PARÓQUIAS DE NISA
Quarta, 28 de outubro de 2020
XXX semana do
tempo comum
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LITURGIA:
QUARTA-FEIRA
da semana XXX
S. Simão e S. Judas, Apóstolos –
FESTA
Vermelho – Ofício da festa. Te Deum.
Missa própria, Glória, pf. dos Apóstolos.
L 1 Ef 2, 19-22; Sal 18 A, 2-3. 4-5
Ev Lc 6, 12-19
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
S.
SIMÃO e S. JUDAS, Apóstolos
Nota
Histórica
O nome de Simão figura em undécimo lugar na lista dos Apóstolos. Dele se
sabe apenas que nasceu em Caná e que tinha o denominativo de «Zelotes».
Judas, de sobrenome Tadeu, é o Apóstolo que na Última Ceia perguntou ao
Senhor por que razão Se manifestava aos seus discípulos e não ao mundo (Jo 14,
22).
Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA
Estes são os homens santos, que o Senhor escolheu com verdadeiro amor.
O Senhor deu-lhes a glória eterna.
Diz-se o Glória.
ORAÇÃO COLECTA
Deus de infinita misericórdia,
que nos fizestes chegar ao conhecimento do vosso nome
por meio dos bem-aventurados Apóstolos,
concedei-nos, por intercessão de São Simão e São Judas,
que a vossa Igreja cresça continuamente
com a conversão dos povos ao Evangelho.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ef 2, 19-22
«Edificados sobre o alicerce dos
Apóstolos»
Leitura da Epístola
do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos:
Já não sois estrangeiros nem hóspedes,
mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas,
que tem Cristo como pedra angular.
Em Cristo, toda a construção, bem ajustada,
cresce para formar um templo santo do Senhor;
e em união com Ele, também vós sois integrados na construção,
para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 A (19 A),
2-3.4-5 (R. 5a)
Refrão: A sua mensagem ressoou por toda a
terra.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
ALELUIA
Refrão: Aleluia. Repete-se
Nós Vos louvamos, ó Deus;
nós Vos bendizemos, Senhor.
O coro glorioso dos Apóstolos
canta os vossos louvores. Refrão
EVANGELHO Lc 6, 12-19
«Escolheu doze, a quem chamou apóstolos»
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naqueles dias,
Jesus subiu ao monte para rezar
e passou a noite em oração a Deus.
Quando amanheceu, chamou os discípulos
e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem deu também o nome de Pedro,
e seu irmão André;
Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé;
Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota;
Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes,
que veio a ser o traidor.
Depois desceu com eles do monte
e deteve-Se num sítio plano,
com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas
de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia.
Tinham vindo para ouvir Jesus
e serem curados das suas doenças.
Os que eram atormentados por espíritos impuros
também ficavam curados.
Toda a multidão procurava tocar Jesus,
porque saía d’Ele uma força que a todos sarava.
Palavra da salvação.
Na Missa votiva de todos os Santos
Apóstolos, utilizam-se as leituras precedentes.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor, as ofertas que Vos apresentamos,
ao recordar a glória dos apóstolos São Simão e São Judas
e fazei-nos celebrar dignamente estes santos mistérios.
Por Nosso Senhor.
Prefácio dos Apóstolos I
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Jo 14, 23
Aquele que Me ama guardará as minhas palavras
e será amado por meu Pai, diz o Senhor.
Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com os vossos sacramentos
na festa do glorioso martírio de São Simão e São Judas,
pela virtude do Espírito Santo, que actua nestes mistérios,
confirmai-nos sempre no vosso amor.
Por Nosso Senhor.
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AGENDA
DO DIA
17.00 horas: Missa em
Gáfete
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em Tolosa
21.00 horas: Reunião de
catequistas em Nisa
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A
VOZ DO PASTOR
O JOVEM FRASSATI E O
FUTURO PAPA
Termino hoje a divulgação dos jovens citados
pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive. Embora haja por lá
outros nomes de gente boa e santa, estes são treze, contei pelos dedos. Porque
foram jovens que marcaram a diferença, ao apresentá-los tive duas intenções:
rasgar horizontes no coração daqueles que andam à procura de vida com sentido e
reiterar que, de facto, a santidade, sendo tarefa que não se pode delegar, é
possível a todos, crianças, jovens e menos jovens, cada um pelo seu caminho e
nas suas circunstâncias existenciais.
Pier Giorgio Frassati (Pedro Jorge) nasceu em
Turim, em 6 de abril de 1901. Aí viveu e cresceu, a maior parte da vida, no
seio de uma família abastada e da alta burguesia. Seu pai, Alfredo Frassati,
era jornalista, fundador e dono do jornal "La Stampa". Foi embaixador
em Berlim, demitiu-se quando Mussolini assumiu o poder. Sua mãe, Adelaide
Ametis, era uma pintora famosa. Embora fosse educado cristãmente, a vivência da
fé em família ficava muito aquém do que ele desejava. Sua mãe animava-o a
comprometer-se nas dinâmicas da paróquia. Aí foi fazendo o seu caminho, em vida
feliz e socialmente comprometida. Embora o pertencer às estruturas eclesiais
não seja sinónimo de santidade e a maior parte dos batizados se santifique sem
qualquer ligação a elas, Pedro Jorge,
porém, espevitou nelas o seu crescimento espiritual e a sua ação apostólica.
Conheceu a Ordem Terceira dos Dominicanos, a Ação Católica, o Apostolado da
Oração, a Liga Eucarística, a Associação dos jovens adoradores universitários,
os centros da Juventude Mariana Vicentina e a Conferência de São Vicente de
Paulo. Tinha como passatempo favorito visitar os doentes e os casebres das
periferias de Turim. Por isso, o ruído menos saudável dos seus amigos e
familiares era música que ouvia mas não lhe desafinava os acordes da sua vida.
E dizia: “Ao redor dos pobres e dos enfermos eu vejo uma luz particular que nós
não temos”, ou: “Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no
mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres”. Porque levava às casas
dos mais necessitados as mais variadas coisas, desde lenha e roupas a alimentos
e móveis, porque gastava a mesada que a família lhe dava nestas atividades
caritativas, os seus colegas chegaram a denominá-lo como a “Empresa de
Transportes Frassati”.
A sua determinação neste compromisso social da caridade
brotava da Eucaristia diária, da frequente adoração ao Santíssimo Sacramento,
da palavra evangélica e da devoção a Nossa Senhora, cujos rosários ele oferecia
a seus amigos e outros. O Papa Francisco comentou assim: “Pedro Jorge era um
jovem que compreendera o que significa ter um coração misericordioso, sensível
aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais do que meras coisas materiais;
dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo, palavras, capacidade de escuta.
Servia os pobres com grande descrição, não se pondo jamais em evidência (...)
Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua morte, gravemente doente, ainda se
pôs a dar orientações sobre o modo como ajudar os seus amigos necessitados”.
Pedro Jorge, porém, tinha uma máxima: “A Caridade não é
suficiente: precisamos de reformas sociais”. E para explanar os ensinamentos
sociais do Papa Leão XIII, foi um dos fundadores do jornal “Momento”. Chegou a
ter polémicas acesas com adeptos do Partido Fascista e esteve inscrito no
Partido Popular Italiano. Na escolha do seu curso académico pesaram os
objetivos que ele tinha para a sua vida. Como desejava trabalhar perto dos operários
pobres, decidiu estudar Engenharia Industrial Mecânica, em Turim, com
especialização em mineração, pelo facto de os mineiros serem considerados os
operários mais pobres dos explorados. Quando esteve em Berlim, em tempos que
seu pai era Embaixador, conheceu, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o
"São Francisco alemão", e pôs a questão de vir a ser sacerdote. Logo
deixou a ideia, achava que não tinha vocação.
A sua irmã Luciana era com quem ele partilhava a sua
vida, sobretudo quando seus pais queriam exigir dele mais alguma coisa do que
ele aparentava querer. Seu pai chegou a classificá-lo de “homem inútil” e à
deriva, acompanhando pessoas que não estavam à sua altura. Pedro Jorge sorria,
aceitava as repreensões de modo sereno, sabia lidar com os seus familiares, com
os necessitados e com os da sua classe social. A todos amava e ajudava por
igual. Gostava do teatro, da poesia, da arte, da música, da ópera, de visitar
museus, recitava versos de Dante Alighieri de cor, escrevia com beleza e
profundidade, amava o desporto, sobretudo o esqui e o montanhismo, escalou os
Alpes e o Vale de Aosta, adorava as montanhas, extasiando-se a contemplar o ar
puro e a beleza do Criação. Entre os escaladores, conheceu uma jovem pela qual
mantinha uma paixão que não chegou a anunciar publicamente, quer para não
embaraçar a jovem quer para não afrontar a sua família que não aceitaria bem
este namoro por ela ser de classe social inferior. A brevidade da sua vida,
porém, não lhe deu tempo para nos mostrar quais seriam os passos seguintes.
Nesta sua maneira séria e divertida de estar na vida, chegou a fundar a “Sociedade de Tipos
Estranhos” ou dos “arruaceiros”, cujos membros, “desonestos e vigaristas”,
recebiam apelidos engraçados. O dele era “Robespierre”. Faziam excursões,
contavam piadas, mas, sobretudo, aspiravam à amizade mais profunda fundada na
oração e na fé.
São João Paulo II, junto do seu túmulo, testemunhou:
“Também eu, na minha juventude, senti o benéfico influxo do seu exemplo e, como
estudante, fiquei impressionado pela força do seu testemunho cristão”. Como
Arcebispo de Cracóvia, e a propósito duma exposição que sobre Pedro Jorge ali
havia sido levada a cabo, ele desafiou os jovens a ir ver e observar como
aquele jovem das oito bem-aventuranças carregava consigo a graça do Evangelho,
a alegria da salvação em Cristo. Aliás, na homilia da sua beatificação, voltou
a destacá-lo como o “homem das
bem-aventuranças” capaz de comunicar amor e paz e de testemunhar que “a
santidade é possível a todos”. De facto,
“a revolução da caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um
futuro melhor”.
No dia do enterro da sua avó, Pedro Jorge, com uma forte
dor de cabeça, nem conseguia levantar-se da cama. Foi atingido por uma
meningite fulminante. Faleceu cerca de quinze dias depois, em 4 de julho de
1925, com apenas 24 anos de idade. Milhares de pessoas participaram nas
exéquias. Familiares e amigos ficaram estupefactos com a presença de tantos
pobres de Turim que ele havia ajudado, material, social e espiritualmente. Seu
pai ficou inconsolável e arrasado pelo vazio que a morte de Pedro lhe causara,
ficou impressionado com a multidão presente, reconheceu que só compreendeu bem
quem era o seu filho no momento em que o perdeu para sempre: "Não
reconheço meu filho!", murmurou. Aos poucos, foi-se aproximando da fé numa
conversão maravilhosa que muitos consideraram ser o "primeiro"
milagre de Pedro Jorge. Seu pai veio a falecer em 1961.
Os restos mortais de Pier Giorgio Frassati, foram transladados
do túmulo de família para a Catedral de Turim. As suas relíquias estiveram presentes na Jornada Mundial
da Juventude, em Cracóvia, em 2016, como já tinham estado na
de Sidney, em 2008. É amado e
venerado em todo o mundo, desde a Patagónia à Polónia, das Filipinas à França, dos Estados Unidos à
Austrália. Os testemunhos sobre ele são extraordinários, os sites a divulgar a
sua vida são inumeráveis e dos quais também me servi par divulgar mais um pouco
a sua vida.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 23-10-2020.
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