sábado, 31 de outubro de 2020

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

 

 

 

Domingo, 01de novembro de 2020

 

 

Domingo XXXI do do tempo comum

 

Todos os Santos

 

 

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LITURGIA:

 

DOMINGO XXXI DO TEMPO COMUM

TODOS OS SANTOS – SOLENIDADE

Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. próprio.

L 1 Ap 7, 2-4. 9-14; Sal 23 (24), 1-2. 3-4ab. 5-6
L 2 1 Jo 3, 1-3
Ev Mt 5, 1-12a


* Proibidas todas as Missas de defuntos, mesmo a exequial.
* Proibidas as Missas em oratórios privados.
* Em todas as Dioceses de Portugal – Começa a Semana dos Seminários.
* Na Diocese de Viana do Castelo – Começa a Semana da Diocese.
* II Vésp. da solenidade – Compl. dep. II Vésp. dom.

 

TODOS OS SANTOS

 

Nota Histórica

«Os Santos, tendo atingido pela multiforme graça de Deus a perfeição e alcançado a salvação eterna, cantam hoje a Deus no Céu, o louvor perfeito e intercedem por nós.
A Igreja proclama o mistério pascal, realizado na paixão e glorificação deles com Cristo, propõe aos fiéis os seus exemplos, que conduzem os homens ao Pai por Cristo; e implora, pelos seus méritos, as bênçãos de Deus.
Segundo a sua tradição, a Igreja venera os Santos e as suas relíquias autênticas, bem como as suas imagens. É que as festas dos Santos proclamam as grandes obras de Cristo nos Seus servos e oferecem aos fiéis os bons exemplos a imitar» (Constituição Litúrgica, n.º 104 e 111).

 

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA
Exultemos de alegria no Senhor,
celebrando este dia de festa
em honra de Todos os Santos.
Nesta solenidade alegram-se os Anjos
e cantam louvores ao Filho de Deus.

Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
que nos concedeis a graça de honrar numa única solenidade
os méritos de Todos os Santos,
dignai-Vos derramar sobre nós,
em atenção a tão numerosos intercessores,
a desejada abundância da vossa misericórdia.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I Ap 7, 2-4.9-14
«Vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar,
de todas as nações, tribos, povos e línguas»


Leitura do Apocalipse de São João


Eu, João, vi um Anjo que subia do Nascente,
trazendo o selo do Deus vivo.
Ele clamou em alta voz
aos quatro Anjos a quem foi dado o poder
de causar dano à terra e ao mar:
«Não causeis dano à terra, nem ao mar, nem às árvores,
até que tenhamos marcado na fronte
os servos do nosso Deus».
E ouvi o número dos que foram marcados:
cento e quarenta e quatro mil,
de todas as tribos dos filhos de Israel.
Depois disto, vi uma multidão imensa,
que ninguém podia contar,
de todas as nações, tribos, povos e línguas.
Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro,
vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão.
E clamavam em alta voz:
«A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono,
e ao Cordeiro».
Todos os Anjos formavam círculo
em volta do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres Vivos.
Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra,
e adoraram a Deus, dizendo:
«Amen! A bênção e a glória, a sabedoria e a acção de graças,
a honra, o poder e a força
ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amen!».
Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me:
«Esses que estão vestidos de túnicas brancas,
quem são e de onde vieram?».
Eu respondi-lhe:
«Meu Senhor, vós é que o sabeis».
Ele disse-me:
«São os que vieram da grande tribulação,
os que lavaram as túnicas
e as branquearam no sangue do Cordeiro».


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 23 (24), 1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6)
Refrão: Esta é a geração dos que procuram o Senhor.

Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face de Deus.


LEITURA II 1 Jo 3, 1-3
«Veremos a Deus tal como Ele é»


Leitura da Primeira Epístola de São João


Caríssimos:
Vede que admirável amor o Pai nos consagrou
em nos chamar filhos de Deus.
E somo-lo de facto.
Se o mundo não nos conhece,
é porque não O conheceu a Ele.
Caríssimos, agora somos filhos de Deus
e ainda não se manifestou o que havemos de ser.
Mas sabemos que, na altura em que se manifestar,
seremos semelhantes a Deus,
porque O veremos tal como Ele é.
Todo aquele que tem n’Ele esta esperança
purifica-se a si mesmo,
para ser puro, como Ele é puro.


Palavra do Senhor.


ALELUIA Mt 11, 28
Refrão: Aleluia. Repete-se

Vinde a Mim, vós todos os que andais cansados
e oprimidos
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor. Refrão


EVANGELHO Mt 5, 1-12a
«Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo,
ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se.
Rodearam-n’O os discípulos
e Ele começou a ensiná-los, dizendo:
«Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os humildes,
porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa,
vos insultarem, vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa».


Palavra da salvação.


Diz-se o Credo.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai benignamente, Senhor,
os dons que Vos apresentamos
em honra de Todos os Santos
e fazei-nos sentir a intercessão
daqueles que já alcançaram a imortalidade.
Por Nosso Senhor.


PREFÁCIO A glória da nova Jerusalém, nossa mãe

V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.

 
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte:
Hoje nos dais a alegria de celebrar
a cidade santa, a nossa mãe, a Jerusalém celeste,
onde a assembleia dos Santos, nossos irmãos,
glorificam eternamente o vosso nome.
Peregrinos dessa cidade santa,
para ela caminhamos na fé e na alegria,
ao vermos glorificados os ilustres filhos da Igreja,
que nos destes como exemplo e auxílio
para a nossa fragilidade.
Por isso, com todos os Anjos e Santos,
proclamamos a vossa glória,
cantando numa só voz:

 
Santo, Santo, Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Mt 5, 8-10
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Nós Vos adoramos, Senhor nosso Deus,
única fonte de santidade,
admirável em todos os Santos,
e confiadamente Vos pedimos a graça
de chegarmos também nós à plenitude do vosso amor
e passarmos desta mesa de peregrinos
ao banquete da pátria celeste.
Por Nosso Senhor.

 

 

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AGENDA DO DIA

 

09.30 horas: Missa em Amieira do Tejo

10.00 horas: Missa em Arês

10.45 horas: Missa em Tolosa

11.00 horas: Missa em Nisa

12.00 horas: Missa em Alpalhão

12.00 horas: Missa em Gáfete

15.30 horas: Missa no Arneiro

15.30 horas: Missa em Montalvão

15.30 horas: Missa no Cacheiro

 

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A VOZ DO PASTOR

 

 

O JOVEM FRASSATI E O FUTURO PAPA

 

Termino hoje a divulgação dos jovens citados pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive. Embora haja por lá outros nomes de gente boa e santa, estes são treze, contei pelos dedos. Porque foram jovens que marcaram a diferença, ao apresentá-los tive duas intenções: rasgar horizontes no coração daqueles que andam à procura de vida com sentido e reiterar que, de facto, a santidade, sendo tarefa que não se pode delegar, é possível a todos, crianças, jovens e menos jovens, cada um pelo seu caminho e nas suas circunstâncias existenciais.

Pier Giorgio Frassati (Pedro Jorge) nasceu em Turim, em 6 de abril de 1901. Aí viveu e cresceu, a maior parte da vida, no seio de uma família abastada e da alta burguesia. Seu pai, Alfredo Frassati, era jornalista, fundador e dono do jornal "La Stampa". Foi embaixador em Berlim, demitiu-se quando Mussolini assumiu o poder. Sua mãe, Adelaide Ametis, era uma pintora famosa. Embora fosse educado cristãmente, a vivência da fé em família ficava muito aquém do que ele desejava. Sua mãe animava-o a comprometer-se nas dinâmicas da paróquia. Aí foi fazendo o seu caminho, em vida feliz e socialmente comprometida. Embora o pertencer às estruturas eclesiais não seja sinónimo de santidade e a maior parte dos batizados se santifique sem qualquer ligação a elas,  Pedro Jorge, porém, espevitou nelas o seu crescimento espiritual e a sua ação apostólica. Conheceu a Ordem Terceira dos Dominicanos, a Ação Católica, o Apostolado da Oração, a Liga Eucarística, a Associação dos jovens adoradores universitários, os centros da Juventude Mariana Vicentina e a Conferência de São Vicente de Paulo. Tinha como passatempo favorito visitar os doentes e os casebres das periferias de Turim. Por isso, o ruído menos saudável dos seus amigos e familiares era música que ouvia mas não lhe desafinava os acordes da sua vida. E dizia: “Ao redor dos pobres e dos enfermos eu vejo uma luz particular que nós não temos”, ou: “Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres”. Porque levava às casas dos mais necessitados as mais variadas coisas, desde lenha e roupas a alimentos e móveis, porque gastava a mesada que a família lhe dava nestas atividades caritativas, os seus colegas chegaram a denominá-lo como a “Empresa de Transportes Frassati”.

A sua determinação neste compromisso social da caridade brotava da Eucaristia diária, da frequente adoração ao Santíssimo Sacramento, da palavra evangélica e da devoção a Nossa Senhora, cujos rosários ele oferecia a seus amigos e outros. O Papa Francisco comentou assim: “Pedro Jorge era um jovem que compreendera o que significa ter um coração misericordioso, sensível aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais do que meras coisas materiais; dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo, palavras, capacidade de escuta. Servia os pobres com grande descrição, não se pondo jamais em evidência (...) Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua morte, gravemente doente, ainda se pôs a dar orientações sobre o modo como ajudar os seus amigos necessitados”.

 

Pedro Jorge, porém, tinha uma máxima: “A Caridade não é suficiente: precisamos de reformas sociais”. E para explanar os ensinamentos sociais do Papa Leão XIII, foi um dos fundadores do jornal “Momento”. Chegou a ter polémicas acesas com adeptos do Partido Fascista e esteve inscrito no Partido Popular Italiano. Na escolha do seu curso académico pesaram os objetivos que ele tinha para a sua vida. Como desejava trabalhar perto dos operários pobres, decidiu estudar Engenharia Industrial Mecânica, em Turim, com especialização em mineração, pelo facto de os mineiros serem considerados os operários mais pobres dos explorados. Quando esteve em Berlim, em tempos que seu pai era Embaixador, conheceu, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", e pôs a questão de vir a ser sacerdote. Logo deixou a ideia, achava que não tinha vocação.

 

A sua irmã Luciana era com quem ele partilhava a sua vida, sobretudo quando seus pais queriam exigir dele mais alguma coisa do que ele aparentava querer. Seu pai chegou a classificá-lo de “homem inútil” e à deriva, acompanhando pessoas que não estavam à sua altura. Pedro Jorge sorria, aceitava as repreensões de modo sereno, sabia lidar com os seus familiares, com os necessitados e com os da sua classe social. A todos amava e ajudava por igual. Gostava do teatro, da poesia, da arte, da música, da ópera, de visitar museus, recitava versos de Dante Alighieri de cor, escrevia com beleza e profundidade, amava o desporto, sobretudo o esqui e o montanhismo, escalou os Alpes e o Vale de Aosta, adorava as montanhas, extasiando-se a contemplar o ar puro e a beleza do Criação. Entre os escaladores, conheceu uma jovem pela qual mantinha uma paixão que não chegou a anunciar publicamente, quer para não embaraçar a jovem quer para não afrontar a sua família que não aceitaria bem este namoro por ela ser de classe social inferior. A brevidade da sua vida, porém, não lhe deu tempo para nos mostrar quais seriam os passos seguintes. Nesta sua maneira séria e divertida de estar na vida,  chegou a fundar a “Sociedade de Tipos Estranhos” ou dos “arruaceiros”, cujos membros, “desonestos e vigaristas”, recebiam apelidos engraçados. O dele era “Robespierre”. Faziam excursões, contavam piadas, mas, sobretudo, aspiravam à amizade mais profunda fundada na oração e na fé.

 

São João Paulo II, junto do seu túmulo, testemunhou: “Também eu, na minha juventude, senti o benéfico influxo do seu exemplo e, como estudante, fiquei impressionado pela força do seu testemunho cristão”. Como Arcebispo de Cracóvia, e a propósito duma exposição que sobre Pedro Jorge ali havia sido levada a cabo, ele desafiou os jovens a ir ver e observar como aquele jovem das oito bem-aventuranças carregava consigo a graça do Evangelho, a alegria da salvação em Cristo. Aliás, na homilia da sua beatificação, voltou a destacá-lo como o  “homem das bem-aventuranças” capaz de comunicar amor e paz e de testemunhar que “a santidade é possível a todos”.  De facto, “a revolução da caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor”.

 

No dia do enterro da sua avó, Pedro Jorge, com uma forte dor de cabeça, nem conseguia levantar-se da cama. Foi atingido por uma meningite fulminante. Faleceu cerca de quinze dias depois, em 4 de julho de 1925, com apenas 24 anos de idade. Milhares de pessoas participaram nas exéquias. Familiares e amigos ficaram estupefactos com a presença de tantos pobres de Turim que ele havia ajudado, material, social e espiritualmente. Seu pai ficou inconsolável e arrasado pelo vazio que a morte de Pedro lhe causara, ficou impressionado com a multidão presente, reconheceu que só compreendeu bem quem era o seu filho no momento em que o perdeu para sempre: "Não reconheço meu filho!", murmurou. Aos poucos, foi-se aproximando da fé numa conversão maravilhosa que muitos consideraram ser o "primeiro" milagre de Pedro Jorge. Seu pai veio a falecer em 1961.

 

Os restos mortais de Pier Giorgio Frassati, foram transladados do túmulo de família para a Catedral de Turim. As suas relíquias estiveram presentes na Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, em 2016, como já tinham estado na de Sidney, em 2008.  É amado e venerado em todo o mundo, desde a Patagónia à Polónia, das Filipinas à França, dos Estados Unidos à Austrália. Os testemunhos sobre ele são extraordinários, os sites a divulgar a sua vida são inumeráveis e dos quais também me servi par divulgar mais um pouco a sua vida.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 23-10-2020.

 

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