PARÓQUIAS DE NISA
Terça, 27 de outubro de 2020
XXX semana do
tempo comum
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LITURGIA:
TERÇA-FEIRA
da semana XXX
B. Gonçalo de Lagos, presbítero – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 Ef 5, 21-33; Sal 127 (128), 1-2. 3. 4-5
Ev Lc 13, 18-21
* Na Arquidiocese de Évora – SS. Vicente, Sabina e Cristeta, mártires,
Padroeiros principais da cidade de Évora. Em Évora – SOLENIDADE; nas outras
igrejas da Arquidiocese – MO
* Na Diocese do Algarve – B. Gonçalo de Lagos, presbítero – MO; em Lagos –
FESTA
* No Patriarcado de Lisboa – B. Gonçalo de Lagos, presbítero – MO
* Na Ordem Beneditina – B. Gonçalo de Lagos, presbítero – MF
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofício e Missa da féria.
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo
104, 3-4
Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Buscai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade;
e para merecermos alcançar o que prometeis,
fazei-nos amar o que mandais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Ef 5, 21-33
«É grande este mistério, em relação a Cristo e à Igreja»
Ao falar do matrimónio cristão, S. Paulo vê nele um reflexo da união de Cristo
e da Igreja. Quase se poderia dizer que a união de Cristo e da Igreja é o tipo
do matrimónio cristão. Este é, por isso, um “mistério”, quer dizer que ele,
para além de ser acontecimento humano, encerra uma significação divina. Ele é,
por isso, um sacramento. Foi a propósito da vida familiar dos cristãos que o
Apóstolo expôs esta doutrina.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres
submetam-se aos maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher,
como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador. Ora, como a
Igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter em tudo
aos maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se
entregou por ela. Ele quis santificá-la, purificando-a no baptismo da água pela
palavra da vida, para a apresentar a Si mesmo como Igreja cheia de glória, sem
mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim
devem os maridos amar as suas mulheres, como os seus corpos. Quem ama a sua
mulher ama-se a si mesmo. Ninguém, de facto, odiou jamais o seu corpo, antes o
alimenta e lhe presta cuidados, como Cristo à Igreja; porque nós somos membros
do seu Corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua mulher, e
serão dois numa só carne. É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e
à Igreja. Portanto, cada um de vós ame a sua mulher como a si mesmo e a mulher
respeite o marido.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5 (R. cf. 1a)
Refrão: Felizes os que esperam no Senhor.
Repete-se
Feliz de ti, que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem. Refrão
Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira
ao redor da tua mesa. Refrão
Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida. Refrão
ALELUIA cf. Mt 11, 25
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino. Refrão
EVANGELHO Lc 13, 18-21
«O grão cresceu e tornou-se árvore»
Duas breves parábolas, a do grão de mostarda e a do fermento, sublinham a força
interna e o poder de transformação que animam o reino de Deus. Esta vitalidade
íntima do reino nunca diminuirá, mesmo que a experiência nem sempre seja igual
à que S. Lucas possuía. O reino de Deus só será realidade perfeita no fim dos
tempos, que hão de dar o verdadeiro sentido a toda a história; mas ele já está
no meio de nós, embora em humildade cheio de vida, como o grão de semente em
comparação com a árvore que ele há de vir a ser um dia.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus: «A que é semelhante o reino de Deus, a que hei de
compará-lo? É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e lançou na sua
horta. Cresceu, tornou-se árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus
ramos». Jesus disse ainda: «A que hei de comparar o reino de Deus? É semelhante
ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha, até
ficar tudo levedado».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons que Vos apresentamos
e fazei que a celebração destes mistérios
dê glória ao vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 19, 6
Celebramos, Senhor, a vossa salvação
e glorificamos o vosso santo nome.
Ou Ef 5, 2
Cristo amou-nos e deu a vida por nós,
oferecendo-Se em sacrifício agradável a Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que os vossos sacramentos
realizem em nós o que significam,
para alcançarmos um dia em plenitude
o que celebramos nestes santos mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
09.30 horas: Funeral em
Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
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A
VOZ DO PASTOR
O JOVEM FRASSATI E O
FUTURO PAPA
Termino hoje a divulgação dos jovens citados
pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive. Embora haja por lá
outros nomes de gente boa e santa, estes são treze, contei pelos dedos. Porque
foram jovens que marcaram a diferença, ao apresentá-los tive duas intenções:
rasgar horizontes no coração daqueles que andam à procura de vida com sentido e
reiterar que, de facto, a santidade, sendo tarefa que não se pode delegar, é
possível a todos, crianças, jovens e menos jovens, cada um pelo seu caminho e
nas suas circunstâncias existenciais.
Pier Giorgio Frassati (Pedro Jorge) nasceu em
Turim, em 6 de abril de 1901. Aí viveu e cresceu, a maior parte da vida, no
seio de uma família abastada e da alta burguesia. Seu pai, Alfredo Frassati,
era jornalista, fundador e dono do jornal "La Stampa". Foi embaixador
em Berlim, demitiu-se quando Mussolini assumiu o poder. Sua mãe, Adelaide
Ametis, era uma pintora famosa. Embora fosse educado cristãmente, a vivência da
fé em família ficava muito aquém do que ele desejava. Sua mãe animava-o a
comprometer-se nas dinâmicas da paróquia. Aí foi fazendo o seu caminho, em vida
feliz e socialmente comprometida. Embora o pertencer às estruturas eclesiais
não seja sinónimo de santidade e a maior parte dos batizados se santifique sem
qualquer ligação a elas, Pedro Jorge,
porém, espevitou nelas o seu crescimento espiritual e a sua ação apostólica.
Conheceu a Ordem Terceira dos Dominicanos, a Ação Católica, o Apostolado da
Oração, a Liga Eucarística, a Associação dos jovens adoradores universitários,
os centros da Juventude Mariana Vicentina e a Conferência de São Vicente de
Paulo. Tinha como passatempo favorito visitar os doentes e os casebres das
periferias de Turim. Por isso, o ruído menos saudável dos seus amigos e
familiares era música que ouvia mas não lhe desafinava os acordes da sua vida.
E dizia: “Ao redor dos pobres e dos enfermos eu vejo uma luz particular que nós
não temos”, ou: “Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no
mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres”. Porque levava às casas
dos mais necessitados as mais variadas coisas, desde lenha e roupas a alimentos
e móveis, porque gastava a mesada que a família lhe dava nestas atividades
caritativas, os seus colegas chegaram a denominá-lo como a “Empresa de
Transportes Frassati”.
A sua determinação neste compromisso social da caridade
brotava da Eucaristia diária, da frequente adoração ao Santíssimo Sacramento,
da palavra evangélica e da devoção a Nossa Senhora, cujos rosários ele oferecia
a seus amigos e outros. O Papa Francisco comentou assim: “Pedro Jorge era um
jovem que compreendera o que significa ter um coração misericordioso, sensível
aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais do que meras coisas materiais;
dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo, palavras, capacidade de escuta.
Servia os pobres com grande descrição, não se pondo jamais em evidência (...)
Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua morte, gravemente doente, ainda se
pôs a dar orientações sobre o modo como ajudar os seus amigos necessitados”.
Pedro Jorge, porém, tinha uma máxima: “A Caridade não é
suficiente: precisamos de reformas sociais”. E para explanar os ensinamentos
sociais do Papa Leão XIII, foi um dos fundadores do jornal “Momento”. Chegou a
ter polémicas acesas com adeptos do Partido Fascista e esteve inscrito no
Partido Popular Italiano. Na escolha do seu curso académico pesaram os
objetivos que ele tinha para a sua vida. Como desejava trabalhar perto dos
operários pobres, decidiu estudar Engenharia Industrial Mecânica, em Turim, com
especialização em mineração, pelo facto de os mineiros serem considerados os
operários mais pobres dos explorados. Quando esteve em Berlim, em tempos que
seu pai era Embaixador, conheceu, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o
"São Francisco alemão", e pôs a questão de vir a ser sacerdote. Logo
deixou a ideia, achava que não tinha vocação.
A sua irmã Luciana era com quem ele partilhava a sua
vida, sobretudo quando seus pais queriam exigir dele mais alguma coisa do que
ele aparentava querer. Seu pai chegou a classificá-lo de “homem inútil” e à
deriva, acompanhando pessoas que não estavam à sua altura. Pedro Jorge sorria,
aceitava as repreensões de modo sereno, sabia lidar com os seus familiares, com
os necessitados e com os da sua classe social. A todos amava e ajudava por
igual. Gostava do teatro, da poesia, da arte, da música, da ópera, de visitar
museus, recitava versos de Dante Alighieri de cor, escrevia com beleza e
profundidade, amava o desporto, sobretudo o esqui e o montanhismo, escalou os
Alpes e o Vale de Aosta, adorava as montanhas, extasiando-se a contemplar o ar
puro e a beleza do Criação. Entre os escaladores, conheceu uma jovem pela qual
mantinha uma paixão que não chegou a anunciar publicamente, quer para não
embaraçar a jovem quer para não afrontar a sua família que não aceitaria bem
este namoro por ela ser de classe social inferior. A brevidade da sua vida,
porém, não lhe deu tempo para nos mostrar quais seriam os passos seguintes.
Nesta sua maneira séria e divertida de estar na vida, chegou a fundar a “Sociedade de Tipos
Estranhos” ou dos “arruaceiros”, cujos membros, “desonestos e vigaristas”,
recebiam apelidos engraçados. O dele era “Robespierre”. Faziam excursões,
contavam piadas, mas, sobretudo, aspiravam à amizade mais profunda fundada na
oração e na fé.
São João Paulo II, junto do seu túmulo, testemunhou:
“Também eu, na minha juventude, senti o benéfico influxo do seu exemplo e, como
estudante, fiquei impressionado pela força do seu testemunho cristão”. Como Arcebispo
de Cracóvia, e a propósito duma exposição que sobre Pedro Jorge ali havia sido
levada a cabo, ele desafiou os jovens a ir ver e observar como aquele jovem das
oito bem-aventuranças carregava consigo a graça do Evangelho, a alegria da
salvação em Cristo. Aliás, na homilia da sua beatificação, voltou a destacá-lo
como o “homem das bem-aventuranças”
capaz de comunicar amor e paz e de testemunhar que “a santidade é possível a
todos”. De facto, “a revolução da
caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor”.
No dia do enterro da sua avó, Pedro Jorge, com uma forte
dor de cabeça, nem conseguia levantar-se da cama. Foi atingido por uma
meningite fulminante. Faleceu cerca de quinze dias depois, em 4 de julho de
1925, com apenas 24 anos de idade. Milhares de pessoas participaram nas
exéquias. Familiares e amigos ficaram estupefactos com a presença de tantos
pobres de Turim que ele havia ajudado, material, social e espiritualmente. Seu
pai ficou inconsolável e arrasado pelo vazio que a morte de Pedro lhe causara,
ficou impressionado com a multidão presente, reconheceu que só compreendeu bem
quem era o seu filho no momento em que o perdeu para sempre: "Não
reconheço meu filho!", murmurou. Aos poucos, foi-se aproximando da fé numa
conversão maravilhosa que muitos consideraram ser o "primeiro"
milagre de Pedro Jorge. Seu pai veio a falecer em 1961.
Os restos mortais de Pier Giorgio Frassati, foram transladados
do túmulo de família para a Catedral de Turim. As suas relíquias estiveram presentes na Jornada Mundial
da Juventude, em Cracóvia, em 2016, como já tinham estado na
de Sidney, em 2008. É amado e
venerado em todo o mundo, desde a Patagónia à Polónia, das Filipinas à França, dos Estados Unidos à
Austrália. Os testemunhos sobre ele são extraordinários, os sites a divulgar a
sua vida são inumeráveis e dos quais também me servi par divulgar mais um pouco
a sua vida.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 23-10-2020.
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