PARÓQUIAS DE NISA
Sexta, 30 de outubro de 2020
Sexta da XXX
semana do tempo comum
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LITURGIA:
SEXTA-FEIRA
da semana XXX
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha
L 1 Filip 1, 1-11; Sal 110 (111), 1-2.
3-4. 5-6
Ev Lc 14, 1-6
* Na Ordem Franciscana – Aniversário da Dedicação da igreja própria, em todas
as igrejas dedicadas da Ordem – SOLENIDADE
* Na Ordem de São Domingos (São Domingos – Lisboa) – Aniversário da Dedicação
da igreja do convento – SOLENIDADE
* Na Companhia de Jesus – B. Domingos Collins, religioso – MF
* Na Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias – I Vésp.
de Nossa Senhora das Vitórias.
Missa
ANTÍFONA
DE ENTRADA Salmo 104,
3-4
Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Buscai o Senhor e o seu poder,
procurai sempre a sua face.
ORAÇÃO COLECTA
Deus eterno e omnipotente,
aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade;
e para merecermos alcançar o que prometeis,
fazei-nos amar o que mandais.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I (anos pares) Filip 1, 1-11
«Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo»
Começamos hoje a leitura de uma nova epístola. Escrita da prisão, como aliás
outras o foram, ela é das mais profundas que o Apóstolo nos deixou. No meio das
algemas que o prendem, ele sente o coração a dilatar-se e dá graças a Deus
pelos progressos do Evangelho no meio daquela comunidade, como ainda pela
amizade de que se sente envolvido por parte daqueles irmãos, que recorda com
saudade, e que espera ver crescer na fé e no amor para irem ao encontro do
Senhor.
Início da
Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os fiéis de Cristo
Jesus que estão em Filipos, com os seus dirigentes e ministros: A graça e a paz
de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco. Dou graças ao
meu Deus, todas as vezes que me lembro de vós, e em todas as minhas orações
peço sempre por todos com alegria, recordando-me da parte que tomastes na causa
do Evangelho, desde o primeiro dia até ao presente. Tenho plena confiança de
que Aquele que começou em vós tão boa obra há de levá-la a bom termo até ao dia
de Cristo Jesus. Na verdade, é justo que eu tenha por vós estes sentimentos,
porque vos trago no coração, a vós que no meu cativeiro e na defesa e
confirmação do Evangelho, participais na graça que me foi concedida. Deus é
testemunha de que vos amo a todos no coração de Cristo Jesus. Por isso Lhe peço
que a vossa caridade cresça cada vez mais em ciência e discernimento, para que
possais distinguir o que é melhor e vos torneis puros e irrepreensíveis para o
dia de Cristo. Assim alcançareis a plenitude dos frutos de justiça que se obtêm
por Jesus Cristo, para louvor e glória de Deus.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 110 (111), 1-2.3-4.5-6 (R. 2a)
Refrão: São grandes as obras do Senhor.
Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Louvarei o Senhor de todo o coração
no conselho dos justos e na assembleia.
São grandes as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam. Refrão
A sua obra é esplendor e majestade
e a sua justiça permanece eternamente.
Instituiu um memorial das suas maravilhas:
o Senhor é misericordioso e compassivo. Refrão
Deu sustento àqueles que O temem
e jamais se esquecerá da sua aliança.
Fez ver ao seu povo a força das suas obras,
para lhe dar a herança das nações. Refrão
ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia. Repete-se
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão
EVANGELHO Lc 14, 1-6
«Se um filho vosso ou um boi cair num poço,
qual de vós não irá logo retirá-lo em dia de sábado?»
Jesus aproveita muitas ocasiões para fazer compreender aos seus ouvintes o espírito
da lei, de modo que eles não se fiquem apenas na letra da mesma lei. Os
fariseus aparecem aqui como homens da letra, onde o espírito parece contar
pouco. O sábado era, na lei antiga, o dia sagrado por excelência, fortemente
marcado pelo descanso. Jesus quer fazer uma cura em favor dum doente num
sábado. E cura esse doente. Serão eles capazes de compreender, com este
exemplo, o sentido espiritual da lei, que eles julgavam cumprir, ao quererem
impedir a cura de um doente no dia de sábado?
Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus,
para tomar uma refeição. Todos O observavam. Diante d’Ele encontrava-se um
hidrópico. Jesus tomou a palavra e disse aos doutores da lei e aos fariseus: «É
lícito ou não curar ao sábado?». Mas eles ficaram calados. Então Jesus tomou o
homem pela mão, curou-o e mandou-o embora. Depois disse-lhes: «Se um filho
vosso ou um boi cair num poço, qual de vós não irá logo retirá-lo em dia de sábado?».
E eles não puderam replicar a estas palavras.
Palavra da salvação.
ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Olhai, Senhor, para os dons que Vos apresentamos
e fazei que a celebração destes mistérios
dê glória ao vosso nome.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. Salmo 19, 6
Celebramos, Senhor, a vossa salvação
e glorificamos o vosso santo nome.
Ou Ef 5, 2
Cristo amou-nos e deu a vida por nós,
oferecendo-Se em sacrifício agradável a Deus.
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Fazei, Senhor, que os vossos sacramentos
realizem em nós o que significam,
para alcançarmos um dia em plenitude
o que celebramos nestes santos mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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AGENDA
DO DIA
18.00 horas: Missa em
Nisa
18.00 horas: Missa em
Alpalhão
18.45 horas: Encontro
com pré-adolescentes
21.00 horas: Encontro
com pais dos alunos da catequese.
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A
VOZ DO PASTOR
O JOVEM FRASSATI E O
FUTURO PAPA
Termino hoje a divulgação dos jovens citados
pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive. Embora haja por lá
outros nomes de gente boa e santa, estes são treze, contei pelos dedos. Porque
foram jovens que marcaram a diferença, ao apresentá-los tive duas intenções:
rasgar horizontes no coração daqueles que andam à procura de vida com sentido e
reiterar que, de facto, a santidade, sendo tarefa que não se pode delegar, é
possível a todos, crianças, jovens e menos jovens, cada um pelo seu caminho e
nas suas circunstâncias existenciais.
Pier Giorgio Frassati (Pedro Jorge) nasceu em
Turim, em 6 de abril de 1901. Aí viveu e cresceu, a maior parte da vida, no
seio de uma família abastada e da alta burguesia. Seu pai, Alfredo Frassati,
era jornalista, fundador e dono do jornal "La Stampa". Foi embaixador
em Berlim, demitiu-se quando Mussolini assumiu o poder. Sua mãe, Adelaide
Ametis, era uma pintora famosa. Embora fosse educado cristãmente, a vivência da
fé em família ficava muito aquém do que ele desejava. Sua mãe animava-o a
comprometer-se nas dinâmicas da paróquia. Aí foi fazendo o seu caminho, em vida
feliz e socialmente comprometida. Embora o pertencer às estruturas eclesiais
não seja sinónimo de santidade e a maior parte dos batizados se santifique sem
qualquer ligação a elas, Pedro Jorge,
porém, espevitou nelas o seu crescimento espiritual e a sua ação apostólica.
Conheceu a Ordem Terceira dos Dominicanos, a Ação Católica, o Apostolado da
Oração, a Liga Eucarística, a Associação dos jovens adoradores universitários,
os centros da Juventude Mariana Vicentina e a Conferência de São Vicente de
Paulo. Tinha como passatempo favorito visitar os doentes e os casebres das
periferias de Turim. Por isso, o ruído menos saudável dos seus amigos e
familiares era música que ouvia mas não lhe desafinava os acordes da sua vida.
E dizia: “Ao redor dos pobres e dos enfermos eu vejo uma luz particular que nós
não temos”, ou: “Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no
mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres”. Porque levava às casas
dos mais necessitados as mais variadas coisas, desde lenha e roupas a alimentos
e móveis, porque gastava a mesada que a família lhe dava nestas atividades
caritativas, os seus colegas chegaram a denominá-lo como a “Empresa de
Transportes Frassati”.
A sua determinação neste
compromisso social da caridade brotava da Eucaristia diária, da frequente
adoração ao Santíssimo Sacramento, da palavra evangélica e da devoção a Nossa
Senhora, cujos rosários ele oferecia a seus amigos e outros. O Papa Francisco comentou
assim: “Pedro Jorge era um jovem que compreendera o que significa ter um
coração misericordioso, sensível aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais do
que meras coisas materiais; dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo,
palavras, capacidade de escuta. Servia os pobres com grande descrição, não se
pondo jamais em evidência (...) Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua
morte, gravemente doente, ainda se pôs a dar orientações sobre o modo como
ajudar os seus amigos necessitados”.
Pedro Jorge, porém, tinha
uma máxima: “A Caridade não é suficiente: precisamos de reformas sociais”. E
para explanar os ensinamentos sociais do Papa Leão XIII, foi um dos fundadores
do jornal “Momento”. Chegou a ter polémicas acesas com adeptos do Partido
Fascista e esteve inscrito no Partido Popular Italiano. Na escolha do seu curso
académico pesaram os objetivos que ele tinha para a sua vida. Como desejava
trabalhar perto dos operários pobres, decidiu estudar Engenharia Industrial
Mecânica, em Turim, com especialização em mineração, pelo facto de os mineiros
serem considerados os operários mais pobres dos explorados. Quando esteve em
Berlim, em tempos que seu pai era Embaixador, conheceu, pessoalmente, o Padre
Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", e pôs a questão de vir a
ser sacerdote. Logo deixou a ideia, achava que não tinha vocação.
A sua irmã Luciana era com
quem ele partilhava a sua vida, sobretudo quando seus pais queriam exigir dele
mais alguma coisa do que ele aparentava querer. Seu pai chegou a classificá-lo
de “homem inútil” e à deriva, acompanhando pessoas que não estavam à sua
altura. Pedro Jorge sorria, aceitava as repreensões de modo sereno, sabia lidar
com os seus familiares, com os necessitados e com os da sua classe social. A
todos amava e ajudava por igual. Gostava do teatro, da poesia, da arte, da
música, da ópera, de visitar museus, recitava versos de Dante Alighieri de cor,
escrevia com beleza e profundidade, amava o desporto, sobretudo o esqui e o
montanhismo, escalou os Alpes e o Vale de Aosta, adorava as montanhas,
extasiando-se a contemplar o ar puro e a beleza do Criação. Entre os
escaladores, conheceu uma jovem pela qual mantinha uma paixão que não chegou a
anunciar publicamente, quer para não embaraçar a jovem quer para não afrontar a
sua família que não aceitaria bem este namoro por ela ser de classe social
inferior. A brevidade da sua vida, porém, não lhe deu tempo para nos mostrar
quais seriam os passos seguintes. Nesta sua maneira séria e divertida de estar
na vida, chegou a fundar a “Sociedade de
Tipos Estranhos” ou dos “arruaceiros”, cujos membros, “desonestos e
vigaristas”, recebiam apelidos engraçados. O dele era “Robespierre”. Faziam
excursões, contavam piadas, mas, sobretudo, aspiravam à amizade mais profunda
fundada na oração e na fé.
São João Paulo II, junto do
seu túmulo, testemunhou: “Também eu, na minha juventude, senti o benéfico
influxo do seu exemplo e, como estudante, fiquei impressionado pela força do
seu testemunho cristão”. Como Arcebispo de Cracóvia, e a propósito duma
exposição que sobre Pedro Jorge ali havia sido levada a cabo, ele desafiou os
jovens a ir ver e observar como aquele jovem das oito bem-aventuranças
carregava consigo a graça do Evangelho, a alegria da salvação em Cristo. Aliás,
na homilia da sua beatificação, voltou a destacá-lo como o “homem das bem-aventuranças” capaz de
comunicar amor e paz e de testemunhar que “a santidade é possível a
todos”. De facto, “a revolução da
caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor”.
No dia do enterro da sua
avó, Pedro Jorge, com uma forte dor de cabeça, nem conseguia levantar-se da
cama. Foi atingido por uma meningite fulminante. Faleceu cerca de quinze dias
depois, em 4 de julho de 1925, com apenas 24 anos de idade. Milhares de pessoas
participaram nas exéquias. Familiares e amigos ficaram estupefactos com a
presença de tantos pobres de Turim que ele havia ajudado, material, social e
espiritualmente. Seu pai ficou inconsolável e arrasado pelo vazio que a morte
de Pedro lhe causara, ficou impressionado com a multidão presente, reconheceu
que só compreendeu bem quem era o seu filho no momento em que o perdeu para
sempre: "Não reconheço meu filho!", murmurou. Aos poucos, foi-se
aproximando da fé numa conversão maravilhosa que muitos consideraram ser o
"primeiro" milagre de Pedro Jorge. Seu pai veio a falecer em 1961.
Os restos mortais de Pier Giorgio Frassati, foram transladados
do túmulo de família para a Catedral de Turim. As suas relíquias estiveram presentes na Jornada Mundial
da Juventude, em Cracóvia, em 2016, como já tinham estado na
de Sidney, em 2008. É amado e
venerado em todo o mundo, desde a Patagónia à Polónia, das Filipinas à França, dos Estados Unidos à
Austrália. Os testemunhos sobre ele são extraordinários, os sites a divulgar a
sua vida são inumeráveis e dos quais também me servi par divulgar mais um pouco
a sua vida.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco,
23-10-2020.
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