PARÓQUIAS DE NISA
Sábado, 31de outubro de 2020
Sábado da XXX
semana do tempo comum
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LITURGIA:
SÁBADO (de manhã) da semana XXX
Santa Maria no Sábado – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).
L 1 Filip 1, 18b-26; Sal 41 (42), 2-3. 5
Ev Lc 14, 1. 7-11
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Ângelo de Acri, presbítero, da I
Ordem – MO
* Na Companhia de Jesus – S. Afonso Rodrigues, religioso – MO
* Na Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias – Nossa
Senhora das Vitórias, Padroeira principal da Congregação – SOLENIDADE
* I Vésp. de Todos os Santos – Compl. dep. I Vésp. dom.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 104,
3-4
Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Buscai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade;
e para merecermos alcançar o que prometeis,
fazei-nos amar o que mandais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Filip 1, 18b-26
«Para mim, viver é Cristo e morrer é lucro»
É impressionante a disposição de Paulo na prisão. Não sabe se sairá de lá vivo,
se morto. Em qualquer dos casos, a solução seria para ele vantajosa: morrer
apressar-lhe-ia o encontro com Cristo, que é o que mais desejava; continuar a
viver poderia ser, naquele momento, mais útil para eles. Morrer ou viver, Paulo
é de Cristo em todas as circunstâncias.
Leitura da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Contanto que Cristo seja anunciado, com segundas intenções ou com
sinceridade, eu me alegro e me alegrarei sempre. De facto, sei que isto servirá
para minha salvação, graças às vossas orações e à assistência do Espírito de
Jesus Cristo. Espero-o firmemente e tenho a certeza de que não serei
confundido. Estou absolutamente seguro, hoje como sempre, de que Cristo será
glorificado no meu corpo, quer eu viva quer eu morra. Porque, para mim, viver é
Cristo e morrer é lucro. Mas, se viver neste corpo mortal é útil para o meu
trabalho, não sei o que escolher. Sinto-me constrangido por este dilema:
desejaria partir e estar com Cristo, que seria muito melhor; mas é mais
necessário para vós que eu permaneça neste corpo mortal. Convencido disto, sei
que ficarei e permanecerei junto de vós, para o progresso e alegria da vossa
fé. Assim espero que, ao tornar a visitar-vos, tereis novos motivos de glória
em Cristo Jesus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 41 (42), 2-3.5 (R. 3a)
Refrão: A minha alma tem sede do Deus
vivo. Repete-se
Como suspira o veado pelas correntes das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:
Quando irei contemplar a face de Deus? Refrão
A minha alma estremece ao recordar
quando passava em cortejo para o templo do Senhor,
entre as vozes de louvor e de alegria
da multidão em festa. Refrão
ALELUIA Mt 11, 29ab
Refrão: Aleluia. Repete-se
Tomai o meu jugo sobre vós, diz o Senhor,
e aprendei de Mim,
que sou manso e humilde de coração. Refrão
EVANGELHO Lc 14, 1.7-11
«Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado»
Jesus continua a ensinar os verdadeiros valores da vida. A humildade, o saber
colocar-se entre os outros sem vaidade de si, nem desdém pelos demais, é esse
um dos valores e dos mais fundamentais. Custa tanto a entendê-lo! Mas é o
ideal, para o qual devemos caminhar todos os dias, sem cansaço nem angústia,
mas com humildade e paz.
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus
para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados
escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores
convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer
que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que
vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois
envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores
convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou,
dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros
convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons que Vos apresentamos
e fazei que a celebração destes mistérios
dê glória ao vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 19, 6
Celebramos, Senhor, a vossa salvação
e glorificamos o vosso santo nome.
Ou Ef 5, 2
Cristo amou-nos e deu a vida por nós,
oferecendo-Se em sacrifício agradável a Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que os vossos sacramentos
realizem em nós o que significam,
para alcançarmos um dia em plenitude
o que celebramos nestes santos mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
15.00 horas: Missa em
Salavessa
16.00 horas: Missa em
Pé da Serra
16.00 horas: Percurso
com a imagem de Nossa Senhora de Fátima em Alpalhão
16.00 horas: Missa no
Pardo
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
18.00 horas: Missa em
Espírito Santo.
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A
VOZ DO PASTOR
O JOVEM FRASSATI E O
FUTURO PAPA
Termino hoje a divulgação dos jovens citados
pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive. Embora haja por lá
outros nomes de gente boa e santa, estes são treze, contei pelos dedos. Porque
foram jovens que marcaram a diferença, ao apresentá-los tive duas intenções:
rasgar horizontes no coração daqueles que andam à procura de vida com sentido e
reiterar que, de facto, a santidade, sendo tarefa que não se pode delegar, é
possível a todos, crianças, jovens e menos jovens, cada um pelo seu caminho e
nas suas circunstâncias existenciais.
Pier Giorgio Frassati (Pedro Jorge) nasceu em
Turim, em 6 de abril de 1901. Aí viveu e cresceu, a maior parte da vida, no
seio de uma família abastada e da alta burguesia. Seu pai, Alfredo Frassati,
era jornalista, fundador e dono do jornal "La Stampa". Foi embaixador
em Berlim, demitiu-se quando Mussolini assumiu o poder. Sua mãe, Adelaide
Ametis, era uma pintora famosa. Embora fosse educado cristãmente, a vivência da
fé em família ficava muito aquém do que ele desejava. Sua mãe animava-o a
comprometer-se nas dinâmicas da paróquia. Aí foi fazendo o seu caminho, em vida
feliz e socialmente comprometida. Embora o pertencer às estruturas eclesiais
não seja sinónimo de santidade e a maior parte dos batizados se santifique sem
qualquer ligação a elas, Pedro Jorge,
porém, espevitou nelas o seu crescimento espiritual e a sua ação apostólica.
Conheceu a Ordem Terceira dos Dominicanos, a Ação Católica, o Apostolado da
Oração, a Liga Eucarística, a Associação dos jovens adoradores universitários,
os centros da Juventude Mariana Vicentina e a Conferência de São Vicente de
Paulo. Tinha como passatempo favorito visitar os doentes e os casebres das
periferias de Turim. Por isso, o ruído menos saudável dos seus amigos e
familiares era música que ouvia mas não lhe desafinava os acordes da sua vida.
E dizia: “Ao redor dos pobres e dos enfermos eu vejo uma luz particular que nós
não temos”, ou: “Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no
mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres”. Porque levava às casas
dos mais necessitados as mais variadas coisas, desde lenha e roupas a alimentos
e móveis, porque gastava a mesada que a família lhe dava nestas atividades
caritativas, os seus colegas chegaram a denominá-lo como a “Empresa de
Transportes Frassati”.
A sua determinação neste
compromisso social da caridade brotava da Eucaristia diária, da frequente
adoração ao Santíssimo Sacramento, da palavra evangélica e da devoção a Nossa
Senhora, cujos rosários ele oferecia a seus amigos e outros. O Papa Francisco
comentou assim: “Pedro Jorge era um jovem que compreendera o que significa ter
um coração misericordioso, sensível aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais
do que meras coisas materiais; dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo,
palavras, capacidade de escuta. Servia os pobres com grande descrição, não se
pondo jamais em evidência (...) Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua
morte, gravemente doente, ainda se pôs a dar orientações sobre o modo como
ajudar os seus amigos necessitados”.
Pedro Jorge, porém, tinha
uma máxima: “A Caridade não é suficiente: precisamos de reformas sociais”. E para
explanar os ensinamentos sociais do Papa Leão XIII, foi um dos fundadores do
jornal “Momento”. Chegou a ter polémicas acesas com adeptos do Partido Fascista
e esteve inscrito no Partido Popular Italiano. Na escolha do seu curso
académico pesaram os objetivos que ele tinha para a sua vida. Como desejava
trabalhar perto dos operários pobres, decidiu estudar Engenharia Industrial
Mecânica, em Turim, com especialização em mineração, pelo facto de os mineiros
serem considerados os operários mais pobres dos explorados. Quando esteve em
Berlim, em tempos que seu pai era Embaixador, conheceu, pessoalmente, o Padre
Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", e pôs a questão de vir a
ser sacerdote. Logo deixou a ideia, achava que não tinha vocação.
A sua irmã Luciana era com
quem ele partilhava a sua vida, sobretudo quando seus pais queriam exigir dele
mais alguma coisa do que ele aparentava querer. Seu pai chegou a classificá-lo
de “homem inútil” e à deriva, acompanhando pessoas que não estavam à sua
altura. Pedro Jorge sorria, aceitava as repreensões de modo sereno, sabia lidar
com os seus familiares, com os necessitados e com os da sua classe social. A
todos amava e ajudava por igual. Gostava do teatro, da poesia, da arte, da
música, da ópera, de visitar museus, recitava versos de Dante Alighieri de cor,
escrevia com beleza e profundidade, amava o desporto, sobretudo o esqui e o
montanhismo, escalou os Alpes e o Vale de Aosta, adorava as montanhas,
extasiando-se a contemplar o ar puro e a beleza do Criação. Entre os
escaladores, conheceu uma jovem pela qual mantinha uma paixão que não chegou a
anunciar publicamente, quer para não embaraçar a jovem quer para não afrontar a
sua família que não aceitaria bem este namoro por ela ser de classe social
inferior. A brevidade da sua vida, porém, não lhe deu tempo para nos mostrar
quais seriam os passos seguintes. Nesta sua maneira séria e divertida de estar
na vida, chegou a fundar a “Sociedade de
Tipos Estranhos” ou dos “arruaceiros”, cujos membros, “desonestos e vigaristas”,
recebiam apelidos engraçados. O dele era “Robespierre”. Faziam excursões,
contavam piadas, mas, sobretudo, aspiravam à amizade mais profunda fundada na
oração e na fé.
São João Paulo II, junto do
seu túmulo, testemunhou: “Também eu, na minha juventude, senti o benéfico
influxo do seu exemplo e, como estudante, fiquei impressionado pela força do
seu testemunho cristão”. Como Arcebispo de Cracóvia, e a propósito duma
exposição que sobre Pedro Jorge ali havia sido levada a cabo, ele desafiou os
jovens a ir ver e observar como aquele jovem das oito bem-aventuranças
carregava consigo a graça do Evangelho, a alegria da salvação em Cristo. Aliás,
na homilia da sua beatificação, voltou a destacá-lo como o “homem das bem-aventuranças” capaz de
comunicar amor e paz e de testemunhar que “a santidade é possível a
todos”. De facto, “a revolução da
caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor”.
No dia do enterro da sua
avó, Pedro Jorge, com uma forte dor de cabeça, nem conseguia levantar-se da
cama. Foi atingido por uma meningite fulminante. Faleceu cerca de quinze dias
depois, em 4 de julho de 1925, com apenas 24 anos de idade. Milhares de pessoas
participaram nas exéquias. Familiares e amigos ficaram estupefactos com a
presença de tantos pobres de Turim que ele havia ajudado, material, social e
espiritualmente. Seu pai ficou inconsolável e arrasado pelo vazio que a morte
de Pedro lhe causara, ficou impressionado com a multidão presente, reconheceu
que só compreendeu bem quem era o seu filho no momento em que o perdeu para
sempre: "Não reconheço meu filho!", murmurou. Aos poucos, foi-se
aproximando da fé numa conversão maravilhosa que muitos consideraram ser o
"primeiro" milagre de Pedro Jorge. Seu pai veio a falecer em 1961.
Os restos mortais de Pier Giorgio Frassati, foram transladados
do túmulo de família para a Catedral de Turim. As suas relíquias estiveram presentes na Jornada Mundial
da Juventude, em Cracóvia, em 2016, como já tinham estado na
de Sidney, em 2008. É amado e venerado
em todo o mundo, desde a Patagónia à Polónia, das Filipinas à França, dos Estados Unidos à
Austrália. Os testemunhos sobre ele são extraordinários, os sites a divulgar a
sua vida são inumeráveis e dos quais também me servi par divulgar mais um pouco
a sua vida.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco,
23-10-2020.
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