segunda-feira, 12 de outubro de 2020

 


 

PARÓQUIAS DE NISA

 

 

Terça, 13 de outubro de 2020

 

 

XXVIII semana do tempo comum

 

 

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LITURGIA:

 

TERÇA-FEIRA da semana XXVIII

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).

L 1 Gal 5, 1-6; Sal 118 (119), 41 e 43. 44-45. 47-48
Ev Lc 11, 37-41

* Na Arquidiocese de Braga – B. Alexandrina de Balazar – MO
* Na Diocese de Leiria-Fátima (Santuário de Fátima) – Aniversário da Dedicação da Basílica de Nossa Senhora do Rosário – SOLENIDADE
* No Patriarcado de Lisboa (Lisboa) – Aniversário da Dedicação da Basílica de Nossa Senhora dos Mártires – MO
* Na Ordem Agostiniana – Comemoração de todos os benfeitores defuntos da Ordem.
* Na Ordem Cartusiana – Santos e Beatos da Ordem Cartusiana – FESTA
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – B. Honorato de Kozminski de Biala, presbítero, da I Ordem – MF
* Na Congregação Salesiana e no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – B. Alexandrina Maria da Costa, virgem – MF

 

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 129, 3-4
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão, Senhor Deus de Israel.


ORAÇÃO COLECTA
Nós Vos pedimos, Senhor, que a vossa graça
preceda e acompanhe sempre as nossas acções
e nos torne cada vez mais atentos
à prática das boas obras.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos pares) Gal 5, 1-6
«A circuncisão não tem qualquer valor,
mas só a fé, que atua pela caridade»


Continuando os pontos de vista já ontem apresentados, São Paulo insiste em que o que torna, hoje, os cristãos justos aos olhos de Deus é a sua fé em Jesus Cristo, e não, como no seu tempo ainda alguns pensavam, a prática da antiga lei de Moisés. Esses tempos passaram; hoje Deus fala-nos por seu Filho. A circuncisão era, para os Judeus, o sinal de pertencer ao seu povo; mas, depois que veio Jesus Cristo, o sinal de pertença ao povo de Deus, que é a Igreja, é a fé, que se celebra no Batismo e nos outros sacramentos, e se manifesta na vida de caridade.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas


Irmãos: Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão. Sou eu, Paulo, que vos digo: Se vos fizerdes circuncidar, Cristo de nada vos servirá. De novo asseguro a todo o homem que se faz circuncidar: fica obrigado a cumprir toda a Lei de Moisés. Vós os que procurais a justificação por essa Lei, separastes-vos de Cristo e perdestes a graça de Deus. Nós, porém, é pelo Espírito Santo, em virtude da fé, que esperamos alcançar a justificação. Porque em Jesus Cristo, nem a circuncisão nem a incircuncisão tem qualquer valor, mas só a fé, que atua pela caridade.


Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 118 (119), 41 e 43.44-45.47-48 (R. 41a)
Refrão: Desça sobre mim, Senhor, a vossa bondade.
Repete-se

Desça sobre mim a vossa bondade,
salvai-me segundo a vossa promessa.
Não me tireis da boca a palavra da verdade,
porque eu espero nos vossos juízos. Refrão

Quero cumprir fielmente a vossa lei,
agora e para sempre.
Andarei seguro no meu caminho,
porque busquei os vossos preceitos. Refrão

Ponho as minhas delícias nos vossos mandamentos,
porque muito os amo.
Estendo as mãos para os vossos mandamentos
e medito nos vossos decretos. Refrão


ALELUIA
Hebr 4, 12
Refrão: Aleluia. Repete-se
A palavra de Deus é viva e eficaz,
conhece os pensamentos e intenções do coração. Refrão


EVANGELHO Lc 11, 37-41
«Dai esmola e tudo para vós ficará limpo»


Jesus chama a atenção do fariseu que O tinha convidado para almoçar e fizera reparo por Ele não lavar as mãos, dizendo-lhe que o que purifica é o amor, que se manifesta na esmola, e não a água, que só se lança sobre as mãos. É, no fundo, uma lição sobre o sentido espiritual da religião, sem com isso pretender negar as suas expressões externas e as regras gerais da higiene.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, depois de Jesus ter falado, um fariseu convidou-O para comer em sua casa. Jesus entrou e tomou lugar à mesa. O fariseu admirou-se, ao ver que Ele não tinha feito as abluções antes de comer. Disse-lhe o Senhor: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade. Insensatos! Quem fez o interior não fez também o exterior? Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo».

 
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor,
as orações e as ofertas dos vossos fiéis
e fazei que esta celebração sagrada
nos encaminhe para a glória do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 11
Os ricos empobrecem e passam fome;
mas nada falta aos que procuram o Senhor.

Ou cf. 1 Jo 3, 2
Quando o Senhor Se manifestar,
seremos semelhantes a Ele,
porque O veremos na sua glória.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de infinita bondade,
que nos alimentais com o Corpo e o Sangue do vosso Filho,
tornai-nos também participantes da sua natureza divina.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

 

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AGENDA DO DIA

 

09.30 horas: Funeral em Nisa

18.00 horas: Missa em Alpalhão

18.00 horas: Missa em Nisa

21-00 horas: Reunião e Cursilhistas em Nisa – Espírito Santo

 

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A VOZ DO PASTOR

 

OUTUBRO:

 

MÊS DAS MISSÕES

 

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MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2020

[18 de outubro de 2020]

 

«Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8)

 

Queridos irmãos e irmãs!

Desejo manifestar a minha gratidão a Deus pelo empenho com que, em outubro passado, foi vivido o Mês Missionário Extraordinário em toda a Igreja. Estou convencido de que isso contribuiu para estimular a conversão missionária em muitas comunidades pela senda indicada no tema «Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo».

Neste ano, marcado pelas tribulações e desafios causados pela pandemia do covid-19, este caminho missionário de toda a Igreja continua à luz da palavra que encontramos na narração da vocação do profeta Isaías: «Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). É a resposta, sempre nova, à pergunta do Senhor: «Quem enviarei?» (Ibid.). Esta chamada provém do coração de Deus, da sua misericórdia, que interpela quer a Igreja quer a humanidade na crise mundial atual. «À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados “vamos perecer” (cf. Mc 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos» (Francisco, Meditação na Praça de São Pedro, 27/III/2020). Estamos verdadeiramente assustados, desorientados e temerosos. O sofrimento e a morte fazem-nos experimentar a nossa fragilidade humana; mas, ao mesmo tempo, todos nos reconhecemos participantes dum forte desejo de vida e de libertação do mal. Neste contexto, a chamada à missão, o convite a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo aparece como oportunidade de partilha, serviço, intercessão. A missão que Deus confia a cada um faz passar do «eu» medroso e fechado ao «eu» resoluto e renovado pelo dom de si.

No sacrifício da cruz, onde se realiza a missão de Jesus (cf. Jo 19, 28-30), Deus revela que o seu amor é por todos e cada um (cf. Jo 19, 26-27). E pede-nos a nossa disponibilidade pessoal para ser enviados, porque Ele é Amor em perene movimento de missão, sempre em saída de Si mesmo para dar vida. Por amor dos homens, Deus Pai enviou o Filho Jesus (cf. Jo 3, 16). Jesus é o Missionário do Pai: a sua Pessoa e a sua obra são, inteiramente, obediência à vontade do Pai (cf. Jo 4, 34; 6, 38; 8, 12-30; Heb 10, 5-10). Por sua vez, Jesus – crucificado e ressuscitado por nós –, no seu movimento de amor atrai-nos com o seu próprio Espírito, que anima a Igreja, torna-nos discípulos de Cristo e envia-nos em missão ao mundo e às nações.

«A missão, a “Igreja em saída” não é um programa, um intuito concretizável por um esforço de vontade. É Cristo que faz sair a Igreja de si mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, moves-te porque o Espírito te impele e conduz (Francisco, Sem Ele nada podemos fazer, 2019, 16-17). Deus é sempre o primeiro a amar-nos e, com este amor, vem ao nosso encontro e chama-nos. A nossa vocação pessoal provém do facto de sermos filhos e filhas de Deus na Igreja, sua família, irmãos e irmãs naquela caridade que Jesus nos testemunhou. Mas, todos têm uma dignidade humana fundada na vocação divina a ser filhos de Deus, a tornar-se, no sacramento do Batismo e na liberdade da fé, aquilo que são desde sempre no coração de Deus.

Já o facto de ter recebido gratuitamente a vida constitui um convite implícito para entrar na dinâmica do dom de si mesmo: uma semente que, nos batizados, ganhará forma madura como resposta de amor no matrimónio e na virgindade pelo Reino de Deus. A vida humana nasce do amor de Deus, cresce no amor e tende para o amor. Ninguém está excluído do amor de Deus e, no santo sacrifício de seu Filho Jesus na cruz, Deus venceu o pecado e a morte (cf. Rom 8, 31-39). Para Deus, o mal – incluindo o próprio pecado – torna-se um desafio para amar, e amar cada vez mais (cf. Mt 5, 38-48; Lc 23, 33-34). Por isso, no Mistério Pascal, a misericórdia divina cura a ferida primordial da humanidade e derrama-se sobre o universo inteiro. A Igreja, sacramento universal do amor de Deus pelo mundo, prolonga na história a missão de Jesus e envia-nos por toda a parte para que, através do nosso testemunho da fé e do anúncio do Evangelho, Deus continue a manifestar o seu amor e possa tocar e transformar corações, mentes, corpos, sociedades e culturas em todo o tempo e lugar.

A missão é resposta, livre e consciente, à chamada de Deus. Mas esta chamada só a podemos sentir, quando vivemos[a1]  numa relação pessoal de amor com Jesus vivo na sua Igreja. Perguntemo-nos: estamos prontos a acolher a presença do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir a chamada à missão quer no caminho do matrimónio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio ordenado e, em todo o caso, na vida comum de todos os dias? Estamos dispostos a ser enviados para qualquer lugar a fim de testemunhar a nossa fé em Deus Pai misericordioso, proclamar o Evangelho da salvação de Jesus Cristo, partilhar a vida divina do Espírito Santo edificando a Igreja? Como Maria, a Mãe de Jesus, estamos prontos a permanecer sem reservas ao serviço da vontade de Deus (cf. Lc 1, 38)? Esta disponibilidade interior é muito importante para se conseguir responder a Deus: Eis-me aqui, Senhor, envia-me (cf. Is 6, 8). E isto respondido não em abstrato, mas no hoje da Igreja e da história.

A compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja. Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida. Obrigados à distância física e a permanecer em casa, somos convidados a redescobrir que precisamos das relações sociais e também da relação comunitária com Deus. Longe de aumentar a desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos mais atentos à nossa maneira de nos relacionarmos com os outros. E a oração, na qual Deus toca e move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade e liberdade dos nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação. A impossibilidade de nos reunirmos como Igreja para celebrar a Eucaristia fez-nos partilhar a condição de muitas comunidades cristãs que não podem celebrar a Missa todos os domingos. Neste contexto, é-nos dirigida novamente a pergunta de Deus – «quem enviarei?» – e aguarda, de nós, uma resposta generosa e convicta: «Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). Deus continua a procurar pessoas para enviar ao mundo e às nações, a fim de testemunhar o seu amor, a sua salvação do pecado e da morte, a sua libertação do mal (cf. Mt 9, 35-38; Lc 10, 1-11).

Celebrar o Dia Mundial das Missões significa também reiterar que a oração, a reflexão e a ajuda material das vossas ofertas são oportunidades para participar ativamente na missão de Jesus na sua Igreja. A caridade manifestada nas coletas das celebrações litúrgicas do terceiro domingo de outubro tem por objetivo sustentar o trabalho missionário, realizado em meu nome pelas Obras Missionárias Pontifícias, que acodem às necessidades espirituais e materiais dos povos e das Igrejas de todo o mundo para a salvação de todos.

A Santíssima Virgem Maria, Estrela da Evangelização e Consoladora dos Aflitos, discípula missionária do seu Filho Jesus, continue a amparar-nos e a interceder por nós.

Roma, em São João de Latrão, na Solenidade de Pentecostes, 31 de maio de 2020.

Francisco

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UM CAMINHITO COM ASCENSOR PARA O ALTO

 

Teresa de Lisieux nasceu a 2 de janeiro de 1873 em Alençom, França. Era filha de Luís Martin e de Zélia Guérin, canonizados pelo Papa Francisco em 18 de outubro de 2015, em pleno Sínodo dos Bispos sobre a Família, no Dia Mundial das Missões. Foi a primeira vez que, na história da Igreja, se canonizou marido e esposa na mesma celebração. Tive o privilégio de lá estar e participar. Teresinha, sempre franzina de saúde, estudou no colégio da Abadia das monjas beneditinas. Aos 14 anos, queria entrar na ordem das carmelitas descalças. As normas da Igreja, porém, não lho permitiam. Numa viagem a Roma, ousou pedir ao Papa que a dispensasse desse impedimento. Assim, em abril de 1888, entrou para o Carmelo com o nome de Teresa do Menino Jesus. Fez a profissão religiosa em setembro de 1890, festa da Natividade de Nossa Senhora, tomando o nome de Teresa do Menino Jesus e da Santa Face.

 

Grande devota do Menino Jesus, dedicou-lhe escritos, poesias, pinturas, orações, adotou-lhe o nome. A pedido de sua irmã Paulina, escreveu três manuscritos, uma espécie de autobiografia, tendo sido publicados sob o título “História de uma Alma”. E mesmo que Karl Rhaner tivesse dito que muitos aspetos da personalidade e dos escritos desta santa lhe parecessem “irritantes e simplesmente aborrecidos!” este livro foi um dos maiores “best sellers” da história. Apontava o “pequeno caminho” para a santidade, através dos pequeninos atos e gestos de cada dia, feitos com amor. Até o “pegar um alfinete caído no chão, com amor, produz fruto de santidade”, dizia ela. Era um estilo de estar e fazer que passava despercebido. Tanto assim que, aquando do processo da sua beatificação, algumas das Irmãs que tinham convivido com ela no convento e foram convidadas a testemunhar, afirmaram que ela não tinha nada que valesse a pena contar, nada de relevante, nada digno de registo. De facto, ninguém é grande para os mais próximos, ninguém é profeta em sua terra, disse Cristo. Tantos santos que ninguém topa!... santos de “ao pé da porta” como refere o Papa Francisco, santos de dentro de casa, jovens e adultos, doentes ou descartados, na família e na profissão, nos deveres da cidadania terrena e já da nova terra e dos novos céus!...

 

A caridade foi quem ofereceu a Teresinha a chave da sua vocação. É ela quem o afirma: “compreendi que só o amor fazia atuar os membros da Igreja e que, se o amor viesse a extinguir-se, nem os apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho, nem os mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as Vocações, que o Amor é tudo e que abrange todos os tempos e lugares, numa palavra, que o amor é eterno ... a minha vocação é o amor ... com o amor serei tudo; assim será realizado o meu sonho”.

 

E tinha consciência das suas limitações: “sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos céus, e o obscuro grão de areia  pisado pelos pés dos caminhantes. Em vez de desanimar, disse para comigo: Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis. Posso, portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar a maneira de ir para o Céu por um caminhito muito direito, muito curto; um caminhito completamente novo”.

E referia com humor:  “Estamos num século de invenções. Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma escada; em casa dos ricos o ascensor substitui-a vantajosamente. Eu queria também encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor, objeto do meu desejo, e li estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino, venha a mim. Então, aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e quis saber, ó meu Deus!, o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo. Continuei as minhas buscas, e eis o que encontrei: como uma mãe acaricia o seu filho, assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos! Ah!, nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma. O ascensor que me há de elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena”.

 

Porque há discursos e escritos como a espada de Dom Afonso Henriques, isto é, pesados, chatos e longos, (como este meu, possivelmente! mas vou-me converter, na quaresma!), quando o conteúdo e o estilo dos livros a cansavam e confundiam, ela reagia: “Às vezes quando leio certos tratados espirituais, a perfeição é apresentada através de inúmeras dificuldades, rodeada por uma quantidade de ilusões. A minha pobre inteligência cansa-se muito depressa, fecho o sábio livro que me quebra a cabeça e me seca o coração e pego na Sagrada Escritura. Então tudo me parece luminoso, uma só palavra revela à minha alma horizontes infinitos, a perfeição parece-me fácil, vejo que basta reconhecer o próprio nada e abandonar-se como uma criança nos braços de Deus. Deixando às almas grandes, às grandes inteligências, os belos livros que não posso compreender, e ainda menos pôr em prática, regozijo-me por ser pequenina visto que só as crianças e os que se assemelharem a elas serão admitidas ao banquete celestial. Sinto-me muito feliz por haver várias moradas no reino de Deus, porque se houvesse apenas aquela cuja descrição e caminho me parecem incompreensíveis, não poderia lá entrar”.

 

Teresinha gostava de flores e de jogar as pétalas ao ver passar o Santíssimo Sacramento na custódia e de as lançar ao crucifixo do jardim do Carmelo: “Não tenho outro meio de Te provar o meu amor, senão o de lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra; aproveitar todas as mais pequenas coisas e fazê-las por amor...Quero sofrer por amor e gozar por amor. Assim lançarei flores diante do teu trono. Não encontrarei nenhuma sem a desfolhar para Ti”.

 

Ao terminar a sua carreira, afirmou que ia fazer chover sobre o mundo uma chuva de rosas, isto é, que sempre iria interceder a Deus por todos os povos. Faleceu a 30 de setembro de 1897, de tuberculose, aos 24 anos. É uma das santas mais populares, com muita devoção.

Canonizada em maio de 1925, foi declarada Padroeira das Missões Católicas em 1927, sem nunca ter saído do convento. São João Paulo II declarou-a Doutora da Igreja. Com Joana d’Arc, é Padroeira de França.

 

Sentindo-nos ao colo de Maria, a Mãe, encontraremos o “caminhito” mais curto para chegarmos até Jesus, o verdadeiro “ascensor” que nos há de levar ao céu, vivendo n’Ele, como Ele, com Ele e os outros. Lancemos flores diante do trono da graça, façamos por amor e com amor as maiores e as mais pequeninas coisas de cada dia, oferecendo-as pelas grandes intenções da Igreja e do mundo.

 

Antonino Dias

Portalegre-Castelo Branco, 09-10-2020.

 

P.S:

Amanhã, em Assis, é beatificado Carlo Acutis, um jovem cuja fama de santidade rapidamente atravessou o mundo e muitos se têm sentido tocados por ele, para Cristo. Nas páginas da internet abundam as referências. Aqui, no facebook, também eu escrevi sobre ele, em 27 de março. Se o desejar, poderá recordar a sua vida.      

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