PARÓQUIAS DE NISA
Domingo, 18 de outubro de 2020
XXIX domingo do
tempo comum
*****************
LITURGIA:
DOMINGO
XXIX DO TEMPO COMUM
Verde – Ofício do domingo (Semana I do Saltério).
Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.
L 1 Is 45, 1. 4-6; Sal 95 (96), 1 e 3.
4-5. 7-8. 9-10a.c
L 2 1 Tes 1, 1-5b
Ev Mt 22, 15-21
* Proibidas as Missas de defuntos, excepto a exequial.
* Dia mundial das Missões. Onde se realizam celebrações especiais pelas
missões, pode dizer-se a Missa “Pela evangelização dos povos” – (MR, p. 1208).
* Em todas as Dioceses de Portugal – Ofertório para as Missões.
* Na Diocese do Funchal – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé –
SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – Ofício e Missa do domingo.
* Na Sociedade Missionária da Boa Nova – Dia Mundial das Missões.
* Nas Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor – Santíssimo Redentor, Titular da
Congregação – SOLENIDADE
* Nas Dioceses de Cabo Verde – Ofertório para as Missões.
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – I Vésp. de S. Paulo da Cruz. Desde
o meio dia de hoje, até à meia noite de amanhã, concede-se indulgência plenária
ao fiel que visitar a igreja ou capela dos religiosos no dia da festa do Santo
Fundador e ali rezar o Pai nosso e o Credo (Manual das indulgências, concessão
68).
* II Vésp. do domingo – Compl. dep. II Vésp. dom.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 16,
6.8.9
Respondei-me, Senhor, quando Vos invoco,
ouvi a minha voz, escutai as minhas palavras.
Guardai-me dos meus inimigos, Senhor.
Protegei-me à sombra das vossas asas.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
dai-nos a graça de consagrarmos sempre ao vosso serviço
a dedicação da nossa vontade
e a sinceridade do nosso coração.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Is 45, 1.4-6
«Tomei Ciro pela mão direita para subjugar diante dele as nações»
O Evangelho de hoje vai afirmar a relação entre o poder temporal e o poder
espiritual. Mas Deus é Senhor de todos os homens, e nada nem ninguém é autónomo
em relação a Ele. Deus realiza os seus desígnios, que são sempre de salvação,
através dos homens e das instituições humanas, por vezes até de maneira muito
clara, como se mostra nesta leitura: o rei da Pérsia, Ciro, um pagão, é
instrumento de Deus para a libertação do seu povo.
Leitura do Livro
de Isaías
Assim fala o Senhor a Ciro, seu ungido, a quem tomou pela mão direita, para
subjugar diante dele as nações e fazer cair as armas da cintura dos reis, para
abrir as portas à sua frente, sem que nenhuma lhe seja fechada: «Por causa de
Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito, Eu te chamei pelo teu nome e te dei
um título glorioso, quando ainda não Me conhecias. Eu sou o Senhor e não há
outro; fora de Mim não há Deus. Eu te cingi, quando ainda não Me conhecias,
para que se saiba, do Oriente ao Ocidente, que fora de Mim não há outro. Eu sou
o Senhor e mais ninguém».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 95 (96), 1.3.4-5.7-8.9-10a.c (R. 7b)
Refrão: Aclamai a glória e o poder do
Senhor. Repete-se
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas. Refrão
O Senhor é grande e digno de louvor,
mais temível que todos os deuses.
Os deuses dos gentios não passam de ídolos,
foi o Senhor quem fez os céus. Refrão
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder.
Dai ao Senhor a glória do seu nome,
levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios. Refrão
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d’Ele a terra inteira.
Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
governa os povos com equidade. Refrão
LEITURA II 1 Tes 1, 1-5b
«Recordamos a vossa fé, caridade e esperança»
Começamos hoje a leitura da primeira epístola aos Tessalonicenses, a comunidade
cristã existente na cidade de Tessalónica (ou Salónica), no norte da Grécia.
Como de costume, S. Paulo começa com uma ação de graças, hoje, por verificar o
progresso espiritual desses cristãos. Como podemos observar, os Apóstolos
pregavam e escreviam como verdadeiros mestres e pastores, e não apenas como
moralistas ou legisladores. E sempre será esta a verdadeira finalidade da
pregação na Igreja: levar os seus filhos a crescerem nos caminhos do reino de
Deus, o que é para ela fonte de alegria e de ação de graças.
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja dos Tessalonicenses, que está em Deus Pai e
no Senhor Jesus Cristo: A graça e a paz estejam convosco. Damos continuamente
graças a Deus por todos vós, ao fazermos menção de vós nas nossas orações.
Recordamos a atividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da
vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, na presença de Deus, nosso Pai.
Nós sabemos, irmãos amados por Deus, como fostes escolhidos. O nosso Evangelho
não vos foi pregado somente com palavras, mas também com obras poderosas, com a
ação do Espírito Santo.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Filip 2, 15d.16a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Vós brilhais como estrelas no mundo,
ostentando a palavra da vida. Refrão
EVANGELHO Mt 22, 15-21
«Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus»
Perante o poder temporal, aqui representado por César, o imperador de Roma –
que ao tempo de Jesus imperava também na Terra Santa – a atitude de Jesus é de
respeito pela sua autonomia, mas reivindica, ao mesmo tempo, as exigências
primordiais do serviço de Deus, às quais nada se pode antepor. E, ao mesmo
tempo, denuncia a falta de sinceridade dos que O interrogavam; sem ela, ninguém
se poderá dirigir a Deus.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de
surpreender Jesus no que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos,
juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e
que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem te deixares influenciar por
ninguém, pois não fazes aceção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou
não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu:
«Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles
apresentaram-Lhe um denário e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta
inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-Lhes Jesus: «Então, dai a
César o que é de César e a Deus o que é de Deus».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Fazei, Senhor,
que possamos servir ao vosso altar
com plena liberdade de espírito,
para que estes mistérios que celebramos
nos purifiquem de todo o pecado.
Por Nosso Senhor.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 32, 18-19
O Senhor vela sobre os seus fiéis,
sobre aqueles que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas,
para os alimentar no tempo da fome.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Concedei, Senhor,
que a participação nos mistérios celestes
nos faça progredir na santidade,
nos obtenha as graças temporais
e nos confirme nos bens eternos.
Por Nosso Senhor.
***********
AGENDA
DO DIA
09.30 horas: Missa em
Amieira do Tejo
10.00 horas: Missa em
Arês
10.45 horas: Missa em
Tolosa
11.00 horas: Missa em
Nisa
12.00 horas: Missa em
Alpalhão
12.00 horas: Missa em
Gáfete
15.30 horas: Missa no
Arneiro
15.30 horas: Missa em
Montalvão
17.00 horas: Percurso
com Imagem de Nossa Senhora pelas Ruas de Nisa.
.
************
A
VOZ DO PASTOR
OUTUBRO:
MÊS DAS MISSÕES
---------------------------------------------------------------
MENSAGEM
DE SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2020
[18
de outubro de 2020]
«Eis-me
aqui, envia-me» (Is 6, 8)
Queridos irmãos e irmãs!
Desejo manifestar a minha gratidão a Deus pelo empenho com
que, em outubro passado, foi vivido o Mês Missionário Extraordinário em toda a
Igreja. Estou convencido de que isso contribuiu para estimular a conversão
missionária em muitas comunidades pela senda indicada no tema «Batizados e
enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo».
Neste ano, marcado pelas tribulações e desafios causados
pela pandemia do covid-19, este caminho missionário de toda a Igreja continua à
luz da palavra que encontramos na narração da vocação do profeta Isaías: «Eis-me
aqui, envia-me» (Is 6, 8). É a resposta, sempre nova, à pergunta do
Senhor: «Quem enviarei?» (Ibid.). Esta chamada provém do coração de
Deus, da sua misericórdia, que interpela quer a Igreja quer a humanidade na
crise mundial atual. «À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos
surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de
estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas, ao mesmo tempo,
importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de
mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que,
falando a uma só voz, dizem angustiados “vamos perecer” (cf. Mc 4, 38),
assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual
por conta própria, mas só o conseguiremos juntos» (Francisco, Meditação na Praça
de São Pedro,
27/III/2020). Estamos verdadeiramente assustados, desorientados e temerosos. O
sofrimento e a morte fazem-nos experimentar a nossa fragilidade humana; mas, ao
mesmo tempo, todos nos reconhecemos participantes dum forte desejo de vida e de
libertação do mal. Neste contexto, a chamada à missão, o convite a sair de si
mesmo por amor de Deus e do próximo aparece como oportunidade de partilha,
serviço, intercessão. A missão que Deus confia a cada um faz passar do «eu»
medroso e fechado ao «eu» resoluto e renovado pelo dom de si.
No sacrifício da cruz, onde se realiza a missão de Jesus
(cf. Jo 19, 28-30), Deus revela que o seu amor é por todos e cada um
(cf. Jo 19, 26-27). E pede-nos a nossa disponibilidade pessoal para ser
enviados, porque Ele é Amor em perene movimento de missão, sempre em saída de
Si mesmo para dar vida. Por amor dos homens, Deus Pai enviou o Filho Jesus (cf.
Jo 3, 16). Jesus é o Missionário do Pai: a sua Pessoa e a sua obra são,
inteiramente, obediência à vontade do Pai (cf. Jo 4, 34; 6, 38; 8,
12-30; Heb 10, 5-10). Por sua vez, Jesus – crucificado e ressuscitado
por nós –, no seu movimento de amor atrai-nos com o seu próprio Espírito, que
anima a Igreja, torna-nos discípulos de Cristo e envia-nos em missão ao mundo e
às nações.
«A missão, a “Igreja em saída” não é um programa, um intuito
concretizável por um esforço de vontade. É Cristo que faz sair a Igreja de si
mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, moves-te porque o Espírito te impele
e conduz (Francisco, Sem Ele nada podemos fazer, 2019, 16-17). Deus é
sempre o primeiro a amar-nos e, com este amor, vem ao nosso encontro e
chama-nos. A nossa vocação pessoal provém do facto de sermos filhos e filhas de
Deus na Igreja, sua família, irmãos e irmãs naquela caridade que Jesus nos
testemunhou. Mas, todos têm uma dignidade humana fundada na vocação divina a
ser filhos de Deus, a tornar-se, no sacramento do Batismo e na liberdade da fé,
aquilo que são desde sempre no coração de Deus.
Já o facto de ter recebido gratuitamente a vida constitui um
convite implícito para entrar na dinâmica do dom de si mesmo: uma semente que,
nos batizados, ganhará forma madura como resposta de amor no matrimónio e na
virgindade pelo Reino de Deus. A vida humana nasce do amor de Deus, cresce no
amor e tende para o amor. Ninguém está excluído do amor de Deus e, no santo
sacrifício de seu Filho Jesus na cruz, Deus venceu o pecado e a morte (cf. Rom
8, 31-39). Para Deus, o mal – incluindo o próprio pecado – torna-se um desafio
para amar, e amar cada vez mais (cf. Mt 5, 38-48; Lc 23, 33-34).
Por isso, no Mistério Pascal, a misericórdia divina cura a ferida primordial da
humanidade e derrama-se sobre o universo inteiro. A Igreja, sacramento
universal do amor de Deus pelo mundo, prolonga na história a missão de Jesus e
envia-nos por toda a parte para que, através do nosso testemunho da fé e do
anúncio do Evangelho, Deus continue a manifestar o seu amor e possa tocar e
transformar corações, mentes, corpos, sociedades e culturas em todo o tempo e
lugar.
A missão é resposta, livre e consciente, à chamada de Deus.
Mas esta chamada só a podemos sentir, quando vivemos[a1] numa relação pessoal de amor com
Jesus vivo na sua Igreja. Perguntemo-nos: estamos prontos a acolher a presença
do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir a chamada à missão quer no caminho do
matrimónio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio ordenado e, em
todo o caso, na vida comum de todos os dias? Estamos dispostos a ser enviados
para qualquer lugar a fim de testemunhar a nossa fé em Deus Pai misericordioso,
proclamar o Evangelho da salvação de Jesus Cristo, partilhar a vida divina do
Espírito Santo edificando a Igreja? Como Maria, a Mãe de Jesus, estamos prontos
a permanecer sem reservas ao serviço da vontade de Deus (cf. Lc 1, 38)?
Esta disponibilidade interior é muito importante para se conseguir responder a
Deus: Eis-me aqui, Senhor, envia-me (cf. Is 6, 8). E isto respondido não
em abstrato, mas no hoje da Igreja e da história.
A compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes
tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja.
Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a
pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem
perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida. Obrigados à
distância física e a permanecer em casa, somos convidados a redescobrir que
precisamos das relações sociais e também da relação comunitária com Deus. Longe
de aumentar a desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos
mais atentos à nossa maneira de nos relacionarmos com os outros. E a oração, na
qual Deus toca e move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade
e liberdade dos nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação. A
impossibilidade de nos reunirmos como Igreja para celebrar a Eucaristia fez-nos
partilhar a condição de muitas comunidades cristãs que não podem celebrar a
Missa todos os domingos. Neste contexto, é-nos dirigida novamente a pergunta de
Deus – «quem enviarei?» – e aguarda, de nós, uma resposta generosa e convicta:
«Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). Deus continua a procurar pessoas para
enviar ao mundo e às nações, a fim de testemunhar o seu amor, a sua salvação do
pecado e da morte, a sua libertação do mal (cf. Mt 9, 35-38; Lc
10, 1-11).
Celebrar o Dia Mundial das Missões significa também reiterar
que a oração, a reflexão e a ajuda material das vossas ofertas são
oportunidades para participar ativamente na missão de Jesus na sua Igreja. A
caridade manifestada nas coletas das celebrações litúrgicas do terceiro domingo
de outubro tem por objetivo sustentar o trabalho missionário, realizado em meu
nome pelas Obras Missionárias Pontifícias, que acodem às necessidades
espirituais e materiais dos povos e das Igrejas de todo o mundo para a salvação
de todos.
A Santíssima Virgem Maria, Estrela da Evangelização e
Consoladora dos Aflitos, discípula missionária do seu Filho Jesus, continue a
amparar-nos e a interceder por nós.
Roma, em São João de Latrão, na Solenidade de Pentecostes,
31 de maio de 2020.
Francisco
*********************
DO “EU” MEDROSO AO “EU” RENOVADO
Mais um Dia Mundial que nos interpela e desafia! O
Papa Francisco exorta-nos a passar do “eu” medroso e fechado ao “eu” resoluto e
renovado. Na sua Mensagem para este Dia Mundial das Missões, da qual faço eco, o
Papa refere que fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda.
Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas, ao
mesmo tempo, importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos
carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os
discípulos que, na tempestade do mar da Galileia, falando a uma só voz, dizem
angustiados “vamos perecer”, assim também nós nos apercebemos de que não
podemos continuar a estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos
juntos. E se o sofrimento e a morte nos fazem experimentar a nossa fragilidade
humana, todos temos um forte desejo de vida e de libertação do mal.
Os governantes atarefam-se em dar as respostas possíveis
às preocupações e dores dos povos, que são muitas e de variada complexidade. Por
sua vez, Francisco refere que a compreensão daquilo que Deus nos está a dizer
nestes tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja. Desafia-nos
a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a pobreza de quem
morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem perde o emprego e o
salário, de quem não tem abrigo e comida. Obrigados à distância física e a
permanecer em casa, somos convidados a redescobrir que precisamos das relações
sociais e também da relação comunitária com Deus. Longe de aumentar a
desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos mais atentos à
nossa maneira de nos relacionarmos com os outros. E a oração, na qual Deus toca
e move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade e liberdade
dos nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação. A impossibilidade de
nos reunirmos como Igreja para celebrar a Eucaristia fez-nos partilhar a
condição de muitas comunidades cristãs que não podem celebrar a Missa todos os
domingos.
Atormentados com a pandemia do covid-19, o Papa
diz-nos que o caminho missionário de toda a Igreja, de cada um de nós, podê-lo-emos
encontrar na narração da vocação de Isaías: «Eis-me aqui, envia-me». É a
resposta, sempre nova, à pergunta do Senhor: «Quem enviarei?» (Is 6, 8). Esta
interpelação brota do coração de Deus, da sua misericórdia, interpela quer a
Igreja quer a humanidade. É um chamamento à missão, um convite a sairmos de nós
mesmos por amor a Deus e ao próximo, é uma oportunidade de partilha, de
serviço, de intercessão, passando do “eu” medroso e fechado ao “eu” resoluto e
renovado pelo dom de si.
Deus que nos criou, amou-nos primeiro e veio ao nosso
encontro. Jesus, em obediência à vontade do Pai, manifestou a sua
disponibilidade diante do Pai: “Eis-Me aqui, envia-Me”. É o Missionário do Pai,
foi enviado por Ele por amor aos homens, a quem criou, amou e se fez próximo. A
pessoa e a missão de Jesus, desde a Encarnação e vida empenhada até à sua Morte
e Ressurreição, manifestam esse amor e misericórdia de Deus por todos e cada um
de nós, um amor sempre em saída de Si próprio para nos dar a vida. Nesse
movimento de amor, Jesus atrai-nos com o seu próprio Espírito que nos torna
seus discípulos, anima toda a Igreja e pede a nossa disponibilidade pessoal
para, saindo também de nós mesmos, nos enviar em missão por toda a parte. É
assim que a Igreja se torna Igreja em saída, prolongando na história a missão
de Jesus qual missionário do amor do Pai a transformar os corações e as mentes,
as sociedades e as culturas, em todo o tempo e lugar.
Por isso, a disponibilidade de cada um, o «Eis-me
aqui, envia-me», é a resposta, sempre nova, à pergunta do Senhor: «Quem
enviarei?». Esta resposta livre e consciente ao chamamento de Deus, porém, só a
podemos sentir e dar, sem fugas ou desculpas, se vivermos numa relação pessoal
de amor com Jesus vivo na sua Igreja. Só assim se conseguirá responder a Deus
no hoje da Igreja e da história. Por isso, Francisco pede que nos perguntemos
se estamos prontos a acolher a presença do Espírito Santo na nossa vida, a
ouvir o chamamento à missão, quer no caminho do matrimónio, quer no da
virgindade consagrada ou do sacerdócio ordenado, quer na vida comum de todos os
dias. Se estamos dispostos a ser enviados para qualquer lugar a fim de
testemunhar a nossa fé em Deus Pai misericordioso, a proclamar o Evangelho da
salvação de Jesus Cristo, a partilhar a vida divina do Espírito Santo,
edificando a Igreja. Se, como Maria, a Mãe de Jesus, estamos prontos a
permanecer sem reservas ao serviço da vontade de Deus, umas vezes junto daquele
que está próximo, seja familiar, vizinho, ou o bem comum, outras vezes a partir
por esse mundo adentro ao encontro de quem precisa. A resposta não se pode
dissociar da oração, da reflexão e da partilha, ajudando o trabalho missionário
de quem acode às necessidades espirituais e materiais dos povos e das Igrejas
de todo o mundo (cf. Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões
2020, que decorre em 10 de outubro e se intitula “Eis-me aqui, envia-me”, Is
6,8).
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco
P. S:
Na nossa Diocese, faremos
uma vigília de oração a partir das paróquias do Rossio ao Sul do Tejo,
Abrantes, às 21,30 horas de sábado, dia 17, véspera do Dia Mundial das Missões,
associando-nos a uma iniciativa do Movimento dos Cursilhos de Cristandade. Que todos
os Secretariados Diocesanos, os Movimentos e Serviços da Pastoral procurem
divulgar e participar.
Sem comentários:
Enviar um comentário