PARÓQUIAS DE NISA
Quinta, 29 de outubro de 2020
XXX semana do
tempo comum
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LITURGIA:
QUINTA-FEIRA
da semana XXX
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 Ef 6, 10-20; Sal 143 (144), 1. 2. 9-10
Ev Lc 13, 31-35
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – B.
Miguel Rua – MO
* Na Ordem Franciscana – I Vésp. do aniversário da Dedicação da igreja própria,
em todas as igrejas dedicadas da Ordem.
* Na Ordem de São Domingos (São Domingos – Lisboa) – I Vésp. do aniversário da
Dedicação da igreja do convento.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 104,
3-4
Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Buscai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade;
e para merecermos alcançar o que prometeis,
fazei-nos amar o que mandais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Ef 6, 10-20
«Revesti-vos da armadura de Deus,
para poderdes perseverar firmes através de todas as provações»
Uma imagem frequente da vida cristã é a da luta, luta contra o inimigo do reino
de Deus, fora e dentro de nós. Nesta ordem de ideias, a presente leitura
imagina o cristão revestido, da cabeça aos pés, como um soldado preparado para
o combate, e apresenta-lhe as diversas armas, com que ele há-de lutar e
triunfar com Cristo, o grande vencedor. Mas toda esta luta é de paz, porque
travada com o auxílio do Espírito de Deus, invocado na oração.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos da
armadura de Deus, para poderdes resistir às ciladas do demónio. Porque nós não
temos de lutar contra adversários de carne e osso, mas contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos do
mal que habitam as regiões celestes. Portanto, irmãos, tomai a armadura de
Deus, para poderdes resistir no dia mau e perseverar firmes, superando todas as
provas. Permanecei bem firmes, de rins cingidos com o cinturão da verdade,
revestidos com a couraça da justiça, de pés calçados com o zelo de anunciar o
Evangelho da paz. Tende sempre nas mãos o escudo da fé, com o qual podereis
apagar as setas inflamadas do Maligno. Tomai o capacete da salvação e a espada
do Espírito, que é a palavra de Deus. Orai em todo o tempo, movidos pelo
Espírito Santo, com toda a espécie de orações e súplicas. Perseverai nas vossas
vigílias, com preces por todos os cristãos. Orai também por mim, para que, ao
falar, me seja concedida a palavra, a fim de anunciar com firmeza o mistério do
Evangelho, do qual sou embaixador nas minhas algemas. Possa eu de facto
anunciá-lo com firmeza, como é meu dever.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 143 (144), 1.2.9-10 (R. 1a)
Refrão: Bendito seja o Senhor, rochedo do
meu refúgio. Repete-se
Bendito seja o Senhor,
o rochedo do meu refúgio,
que adestra as minhas mãos para a luta
e os meus dedos para o combate. Refrão
O Senhor é meu amparo e minha cidadela,
meu baluarte e meu libertador.
Ele é meu escudo e meu abrigo
e submete os povos ao meu poder. Refrão
Hei-de cantar-Vos, meu Deus, um cântico novo,
hei-de celebrar-Vos ao som da harpa,
a Vós que dais aos reis a vitória
e salvastes David, vosso servo. Refrão
ALELUIA cf. Lc 19, 38; 2, 14
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito o que vem em nome do Senhor:
Paz no céu e glória nas alturas. Refrão
EVANGELHO Lc 13, 31-35
«Não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém»
Ao lado do amor de Deus pelos homens manifestado em Cristo, concretamente pelos
da pátria em que Jesus morreu, aparece a incompreensão e a ingratidão da
própria cidade santa de Jerusalém. Mas, é no meio destes caminhos, cheios de
pecados dos homens, que Deus vai preparar para esses mesmos homens a salvação
pela oblação de seu Filho sobre a cruz. Jerusalém, teatro do pecado, será
também o lugar onde o Filho de Deus dará a vida pelos homens pecadores.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele dia, aproximaram-se alguns fariseus, que disseram a Jesus: «Vai-te
daqui, porque Herodes quer matar-te». Jesus respondeu-lhes: «Ide dizer a essa
raposa: Eu expulso demónios e realizo curas hoje e amanhã; ao terceiro dia
chego ao meu fim. Mas hoje, amanhã e depois de amanhã, devo seguir o meu
caminho, porque não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém.
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são
enviados, quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha recolhe
os pintainhos debaixo das suas asas! Mas vós não quisestes. Pois bem. A vossa
casa vai ficar abandonada. E Eu vos digo: Não voltareis a ver-Me, até chegar o
dia em que direis: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!’».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons que Vos apresentamos
e fazei que a celebração destes mistérios
dê glória ao vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 19, 6
Celebramos, Senhor, a vossa salvação
e glorificamos o vosso santo nome.
Ou Ef 5, 2
Cristo amou-nos e deu a vida por nós,
oferecendo-Se em sacrifício agradável a Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que os vossos sacramentos
realizem em nós o que significam,
para alcançarmos um dia em plenitude
o que celebramos nestes santos mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
18.00 horas: Missa em
Nisa
21.00 horas: Adoração
ao Santíssimo – Igreja do Espírito Santo
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A
VOZ DO PASTOR
O JOVEM FRASSATI E O
FUTURO PAPA
Termino hoje a divulgação dos jovens citados
pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive. Embora haja por lá
outros nomes de gente boa e santa, estes são treze, contei pelos dedos. Porque
foram jovens que marcaram a diferença, ao apresentá-los tive duas intenções:
rasgar horizontes no coração daqueles que andam à procura de vida com sentido e
reiterar que, de facto, a santidade, sendo tarefa que não se pode delegar, é
possível a todos, crianças, jovens e menos jovens, cada um pelo seu caminho e
nas suas circunstâncias existenciais.
Pier Giorgio Frassati (Pedro Jorge) nasceu em
Turim, em 6 de abril de 1901. Aí viveu e cresceu, a maior parte da vida, no
seio de uma família abastada e da alta burguesia. Seu pai, Alfredo Frassati,
era jornalista, fundador e dono do jornal "La Stampa". Foi embaixador
em Berlim, demitiu-se quando Mussolini assumiu o poder. Sua mãe, Adelaide
Ametis, era uma pintora famosa. Embora fosse educado cristãmente, a vivência da
fé em família ficava muito aquém do que ele desejava. Sua mãe animava-o a
comprometer-se nas dinâmicas da paróquia. Aí foi fazendo o seu caminho, em vida
feliz e socialmente comprometida. Embora o pertencer às estruturas eclesiais
não seja sinónimo de santidade e a maior parte dos batizados se santifique sem
qualquer ligação a elas, Pedro Jorge,
porém, espevitou nelas o seu crescimento espiritual e a sua ação apostólica.
Conheceu a Ordem Terceira dos Dominicanos, a Ação Católica, o Apostolado da
Oração, a Liga Eucarística, a Associação dos jovens adoradores universitários,
os centros da Juventude Mariana Vicentina e a Conferência de São Vicente de
Paulo. Tinha como passatempo favorito visitar os doentes e os casebres das
periferias de Turim. Por isso, o ruído menos saudável dos seus amigos e
familiares era música que ouvia mas não lhe desafinava os acordes da sua vida.
E dizia: “Ao redor dos pobres e dos enfermos eu vejo uma luz particular que nós
não temos”, ou: “Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no
mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres”. Porque levava às casas
dos mais necessitados as mais variadas coisas, desde lenha e roupas a alimentos
e móveis, porque gastava a mesada que a família lhe dava nestas atividades
caritativas, os seus colegas chegaram a denominá-lo como a “Empresa de
Transportes Frassati”.
A sua determinação neste
compromisso social da caridade brotava da Eucaristia diária, da frequente
adoração ao Santíssimo Sacramento, da palavra evangélica e da devoção a Nossa
Senhora, cujos rosários ele oferecia a seus amigos e outros. O Papa Francisco comentou
assim: “Pedro Jorge era um jovem que compreendera o que significa ter um
coração misericordioso, sensível aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais do
que meras coisas materiais; dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo,
palavras, capacidade de escuta. Servia os pobres com grande descrição, não se
pondo jamais em evidência (...) Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua
morte, gravemente doente, ainda se pôs a dar orientações sobre o modo como
ajudar os seus amigos necessitados”.
Pedro Jorge, porém, tinha
uma máxima: “A Caridade não é suficiente: precisamos de reformas sociais”. E
para explanar os ensinamentos sociais do Papa Leão XIII, foi um dos fundadores
do jornal “Momento”. Chegou a ter polémicas acesas com adeptos do Partido
Fascista e esteve inscrito no Partido Popular Italiano. Na escolha do seu curso
académico pesaram os objetivos que ele tinha para a sua vida. Como desejava
trabalhar perto dos operários pobres, decidiu estudar Engenharia Industrial
Mecânica, em Turim, com especialização em mineração, pelo facto de os mineiros
serem considerados os operários mais pobres dos explorados. Quando esteve em
Berlim, em tempos que seu pai era Embaixador, conheceu, pessoalmente, o Padre
Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", e pôs a questão de vir a
ser sacerdote. Logo deixou a ideia, achava que não tinha vocação.
A sua irmã Luciana era com
quem ele partilhava a sua vida, sobretudo quando seus pais queriam exigir dele
mais alguma coisa do que ele aparentava querer. Seu pai chegou a classificá-lo
de “homem inútil” e à deriva, acompanhando pessoas que não estavam à sua
altura. Pedro Jorge sorria, aceitava as repreensões de modo sereno, sabia lidar
com os seus familiares, com os necessitados e com os da sua classe social. A
todos amava e ajudava por igual. Gostava do teatro, da poesia, da arte, da
música, da ópera, de visitar museus, recitava versos de Dante Alighieri de cor,
escrevia com beleza e profundidade, amava o desporto, sobretudo o esqui e o
montanhismo, escalou os Alpes e o Vale de Aosta, adorava as montanhas,
extasiando-se a contemplar o ar puro e a beleza do Criação. Entre os
escaladores, conheceu uma jovem pela qual mantinha uma paixão que não chegou a
anunciar publicamente, quer para não embaraçar a jovem quer para não afrontar a
sua família que não aceitaria bem este namoro por ela ser de classe social
inferior. A brevidade da sua vida, porém, não lhe deu tempo para nos mostrar
quais seriam os passos seguintes. Nesta sua maneira séria e divertida de estar
na vida, chegou a fundar a “Sociedade de
Tipos Estranhos” ou dos “arruaceiros”, cujos membros, “desonestos e
vigaristas”, recebiam apelidos engraçados. O dele era “Robespierre”. Faziam
excursões, contavam piadas, mas, sobretudo, aspiravam à amizade mais profunda
fundada na oração e na fé.
São João Paulo II, junto do
seu túmulo, testemunhou: “Também eu, na minha juventude, senti o benéfico
influxo do seu exemplo e, como estudante, fiquei impressionado pela força do
seu testemunho cristão”. Como Arcebispo de Cracóvia, e a propósito duma
exposição que sobre Pedro Jorge ali havia sido levada a cabo, ele desafiou os
jovens a ir ver e observar como aquele jovem das oito bem-aventuranças
carregava consigo a graça do Evangelho, a alegria da salvação em Cristo. Aliás,
na homilia da sua beatificação, voltou a destacá-lo como o “homem das bem-aventuranças” capaz de
comunicar amor e paz e de testemunhar que “a santidade é possível a
todos”. De facto, “a revolução da
caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor”.
No dia do enterro da sua
avó, Pedro Jorge, com uma forte dor de cabeça, nem conseguia levantar-se da
cama. Foi atingido por uma meningite fulminante. Faleceu cerca de quinze dias
depois, em 4 de julho de 1925, com apenas 24 anos de idade. Milhares de pessoas
participaram nas exéquias. Familiares e amigos ficaram estupefactos com a
presença de tantos pobres de Turim que ele havia ajudado, material, social e
espiritualmente. Seu pai ficou inconsolável e arrasado pelo vazio que a morte
de Pedro lhe causara, ficou impressionado com a multidão presente, reconheceu
que só compreendeu bem quem era o seu filho no momento em que o perdeu para
sempre: "Não reconheço meu filho!", murmurou. Aos poucos, foi-se
aproximando da fé numa conversão maravilhosa que muitos consideraram ser o
"primeiro" milagre de Pedro Jorge. Seu pai veio a falecer em 1961.
Os restos mortais de Pier Giorgio Frassati, foram transladados
do túmulo de família para a Catedral de Turim. As suas relíquias estiveram presentes na Jornada Mundial
da Juventude, em Cracóvia, em 2016, como já tinham estado na
de Sidney, em 2008. É amado e
venerado em todo o mundo, desde a Patagónia à Polónia, das Filipinas à França, dos Estados Unidos à
Austrália. Os testemunhos sobre ele são extraordinários, os sites a divulgar a
sua vida são inumeráveis e dos quais também me servi par divulgar mais um pouco
a sua vida.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco,
23-10-2020.
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