quarta-feira, 28 de outubro de 2020

 

 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Quinta, 29 de outubro de 2020

 

 

XXX semana do tempo comum


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LITURGIA:

 

QUINTA-FEIRA da semana XXX

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).

L 1 Ef 6, 10-20; Sal 143 (144), 1. 2. 9-10
Ev Lc 13, 31-35

* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – B. Miguel Rua – MO
* Na Ordem Franciscana – I Vésp. do aniversário da Dedicação da igreja própria, em todas as igrejas dedicadas da Ordem.
* Na Ordem de São Domingos (São Domingos – Lisboa) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da igreja do convento.

 

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 104, 3-4
Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Buscai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face.

ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade;
e para merecermos alcançar o que prometeis,
fazei-nos amar o que mandais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) Ef 6, 10-20
«Revesti-vos da armadura de Deus,
para poderdes perseverar firmes através de todas as provações»


Uma imagem frequente da vida cristã é a da luta, luta contra o inimigo do reino de Deus, fora e dentro de nós. Nesta ordem de ideias, a presente leitura imagina o cristão revestido, da cabeça aos pés, como um soldado preparado para o combate, e apresenta-lhe as diversas armas, com que ele há-de lutar e triunfar com Cristo, o grande vencedor. Mas toda esta luta é de paz, porque travada com o auxílio do Espírito de Deus, invocado na oração.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios


Irmãos: Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para poderdes resistir às ciladas do demónio. Porque nós não temos de lutar contra adversários de carne e osso, mas contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos do mal que habitam as regiões celestes. Portanto, irmãos, tomai a armadura de Deus, para poderdes resistir no dia mau e perseverar firmes, superando todas as provas. Permanecei bem firmes, de rins cingidos com o cinturão da verdade, revestidos com a couraça da justiça, de pés calçados com o zelo de anunciar o Evangelho da paz. Tende sempre nas mãos o escudo da fé, com o qual podereis apagar as setas inflamadas do Maligno. Tomai o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orai em todo o tempo, movidos pelo Espírito Santo, com toda a espécie de orações e súplicas. Perseverai nas vossas vigílias, com preces por todos os cristãos. Orai também por mim, para que, ao falar, me seja concedida a palavra, a fim de anunciar com firmeza o mistério do Evangelho, do qual sou embaixador nas minhas algemas. Possa eu de facto anunciá-lo com firmeza, como é meu dever.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 143 (144), 1.2.9-10 (R. 1a)
Refrão: Bendito seja o Senhor, rochedo do meu refúgio. Repete-se

Bendito seja o Senhor,
o rochedo do meu refúgio,
que adestra as minhas mãos para a luta
e os meus dedos para o combate. Refrão

O Senhor é meu amparo e minha cidadela,
meu baluarte e meu libertador.
Ele é meu escudo e meu abrigo
e submete os povos ao meu poder. Refrão

Hei-de cantar-Vos, meu Deus, um cântico novo,
hei-de celebrar-Vos ao som da harpa,
a Vós que dais aos reis a vitória
e salvastes David, vosso servo. Refrão


ALELUIA cf. Lc 19, 38; 2, 14
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito o que vem em nome do Senhor:
Paz no céu e glória nas alturas. Refrão


EVANGELHO Lc 13, 31-35
«Não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém»


Ao lado do amor de Deus pelos homens manifestado em Cristo, concretamente pelos da pátria em que Jesus morreu, aparece a incompreensão e a ingratidão da própria cidade santa de Jerusalém. Mas, é no meio destes caminhos, cheios de pecados dos homens, que Deus vai preparar para esses mesmos homens a salvação pela oblação de seu Filho sobre a cruz. Jerusalém, teatro do pecado, será também o lugar onde o Filho de Deus dará a vida pelos homens pecadores.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele dia, aproximaram-se alguns fariseus, que disseram a Jesus: «Vai-te daqui, porque Herodes quer matar-te». Jesus respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eu expulso demónios e realizo curas hoje e amanhã; ao terceiro dia chego ao meu fim. Mas hoje, amanhã e depois de amanhã, devo seguir o meu caminho, porque não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados, quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha recolhe os pintainhos debaixo das suas asas! Mas vós não quisestes. Pois bem. A vossa casa vai ficar abandonada. E Eu vos digo: Não voltareis a ver-Me, até chegar o dia em que direis: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!’».


Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons que Vos apresentamos
e fazei que a celebração destes mistérios
dê glória ao vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 19, 6
Celebramos, Senhor, a vossa salvação
e glorificamos o vosso santo nome.

Ou Ef 5, 2
Cristo amou-nos e deu a vida por nós,
oferecendo-Se em sacrifício agradável a Deus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que os vossos sacramentos
realizem em nós o que significam,
para alcançarmos um dia em plenitude
o que celebramos nestes santos mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

 

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AGENDA DO DIA

 

18.00 horas: Missa em Nisa

21.00 horas: Adoração ao Santíssimo – Igreja do Espírito Santo

 

 

 

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A VOZ DO PASTOR

 

 

O JOVEM FRASSATI E O FUTURO PAPA

 

Termino hoje a divulgação dos jovens citados pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive. Embora haja por lá outros nomes de gente boa e santa, estes são treze, contei pelos dedos. Porque foram jovens que marcaram a diferença, ao apresentá-los tive duas intenções: rasgar horizontes no coração daqueles que andam à procura de vida com sentido e reiterar que, de facto, a santidade, sendo tarefa que não se pode delegar, é possível a todos, crianças, jovens e menos jovens, cada um pelo seu caminho e nas suas circunstâncias existenciais.

Pier Giorgio Frassati (Pedro Jorge) nasceu em Turim, em 6 de abril de 1901. Aí viveu e cresceu, a maior parte da vida, no seio de uma família abastada e da alta burguesia. Seu pai, Alfredo Frassati, era jornalista, fundador e dono do jornal "La Stampa". Foi embaixador em Berlim, demitiu-se quando Mussolini assumiu o poder. Sua mãe, Adelaide Ametis, era uma pintora famosa. Embora fosse educado cristãmente, a vivência da fé em família ficava muito aquém do que ele desejava. Sua mãe animava-o a comprometer-se nas dinâmicas da paróquia. Aí foi fazendo o seu caminho, em vida feliz e socialmente comprometida. Embora o pertencer às estruturas eclesiais não seja sinónimo de santidade e a maior parte dos batizados se santifique sem qualquer ligação a elas,  Pedro Jorge, porém, espevitou nelas o seu crescimento espiritual e a sua ação apostólica. Conheceu a Ordem Terceira dos Dominicanos, a Ação Católica, o Apostolado da Oração, a Liga Eucarística, a Associação dos jovens adoradores universitários, os centros da Juventude Mariana Vicentina e a Conferência de São Vicente de Paulo. Tinha como passatempo favorito visitar os doentes e os casebres das periferias de Turim. Por isso, o ruído menos saudável dos seus amigos e familiares era música que ouvia mas não lhe desafinava os acordes da sua vida. E dizia: “Ao redor dos pobres e dos enfermos eu vejo uma luz particular que nós não temos”, ou: “Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres”. Porque levava às casas dos mais necessitados as mais variadas coisas, desde lenha e roupas a alimentos e móveis, porque gastava a mesada que a família lhe dava nestas atividades caritativas, os seus colegas chegaram a denominá-lo como a “Empresa de Transportes Frassati”.

A sua determinação neste compromisso social da caridade brotava da Eucaristia diária, da frequente adoração ao Santíssimo Sacramento, da palavra evangélica e da devoção a Nossa Senhora, cujos rosários ele oferecia a seus amigos e outros. O Papa Francisco comentou assim: “Pedro Jorge era um jovem que compreendera o que significa ter um coração misericordioso, sensível aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais do que meras coisas materiais; dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo, palavras, capacidade de escuta. Servia os pobres com grande descrição, não se pondo jamais em evidência (...) Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua morte, gravemente doente, ainda se pôs a dar orientações sobre o modo como ajudar os seus amigos necessitados”.

 

Pedro Jorge, porém, tinha uma máxima: “A Caridade não é suficiente: precisamos de reformas sociais”. E para explanar os ensinamentos sociais do Papa Leão XIII, foi um dos fundadores do jornal “Momento”. Chegou a ter polémicas acesas com adeptos do Partido Fascista e esteve inscrito no Partido Popular Italiano. Na escolha do seu curso académico pesaram os objetivos que ele tinha para a sua vida. Como desejava trabalhar perto dos operários pobres, decidiu estudar Engenharia Industrial Mecânica, em Turim, com especialização em mineração, pelo facto de os mineiros serem considerados os operários mais pobres dos explorados. Quando esteve em Berlim, em tempos que seu pai era Embaixador, conheceu, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", e pôs a questão de vir a ser sacerdote. Logo deixou a ideia, achava que não tinha vocação.

 

A sua irmã Luciana era com quem ele partilhava a sua vida, sobretudo quando seus pais queriam exigir dele mais alguma coisa do que ele aparentava querer. Seu pai chegou a classificá-lo de “homem inútil” e à deriva, acompanhando pessoas que não estavam à sua altura. Pedro Jorge sorria, aceitava as repreensões de modo sereno, sabia lidar com os seus familiares, com os necessitados e com os da sua classe social. A todos amava e ajudava por igual. Gostava do teatro, da poesia, da arte, da música, da ópera, de visitar museus, recitava versos de Dante Alighieri de cor, escrevia com beleza e profundidade, amava o desporto, sobretudo o esqui e o montanhismo, escalou os Alpes e o Vale de Aosta, adorava as montanhas, extasiando-se a contemplar o ar puro e a beleza do Criação. Entre os escaladores, conheceu uma jovem pela qual mantinha uma paixão que não chegou a anunciar publicamente, quer para não embaraçar a jovem quer para não afrontar a sua família que não aceitaria bem este namoro por ela ser de classe social inferior. A brevidade da sua vida, porém, não lhe deu tempo para nos mostrar quais seriam os passos seguintes. Nesta sua maneira séria e divertida de estar na vida,  chegou a fundar a “Sociedade de Tipos Estranhos” ou dos “arruaceiros”, cujos membros, “desonestos e vigaristas”, recebiam apelidos engraçados. O dele era “Robespierre”. Faziam excursões, contavam piadas, mas, sobretudo, aspiravam à amizade mais profunda fundada na oração e na fé.

 

São João Paulo II, junto do seu túmulo, testemunhou: “Também eu, na minha juventude, senti o benéfico influxo do seu exemplo e, como estudante, fiquei impressionado pela força do seu testemunho cristão”. Como Arcebispo de Cracóvia, e a propósito duma exposição que sobre Pedro Jorge ali havia sido levada a cabo, ele desafiou os jovens a ir ver e observar como aquele jovem das oito bem-aventuranças carregava consigo a graça do Evangelho, a alegria da salvação em Cristo. Aliás, na homilia da sua beatificação, voltou a destacá-lo como o  “homem das bem-aventuranças” capaz de comunicar amor e paz e de testemunhar que “a santidade é possível a todos”.  De facto, “a revolução da caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor”.

 

No dia do enterro da sua avó, Pedro Jorge, com uma forte dor de cabeça, nem conseguia levantar-se da cama. Foi atingido por uma meningite fulminante. Faleceu cerca de quinze dias depois, em 4 de julho de 1925, com apenas 24 anos de idade. Milhares de pessoas participaram nas exéquias. Familiares e amigos ficaram estupefactos com a presença de tantos pobres de Turim que ele havia ajudado, material, social e espiritualmente. Seu pai ficou inconsolável e arrasado pelo vazio que a morte de Pedro lhe causara, ficou impressionado com a multidão presente, reconheceu que só compreendeu bem quem era o seu filho no momento em que o perdeu para sempre: "Não reconheço meu filho!", murmurou. Aos poucos, foi-se aproximando da fé numa conversão maravilhosa que muitos consideraram ser o "primeiro" milagre de Pedro Jorge. Seu pai veio a falecer em 1961.

 

Os restos mortais de Pier Giorgio Frassati, foram transladados do túmulo de família para a Catedral de Turim. As suas relíquias estiveram presentes na Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, em 2016, como já tinham estado na de Sidney, em 2008.  É amado e venerado em todo o mundo, desde a Patagónia à Polónia, das Filipinas à França, dos Estados Unidos à Austrália. Os testemunhos sobre ele são extraordinários, os sites a divulgar a sua vida são inumeráveis e dos quais também me servi par divulgar mais um pouco a sua vida.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 23-10-2020.

 

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