

São Cirilo da Alexandria, do século IV, deixou-nos uma interessante catequese sobre o Espirito Santo como fonte de água viva que jorra para a vida eterna. Diz ele: “Novo género de água esta que vive e jorra; mas jorra apenas sobre os que são dignos dela. Mas porque é que o Senhor dá o nome de «água» à graça do Espírito? Certamente porque tudo tem necessidade de água; ela sustenta as ervas e os animais. A água da chuva cai dos céus; e embora caia sempre do mesmo modo e na mesma forma, produz efeitos muito variados. Não é, de facto, o mesmo, o efeito que produz na palmeira e na vide, e assim em todas as coisas, embora a sua natureza seja sempre a mesma e não possa ser diversa de si própria. Na verdade, a chuva não se modifica a si mesma em qualquer das suas manifestações; mas, ao cair sobre a terra, acomoda-se às estruturas dos seres que a recebem, dando a cada um deles o que necessita. De maneira semelhante, o Espírito Santo, sendo único, com uma única maneira de ser e indivisível, distribui por cada um a graça como lhe apraz. E assim como a árvore ressequida, ao receber a água, produz novos rebentos, assim também a alma pecadora, ao receber do Espírito Santo o dom do arrependimento, produz frutos de justiça. O Espírito tem um só e o mesmo modo de ser; mas, por vontade de Deus e pelos méritos de Cristo, produz efeitos diversos. Serve-se da língua de uns para comunicar o dom da sabedoria; ilumina a inteligência de outros com o dom da profecia. A este dá-lhe o poder de expulsar os demónios; àquele concede-lhe o dom de interpretar as divinas Escrituras. A uns fortalece-os na temperança, a outros ensina-lhes a misericórdia; a estes inspira a prática do jejum e os exercícios da vida ascética, àqueles a sabedoria nas coisas temporais; a outros prepara-os para o martírio. Enfim, manifesta-Se de modo diferente em cada um, mas permanece sempre igual a Si mesmo, como está escrito: A cada um é dada a manifestação do Espírito para o bem comum. Branda e suave é a sua aproximação; benigna e agradável é a sua presença; levíssimo é o seu jugo. A sua vinda é precedida pelas irradiações resplandecentes da sua luz e da sua ciência. Ele vem como protetor fraterno: vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, iluminar a alma de quem o recebe, e depois, por meio desse, a alma dos outros”.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 21-05-2021.

 

 

 

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