PARÓQUIAS DE NISA
Segunda, 12 de outubro de 2020
XXVIII semana do
tempo comum
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LITURGIA:
SEGUNDA-FEIRA
da semana XXVIII
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 Gal 4, 22-24. 26-27. 31 – 5, 1; Sal 112 (113), 1-2. 3-4. 5a e 6-7
Ev Lc 11, 29-32
* Na Diocese de Portalegre-Castelo Branco – Aniversário da entrada solene de D.
Antonino Eugénio Fernandes Dias.
* Na Ordem Agostiniana – B. Maria Teresa Fasce, virgem – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Serafim do Montegranaro,
religioso, da I Ordem – MO
* Na Companhia de Jesus – B. João Beyzym, presbítero – MF
* Na Diocese de Leiria-Fátima (Santuário de Fátima) – I Vésp. do aniversário da
Dedicação da Basílica de Nossa Senhora do Rosário.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 129, 3-4
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão, Senhor Deus de Israel.
ORAÇÃO COLECTA
Nós Vos pedimos, Senhor, que a vossa graça
preceda e acompanhe sempre as nossas acções
e nos torne cada vez mais atentos
à prática das boas obras.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Gal 4, 22-24.26-27.31 – 5, 1
«Não somos filhos da escrava, mas da mulher livre»
São Paulo quer mostrar, por uma comparação, que o Novo Testamento nos trouxe a
liberdade definitiva em Jesus Cristo, e que, em consequência disso, a lei de
Moisés, que tinha servido de guia em todo o Antigo Testamento, tinha cumprido a
sua missão, conduzindo o povo de Deus até Jesus Cristo. S. Paulo parte da
comparação das duas mulheres de Abraão, uma escrava, a outra livre, e vê na
escrava o símbolo do Antigo Testamento e na esposa a figura do Novo Testamento,
para fazer compreender que nós somos livres, porque Cristo nos libertou. Querer
voltar a sujeitar-se às prescrições e ritos da lei de Moisés, como pretendiam
alguns dos destinatários da sua carta, seria voltar a fazer-se escravo.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
Irmãos: Como está escrito, Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da
mulher livre. O da escrava nasceu segundo a natureza e o da mulher livre em
virtude da promessa. Há nisto uma alegoria. As mulheres representam as duas
alianças. A primeira, concluída no monte Sinai, gera para a escravidão: é Agar.
Mas a Jerusalém do alto é livre, e esta é a nossa mãe. Porque está escrito:
«Alegra-te, ó estéril, que não davas à luz; rejubila e canta de alegria, tu que
não conheceste as dores da maternidade, porque os filhos da abandonada são mais
numerosos que os daquela que tem marido». Por isso, irmãos, não somos filhos da
escrava, mas da mulher livre. Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos
libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da
escravidão.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 112 (113), 1-2.3-4.5a e 6-7 (R. cf. 2)
Refrão: Bendito seja o nome do Senhor
para sempre. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Louvai, servos do Senhor,
louvai o nome do Senhor.
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e para sempre. Refrão
Desde o nascer ao pôr do sol,
seja louvado o nome do Senhor.
O Senhor domina sobre todos os povos,
a sua glória está acima dos céus. Refrão
Quem se compara ao Senhor nosso Deus,
que Se inclina lá do alto a olhar o céu e a terra?
Levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria,
para o fazer sentar com os grandes do seu povo. Refrão
ALELUIA cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Aleluia Repete-se
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão
EVANGELHO Lc 11, 29-32
«Nenhum sinal será dado a esta geração, senão o sinal de Jonas»
Jonas, com a sua pregação, levou a cidade de Nínive à penitência; de modo
semelhante, a sabedoria de Salomão atraiu, de longe, a rainha de Sabá; Jesus é
maior do que Jonas e do que Salomão. Ele é o grande Sinal! Quem O reconhecer e
a Ele se converter terá encontrado a salvação.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou
a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal
lhe será dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os
habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração.
No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há de
condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de
Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens de
Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão de condená-la, porque fizeram
penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que
Jonas».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Aceitai, Senhor,
as orações e as ofertas dos vossos fiéis
e fazei que esta celebração sagrada
nos encaminhe para a glória do Céu.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 33, 11
Os ricos empobrecem e passam fome;
mas nada falta aos que procuram o Senhor.
Ou cf. 1 Jo 3, 2
Quando o Senhor Se manifestar,
seremos semelhantes a Ele,
porque O veremos na sua glória.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Deus de infinita bondade,
que nos alimentais com o Corpo e o Sangue do vosso Filho,
tornai-nos também participantes da sua natureza divina.
Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
09.30 horas: Funeral em
Tolosa
11.15 horas: Funeral no
Arneiro
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A
VOZ DO PASTOR
OUTUBRO:
MÊS DAS MISSÕES
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MENSAGEM
DE SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2020
[18
de outubro de 2020]
«Eis-me
aqui, envia-me» (Is 6, 8)
Queridos irmãos e irmãs!
Desejo manifestar a minha gratidão a Deus pelo empenho com
que, em outubro passado, foi vivido o Mês Missionário Extraordinário em toda a
Igreja. Estou convencido de que isso contribuiu para estimular a conversão
missionária em muitas comunidades pela senda indicada no tema «Batizados e
enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo».
Neste ano, marcado pelas tribulações e desafios causados
pela pandemia do covid-19, este caminho missionário de toda a Igreja continua à
luz da palavra que encontramos na narração da vocação do profeta Isaías: «Eis-me
aqui, envia-me» (Is 6, 8). É a resposta, sempre nova, à pergunta do
Senhor: «Quem enviarei?» (Ibid.). Esta chamada provém do coração de
Deus, da sua misericórdia, que interpela quer a Igreja quer a humanidade na
crise mundial atual. «À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos
surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de
estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas, ao mesmo tempo,
importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de
mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que,
falando a uma só voz, dizem angustiados “vamos perecer” (cf. Mc 4, 38),
assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual
por conta própria, mas só o conseguiremos juntos» (Francisco, Meditação na Praça
de São Pedro,
27/III/2020). Estamos verdadeiramente assustados, desorientados e temerosos. O
sofrimento e a morte fazem-nos experimentar a nossa fragilidade humana; mas, ao
mesmo tempo, todos nos reconhecemos participantes dum forte desejo de vida e de
libertação do mal. Neste contexto, a chamada à missão, o convite a sair de si
mesmo por amor de Deus e do próximo aparece como oportunidade de partilha,
serviço, intercessão. A missão que Deus confia a cada um faz passar do «eu»
medroso e fechado ao «eu» resoluto e renovado pelo dom de si.
No sacrifício da cruz, onde se realiza a missão de Jesus
(cf. Jo 19, 28-30), Deus revela que o seu amor é por todos e cada um
(cf. Jo 19, 26-27). E pede-nos a nossa disponibilidade pessoal para ser
enviados, porque Ele é Amor em perene movimento de missão, sempre em saída de
Si mesmo para dar vida. Por amor dos homens, Deus Pai enviou o Filho Jesus (cf.
Jo 3, 16). Jesus é o Missionário do Pai: a sua Pessoa e a sua obra são,
inteiramente, obediência à vontade do Pai (cf. Jo 4, 34; 6, 38; 8,
12-30; Heb 10, 5-10). Por sua vez, Jesus – crucificado e ressuscitado
por nós –, no seu movimento de amor atrai-nos com o seu próprio Espírito, que
anima a Igreja, torna-nos discípulos de Cristo e envia-nos em missão ao mundo e
às nações.
«A missão, a “Igreja em saída” não é um programa, um intuito
concretizável por um esforço de vontade. É Cristo que faz sair a Igreja de si
mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, moves-te porque o Espírito te impele
e conduz (Francisco, Sem Ele nada podemos fazer, 2019, 16-17). Deus é
sempre o primeiro a amar-nos e, com este amor, vem ao nosso encontro e
chama-nos. A nossa vocação pessoal provém do facto de sermos filhos e filhas de
Deus na Igreja, sua família, irmãos e irmãs naquela caridade que Jesus nos
testemunhou. Mas, todos têm uma dignidade humana fundada na vocação divina a
ser filhos de Deus, a tornar-se, no sacramento do Batismo e na liberdade da fé,
aquilo que são desde sempre no coração de Deus.
Já o facto de ter recebido gratuitamente a vida constitui um
convite implícito para entrar na dinâmica do dom de si mesmo: uma semente que,
nos batizados, ganhará forma madura como resposta de amor no matrimónio e na
virgindade pelo Reino de Deus. A vida humana nasce do amor de Deus, cresce no
amor e tende para o amor. Ninguém está excluído do amor de Deus e, no santo
sacrifício de seu Filho Jesus na cruz, Deus venceu o pecado e a morte (cf. Rom
8, 31-39). Para Deus, o mal – incluindo o próprio pecado – torna-se um desafio
para amar, e amar cada vez mais (cf. Mt 5, 38-48; Lc 23, 33-34).
Por isso, no Mistério Pascal, a misericórdia divina cura a ferida primordial da
humanidade e derrama-se sobre o universo inteiro. A Igreja, sacramento
universal do amor de Deus pelo mundo, prolonga na história a missão de Jesus e
envia-nos por toda a parte para que, através do nosso testemunho da fé e do
anúncio do Evangelho, Deus continue a manifestar o seu amor e possa tocar e
transformar corações, mentes, corpos, sociedades e culturas em todo o tempo e
lugar.
A missão é resposta, livre e consciente, à chamada de Deus.
Mas esta chamada só a podemos sentir, quando vivemos[a1] numa relação pessoal de amor com
Jesus vivo na sua Igreja. Perguntemo-nos: estamos prontos a acolher a presença
do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir a chamada à missão quer no caminho do
matrimónio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio ordenado e, em
todo o caso, na vida comum de todos os dias? Estamos dispostos a ser enviados
para qualquer lugar a fim de testemunhar a nossa fé em Deus Pai misericordioso,
proclamar o Evangelho da salvação de Jesus Cristo, partilhar a vida divina do
Espírito Santo edificando a Igreja? Como Maria, a Mãe de Jesus, estamos prontos
a permanecer sem reservas ao serviço da vontade de Deus (cf. Lc 1, 38)?
Esta disponibilidade interior é muito importante para se conseguir responder a
Deus: Eis-me aqui, Senhor, envia-me (cf. Is 6, 8). E isto respondido não
em abstrato, mas no hoje da Igreja e da história.
A compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes
tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja.
Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a
pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem
perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida. Obrigados à
distância física e a permanecer em casa, somos convidados a redescobrir que
precisamos das relações sociais e também da relação comunitária com Deus. Longe
de aumentar a desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos
mais atentos à nossa maneira de nos relacionarmos com os outros. E a oração, na
qual Deus toca e move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade
e liberdade dos nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação. A
impossibilidade de nos reunirmos como Igreja para celebrar a Eucaristia fez-nos
partilhar a condição de muitas comunidades cristãs que não podem celebrar a
Missa todos os domingos. Neste contexto, é-nos dirigida novamente a pergunta de
Deus – «quem enviarei?» – e aguarda, de nós, uma resposta generosa e convicta:
«Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). Deus continua a procurar pessoas para
enviar ao mundo e às nações, a fim de testemunhar o seu amor, a sua salvação do
pecado e da morte, a sua libertação do mal (cf. Mt 9, 35-38; Lc
10, 1-11).
Celebrar o Dia Mundial das Missões significa também reiterar
que a oração, a reflexão e a ajuda material das vossas ofertas são
oportunidades para participar ativamente na missão de Jesus na sua Igreja. A
caridade manifestada nas coletas das celebrações litúrgicas do terceiro domingo
de outubro tem por objetivo sustentar o trabalho missionário, realizado em meu
nome pelas Obras Missionárias Pontifícias, que acodem às necessidades
espirituais e materiais dos povos e das Igrejas de todo o mundo para a salvação
de todos.
A Santíssima Virgem Maria, Estrela da Evangelização e
Consoladora dos Aflitos, discípula missionária do seu Filho Jesus, continue a
amparar-nos e a interceder por nós.
Roma, em São João de Latrão, na Solenidade de Pentecostes,
31 de maio de 2020.
Francisco
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UM CAMINHITO COM ASCENSOR PARA O ALTO
Teresa
de Lisieux nasceu a 2 de janeiro de 1873 em Alençom, França. Era filha de Luís
Martin e de Zélia Guérin, canonizados pelo Papa Francisco em 18 de outubro de
2015, em pleno Sínodo dos Bispos sobre a Família, no Dia Mundial das Missões.
Foi a primeira vez que, na história da Igreja, se canonizou marido e esposa na
mesma celebração. Tive o privilégio de lá estar e participar. Teresinha, sempre
franzina de saúde, estudou no colégio da Abadia das monjas beneditinas. Aos 14
anos, queria entrar na ordem das carmelitas descalças. As normas da Igreja,
porém, não lho permitiam. Numa viagem a Roma, ousou pedir ao Papa que a
dispensasse desse impedimento. Assim, em abril de 1888, entrou para o Carmelo
com o nome de Teresa do Menino Jesus. Fez a profissão religiosa em setembro de
1890, festa da Natividade de Nossa Senhora, tomando o nome de Teresa do Menino
Jesus e da Santa Face.
Grande
devota do Menino Jesus, dedicou-lhe escritos, poesias, pinturas, orações, adotou-lhe
o nome. A pedido de sua irmã Paulina, escreveu três manuscritos, uma espécie de
autobiografia, tendo sido publicados sob o título “História de uma Alma”. E
mesmo que Karl Rhaner tivesse dito que muitos aspetos da personalidade e dos
escritos desta santa lhe parecessem “irritantes e simplesmente aborrecidos!” este
livro foi um dos maiores “best sellers” da história. Apontava o “pequeno
caminho” para a santidade, através dos pequeninos atos e gestos de cada dia,
feitos com amor. Até o “pegar um alfinete caído no chão, com amor, produz fruto
de santidade”, dizia ela. Era um estilo de estar e fazer que passava
despercebido. Tanto assim que, aquando do processo da sua beatificação, algumas
das Irmãs que tinham convivido com ela no convento e foram convidadas a
testemunhar, afirmaram que ela não tinha nada que valesse a pena contar, nada
de relevante, nada digno de registo. De facto, ninguém é grande para os mais
próximos, ninguém é profeta em sua terra, disse Cristo. Tantos santos que
ninguém topa!... santos de “ao pé da porta” como refere o Papa Francisco,
santos de dentro de casa, jovens e adultos, doentes ou descartados, na família
e na profissão, nos deveres da cidadania terrena e já da nova terra e dos novos
céus!...
A caridade
foi quem ofereceu a Teresinha a chave da sua vocação. É ela quem o afirma: “compreendi
que só o amor fazia atuar os membros da Igreja e que, se o amor viesse a
extinguir-se, nem os apóstolos continuariam a anunciar o Evangelho, nem os
mártires a derramar o seu sangue; compreendi que o amor encerra em si todas as
Vocações, que o Amor é tudo e que abrange todos os tempos e lugares, numa palavra,
que o amor é eterno ... a minha vocação é o amor ... com o amor serei tudo;
assim será realizado o meu sonho”.
E
tinha consciência das suas limitações: “sempre verifiquei, ao comparar-me com
os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma
montanha, cujo cume se perde nos céus, e o obscuro grão de areia pisado
pelos pés dos caminhantes. Em vez de desanimar, disse para comigo: Deus não
pode inspirar desejos irrealizáveis. Posso, portanto, apesar da minha pequenez,
aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de
suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar
a maneira de ir para o Céu por um caminhito muito direito, muito curto; um
caminhito completamente novo”.
E referia
com humor: “Estamos num século de
invenções. Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma escada; em
casa dos ricos o ascensor substitui-a vantajosamente. Eu queria também
encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena
para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a
indicação do ascensor, objeto do meu desejo, e li estas palavras saídas da boca
da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino, venha a mim. Então,
aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e quis saber, ó
meu Deus!, o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo. Continuei
as minhas buscas, e eis o que encontrei: como uma mãe acaricia o seu filho,
assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus
joelhos! Ah!, nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a
alma. O ascensor que me há de elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó
Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que
eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena”.
Porque
há discursos e escritos como a espada de Dom Afonso Henriques, isto é, pesados,
chatos e longos, (como este meu, possivelmente! mas vou-me converter, na
quaresma!), quando o conteúdo e o estilo dos livros a cansavam e confundiam,
ela reagia: “Às vezes quando leio certos tratados espirituais, a perfeição é
apresentada através de inúmeras dificuldades, rodeada por uma quantidade de
ilusões. A minha pobre inteligência cansa-se muito depressa, fecho o sábio
livro que me quebra a cabeça e me seca o coração e pego na Sagrada Escritura.
Então tudo me parece luminoso, uma só palavra revela à minha alma horizontes
infinitos, a perfeição parece-me fácil, vejo que basta reconhecer o próprio
nada e abandonar-se como uma criança nos braços de Deus. Deixando às almas
grandes, às grandes inteligências, os belos livros que não posso compreender, e
ainda menos pôr em prática, regozijo-me por ser pequenina visto que só as
crianças e os que se assemelharem a elas serão admitidas ao banquete celestial.
Sinto-me muito feliz por haver várias moradas no reino de Deus, porque se
houvesse apenas aquela cuja descrição e caminho me parecem incompreensíveis,
não poderia lá entrar”.
Teresinha
gostava de flores e de jogar as pétalas ao ver passar o Santíssimo Sacramento na
custódia e de as lançar ao crucifixo do jardim do Carmelo: “Não tenho outro
meio de Te provar o meu amor, senão o de lançar flores, isto é, não deixar
escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra; aproveitar
todas as mais pequenas coisas e fazê-las por amor...Quero sofrer por amor e
gozar por amor. Assim lançarei flores diante do teu trono. Não encontrarei
nenhuma sem a desfolhar para Ti”.
Ao
terminar a sua carreira, afirmou que ia fazer chover sobre o mundo uma chuva de
rosas, isto é, que sempre iria interceder a Deus por todos os povos. Faleceu a
30 de setembro de 1897, de tuberculose, aos 24 anos. É uma das santas mais
populares, com muita devoção.
Canonizada
em maio de 1925, foi declarada Padroeira das Missões Católicas em 1927, sem
nunca ter saído do convento. São João Paulo II declarou-a Doutora da Igreja. Com
Joana d’Arc, é Padroeira de França.
Sentindo-nos
ao colo de Maria, a Mãe, encontraremos o “caminhito” mais curto para chegarmos
até Jesus, o verdadeiro “ascensor” que nos há de levar ao céu, vivendo n’Ele,
como Ele, com Ele e os outros. Lancemos flores diante do trono da graça,
façamos por amor e com amor as maiores e as mais pequeninas coisas de cada dia,
oferecendo-as pelas grandes intenções da Igreja e do mundo.
Antonino
Dias
Portalegre-Castelo
Branco, 09-10-2020.
P.S:
Amanhã,
em Assis, é beatificado Carlo Acutis, um jovem cuja fama de santidade
rapidamente atravessou o mundo e muitos se têm sentido tocados por ele, para
Cristo. Nas páginas da internet abundam as referências. Aqui, no facebook,
também eu escrevi sobre ele, em 27 de março. Se o desejar, poderá recordar a
sua vida.
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