PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 08 de maio de 2021
V semana da Páscoa
LITURGIA
Sábado da semana V
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 At 16, 1-10; Sal 99 (100), 2. 3. 5
Ev Jo 15, 18-21
* Na Ordem Agostiniana – Nossa Senhora da Graça – MF
* Na Ordem Carmelita – B. Luís Rabatá, presbítero – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Jeremias de Valáquia, religioso,
da I Ordem – MF
* Na Ordem de São Domingos – Patrocínio da B. Virgem Maria sobre toda a Família
Dominicana – MO
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – Nossa
Senhora da Estrela – FESTA
* Na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus – Nossa Senhora, Medianeira
de todas as graças – MO
* Na Congregação das Servas de Maria – Nossa Senhora, Saúde dos Enfermos –
SOLENIDADE
* No Instituto das Filhas da Caridade Canossianas – S. Madalena de Canossa,
virgem, Fundadora do Instituto – SOLENIDADE
* Nas Irmãzinhas dos Anciãos Desamparados – Nossa Senhora dos Desamparados,
Padroeira principal e Titular – SOLENIDADE
* I Vésp. do domingo – Compl. dep. I Vésp. dom.
MISSA
ANTÍFONA DE ENTRADA Col
2, 12
Com Cristo fostes sepultados no Batismo
e também com Ele fostes ressuscitados
pela fé no poder de Deus que O ressuscitou dos mortos. Aleluia.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente, que pelo Batismo nos fizestes renascer para a vida
eterna, concedei que os vossos filhos, regenerados para a esperança da
imortalidade, alcancem com a vossa ajuda a plenitude da glória. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo.
LEITURA I Atos 16, 1-10
«Passa à Macedónia e vem ajudar-nos»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, Paulo chegou a Derbe e depois a Listra. Havia lá um discípulo
chamado Timóteo, filho de uma judia crente e de pai grego. Os irmãos de Listra
e de Icónio davam dele bom testemunho. Querendo Paulo levá-lo consigo, mandou-o
circuncidar, por causa dos judeus que havia na região, pois todos sabiam que
seu pai era grego. Nas cidades por onde passavam, transmitiam as decisões dos
Apóstolos e anciãos de Jerusalém, recomendando que se cumprissem. Desse modo as
Igrejas eram confirmadas na fé e cresciam em número, de dia para dia. Como o
Espírito Santo os tinha impedido de anunciarem a palavra de Deus na Ásia,
atravessaram a Frígia e o território da Galácia. Quando chegaram à fronteira da
Mísia, tentaram dirigir-se à Bítínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu.
Atravessaram então a Mísia e desceram a Tróade. Durante a noite, Paulo teve uma
visão: Um macedónio estava de pé diante dele e fazia-lhe este pedido: «Passa à
Macedónia e vem ajudar-nos». Logo que ele teve esta visão, procurámos partir
para a Macedónia, convencidos de que Deus nos chamava para anunciar ali o
Evangelho.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 99 (100), 2.3.5 (R. 2a)
Refrão: Aclamai o Senhor, terra inteira.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo. Refrão
Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho. Refrão
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração. Refrão
ALELUIA Col 3, 1
Refrão: Aleluia Repete-se
Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto,
onde Cristo está sentado à direita de Deus. Refrão
EVANGELHO Jo 15, 18-21
«Não sois do mundo, mas Eu vos escolhi do mundo»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o mundo vos odeia, sabei
que primeiro Me odiou a Mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu.
Mas porque não sois do mundo, pois a minha escolha vos separou do mundo, é por
isso que o mundo vos odeia. Lembrai-vos das palavras que Eu vos disse: ‘O servo
não é mais do que o seu senhor’. Se Me perseguiram a Mim, também vos
perseguirão a vós. Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas
tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem Aquele que Me
enviou».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Acolhei benignamente, Senhor, os dons da vossa família e concedei-lhe o auxílio
da vossa proteção, para que não perca as graças recebidas e alcance os bens
eternos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 17, 20-21
Pai santo, Eu rogo por aqueles
que hão-de acreditar em Mim,
para que sejam em Nós confirmados na unidade
e o mundo acredite que Tu Me enviaste. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Guardai sempre, Senhor, com paternal bondade o povo que salvastes, para que se
alegrem com a ressurreição do vosso Filho aqueles que foram redimidos pela sua
paixão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga, atualiza
o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
Leituras: Atos 16, 1-10: S.
Paulo faz segunda viagem apostólica. Parte de novo de Antioquia e pensa visitar
as comunidades anteriormente fundadas. A leitura situa-o já em plena viagem, de
novo na Ásia Menor, em Derbe, depois em Listra. Chega finalmente a Tróade, no
extremo ocidental da Ásia. Em visão, é chamado por certo europeu da região da
Macedónia do norte da Grécia. É o apelo da Europa ao Evangelho. Praza a Deus
que tal apelo não mais deixe de se fazer ouvir... Paulo viaja agora com
Timóteo, que o acompanhará até ao fim. Aparece também nesta passagem, pela
primeira vez, o sujeito no plural: “Procurámos partir...”, testemunho de que S.
Lucas, o autor do livro, está na comitiva.
Jo 15, 18-21: Ao
amor dos discípulos contrapõe-se o ódio do mundo para com eles, como já o
tivera para com o próprio Jesus. Mas, também como aconteceu com o Mestre, será
com amor que os discípulos vencerão quem os odeia. É a continuação da luta
entre a luz e as trevas, a morte e a Vida; mas a luz, a Vida, terão a última
palavra: triunfará, por fim, a força e a glória da ressurreição.
AGENDA DO DIA
15.00
horas: Missa na Falagueira
16.00
horas: Missa no Monte Claro
16.00
horas: Missa no Pardo
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Nisa.
A VOZ DO PASTOR:
QUANDO OS PATRÕES REZAM PELOS OPERÁRIOS E VICE-VERSA
A frase em título vai provocar sisudez em
alguns leitores. Paciência, não perco casamento! Uns acharão que isso é um disparate
ou uma ousadia de mau gosto. Outros levarão a mão à boca, escandalizados, como
se eu tivesse dito uma blasfémia ou uma sonante jaculatória minhota a ecoar por
entre a bigorna, o martelo e o estribo, até dos surdos. Seja como for, nada
retiro, nem que o rabo torça a porca (com licença, dizia-se na minha terra
sempre que se apelava a porcos, com licença!). E quem diz responsáveis diz
empresários, dirigentes de instituições, clubes, etc. etc. etc... O Papa
Francisco, que ainda há dias, no 25 de abril, foi citado na Assembleia da
República, não se cansa de repetir que “não nos esqueçamos nunca de rezar uns
pelos outros”. Chamei-lhe Assembleia da República, e bem. Todos nós acreditamos
que é e deve ser a Casa da Democracia. No entanto, segundo uma versão
recentíssima dada à luz por quem esgravata nos arcanos desse saber, esse sítio
é o “sítio mais sagrado da maçonaria”, é o “maior templo de maçonaria em
Portugal”. Assim sendo, os nossos dedicados representantes, aí reunidos mas
nunca unidos, constituem, nesse sagrado templo, uma assembleia orante mui
“discreta”, mui “secreta”, mui “embiocada”! E será mesmo que, de cada dez dos
parlamentares mais homenageados, nove são maçons?... “Hombre! yo tampoco creo
en las brujas, pero que las hay, las hay... y crecen como hongos!...” Mas
voltemos ao nosso tema antes que seja tarde e desapareça.
Num Estado laico, como é o nosso, o poder é
imparcial em relação a questões religiosas. Ser imparcial, porém, não significa
que seja ateu, agnóstico ou que discrimine a fé dos cidadãos ou os proíba de a
exercer e se afirmarem. A Igreja sempre rezou e ensina o povo a rezar pelos
governantes e por outros responsáveis e dirigentes sociais. Não para que o
explorem e desprezem. Mas para que o sirvam com competência e honestidade e lhe
garantam uma vida digna, calma e tranquila. É possível que muitos cristãos nem
sempre se lembrem de rezar pelos seus súbditos, funcionários, operários,
associados, dirigidos, alunos, clientes, utentes... Interceder pelos outros é
um gesto nobre e fraterno, também de gratidão pelas suas pessoas, pelo seu
serviço ou trabalho ou até, depende de que lado se está, são eles quem lhes
garante o emprego ou o seu crescimento económico. É belo o testemunho que nos
dá um oficial romano, em Cafarnaum. Quando Jesus entrou na cidade, este
centurião foi ao seu encontro para lhe implorar a cura do seu servo que estava
às portas da morte. Reparem: era um escravo a quem o centurião, carinhosamente,
chama “meu filho”! (cf. Lc 7,1-10). Dizer que todos somos irmãos, implica reconhecer
que temos um Pai comum, que é Deus. Dizer que todos somos irmãos é, pois,
entender que o povo não é uma espécie de palco onde “estranhos” sobem e pisam
como meros atores para satisfazer interesses concertados pelos camarins e
anexos! Por certo que há muita gente que reza pelos seus súbditos, e não só.
Outros, porém, sem ninguém lho perguntar, até se adiantam a dizer que são
ateus, graças a Deus, ou agnósticos. Quando se insinuam desse jeito, até parece
que estão a fazer um ato de fé ao contrário. Querem fazer-se de fortes e passar
por pessoas desempoeiradas e sabidas, como se a fé os diminuísse ou lhes
mordesse. A fé no Deus de Jesus Cristo não deve envergonhar ninguém, antes pelo
contrário, é um dom nunca demais agradecido. Ele dinamiza, humaniza, dá sentido
à existência, às coisas e ações da vida, salva. Quem se envergonhar de Mim
diante dos homens, também Eu Me envergonharei dele diante de Meu Pai que está
nos céus, disse-nos Jesus (cf. Lc 9, 26).
Quando Pilatos quis chamar Jesus à pedra,
puxou pelos seus galões de governante para lhe recordar que tinha autoridade
para o soltar e para o crucificar. Jesus respondeu-lhe: “Não terias nenhuma
autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus”. Naquele outro bate
papo sobre se se devia ou não pagar o tributo a César, Jesus disse aos
interlocutores que era preciso respeitar a autoridade civil e as suas leis: dai
a César o que é de César. Mas também lhes disse que não se pode absolutizar
o poder. A ninguém pertence assumir o que é exclusivo de Deus. Por isso, Jesus
acrescentou: e dai a Deus o que é de Deus”.
Acredito que, quem de direito, se esmere por
dar ao povo o que o povo espera deles, porque neles confiou. Mesmo que não
sejam crentes, é uma excelente forma de dar a Deus o que é de Deus, se não se
entrar por caminhos dúbios. O povo não é uma massa inerte a ser manipulada e
instrumentalizada para servir os caminhos da altivez, da corrupção ou da
barbárie. Aos discípulos em busca de poder, Jesus disse-lhes que aquele que
quisesse ser o maior se tornasse o último e servisse a todos, sobretudo os mais
frágeis. Os responsáveis pelo destino dos povos, nos seus mais diversos setores
de intervenção, devem ser estimados, respeitados e obedecidos desde que humanos
e as suas leis sejam justas, humanizantes e balizadas. Não é uma obediência
passiva e de total submissão, até porque, se alguma autoridade se julgasse
acima do próprio Deus e agisse libertinamente, “é preciso obedecer antes a Deus
do que aos homens”, mesmo que isso venha a causar dissabores (cf. At 5, 29).
Os governos, se legítimos, exercem uma
autoridade conferida pelo próprio Deus, como diz São Paulo (Rom 13.1-2). Não
para se arvorarem em poderes teocráticos como se Deus lhes dissesse segredos
aos ouvidos em linguagem encriptada, lhes desse poderes para discriminação de
género, para escravizar, esfolar e matar, e os ilibasse da ética da
responsabilidade e do bom senso. Não para que surjam poderes messiânicos,
opressivos e despóticos a impor sujeição absoluta, endeusando-se para explorar
ou exterminar pessoas e povos só porque sim, ou porque pensam e são diferentes.
Também nenhuma autoridade, ou seja quem for, é uma espécie de marionete ou
instrumento nas mãos de Deus. A soberania de Deus abarca a todos, sim, mas em
liberdade na responsabilidade. Ele confia em cada um as funções que cada um é
capaz de exercer honestamente e segundo as suas próprias capacidades em favor
do bem comum. Para isso, a todos deu inteligência para pensar, investigar e
programar. Deu talentos, vontade e força para trabalhar e concretizar o
possível e o melhor. No coração de todos escreveu uma Lei, a lei do amor a Deus
e ao próximo, com uma consciência que aplaude ou reprova os procedimentos. Esta
confiança que Deus coloca naqueles que exercem autoridade, seja ela qual for, obriga-os a promover a vida social
na verdade, na justiça, na solidariedade e na paz. Só o abandono de Deus levará
alguém a espezinhar o homem, o povo.
Os pais da União Europeia, homens humildes e
políticos de eleição, tinham consciência de que eram instrumentos bem limitados
de uma Providência que se servia deles para a realização de desígnios que os
ultrapassava. Isso dava-lhes serenidade e maior sentido de responsabilidade.
Sabiam que o maior revolucionário de toda a história serviu de coração humilde
e morreu de braços abertos na cruz, abraçando a todos. E não tinham receio de
alavancar o seu universalismo, a sua política de união e de fraternidade, de
justiça e de paz, no fermento do Evangelho. Também Tomás Moro, Patrono dos
Governantes e dos Políticos, agindo diante de Henrique VIII como João Batista
diante de Herodes, foi condenado à morte. Sempre dedicado e leal ao rei, nunca
deixou de defender as suas convicções sobre a família. No momento da execução
afirmou: “…morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus…”.
Respondendo a uma pergunta de alguém, o Papa
Francisco afirmou que os cristãos não podem fazer de pilatos, lavar as
mãos...têm a obrigação de se envolver na política… é uma das formas mais
elevadas da caridade, visto que procura o bem comum... e se ela está muito suja
“não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito
evangélico?”.
“A Igreja encara com simpatia o sistema da
democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas
e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os
próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna
oportuno” (CA46). Bem como defende a reforma pacífica das estruturas e
instituições políticas para mudar os regimes corruptos e ditatórias em sistemas
mais democráticos e participativos. Neste mês de abril, por exemplo, o Papa
Francisco propôs como oração comum para toda a Igreja, rezar “por aqueles que
arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes
autoritários e também nas democracias em crise”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-04-2021.
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