PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 09 de maio de 2021
VI semana da Páscoa
LITURGIA
DOMINGO
VI DA PÁSCOA
Branco – Ofício próprio (Semana II do Saltério). Te
Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. pascal.
L 1 At 10, 25-26. 34-35. 44-48; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4
L2 1 Jo 4, 7-10 ou 1 Jo 4, 11-16
Ev Jo 15, 9-17 ou Jo 17, 11b-19
Em vez destas leituras podem ler-se, neste Domingo VI da Páscoa, a leitura II e
o Evangelho indicados para o Domingo VII da Páscoa, como se propõe no
Lecionário.
* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Começa hoje a Semana da Vida.
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
Lembrar aos fiéis que, no próximo domingo, o ofertório é para os Meios de
Comunicação Social.
MISSA
ANTÍFONA
DE ENTRADA cf. Is 48, 20
Anunciai com brados de alegria, proclamai aos confins da terra: O Senhor
libertou o seu povo. Aleluia.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Concedei-nos, Deus omnipotente,
a graça de viver dignamente estes dias de alegria
em honra de Cristo ressuscitado,
de modo que a nossa vida corresponda sempre
aos mistérios que celebramos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Atos 10, 25-26.34-35.44-48
«O Espírito Santo difundia-se também sobre os pagãos»
Leitura dos Atos
dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro chegou a casa de Cornélio. Este veio-lhe ao encontro e
prostrou-se a seus pés. Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu
também sou um simples homem». Pedro disse-lhe ainda: «Na verdade, eu reconheço
que Deus não faz aceção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e
pratica a justiça é-Lhe agradável». Ainda Pedro falava, quando o Espírito
desceu sobre todos os que estavam a ouvir a palavra. E todos os fiéis
convertidos do judaísmo, que tinham vindo com Pedro, ficaram maravilhados ao
verem que o Espírito Santo se difundia também sobre os gentios, pois ouviam-nos
falar em diversas línguas e glorificar a Deus. Pedro então declarou: «Poderá
alguém recusar a água do Batismo aos que receberam o Espírito Santo, como
nós?». E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então,
pediram-Lhe que ficasse alguns dias com eles.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b)
Refrão: O Senhor manifestou a salvação
a todos os povos. Repete-se
Ou: Diante dos povos
manifestou Deus a salvação. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória. Refrão
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel. Refrão
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai. Refrão
LEITURA II 1 Jo 4, 7-10
«Deus é amor»
Leitura da
Primeira Epístola de São João
Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele
que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus,
porque Deus é amor. Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus
enviou ao mundo o seu Filho Unigénito, para que vivamos por Ele. Nisto consiste
o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o
seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 14, 23
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra.
Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada. Refrão
EVANGELHO Jo 15, 9-17
«Ninguém tem maior amor
do que aquele que dá a vida pelos amigos»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou,
também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu
Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria
esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos
ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele
que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos
mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;
mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não
fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que
vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao
Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos
outros».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Subam à vossa presença, Senhor,
as nossas orações e as nossas ofertas,
de modo que, purificados pela vossa graça,
possamos participar dignamente
nos sacramentos da vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor.
Prefácio pascal
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Jo 14, 15-16
Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando, diz o Senhor. Eu pedirei
ao Pai e Ele vos dará o Espírito Santo,
que permanecerá convosco para sempre. Aleluia.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor Deus todo-poderoso,
que em Cristo ressuscitado nos renovais para a vida eterna,
multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal
e infundi em nossos corações a força do alimento que nos salva.
Por Nosso Senhor.
MÉTODO DE ORAÇÃO BÍBLICA:
1. Leitura: - Lê, respeita, situa o
que lês.
- Detém-te no conteúdo de fé e da passagem que leste
2. Meditação: - Interioriza, dialoga,
atualiza o que leste.
- Deixa que a passagem da Palavra de Deus que leste “leia a tua
vida” 2020.11.28
3. Oração: - Louva o Senhor,
suplica, escuta.
- Dirige-te a Deus que te falou através da Sua Palavra.
Leituras: Atos
10, 25-26.34-35.44-48: Nesta leitura contam-se os
primeiros frutos da pregação do Evangelho entre os pagãos. A conversão e o batismo
do oficial do exército romano, de nome Cornélio, fez compreender aos primeiros
cristãos, e particularmente ao próprio S. Pedro, que a graça de Jesus Cristo,
anunciada no Evangelho, se destina a todos os homens, porque Deus a todos quer
chamar à fé e à conversão.
1 Jo 4, 7-10: A
revelação última de Deus ao homem é a de que Ele é amor. E o testemunho de que
é assim é o facto de Ele nos ter enviado o seu Filho, para que, por Ele, nos
tornássemos filhos de Deus. Nesta fraternidade divina só o amor pode ser o
móbil de toda a atividade entre os irmãos.
Jo 15, 9-17: Deus
é amor. Ele revelou-Se como tal, principalmente ao dar-nos o seu Filho, Jesus,
como nosso Salvador. A Igreja, que é o corpo de Jesus e a sua presença sobre a
terra, tem como lei fundamental a lei do amor; tendo amor uns aos outros, os
cristãos manifestam em si a própria vida de Deus, ao mesmo tempo que a
comunicam.
AGENDA DO DIA:
09.30 horas: Missa em
Amieira
10.45 horas: Missa em
Tolosa
10.00 horas: Missa em
Arez
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão.
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa em
Montalvão
15.30 horas: Missa no
Cacheiro
15.30 horas: Missa no
Arneiro
21.00 horas: Oração do
terço na Igreja do Espírito Santo.
A VOZ DO PASTOR:
QUANDO OS PATRÕES REZAM PELOS OPERÁRIOS E VICE-VERSA
A frase em título vai provocar sisudez em
alguns leitores. Paciência, não perco casamento! Uns acharão que isso é um
disparate ou uma ousadia de mau gosto. Outros levarão a mão à boca,
escandalizados, como se eu tivesse dito uma blasfémia ou uma sonante
jaculatória minhota a ecoar por entre a bigorna, o martelo e o estribo, até dos
surdos. Seja como for, nada retiro, nem que o rabo torça a porca (com licença,
dizia-se na minha terra sempre que se apelava a porcos, com licença!). E quem
diz responsáveis diz empresários, dirigentes de instituições, clubes, etc. etc.
etc... O Papa Francisco, que ainda há dias, no 25 de abril, foi citado na Assembleia
da República, não se cansa de repetir que “não nos esqueçamos nunca de rezar
uns pelos outros”. Chamei-lhe Assembleia da República, e bem. Todos nós
acreditamos que é e deve ser a Casa da Democracia. No entanto, segundo uma
versão recentíssima dada à luz por quem esgravata nos arcanos desse saber, esse
sítio é o “sítio mais sagrado da maçonaria”, é o “maior templo de maçonaria em
Portugal”. Assim sendo, os nossos dedicados representantes, aí reunidos mas
nunca unidos, constituem, nesse sagrado templo, uma assembleia orante mui
“discreta”, mui “secreta”, mui “embiocada”! E será mesmo que, de cada dez dos
parlamentares mais homenageados, nove são maçons?... “Hombre! yo tampoco creo
en las brujas, pero que las hay, las hay... y crecen como hongos!...” Mas
voltemos ao nosso tema antes que seja tarde e desapareça.
Num Estado laico, como é o nosso, o poder é
imparcial em relação a questões religiosas. Ser imparcial, porém, não significa
que seja ateu, agnóstico ou que discrimine a fé dos cidadãos ou os proíba de a
exercer e se afirmarem. A Igreja sempre rezou e ensina o povo a rezar pelos
governantes e por outros responsáveis e dirigentes sociais. Não para que o
explorem e desprezem. Mas para que o sirvam com competência e honestidade e lhe
garantam uma vida digna, calma e tranquila. É possível que muitos cristãos nem
sempre se lembrem de rezar pelos seus súbditos, funcionários, operários,
associados, dirigidos, alunos, clientes, utentes... Interceder pelos outros é
um gesto nobre e fraterno, também de gratidão pelas suas pessoas, pelo seu
serviço ou trabalho ou até, depende de que lado se está, são eles quem lhes
garante o emprego ou o seu crescimento económico. É belo o testemunho que nos
dá um oficial romano, em Cafarnaum. Quando Jesus entrou na cidade, este
centurião foi ao seu encontro para lhe implorar a cura do seu servo que estava
às portas da morte. Reparem: era um escravo a quem o centurião, carinhosamente,
chama “meu filho”! (cf. Lc 7,1-10). Dizer que todos somos irmãos, implica
reconhecer que temos um Pai comum, que é Deus. Dizer que todos somos irmãos é,
pois, entender que o povo não é uma espécie de palco onde “estranhos” sobem e
pisam como meros atores para satisfazer interesses concertados pelos camarins e
anexos! Por certo que há muita gente que reza pelos seus súbditos, e não só.
Outros, porém, sem ninguém lho perguntar, até se adiantam a dizer que são
ateus, graças a Deus, ou agnósticos. Quando se insinuam desse jeito, até parece
que estão a fazer um ato de fé ao contrário. Querem fazer-se de fortes e passar
por pessoas desempoeiradas e sabidas, como se a fé os diminuísse ou lhes
mordesse. A fé no Deus de Jesus Cristo não deve envergonhar ninguém, antes pelo
contrário, é um dom nunca demais agradecido. Ele dinamiza, humaniza, dá sentido
à existência, às coisas e ações da vida, salva. Quem se envergonhar de Mim
diante dos homens, também Eu Me envergonharei dele diante de Meu Pai que está
nos céus, disse-nos Jesus (cf. Lc 9, 26).
Quando Pilatos quis chamar Jesus à pedra,
puxou pelos seus galões de governante para lhe recordar que tinha autoridade
para o soltar e para o crucificar. Jesus respondeu-lhe: “Não terias nenhuma
autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus”. Naquele outro bate
papo sobre se se devia ou não pagar o tributo a César, Jesus disse aos
interlocutores que era preciso respeitar a autoridade civil e as suas leis: dai
a César o que é de César. Mas também lhes disse que não se pode absolutizar
o poder. A ninguém pertence assumir o que é exclusivo de Deus. Por isso, Jesus
acrescentou: e dai a Deus o que é de Deus”.
Acredito que, quem de direito, se esmere por
dar ao povo o que o povo espera deles, porque neles confiou. Mesmo que não
sejam crentes, é uma excelente forma de dar a Deus o que é de Deus, se não se
entrar por caminhos dúbios. O povo não é uma massa inerte a ser manipulada e
instrumentalizada para servir os caminhos da altivez, da corrupção ou da
barbárie. Aos discípulos em busca de poder, Jesus disse-lhes que aquele que
quisesse ser o maior se tornasse o último e servisse a todos, sobretudo os mais
frágeis. Os responsáveis pelo destino dos povos, nos seus mais diversos setores
de intervenção, devem ser estimados, respeitados e obedecidos desde que humanos
e as suas leis sejam justas, humanizantes e balizadas. Não é uma obediência
passiva e de total submissão, até porque, se alguma autoridade se julgasse
acima do próprio Deus e agisse libertinamente, “é preciso obedecer antes a Deus
do que aos homens”, mesmo que isso venha a causar dissabores (cf. At 5, 29).
Os governos, se legítimos, exercem uma
autoridade conferida pelo próprio Deus, como diz São Paulo (Rom 13.1-2). Não
para se arvorarem em poderes teocráticos como se Deus lhes dissesse segredos
aos ouvidos em linguagem encriptada, lhes desse poderes para discriminação de
género, para escravizar, esfolar e matar, e os ilibasse da ética da
responsabilidade e do bom senso. Não para que surjam poderes messiânicos,
opressivos e despóticos a impor sujeição absoluta, endeusando-se para explorar
ou exterminar pessoas e povos só porque sim, ou porque pensam e são diferentes.
Também nenhuma autoridade, ou seja quem for, é uma espécie de marionete ou
instrumento nas mãos de Deus. A soberania de Deus abarca a todos, sim, mas em
liberdade na responsabilidade. Ele confia em cada um as funções que cada um é
capaz de exercer honestamente e segundo as suas próprias capacidades em favor
do bem comum. Para isso, a todos deu inteligência para pensar, investigar e
programar. Deu talentos, vontade e força para trabalhar e concretizar o
possível e o melhor. No coração de todos escreveu uma Lei, a lei do amor a Deus
e ao próximo, com uma consciência que aplaude ou reprova os procedimentos. Esta
confiança que Deus coloca naqueles que exercem autoridade, seja ela qual for, obriga-os a promover a vida social
na verdade, na justiça, na solidariedade e na paz. Só o abandono de Deus levará
alguém a espezinhar o homem, o povo.
Os pais da União Europeia, homens humildes e
políticos de eleição, tinham consciência de que eram instrumentos bem limitados
de uma Providência que se servia deles para a realização de desígnios que os
ultrapassava. Isso dava-lhes serenidade e maior sentido de responsabilidade.
Sabiam que o maior revolucionário de toda a história serviu de coração humilde
e morreu de braços abertos na cruz, abraçando a todos. E não tinham receio de
alavancar o seu universalismo, a sua política de união e de fraternidade, de
justiça e de paz, no fermento do Evangelho. Também Tomás Moro, Patrono dos
Governantes e dos Políticos, agindo diante de Henrique VIII como João Batista
diante de Herodes, foi condenado à morte. Sempre dedicado e leal ao rei, nunca
deixou de defender as suas convicções sobre a família. No momento da execução
afirmou: “…morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus…”.
Respondendo a uma pergunta de alguém, o Papa
Francisco afirmou que os cristãos não podem fazer de pilatos, lavar as
mãos...têm a obrigação de se envolver na política… é uma das formas mais
elevadas da caridade, visto que procura o bem comum... e se ela está muito suja
“não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito
evangélico?”.
“A Igreja encara com simpatia o sistema da
democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas
e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios
governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna oportuno”
(CA46). Bem como defende a reforma pacífica das estruturas e instituições
políticas para mudar os regimes corruptos e ditatórias em sistemas mais
democráticos e participativos. Neste mês de abril, por exemplo, o Papa
Francisco propôs como oração comum para toda a Igreja, rezar “por aqueles que
arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes
autoritários e também nas democracias em crise”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-04-2021.
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