PARÓQUIAS
DE NISA
Quarta-feira,
26 de maio de 2021
Quarta da VIII Semana
do tempo comum
LITURGIA
Quarta-feira
da semana VIII
S. Filipe Néri, presbítero – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.
L 1 Sir 36, 1-2a. 5-6. 13-19 (gr. 1.4-15a.10-17); Sal 78 (79), 8. 9. 11. 13
Ev Mc 10, 32-45
* Na Ordem Beneditina – S. Gregório VII, papa – MF; S. Maria Madalena de Pazzi,
virgem – MF; S. Filipe Néri – MF
* Na Ordem Cisterciense da Estrita Observância – S. Gregório VII, papa; S.
Maria Madalena de Pazzi, virgem – MF
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – Ofício e Missa votivos da Paixão.
S. FILIPE DE NÉRI,
presbítero
Nota
Histórica:
Nasceu em Florença no ano 1515, dirigiu-se para Roma e aí começou a
dedicar-se ao apostolado da juventude, e fundou uma associação em favor dos
enfermos pobres, levando sempre uma vida de grande perfeição cristã. Foi
ordenado sacerdote no ano 1551 e fundou o Oratório que tinha por objetivo
dedicar-se à instrução espiritual, ao canto e às obra de caridade. Notabilizou-se
sobretudo pelo seu amor do próximo, pela sua simplicidade evangélica e pela sua
alegria no serviço de Deus. Morreu no ano 1595.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA cf.
Salmo 131, 9
Revistam-se de justiça os sacerdotes de Deus,
exultem de alegria os seus fiéis.
ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que sempre glorificais a santidade dos que Vos servem
fielmente, acendei em nós o fogo do Espí¬rito Santo que tão maravilhosamente
ardia no coração de São Filipe Néri. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos ímpares) Sir 36, 1-2a.5-6.13-19 (gr. 1.4-5a.10-17)
«Reconheçam as nações que sois o único Deus»
Leitura do Livro
de Ben-Sirá
Tende compaixão de nós, Deus do universo, e
mostrai-nos a luz da vossa misericórdia Infundi o vosso temor sobre todas as
nações, para que reconheçam, como nós reconhecemos, que não há outro Deus senão
Vós, Senhor. Renovai os vossos milagres e fazei novos prodígios, reuni todas as
tribos de Jacob e dai-lhes de novo a herança, como no princípio. Tende
compaixão do povo chamado pelo vosso nome, de Israel que chamaste primogénito.
Tende misericórdia da cidade do vosso santuário, de Jerusalém, o lugar onde
habitais. Enchei Sião com a vossa majestade e o templo com a vossa glória. Dai
testemunho das vossas primeiras criaturas e realizai as profecias feitas em
vosso nome. Dai a recompensa aos que em Vós esperam, para que sejam acreditados
os vossos profetas. Ouvi a oração dos vossos servos, por amor do vosso povo, e
conduzi-nos pelos caminhos da justiça, e saibam todos os habitantes da terra
que Vós sois o Senhor, o Deus dos séculos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 78 (79), 8.9.11.13 (R. cf. Sir 36, 1b)
Refrão: Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia. Repete-se
Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos tão miseráveis. Refrão
Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados,
para glória do vosso nome. Refrão
Chegue à vossa presença, Senhor,
o gemido dos cativos;
pela omnipotência do vosso braço,
libertai os condenados à morte. Refrão
E nós, vosso povo,
ovelhas do vosso rebanho,
louvar-Vos-emos para sempre
e de geração em geração cantaremos a vossa glória. Refrão
ALELUIA Mc 10, 45
Refrão: Aleluia Repete-se
O Filho do homem veio para servir
e dar a vida pela redenção de todos. Refrão
EVANGELHO Mc 10, 32-45
«Subimos para Jerusalém
e o Filho do homem será entregue»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus e os discípulos subiam a caminho de Jerusalém. Jesus ia à
sua frente. Os discípulos estavam preocupados e aqueles que os acompanhavam iam
com medo. Jesus tomou então novamente os Doze consigo e começou a dizer-lhes o
que Lhe ia acontecer: «Vede que subimos para Jerusalém e o Filho do homem será
entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Vão condená-l’O à morte e
entregá-l’O aos gentios; hão-de escarnecê-l’O, cuspir-Lhe, açoitá-l’O e dar-Lhe
a morte. Mas ao terceiro dia ressuscitará». Tiago e João, filhos de Zebedeu,
aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o
que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles
responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e
outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o
cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?». Eles
responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu
vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas
sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo;
é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a
indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os
que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os
grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem
entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós
ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para
ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Ao oferecer-Vos, Senhor, este sacrifício de louvor, humildemente Vos pedimos
que, a exemplo de São Filipe Néri, nos dediquemos sempre com alegria à glória
do vosso nome e ao serviço dos nossos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 9
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão do Céu, fazei que, à imitação de São
Filipe Néri, busquemos sempre aquelas realidades que nos dão a verdadeira vida.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra
LEITURAS: Sir 36, 1-2a.5-6.13-19 (gr.
1.4-5a.10-17): Nesta leitura aparece, lado a lado, uma
profunda profissão de fé no Senhor, Deus do universo, e a súplica fervorosa ao
mesmo Senhor para que os pagãos cheguem também ao conhecimento da verdade, como
já aconteceu aos que são agora membros de seu povo. É uma oração de perspetivas
missionárias. Mas é também uma oração pelo próprio povo de Deus, “a cidade
santa”, que desde o princípio Deus amou como a um filho primogénito. É assim
uma oração pela Igreja de Deus.
Mc 10, 32-45: Três
pequenas secções compõem esta passagem do Evangelho: Jesus, a caminho de
Jerusalém, anuncia, pela terceira vez, a sua Paixão; os filhos de Zebedeu, os
Apóstolos Tiago e João, com uma maneira de ver ainda muito pouco evangélica,
apresentam-se como candidatos aos mais altos lugares no reino dos Céus; por
fim, e como resposta a tal pedido, Jesus esclarece que o lugar dos chefes é
servir e não ser servido, como acontece com Ele próprio. A glória virá a seu
tempo; mas agora, “subimos a Jerusalém”, é a hora de “dar a vida pela redenção
de todos”.
AGENDA DO DIA:
10.30 horas: Funeral em
Tolosa
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.30 horas; Oração do
terço em Alpalhão
21.00 horas: Oração do
terço em Nisa.
A VOZ DO
PASTOR:
UMA PRESENÇA DISCRETA MAS EFICAZ
É elegantemente afável. Tem um agir muito próprio. Não fala de si
próprio. Nunca ninguém o ouviu falar. Fala-se muitíssimo dele, é verdade, mas nunca
ninguém o viu. Não se evidencia, vive como se não existisse, em família, em
comunidade, discretamente, como se não existisse. A sua presença, porém,
experimenta-se, vive-se, usufrui-se, produz frutos em abundância, provoca
alegria e paz. São imensuráveis os efeitos da sua atividade, tanto na vida das
pessoas como na história do universo. É muitas vezes designado por vento, fogo,
luz, dom, fonte de água viva... Quem o acolhe e escuta com os ouvidos do
coração não baterá com a cabeça na parede. Isso poderá acontecer a quem não lhe
presta atenção, mesmo quando esse seu agir se manifesta através dum conselho de
alguém. Fazer-lhe ouvidos moucos e agir levianamente, sem avaliar e discernir,
é de loucos, pode fazer partir a cabeça e a parede! Bernard Sesboué diz, e
explica, que assim como a psicologia das profundidades alerta para a
importância do inconsciente na nossa vida, este alguém de quem falamos é, de
alguma forma, o nosso “inconsciente divino”, aquele a quem podemos “causar
desgosto” em nós mesmos porque estamos marcados com o seu selo (Ef 4, 30). O
leitor já descobriu de quem se trata? Pois é, é Ele mesmo!...
Por Ele, Jesus encarnou no seio da Virgem Maria. Em forma de pomba,
desceu sobre Jesus no batismo no Jordão.
No Cenáculo, veio sobre os Apóstolos sob a forma de línguas de fogo.
É-nos apresentado como princípio de atividade, como criador, santificador,
consolador, advogado, Espírito da promessa, Espírito de adoção, Espírito de
Cristo, Espírito do Senhor, Espírito de Deus, Espírito de Verdade, Espírito de glória, Paráclito... É o poder de
Deus que vem, que permanece em Jesus, que distribui os dons de Deus pelas
pessoas, como lhe apraz. O Pai e o Filho têm falado aos homens e falam um com o
outro. Ele não fala, mas deve-se-lhe a eficácia operativa quer à palavra quer
aos sacramentos. O Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do
Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, guarda silêncio, mas um
silêncio ativo e eficaz. Ele inspirou as Escrituras, assiste e dinamiza a Igreja,
enriquece-a, santifica-a, edifica-a com dons e carismas numa variedade imensa
de vocações, ministérios e serviços, sem que a diversidade destrua a unidade e
a comunhão. Atua na liturgia sacramental, intercede por nós na oração,
impulsiona a vida apostólica e missionária. É a alma, o protagonista da
evangelização, manifesta-se no testemunho dos mártires e santos, ilumina na
interpretação da palavra de Deus. Não ensina nada de novo, é verdade, mas
recorda e ajuda a aprofundar o ensinamento de Jesus. Guia os discípulos para a
verdade total e está connosco para sempre, nesta missão invisível de acompanhar
e continuar a missão de Jesus. Mas se não fala, Ele age nas pessoas que falam,
fá-las falar com coragem, inspira-as segundo o pensamento do Pai e do Filho. A palavra
dos profetas é-lhe atribuída. Os Atos dos Apóstolos referem que “Todos ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o
Espírito lhes inspirava que se exprimissem”. Segundo São Paulo, ao Espírito
Santo se deve a graça de podermos professar a nossa fé, de nos voltarmos para
Deus e lhe chamarmos Pai, de confessarmos que “Jesus é Senhor”. Ele habita no
coração dos crentes, inspira a sua liberdade, com respeito, sem nunca a
violentar, motiva a vontade para falar e agir segundo Deus. Convida à mudança e
à conversão, age na intimidade de cada pessoa, leva-a a descobrir e a
reconhecer a dignidade da natureza humana, a grandeza da inteligência, o valor
da consciência, a excelência da liberdade, individual e alheia. Faz-nos compreender
mais profundamente o que significa ser batizado em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, impele-nos ao apostolado, à participação e à
corresponsabilidade, sem medos, sem preconceitos nem prudências mal entendidas.
É pela sua força que se denuncia com coragem o mal, que angustia e escraviza, e
se anuncia a Palavra de Jesus, que liberta e salva.
Como “Espírito que dá vida e renova a face da terra”, não é monopólio da
Igreja nem de ninguém. Ele age com soberana e universal liberdade, “entra constantemente
na história do mundo através do coração humano; suscita aspirações e
realizações que encarnam valores humanos e, por isso, cristãos; valores que se
apresentam como “sinais” dos desígnios de Deus e chamam a humanidade a
renovar-se em Cristo e a transformar-se em família de Deus (cf. CEP- Carta
Pastoral – O Espírito Santo que dá a vida, 1997, 14).
São Cirilo da
Alexandria, do século IV, deixou-nos uma interessante catequese sobre o
Espirito Santo como fonte de água viva que jorra para a vida eterna. Diz ele:
“Novo género de água esta que vive e jorra; mas jorra apenas sobre os que são
dignos dela. Mas porque é que o Senhor dá o nome de «água» à graça do Espírito?
Certamente porque tudo tem necessidade de água; ela sustenta as ervas e os
animais. A água da chuva cai dos céus; e embora caia sempre do mesmo modo e na
mesma forma, produz efeitos muito variados. Não é, de facto, o mesmo, o efeito
que produz na palmeira e na vide, e assim em todas as coisas, embora a sua
natureza seja sempre a mesma e não possa ser diversa de si própria. Na verdade,
a chuva não se modifica a si mesma em qualquer das suas manifestações; mas, ao
cair sobre a terra, acomoda-se às estruturas dos seres que a recebem, dando a
cada um deles o que necessita. De maneira semelhante, o Espírito Santo,
sendo único, com uma única maneira de ser e indivisível, distribui por cada um
a graça como lhe apraz. E assim como a árvore ressequida, ao receber a água,
produz novos rebentos, assim também a alma pecadora, ao receber do Espírito Santo
o dom do arrependimento, produz frutos de justiça. O Espírito tem um só e o
mesmo modo de ser; mas, por vontade de Deus e pelos méritos de Cristo, produz
efeitos diversos. Serve-se da língua de uns para comunicar o dom da sabedoria;
ilumina a inteligência de outros com o dom da profecia. A este dá-lhe o poder
de expulsar os demónios; àquele concede-lhe o dom de interpretar as divinas
Escrituras. A uns fortalece-os na temperança, a outros ensina-lhes a
misericórdia; a estes inspira a prática do jejum e os exercícios da vida
ascética, àqueles a sabedoria nas coisas temporais; a outros prepara-os para o
martírio. Enfim, manifesta-Se de modo diferente em cada um, mas permanece
sempre igual a Si mesmo, como está escrito: A cada um é dada a
manifestação do Espírito para o bem comum. Branda e suave é a sua aproximação;
benigna e agradável é a sua presença; levíssimo é o seu jugo. A sua vinda é
precedida pelas irradiações resplandecentes da sua luz e da sua ciência. Ele
vem como protetor fraterno: vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar,
fortalecer, consolar, iluminar a alma de quem o recebe, e depois, por meio
desse, a alma dos outros”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 21-05-2021.
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